PLR dos Correios
Não aceitar nenhum critério contra os trabalhadores
Não aceitar nenhum critério contra os trabalhadores
A direção da ECT quer impor critérios para novamente deixar os trabalhadores com uma PLR miserável e para isso conta com a ajuda dos sindicalistas
Estão acontecendo as reuniões entre a comissão de negociação da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) para decidir sobre o pagamento da PLR aos trabalhadores.Nesta quinta-feira, dia 3, será a quarta reunião. O que tem sido presenciado nas reuniões é uma a mal disfarçada intenção da direção da empresa de atacar a fundo os trabalhadores, com a total conivência dos sindicalistas da Fentect. Isso porque a direção dos Correios, a mesma que foi nomeada pelo governo para privatizar a empresa, não quer pagar a categoria e já colocou em prática o plano de baratear o custo da mão de obra para aumentar os lucros dos capitalistas com a empresa.
Para isso, estão tentando impor aos trabalhadores uma série de critérios absurdos para restringir ao máximo o pagamento da PLR. De acordo com os negociadores da empresa, o trabalhador não poderá faltar, não poderá ficar doente, não poderá revindicar nada com medo de receber uma punição e, claro, não poderá fazer greve.
Os critérios impostos pela empresa são cobertos com justificativas morais cínicas e que revelam o nível de degradação moral dos ex-sindicalistas que negociam em seu nome, ou seja, aquele que não faltar ganha mais do que faltar, o que pareceria muito justo.
Os que pedem justiça, sempre é bom lembrar, fazem parte da direção da empresa que tem sido o centro dos escândalos de corrupção no governo do PT.
No entanto, por detrás dessa “justiça” está a escravização cada vez maior dos trabalhadores. O que a direção da ECT quer são trabalhadores que não podem sequer respirar fora de hora. Os “moralistas e justos” estiveram enriquecendo com dezenas de casos de corrupção nos últimos anos, enquanto os trabalhadores trabalham sem descansar para ganhar uma miséria.
A PLR (Participação nos Lucros e Resultados)não passa de um abono dado aos trabalhadores como forma de enfraquecer a luta pelo aumento salarial, a única forma de melhorar de fato a situação da categoria. Com esses critérios, a empresa quer tornar esse abono mais uma maneira de escravizar os trabalhadores. Depois disso, com o excesso de carga nos setores que está adoecendo os trabalhadores, e depois do acordo bianual que deixou a categoria sem luta e sem aumento em 2010, a direção dos Correios deveria propor a volta dos castigos corporais... seria mais sincero da parte dela.
O papel dos sindicalistas: capitães do mato a favor da privatização
Diante de mais esse ataque da empresa, os sindicalistas, que deveriam representar os trabalhadores, adotaram uma política de conivência com a direção dos Correios no seu ataque contra os trabalhadores para preparar a privatização. Enquanto os representantes da ECT apresentam esses critérios, os sindicalistas concordaram em apresentar novos critérios baseados naqueles que a empresa apresentou, com o argumento de que seria mais “justo” do que o da direção da ECT. Note que é exatamente o mesmo argumento dos patrões para não pagar os trabalhadores.
É uma traição desses sindicalistas que estão fazendo o jogo da direção da ECT para punir a categoria que trabalhou o ano inteiro sob as piores condições possíveis, agüentando o assédio da chefia, o excesso de trabalho, a falta de funcionários, a falta de materiais de trabalho, as doenças do trabalho etc.
Se a empresa quiser impor critérios aos trabalhadores, ela que arque com as conseqüências, não é trabalho de sindicalista ajudar a empresa a escravizar os trabalhadores. É uma monstruosa traição desses que deveriam representar a categoria.
Todos os grupos políticos presentes na reunião apresentam a mesma política de colaboração coma empresa. Da direita do PT e o PCdoB até o PSTU/Conlutas e MRL. Esses últimos, inclusive, estão seguindo à risca o que está sendo ditado pelos mesmos corruptos e fraudadores responsáveis pela aprovação do acordo bianual em 2009, contra a vontade de toda a categoria.
PSTU/Conlutas e MRL passaram todo o ano de 2010 e uma parte de 2009 dizendo que combatiam o bloco traidor da Fentect (Articulação/PT e PCdoB), que havia assinado o acordo bianual. Agora, apresentam uma vergonhosa política de capitulação política diante desses mesmos traidores. Com um agravante: a política de privatização dos Correios – à qual eles também diziam se opor – está, mais do que nunca, na ordem do dia para ser colocada em prática pelo governo.
Os sindicalista do PT, do PcdoB e do PSTU estão prontos para fazer o papel de capitães do mato dos trabalhadores em favor da privatização da empresa.
Os trabalhadores devem rejeitar todos os critérios que a direção da ECT quer impor, junto com os sindicalistas da Fentect, para escravizar ainda mais a categoria. Nenhum critério é “justo”. O único objetivo da direção da empresa nesse momento é seguir seu caminho ruma à privatização, através da super-exploração e de todas as mudanças já anunciadas no novo estatuto da ECT.
- PLR igual para todos;
- Rejeitar todo e qualquer critério que só serve para escravizar a categoria;
- Não á privatização dos Correios.
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