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sábado, 16 de abril de 2011

Empreiteiras preparam seis mil demissões

Conflito em Jirau
Empreiteiras preparam seis mil demissões
Um mês após os conflitos entre trabalhadores e empresa, seguido de uma grande greve, empreiteiras anunciam demissões de mais de 6 mil trabalhadores para conter a situação explosiva no canteiro de obras
Após o encerramento da greve dos trabalhadores do canteiro de obras da construção da Usina Hidrelétrica de Jirau e a retomada das atividades da obra, com o apoio irrestrito da burocracia sindical, governo federal e empreiteiras, as empresas responsáveis anunciam a demissão de mais de 6 mil trabalhadores.
Segundo as empresas o que motivou as demissões foi a contratação exagerada de trabalhadores, “demissões são naturais e a Camargo Corrêa sabia que contratou mais gente do que o adequado” — disse o ministro Gilberto Carvalho, as Secretaria Geral da Presidência, responsável pelas resolução dos problemas nas obras do PAC.
As demissões vão atingir quase 30% do efetivo total de 22 mil operários da obra, o que vai representar uma limpeza no quadro de trabalhadores, principalmente que participaram das greves e das manifestações.
A crise foi tão grande que até o prazo de entrega da obra, que estava para ser concluída em 2012, foi adiado por mais um ano. Com isso, a massa de trabalhadores e o ritmo das obras foram reduzidos, na tentativa de resolver o descontentamento dos trabalhadores e, conseqüentemente, novas greves e conflitos.

Economizar dinheiro e “problemas”


Segundo as empreiteiras os trabalhadores demitidos seriam os que foram deslocados de seus estados de origem para Rondônia. Esses trabalhadores seriam os mais descontentes com a situação, pois são estes os mais dependentes da empresa. Dependem diretamente do alojamento, do comércio instalado no canteiro de obras e controlado diretamente pela empresa com preços muito elevados, transporte para suas cidades de origem, entre outros.

As demissões destes operários que são os principais participantes do movimento grevista com reivindicações próprias e custosas as empreiteiras, como pagamento do transporte para seus lares em outros estados e licença de 5 dias para visitarem suas famílias, vem de encontro com o aumento do lucro das empreiteiras nas costas dos trabalhadores, que contratando mão-de-obra local seriam mais barata e com menos despesas.

A crise está aberta


Apesar de todas as manobras realizadas pela burocracia sindical (CUT, Força Sindical, Sticcero), o governo do PT e das empreiteiras (Camargo Corrêa) contra os trabalhadores a crise ainda não está resolvida.

O descontentamento dos trabalhadores ainda é muito grande, a retomada das obras está sendo realizada aos poucos e, hoje, apenas 8 mil trabalhadores estão no canteiro de obras realizando normalmente suas atividades. Os outros aguardam em suas casas a retomada completa das obras.
A campanha salarial da categoria está ocorrendo e não se chegou a nenhum acordo, os trabalhadores reivindicam 30% de aumento salarial e cesta básica de R$ 350,00, onde hoje é de R$ 110,00. Na negociação do dissídio coletivo, a empresa ofereceu 8% de reajuste mais cesta básica de R$ 160, um impasse porque a burocracia sindical do Sticcero não conseguiu impor a proposta da empresa aos trabalhadores. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia, Altair Donizete, ainda há grandes chances de novas paralisações nos canteiros de obras novamente.
O anúncio das demissões vai aumentar o descontentamento dos trabalhadores e impulsionar ainda mais as lutas dos operários em Jirau e capacidade de manobra da burocracia sindical vão diminuir consideravelmente.
O governo e a burocracia sindical que controla os sindicatos e as centrais sindicais sabiam das demissões, mas não fizeram nada e não alertaram os trabalhadores sobre as demissões para não haver conflitos novamente. Uma verdadeira traição contra os trabalhadores, que estão sendo prejudicados em benefício das empreiteiras que recebem bilhões de reais do dinheiro da população doados pelo governo federal.
Os trabalhadores devem se organizar de maneira independente da burocracia sindical e do governo e se colocar contra as demissões e a perseguição política. Nenhum trabalhador deve ser demitido.
Pela retomada da greve dos trabalhadores da construção da usina de Jirau até a conquista de suas reivindicações.

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