Por exigência dos banqueiros internacionais
Os correios de todo o mundo estão à venda
Os correios de todo o mundo estão à venda
O governo português anunciou que está definindo os moldes da privatização da sua estatal, a mesma política que está sendo levada adiante pelo governo brasileiro
Nem bem tomou posse e o novo primeiro-ministro português, Passos Coelho, apresentou, na última terça-feira, dia 28 de junho, um “Programa de Governo” no qual pretende definir uma proposta de modelo de privatização dos Correios de Portugal (CTT).
O governo afirmou, na parte do Programa dedicada às telecomunicações, que vai “proceder à definição do modelo de privatização dos CTT e à sua efetiva concretização.”
A privatização dos Correios de Portugal está sendo discutida desde a apresentação do programa de privatizações 2010-2013, definido no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e no Orçamento do Estado. A privatização do Correio português e de outras empresas é uma das condições do imperialismo para que novos empréstimos sejam feitos ao País, que atravessa uma enorme crise econômica.
As privatizações em Portugal são parte do plano de austeridade imposto pelo governo e os banqueiros internacionais contra a população. A economia do País está despedaçada, junto com Grécia e Irlanda. Para “recuperar” a economia do País, que na realidade significa dar dinheiro aos capitalistas e banqueiros europeus, foi fechado um acordo com a “troika”, um órgão formado por um representante do FMI (Fundo Monetário Internacional), um representante do Banco Central Europeu e um representante da União Europeia, ou seja, representantes dos banqueiros internacionais.
O plano de austeridade aprovado pelo governo português, do qual a privatização é um dos principais pontos, é uma exigência direta do imperialismo para roubar o dinheiro da população desses países. Os correios portugueses, por exemplo, deram um lucro de 56,3 milhões de euros no ano passado, ou seja, os capitalistas ganharão de presente uma empresa que foi construída pelo povo português.
O caso de Portugal deve servir de exemplo para os trabalhadores brasileiros sobre quais as intenções dos capitalistas internacionais na ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Correios de outros países, como a França e a Inglaterra, também estão na mira das privatizações. Para recuperar os parasitas banqueiros internacionais em crise, a exigência é privatizar e devastar a economia dos países, á custa da fome e do desemprego de milhões de trabalhadores.
A política do governo brasileiro é movida exatamente pelos interesses desses mesmos parasitas internacionais. Dilma Rousseff e o governo do PT-PMDB estão privatizando os aeroportos, a Eletrobras e os Correios, para entregar esse patrimônio do povo brasileiro aos capitalistas internacionais.
As modificações contidas no novo estatuto da ECT, aprovado por decreto pelo governo do PT, são exigências dos mesmos que estão obrigando o governo português a vender os correios daquele país. Essas mudanças são muito semelhantes, como a abertura da empresa para a participação acionária em empresas privadas ou a criação de empresas subsidiárias.
Para quem tem dúvida sobre a privatização dos correios brasileiros, o exemplo de Portugal e de outros países encerram o problema. As mudanças propostas pelo governo do PT para os Correios são as mesmas que estão sendo feitas nesses países e fazem parte do mesmo processo político e econômico de entrega das riquezas nacionais aos capitalistas estrangeiros.
Os resultados dessa política também serão os mesmos: demissões de milhares de trabalhadores, terceirização em massa, corte de direitos, rebaixamento salarial.
A tendência do imperialismo é destruir a economia dos países para aumentar seus lucros, numa tentativa dos banqueiros e capitalistas internacionais de recuperar o dinheiro perdido com a crise, à custa da exploração da população.
O governo do PT-PCdoB-PMDB e os sindicalistas traidores do Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e Psol) tentam negar a privatização por puro cinismo. Na realidade, os Correios estão sendo dados de presente aos banqueiros e capitalistas estrangeiros às costas de toda a população brasileira e dos trabalhadores da própria empresa. Um crime contra todo o povo brasileiro.
Os trabalhadores não devem aceitar esse golpe e organizar imediatamente uma campanha de denúncia e se preparar para lutar energicamente contra as privatizações.