Concurso dos Correios
Direção da ECT contrata, sem licitação, organizadora do novo concurso
Direção da ECT contrata, sem licitação, organizadora do novo concurso
Apesar de finalmente ter anunciado o organizador do concurso, a contratação foi feita sem licitação e por um valor mais caro do que a anterior, R$ 32 milhões
Segundo o que foi anunciado, os candidatos que se inscreverem no concurso disputarão cerca de oito mil vagas distribuídas entre os diferentes cargos. Número de vagas, diga-se de passagem, insuficiente para o problema de falta de funcionários da empresa. Os cargos relacionados são de carteiro, OTT (Operador de Triagem e Transbordo), atendente comercial, analista de correios, analista de saúde, auxiliar de enfermagem do trabalho, enfermeiro do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho e técnico em segurança do trabalho.
Desde dezembro de 2009 o concurso dos Correios, com mais de um milhão de inscritos, está parado e chegou a ser cancelado no final de 2010 depois de contestação do Ministério Público. O MP contestou a contratação da Cesgranrio como organizadora da prova, alegando irregularidades. A Cesgranrio foi escolhida por meio de dispensa de licitação, ou seja, o contratado foi firmado entre as partes sem licitação da empresa estatal.
Apesar do gravíssimo problema de falta funcionários em todos os setores do País, a direção da empresa vem enrolando os trabalhadores, sem contratar funcionários.
Por conta desse problema, o excesso de serviço nos setores está se tornando um problema sério. Os trabalhadores estão enfrentando uma carga de trabalho bem maior, com menos funcionários, o que resulta em dobras e horas-extras constantes. O número de trabalhadores doentes é muito grande e faltam materiais adequados para o trabalho, os setores estão um verdadeiro caos, com atrasos nas entregas.
A falta de funcionários e a calamidade nos setores fazem parte da política de privatização dos Correios, aumentando a exploração dos trabalhadores para aumentar os lucros da empresa, para beneficiar os capitalistas que querem colocar as mãos na estatal. O visível aumento da terceirização a partir do final de 2010 é prova dessa política para explorar mais a categoria. Os terceirizados, além de não receberem os mesmos direitos e salários dos concursados, sofrem com atrasos e calotes por parte das empresas terceirizadas.
O anúncio da contratação de Cespe/UnB não veio junto com a publicação das datas das provas, o que faz os trabalhadores ainda suspeitarem se realmente o concurso vai acontecer. Até agora foram apenas promessas da direção da ECT. Um agravante é o fato de que a Cespe/UnB foi contratada em condições parecidas com a da Cesgranrio, ou seja, por meio de dispensa de licitação.
O valor do contrato foi de R$ 32,770 milhões e ocorreu sem licitação. O valor é maior do que o contestado pelo MP no contrato com a Cesgranrio que era de cerca de R$ 26 milhões. O contrato com a Cespe/UnB além de ocorrer sob as mesmas condições é ainda mais caro, o que implica mais suspeitas contra a direção da ECT.
Os trabalhadores exigem a contratação imediata de no mínimo 30 mil novos ecetistas, a abertura imediata do concurso, o fim da terceirização e a incorporação de todos os terceirizados que já estejam trabalhando nos Correios aos quadros da empresa.
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