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quarta-feira, 6 de abril de 2011

A privatização dos Correios está sendo feita pelo governo do PT

Não adianta mentir
A privatização dos Correios está sendo feita pelo governo do PT
Apesar dos discursos do governo Dilma e da direção da ECT de que os Correios não serão privatizados, os fatos evidenciam que a política do governo é exatamente a mesma do PSDB para roubar e esfolar a população
O governo do PT e a direção dos Correios vêm declarando na imprensa e através do boletim Primeira Hora (publicação interna da ECT) que os Correios brasileiros não serão privatizados e que aqueles que afirmam o contrário estariam divulgando “falsos boatos”.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em uma solenidade de comemoração dos 42 anos da empresa, afirmou: “temos que dizer, em alto e bom som, que os Correios não serão privatizados, que isso não tem o menor cabimento. Os Correios são uma empresa absolutamente importante para o Brasil e este governo, a exemplo do governo passado, jamais vai permitir uma coisa como essa”.
Algum desavisado poderia acreditar na história do governo, mas não é necessário ir muito longe para identificar o alto nível de cinismo da declaração de Bernardo. Vejamos por que.
Para começo de conversa, o Ministério do Planejamento do governo passado, chefiado pelo próprio Paulo Bernardo, fez parte do GTI (Grupo de Trabalho Interministerial), junto com o Ministério da Casa Civil, chefiado por Dilma Rousseff, e o Ministério das Comunicações de Hélio Costa (PMDB). O GTI foi o responsável por elaborar o projeto de Correios do Brasil S.A. para distribuir o dinheiro da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) aos capitalistas, por meio da venda das ações da empresa. Esse projeto chegou a ser encaminhado ao Congresso em 2010.
Dá para acreditar no que diz Paulo Bernardo? Será verdade que não passa pela cabeça do governo privatizar os Correios? Está muito claro que não.

Novo estatuto


O governo e a direção da ECT estão modificando o estatuto da empresa. As mudanças estão sendo feitas escondidas dos trabalhadores e da população, que não têm acesso ao documento.
O sigilo do governo tem uma única explicação: as mudanças preparadas significam na prática a privatização dos Correios. É possível fazer essa afirmação levando-se em conta apenas as poucas partes do documento que foram anunciadas.
De acordo com o presidente da ECT, Wagner Pinheiro, entre as mudanças previstas no novo estatuto estão: os Correios poderão ser sócios majoritários ou minoritários de empresas privadas, poderão criar empresas subsidiárias, além de ter o chamado modelo de gestão da empresa modificado para um modelo típico de empresas de capital aberto.
O que está sendo preparada é a própria privatização da empresa. Com as modificações anunciadas, o caminho fica aberto para que empresas privadas lucrem com os serviços que deveriam ser exclusividade da empresa estatal. É um esquema de distribuição de dinheiro público aos capitalistas. Os abutres internacionais vão utilizar a mão de obra e toda a estrutura já formada da ECT para lucrar à custa da população e dos trabalhadores brasileiros.
É um aprofundamento do que já ocorre no caso das franquias e do Banco Postal, por exemplo. Ambos os casos consistem na distribuição do dinheiro público da ECT a empresários e banqueiros. As Agências Franqueadas são um esquema de favorecimento de empresários apadrinhados de diretores dos Correios, que lucram com serviços que deveriam ser feitos pela ECT. O Banco Postal é a distribuição de bilhões aos banqueiros, o Bradesco, com quem os Correios têm contrato, lucra com a exploração da mão de obra dos atendentes, que têm que fazer o serviço de bancários.

O mesmo projeto que FHC


Só mesmo um governo muito cínico pode afirmar que não tem a intenção de privatizar os Correios. Tanto o projeto de Correios S.A., como as mudanças do estatuto que estão sendo elaboradas, são um desejo antigo dos capitalistas nacionais e internacionais que defendem a privatização da empresa.

Esse mesmo jornal publicou na última semana uma matéria sobre uma reportagem do Jornal do Brasil de 1999 que anuncia a privatização dos Correios pelo governo tucano de FHC.
Entre as modificações propostas pelo governo do PSDB estão a transformação da empresa em uma Sociedade Anônima (exatamente Correios do Brasil S.A.) e a criação de empresas subsidiárias. Em determinado trecho, a matéria do JB afirma que “o governo deverá fazer a cisão dos Correios em várias empresas, conforme a segmentação dos serviços, criando subsidiárias, coligadas ou controladas. O governo irá ainda abrir o capital dos Correios, com venda de ações.” (Jornal do Brasil, 3/5/1999).
Coincidência? Nenhuma. A reportagem expõe a intenção do governo de colocar plenamente em prática a transformação da empresa em 10 anos, ou seja, tudo deveria estar concluído em 2009, exatamente o ano da criação, pelo GTI do governo Lula, do projeto da S.A.
O governo do PT faz a política do PSDB. A diferença aí é apenas uma: em 1999, os jornais capitalistas e o governo falavam abertamente em “privatização”. Hoje, o governo do PT, cinicamente e temendo a reação dos trabalhadores, querem fazer tudo às escondidas, inclusive afirmando que “de jeito nenhum os Correios serão privatizados”.
No entanto, por mais que tentem negar, os fatos estão evidentes para quem quer ver. Aqueles que confiavam minimamente no discurso do PT durante as eleições se deparam agora com a dura realidade. O voto no PT foi na verdade um voto no PSDB e em toda a política defendida abertamente pela direita de privatizações e espoliações dos trabalhadores brasileiros. Convocamos todos os trabalhadores e repudiar e a se mobilizar contra esse roubo do patrimônio brasileiro que está sendo preparado pelo governo.

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