PCdoB/CTB defende a terceirização e a privatização
A reivindicação da diretoria do Sintect-SP é o aumento dos terceirizados nos setores, exatamente a política da direção da empresa e dos capitalistas que querem privatizar os Correios
O PCdoB, diretoria do maior sindicato dos Correios do País, o Sintect-SP, mais uma vez não consegue esconder o completo alinhamento de sua política com a da direção dos Correios.
No portal do sindicato na internet, a diretoria do sindicato defende abertamente a terceirização na empresa, anunciando que uma das reivindicações levadas pelo sindicato à direção da empresa foi aumento na contratação de MOTs (Mão de Obra Temporária). “A necessidade urgente de contratações e de realização de concurso público, solicitando a definição de data para o mesmo, assim como o aumento dos MOTs, pois a quantidade fornecida a DR/SPM não foi suficiente para amenizar a demanda [grifo nosso]”.
O PCdoB/CTB incentiva a política de terceirização dos Correios. O fato de que os setores em São Paulo estejam abarrotados de terceirizados não só é ignorado, há a consideração de que o número de MOTs não seria o suficiente (!).
A defesa da contratação de mais terceirizados revela que o PCdoB/CTB não está minimamente preocupado com reais contratações e com o concurso público. A colocação no começo da frase é apenas um discurso para disfarçar o real conteúdo.
Dizer que o concurso é urgente não é novidade para ninguém, muito menos para a direção da empresa, que não contrata e não abre concurso justamente porque sua política é a terceirização. Essa sim, ao contrário do que diz a diretoria do Sintect-SP, está ocupando aos montes os setores de trabalho e justamente essa política de terceirização a que está sendo defendida pelo PCdoB/CTB.
A terceirização, desejada pelo PCdoB, significa a destruição da categoria dos Correios e a privatização da empresa. Ao invés de organizar os trabalhadores para exigir de fato mais contratações e a abertura imediata do concurso público, preferem fazer discurso para a direção corrupta da empresa e pior, dão o aval para a política de terceirização (privatização) dos Correios.
Além de todo o problema político, a contratação dos terceirizados e MOTs não resolverá o problema de completa falta de funcionários. Os terceirizados, como é possível presenciar no dia-a-dia, são usados como “bucha de canhão” pela empresa, ganhando menores salários e sem direitos, com contratos temporários, sem vínculo necessário para uma preparação efetiva para realizar o trabalho de carteiros, OTTs, atendentes etc.
A quantidade de terceirizados nos setores dos Correios aumentou consideravelmente nos últimos meses, fruto da política de privatização. A “reivindicação” da diretoria do Sintect-SP é tão absurda que, se for atendida pela empresa, o número de MOTs que seriam contratados para suprir a demanda de funcionários iria quase se igualar ao número de contratados. Seria a institucionalização definitiva da terceirização. Exatamente o maior desejo dos capitalistas que querem privatizar os Correios.
O PCdoB/CTB foi colocado na diretoria do Sintect-SP, através de duas eleições fraudadas para cumprir o papel dos patrões no sindicato, que é o maior do País. Isso significa frear a luta dos trabalhadores contra a privatização. É o que está sendo provado mais uma vez.
Está na ordem do dia a luta contra a privatização da ECT, que passa por lutar contra a terceirização, e pela contratação de no mínimo 30 mil novos ecetistas e pela abertura imediata do concurso público. Os terceirizados estão sendo contratados, pois recebem baixos salários e não tem os mesmos direitos dos contratados, por isso, devemos exigir a incorporação imediata aos quadros da empresa de todos os terceirizados que já estejam trabalhando, para unir os trabalhadores contra os ataques que estão sendo preparados pelos patrões.
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