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terça-feira, 15 de março de 2011

Direção da ECT contrata, sem licitação, organizadora do novo concurso

Concurso dos Correios
Direção da ECT contrata, sem licitação, organizadora do novo concurso
Apesar de finalmente ter anunciado o organizador do concurso, a contratação foi feita sem licitação e por um valor mais caro do que a anterior, R$ 32 milhões

Depois de muita enrolação, a direção dos Correios publicou no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira, dia 14, o anúncio da escolha da nova organizadora do concurso público. A escolhida foi o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) para a realização do concurso da empresa.
Segundo o que foi anunciado, os candidatos que se inscreverem no concurso disputarão cerca de oito mil vagas distribuídas entre os diferentes cargos. Número de vagas, diga-se de passagem, insuficiente para o problema de falta de funcionários da empresa. Os cargos relacionados são de carteiro, OTT (Operador de Triagem e Transbordo), atendente comercial, analista de correios, analista de saúde, auxiliar de enfermagem do trabalho, enfermeiro do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho e técnico em segurança do trabalho.
Desde dezembro de 2009 o concurso dos Correios, com mais de um milhão de inscritos, está parado e chegou a ser cancelado no final de 2010 depois de contestação do Ministério Público. O MP contestou a contratação da Cesgranrio como organizadora da prova, alegando irregularidades. A Cesgranrio foi escolhida por meio de dispensa de licitação, ou seja, o contratado foi firmado entre as partes sem licitação da empresa estatal.
Apesar do gravíssimo problema de falta funcionários em todos os setores do País, a direção da empresa vem enrolando os trabalhadores, sem contratar funcionários.
Por conta desse problema, o excesso de serviço nos setores está se tornando um problema sério. Os trabalhadores estão enfrentando uma carga de trabalho bem maior, com menos funcionários, o que resulta em dobras e horas-extras constantes. O número de trabalhadores doentes é muito grande e faltam materiais adequados para o trabalho, os setores estão um verdadeiro caos, com atrasos nas entregas.
A falta de funcionários e a calamidade nos setores fazem parte da política de privatização dos Correios, aumentando a exploração dos trabalhadores para aumentar os lucros da empresa, para beneficiar os capitalistas que querem colocar as mãos na estatal. O visível aumento da terceirização a partir do final de 2010 é prova dessa política para explorar mais a categoria. Os terceirizados, além de não receberem os mesmos direitos e salários dos concursados, sofrem com atrasos e calotes por parte das empresas terceirizadas.
O anúncio da contratação de Cespe/UnB não veio junto com a publicação das datas das provas, o que faz os trabalhadores ainda suspeitarem se realmente o concurso vai acontecer. Até agora foram apenas promessas da direção da ECT. Um agravante é o fato de que a Cespe/UnB foi contratada em condições parecidas com a da Cesgranrio, ou seja, por meio de dispensa de licitação.
O valor do contrato foi de R$ 32,770 milhões e ocorreu sem licitação. O valor é maior do que o contestado pelo MP no contrato com a Cesgranrio que era de cerca de R$ 26 milhões. O contrato com a Cespe/UnB além de ocorrer sob as mesmas condições é ainda mais caro, o que implica mais suspeitas contra a direção da ECT.
Os trabalhadores exigem a contratação imediata de no mínimo 30 mil novos ecetistas, a abertura imediata do concurso, o fim da terceirização e a incorporação de todos os terceirizados que já estejam trabalhando nos Correios aos quadros da empresa.

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