Para privatizar
Trabalhadores dos Correios ficam sem atendimento médico
Trabalhadores dos Correios ficam sem atendimento médico
Em várias regiões há falta de hospitais conveniados e faltam médicos nos setores de trabalho
O caos nos setores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) está atingindo o serviço de distribuição, triagem, tratamento e atendimento. Os trabalhadores enfrentam o excesso de trabalho, por canta principalmente da falta de funcionários, que obriga a realização de dobras, horas-extras cotidianas e trabalho no final de semana. Para piorar, há a falta de materiais de trabalho adequado, deixando a situação no setor de trabalho cada vez mais precária.O caos nos Correios também atinge os serviços obrigatórios que a empresa deveria fornecer aos trabalhadores para garantir o mínimo de saúde aos seus funcionários, como é o caso do serviço médico. Os trabalhadores do Correio Central de São Paulo denunciaram na última semana que o setor está sem médico. Uma funcionária passou mal e teve que ser socorrida pelos próprios companheiros de trabalho, que a levaram para casa.
A funcionária passa bem, mas o risco de um incidente mais grave preocupa os trabalhadores. A direção da ECT está terceirizando todo o serviço médico da empresa, o que significa uma piora no atendimento aos trabalhadores. As empresas contratadas para fornecer o serviço normalmente não cumprem o contrato, não paga adequadamente seus médicos, o que resulta em problemas como o que ocorreu no Correio Central.
No Jaguaré, também em São Paulo, maior setor da categoria, esse mesmo jornal denunciou que uma funcionária terceirizada da limpeza morreu depois de passar mal. A trabalhadora ficou horas esperando a chegada da ambulância, porque o setor, com cerca de 4 mil funcionários, não possui uma.
Estes incidentes não são meras coincidências. A direção dos Correios está em uma ofensiva contra os direitos mais básicos dos trabalhadores. O convênio médico da empresa, uma conquista importante da luta da categoria, está sendo desmontado pela direção da ECT em todos os lugares. Se a direção da empresa for bem sucedida no seu objetivo de extinguir o convênio médico dos trabalhadores, significaria uma perda salarial de aproximadamente R$ 5 mil no salário da categoria.
Não é à toa que a empresa quer acabar com isso. No seu objetivo de entregar os Correios brasileiros aos capitalistas, privatizando a empresa, a direção da ECT precisa acabar com esse direito dos trabalhadores para aumentar os lucros desses abutres internacionais.
Em São Paulo, vários hospitais foram descredenciados e não atendem mais o convênio dos Correios. Algumas regiões estão com enorme defasagem de hospital, como a zona leste, a mais populosa da grande São Paulo, que perdeu quase todos os hospitais. Os trabalhadores têm que percorrer distâncias cada vez maiores para conseguir um atendimento pelo convênio.
No país inteiro há casos de perda de convênio, rompimento de contratos com a Unimed, descredenciamento de hospitais etc. os trabalhadores devem ter claro que isso é um ataque da direção da ECT, em seu esforço para privatizar os Correios.
Diante disso, os trabalhadores devem exigir melhores atendimentos nos setores de trabalho e ampliação do serviço médico da categoria.
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