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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Está em marcha a maior de todas as traições à categoria ecetista

O PSTU/Conlutas quer dividir a organização da categoria
A política de divisão da categoria é apoiar, defender e encobrir as traições da burocracia sindical do PT e do PCdoB no momento da privatização da ECT
O PSTU/Conlutas quer repetir nos Correios aquilo que já realizou em outras categorias, como os petroleiros, e lança um novo ataque para dividir os trabalhadores, em defesa da burocracia sindical. No início de abril, no dia 9, a Conlutas publicou em seu portal na internet um “Manifesto do lançamento da Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios” (que publicamos na íntegra abaixo).
Com o lançamento dessa “frente” (FNTC), o PSTU está tentando impor aos trabalhadores dos Correios uma política de traição muito maior do que as inúmeras traições que a burocracia sindical da maioria da Fentect (Federação nacional dos Trabalhadores dos Correios) da direita do PT do PCdoB já realizou em vários anos.
A Frente Nacional é o resultado do enterro do bloco dos 17 sindicatos, que o PSTU/Conlutas sabotou de todas as maneiras possíveis e imagináveis para fazer exatamente o que está fazendo agora: um curralzinho político com sindicalistas covardes que querem fazer discursos radicais, mas que morrem de medo de enfrentar, de fato, a burocracia sindical do PT e do PCdoB.
No momento em que os trabalhadores estão se levantando contra essa burocracia sindical traidora, a política do PSTU/Conlutas é a de dividir a federação. Ao invés de organizar a luta dos trabalhadores e convocar a categoria a derrotar de uma vez por todas os traidores o PSTU está tentando ensinar para os trabalhadores ecetistas que a melhor política é se esconder. Além de uma gigantesca traição, é uma enorme demonstração de covardia.
A malandragem do manifesto publicado pelo PSTU/Conlutas consiste em esconder seu verdadeiro objetivo, que é justamente a divisão da categoria através da divisão da Federação Nacional. No entanto, é necessário afirmar claramente o que esse grupo está tentando esconder, embora diga ao “pé do ouvido” sempre que o interessa que seu maior objetivo é justamente romper com a federação e formar uma federação paralela, minúscula, “pura” e com meia-dúzia (literalmente) de sindicatos.
Para quem ainda tem dúvidas, basta ver o que o PSTU promoveu nos petroleiros. Romperam com a organização real da categoria, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e fundaram com meia-dúzia de sindicatos a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), uma fantasia sindical que serve para abrir o caminho para a burocracia sindical da FUP aprovar toda a política do governo e dos patrões.
É importante assinalar que a FNP, atual federaçãoo, começou exatamente como “Frente”.
Essa é a intenção do PSTU/Conlutas ao formar a tal FNTC, conforme os companheiros da corrente Ecetistas em Luta, do PCO, já vinham denunciando. A intenção é dar a possibilidade da burocracia sindical da maioria da Fentect de aprovar tudo o que quer, no momento em que enfrenta uma crise terminal em todos os sindicatos do País. Mas a crise da burocracia não é a questão central. Esta política é colocada em prática exatamente no momento em que o governo do PT avança na privatização da ECT. É uma manobra tão favorável ao governo que é difícil acreditar que não esteja sendo estimulada pela própria direção da ECT.
Vejamos alguns exemplos: em 2009, a direta do PT e o PCdoB aprovaram, contra a categoria e a favor da direção da ECT, o acordo bianual e deixaram os trabalhadores sem campanha salarial em 2010. O golpe foi tão grande e a disposição dos trabalhadores de aceitá-lo foi tão pequena que a burocracia sindical não conseguiu seguir adiante nos seus planos e é obrigada a renegar o que ela mesma havia defendido. Também em função daquele golpe, houve um esfacelamento geral da burocracia e metade dos sindicatos formou a Frente dos 17 sindicatos contra o Acordo Bianual, que aprofundou a crise da burocracia e quase levou a maioria da federação a uma derrota completa.
De lá para cá, essa crise só aumentou. Nas atuais discussões da PLR a burocracia simplesmente não consegue aprovar a proposta da empresa, tamanha é a rejeição da categoria.
Durante todo este período, conforme denunciamos desde o início, o PSTU trabalhou com um único objetivo: destruir o bloco dos 17 e aproveitar a crise para construir o seu pequeno guetho sindical.
Por fim, diante dos enormes ataques contra os trabalhadores com o objetivo de privatizar a empresa, como o excesso de trabalho, a falta de funcionários, terceirização e a própria privatização, a categoria começa a se levantar espontaneamente em diversos setores espalhados em vários estados. Uma centena de greves, paralisações e pequenas manifestações pipocaram nos setores, dando o tom e a temperatura da situação política geral na base dos trabalhadores.
Qual é a “saída” do PSTU? Se esconder e chamar a categoria a fazer o mesmo. Não contribui com a crise da burocracia sindical, mas alivia a situação dos traidores. Se nesse momento, a fraqueza da burocracia não permite sequer a aprovação da PLR, a divisão da categoria, como quer o PSTU/Conlutas, vai permitir que os traidores do PT e do PCdoB retomem uma maioria folgada na federação para poder realizar a vontade sua política. É a maior traição possível , encoberta com um cínico discurso combativo de oposição ao “governismo”.
O golpe que quer dar o PSTU é uma manobra típica de quem quer encobrir e defender aqueles que estão sendo derrotados pela luta dos trabalhadores. Uma manobra rasteira que não convence ninguém, até mesmo as diretoria da meia-dúzia dos sindicatos em questão estão divididas. Só mesmo um ingênuo em política ou um mal intencionado poderia acreditar que saindo correndo e se escondendo vai ser possível enfrentar a burocracia.
O PSTU/Conlutas fala muito em “antigovernismos”. Sua ação, ao dividir a categoria, é justamente a de apoiar o governo do PT-PCdoB, o que dá continuidade e aprofunda o que o PSTU já vem fazendo há muito tempo nos Correios. Apenas para citar um exemplo, o próprio calendário de lutas aprovado pela Fentect e que o PSTU diz cinicamente em seu manifesto que irá denunciar, está sendo defendido conjuntamente com os “governistas” da federação que apóiam a direção dos Correios. Tanto que, quando a Frente dos 17 aprovou um ato em frente ao edifício sede em Brasília, com ocupação, o PSTU/Conlutas foi o primeiro a boicotar a manifestação, não levando um representante sequer, mas comparecendo no dia seguinte a um ato farsa convocado pelos “governistas” da maioria da Fentect.
Esse é o verdadeiro e único significado da Frente fundada pelo PSTU/Conlutas e de sua política de divisão da categoria: apoiar as traições da burocracia sindical e impedir que os trabalhadores imponham uma derrota definitiva a ela. A categoria dos Correios e todos os trabalhadores devem estar atentos a essa traição e denunciar claramente as tentativas de dividir sua luta.
É preciso chamar todos os trabalhadores que querem lutar a denunciar esta manobra traiçoeira colocada em marcha pelo PSTU/Conlutas e que pode envolver os sindicalistas atrasados propensos a cair na lorota de que a ruptura da federação representa uma luta e não uma monstruosa ajuda à burocracia do PT e do PCdoB.

sábado, 16 de abril de 2011

Empreiteiras preparam seis mil demissões

Conflito em Jirau
Empreiteiras preparam seis mil demissões
Um mês após os conflitos entre trabalhadores e empresa, seguido de uma grande greve, empreiteiras anunciam demissões de mais de 6 mil trabalhadores para conter a situação explosiva no canteiro de obras
Após o encerramento da greve dos trabalhadores do canteiro de obras da construção da Usina Hidrelétrica de Jirau e a retomada das atividades da obra, com o apoio irrestrito da burocracia sindical, governo federal e empreiteiras, as empresas responsáveis anunciam a demissão de mais de 6 mil trabalhadores.
Segundo as empresas o que motivou as demissões foi a contratação exagerada de trabalhadores, “demissões são naturais e a Camargo Corrêa sabia que contratou mais gente do que o adequado” — disse o ministro Gilberto Carvalho, as Secretaria Geral da Presidência, responsável pelas resolução dos problemas nas obras do PAC.
As demissões vão atingir quase 30% do efetivo total de 22 mil operários da obra, o que vai representar uma limpeza no quadro de trabalhadores, principalmente que participaram das greves e das manifestações.
A crise foi tão grande que até o prazo de entrega da obra, que estava para ser concluída em 2012, foi adiado por mais um ano. Com isso, a massa de trabalhadores e o ritmo das obras foram reduzidos, na tentativa de resolver o descontentamento dos trabalhadores e, conseqüentemente, novas greves e conflitos.

Economizar dinheiro e “problemas”


Segundo as empreiteiras os trabalhadores demitidos seriam os que foram deslocados de seus estados de origem para Rondônia. Esses trabalhadores seriam os mais descontentes com a situação, pois são estes os mais dependentes da empresa. Dependem diretamente do alojamento, do comércio instalado no canteiro de obras e controlado diretamente pela empresa com preços muito elevados, transporte para suas cidades de origem, entre outros.

As demissões destes operários que são os principais participantes do movimento grevista com reivindicações próprias e custosas as empreiteiras, como pagamento do transporte para seus lares em outros estados e licença de 5 dias para visitarem suas famílias, vem de encontro com o aumento do lucro das empreiteiras nas costas dos trabalhadores, que contratando mão-de-obra local seriam mais barata e com menos despesas.

A crise está aberta


Apesar de todas as manobras realizadas pela burocracia sindical (CUT, Força Sindical, Sticcero), o governo do PT e das empreiteiras (Camargo Corrêa) contra os trabalhadores a crise ainda não está resolvida.

O descontentamento dos trabalhadores ainda é muito grande, a retomada das obras está sendo realizada aos poucos e, hoje, apenas 8 mil trabalhadores estão no canteiro de obras realizando normalmente suas atividades. Os outros aguardam em suas casas a retomada completa das obras.
A campanha salarial da categoria está ocorrendo e não se chegou a nenhum acordo, os trabalhadores reivindicam 30% de aumento salarial e cesta básica de R$ 350,00, onde hoje é de R$ 110,00. Na negociação do dissídio coletivo, a empresa ofereceu 8% de reajuste mais cesta básica de R$ 160, um impasse porque a burocracia sindical do Sticcero não conseguiu impor a proposta da empresa aos trabalhadores. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia, Altair Donizete, ainda há grandes chances de novas paralisações nos canteiros de obras novamente.
O anúncio das demissões vai aumentar o descontentamento dos trabalhadores e impulsionar ainda mais as lutas dos operários em Jirau e capacidade de manobra da burocracia sindical vão diminuir consideravelmente.
O governo e a burocracia sindical que controla os sindicatos e as centrais sindicais sabiam das demissões, mas não fizeram nada e não alertaram os trabalhadores sobre as demissões para não haver conflitos novamente. Uma verdadeira traição contra os trabalhadores, que estão sendo prejudicados em benefício das empreiteiras que recebem bilhões de reais do dinheiro da população doados pelo governo federal.
Os trabalhadores devem se organizar de maneira independente da burocracia sindical e do governo e se colocar contra as demissões e a perseguição política. Nenhum trabalhador deve ser demitido.
Pela retomada da greve dos trabalhadores da construção da usina de Jirau até a conquista de suas reivindicações.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Trabalhadores dos Correios ficam sem atendimento médico

Para privatizar
Trabalhadores dos Correios ficam sem atendimento médico
Em várias regiões há falta de hospitais conveniados e faltam médicos nos setores de trabalho
O caos nos setores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) está atingindo o serviço de distribuição, triagem, tratamento e atendimento. Os trabalhadores enfrentam o excesso de trabalho, por canta principalmente da falta de funcionários, que obriga a realização de dobras, horas-extras cotidianas e trabalho no final de semana. Para piorar, há a falta de materiais de trabalho adequado, deixando a situação no setor de trabalho cada vez mais precária.
O caos nos Correios também atinge os serviços obrigatórios que a empresa deveria fornecer aos trabalhadores para garantir o mínimo de saúde aos seus funcionários, como é o caso do serviço médico. Os trabalhadores do Correio Central de São Paulo denunciaram na última semana que o setor está sem médico. Uma funcionária passou mal e teve que ser socorrida pelos próprios companheiros de trabalho, que a levaram para casa.
A funcionária passa bem, mas o risco de um incidente mais grave preocupa os trabalhadores. A direção da ECT está terceirizando todo o serviço médico da empresa, o que significa uma piora no atendimento aos trabalhadores. As empresas contratadas para fornecer o serviço normalmente não cumprem o contrato, não paga adequadamente seus médicos, o que resulta em problemas como o que ocorreu no Correio Central.
No Jaguaré, também em São Paulo, maior setor da categoria, esse mesmo jornal denunciou que uma funcionária terceirizada da limpeza morreu depois de passar mal. A trabalhadora ficou horas esperando a chegada da ambulância, porque o setor, com cerca de 4 mil funcionários, não possui uma.
Estes incidentes não são meras coincidências. A direção dos Correios está em uma ofensiva contra os direitos mais básicos dos trabalhadores. O convênio médico da empresa, uma conquista importante da luta da categoria, está sendo desmontado pela direção da ECT em todos os lugares. Se a direção da empresa for bem sucedida no seu objetivo de extinguir o convênio médico dos trabalhadores, significaria uma perda salarial de aproximadamente R$ 5 mil no salário da categoria.
Não é à toa que a empresa quer acabar com isso. No seu objetivo de entregar os Correios brasileiros aos capitalistas, privatizando a empresa, a direção da ECT precisa acabar com esse direito dos trabalhadores para aumentar os lucros desses abutres internacionais.
Em São Paulo, vários hospitais foram descredenciados e não atendem mais o convênio dos Correios. Algumas regiões estão com enorme defasagem de hospital, como a zona leste, a mais populosa da grande São Paulo, que perdeu quase todos os hospitais. Os trabalhadores têm que percorrer distâncias cada vez maiores para conseguir um atendimento pelo convênio.
No país inteiro há casos de perda de convênio, rompimento de contratos com a Unimed, descredenciamento de hospitais etc. os trabalhadores devem ter claro que isso é um ataque da direção da ECT, em seu esforço para privatizar os Correios.
Diante disso, os trabalhadores devem exigir melhores atendimentos nos setores de trabalho e ampliação do serviço médico da categoria.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Correios franceses demitiram mais de 11 mil trabalhadores em 2010

Planos para privatizar
Correios franceses demitiram mais de 11 mil trabalhadores em 2010
Os problemas dos trabalhadores dos correios franceses são semelhantes aos dos brasileiros, que sofrem com as péssimas condições de trabalho devido à falta de funcionários. A intenção é aumentar a exploração para entregar as empresas para os capitalistas
Assim como no Brasil, o governo francês está modificando os correios do país (La Poste), o que resultou, somente em 2010, em 11.694 postos de trabalho suprimidos. Em decorrência disso, os trabalhadores dos correios franceses realizaram uma paralisação no último dia 29 de março.
Em um ano, os correios franceses tiveram uma baixa de 4,7% no quando de funcionários. Dados do jornal Le Monde apontam que desde 2006, a La Poste perdeu 12,9% de seu efetivo. A empresa tinha 271.887 funcionários e em 2010, esse número caiu para 236.593. Os cortes de funcionários estão em todas as áreas: distribuição, encomendas, atendimento, banco postal, administração etc.
Segundo os cálculos dos sindicatos da categoria, em 2011, a La Poste deve perder ainda mais trabalhadores, cerca de 10 mil.
A greve que ocorreu na última semana de março paralisou a empresa para protestar contra os cotes dos postos de trabalho e contra as péssimas condições de trabalho nos setores. Os trabalhadores reclamam que, com a que no número de funcionários, as condições de trabalho no setor estão ainda piores.
O problema enfrentado pelos trabalhadores franceses é o mesmo que enfrentam os trabalhadores brasileiros. A falta de funcionários está causando um enorme excesso de serviço para carteiros, OTTs (Operadores de Triagem e Transbordo), atendentes e em grande parte das funções administrativas.
Os trabalhadores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) têm um agravante. Os Correios têm apenas 107 mil funcionários. O Brasil é um país muito maior do que a França e com uma população muito maior. O Brasil tem mais de 190 milhões de habitantes, enquanto que a França tem 65 milhões. Mesmo com as demissões, os correios franceses empregam mais do que o dobro de funcionários da ECT. Se a situação dos trabalhadores dos correios da França não está boa, o que dizer em relação à dos brasileiros?
No Brasil, nos últimos anos, PDVs (Programas de Demissão Voluntária) eliminaram cerca de nove mil postos de trabalho. A situação nos setores, que já era grave, se tornou ainda mais insuportável. A abertura do novo concurso, com 9 mil vagas, deve, na melhor das hipóteses, suprir os funcionários perdidos com os PDVs. No entanto, o problema nos setores não deve ser resolvido nem minimamente, para se ter uma idéia, a reivindicação dos trabalhadores é a contratação imediata de 30 mil funcionários apenas para começar.
As demissões na La Poste fazem parte dos planos de privatizar os correios franceses. Os governos de vários países estão fazendo o mesmo, inclusive os projetos de modificação nas empresas, que na Europa são chamados de “liberalização”, são muito semelhantes em vários países e não passam de modificações para entregar essas empresas para a iniciativa privada.
As mudanças estatutárias nos Correios brasileiros seguem exatamente a mesma lógica. A diferença é que o governo brasileiro e a direção da ECT escondem dos trabalhadores a privatização, o que não ocorre nos países europeus, onde a palavra “privatizar” é dita abertamente.
A luta dos trabalhadores franceses é a mesma que a dos brasileiros. Os capitalistas internacionais em crise estão de olho nos lucros das empresas de correios nos países onde essas empresas são uma das últimas que ainda não foram privatizadas. Para se recuperar da crise, os capitalistas precisam roubar a população dos países e aumentar a exploração dos trabalhadores, por isso demitem em massa e terceirizam os postos de trabalho.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A privatização dos Correios está sendo feita pelo governo do PT

Não adianta mentir
A privatização dos Correios está sendo feita pelo governo do PT
Apesar dos discursos do governo Dilma e da direção da ECT de que os Correios não serão privatizados, os fatos evidenciam que a política do governo é exatamente a mesma do PSDB para roubar e esfolar a população
O governo do PT e a direção dos Correios vêm declarando na imprensa e através do boletim Primeira Hora (publicação interna da ECT) que os Correios brasileiros não serão privatizados e que aqueles que afirmam o contrário estariam divulgando “falsos boatos”.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em uma solenidade de comemoração dos 42 anos da empresa, afirmou: “temos que dizer, em alto e bom som, que os Correios não serão privatizados, que isso não tem o menor cabimento. Os Correios são uma empresa absolutamente importante para o Brasil e este governo, a exemplo do governo passado, jamais vai permitir uma coisa como essa”.
Algum desavisado poderia acreditar na história do governo, mas não é necessário ir muito longe para identificar o alto nível de cinismo da declaração de Bernardo. Vejamos por que.
Para começo de conversa, o Ministério do Planejamento do governo passado, chefiado pelo próprio Paulo Bernardo, fez parte do GTI (Grupo de Trabalho Interministerial), junto com o Ministério da Casa Civil, chefiado por Dilma Rousseff, e o Ministério das Comunicações de Hélio Costa (PMDB). O GTI foi o responsável por elaborar o projeto de Correios do Brasil S.A. para distribuir o dinheiro da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) aos capitalistas, por meio da venda das ações da empresa. Esse projeto chegou a ser encaminhado ao Congresso em 2010.
Dá para acreditar no que diz Paulo Bernardo? Será verdade que não passa pela cabeça do governo privatizar os Correios? Está muito claro que não.

Novo estatuto


O governo e a direção da ECT estão modificando o estatuto da empresa. As mudanças estão sendo feitas escondidas dos trabalhadores e da população, que não têm acesso ao documento.
O sigilo do governo tem uma única explicação: as mudanças preparadas significam na prática a privatização dos Correios. É possível fazer essa afirmação levando-se em conta apenas as poucas partes do documento que foram anunciadas.
De acordo com o presidente da ECT, Wagner Pinheiro, entre as mudanças previstas no novo estatuto estão: os Correios poderão ser sócios majoritários ou minoritários de empresas privadas, poderão criar empresas subsidiárias, além de ter o chamado modelo de gestão da empresa modificado para um modelo típico de empresas de capital aberto.
O que está sendo preparada é a própria privatização da empresa. Com as modificações anunciadas, o caminho fica aberto para que empresas privadas lucrem com os serviços que deveriam ser exclusividade da empresa estatal. É um esquema de distribuição de dinheiro público aos capitalistas. Os abutres internacionais vão utilizar a mão de obra e toda a estrutura já formada da ECT para lucrar à custa da população e dos trabalhadores brasileiros.
É um aprofundamento do que já ocorre no caso das franquias e do Banco Postal, por exemplo. Ambos os casos consistem na distribuição do dinheiro público da ECT a empresários e banqueiros. As Agências Franqueadas são um esquema de favorecimento de empresários apadrinhados de diretores dos Correios, que lucram com serviços que deveriam ser feitos pela ECT. O Banco Postal é a distribuição de bilhões aos banqueiros, o Bradesco, com quem os Correios têm contrato, lucra com a exploração da mão de obra dos atendentes, que têm que fazer o serviço de bancários.

O mesmo projeto que FHC


Só mesmo um governo muito cínico pode afirmar que não tem a intenção de privatizar os Correios. Tanto o projeto de Correios S.A., como as mudanças do estatuto que estão sendo elaboradas, são um desejo antigo dos capitalistas nacionais e internacionais que defendem a privatização da empresa.

Esse mesmo jornal publicou na última semana uma matéria sobre uma reportagem do Jornal do Brasil de 1999 que anuncia a privatização dos Correios pelo governo tucano de FHC.
Entre as modificações propostas pelo governo do PSDB estão a transformação da empresa em uma Sociedade Anônima (exatamente Correios do Brasil S.A.) e a criação de empresas subsidiárias. Em determinado trecho, a matéria do JB afirma que “o governo deverá fazer a cisão dos Correios em várias empresas, conforme a segmentação dos serviços, criando subsidiárias, coligadas ou controladas. O governo irá ainda abrir o capital dos Correios, com venda de ações.” (Jornal do Brasil, 3/5/1999).
Coincidência? Nenhuma. A reportagem expõe a intenção do governo de colocar plenamente em prática a transformação da empresa em 10 anos, ou seja, tudo deveria estar concluído em 2009, exatamente o ano da criação, pelo GTI do governo Lula, do projeto da S.A.
O governo do PT faz a política do PSDB. A diferença aí é apenas uma: em 1999, os jornais capitalistas e o governo falavam abertamente em “privatização”. Hoje, o governo do PT, cinicamente e temendo a reação dos trabalhadores, querem fazer tudo às escondidas, inclusive afirmando que “de jeito nenhum os Correios serão privatizados”.
No entanto, por mais que tentem negar, os fatos estão evidentes para quem quer ver. Aqueles que confiavam minimamente no discurso do PT durante as eleições se deparam agora com a dura realidade. O voto no PT foi na verdade um voto no PSDB e em toda a política defendida abertamente pela direita de privatizações e espoliações dos trabalhadores brasileiros. Convocamos todos os trabalhadores e repudiar e a se mobilizar contra esse roubo do patrimônio brasileiro que está sendo preparado pelo governo.

Trabalhadores sofrem com gerente carrasco

Correios de Minas Gerais
Trabalhadores sofrem com gerente carrasco
Os carteiros do CDD Vespasiano denunciam os abusos do gerente que está a serviço da direção da ECT para aumentar a exploração da categoria
Os trabalhadores do CDD (Centro de Distribuição Domiciliária) Vespasiano em Minas Gerais denunciam o verdadeiro caos no setor de trabalho. O gerente do setor, Antônio Augusto, está destruindo o ambiente de trabalho.
Esse gerente está transformando o setor em um inferno para os trabalhadores. Apesar de não saber nada sobre o trabalho do CDD, como todo chefe, ele quer mandar sem aceitar ou ouvir a opinião dos trabalhadores. Ele não consegue administrar os distritos de entrega e a triagem das correspondências, que antes durava cerca de 30 minutos, hoje dura mais de uma hora.
Para piorar, o setor sempre fornece carteiros para outros CDDs, mas nunca são ajudados por outros setores. Isso agrava ainda mais a falta de funcionários e o excesso de serviço. O setor está cada vez mais sobrecarregado, mas os carteiros não têm sossego, o gerente e a empresa só querem saber do trabalho feito no final do dia.
A atitude do gerente só piora a situação dos trabalhadores. Ele libera o atendimento público antes da hora, o que dificulta o trabalho dos carteiros, que têm que parar o serviço para procurar correspondências para os clientes. Muitos carteiros estão trabalhando durante o horário de almoço e antes do horário de entrada para adiantar o serviço, o gerente incentiva essa super-exploração, que resulta em dezenas de problemas de saúde dos trabalhadores, além disso, serve para esconder a verdadeira situação do CDD, que é muito precária.
Os trabalhadores exigem a saída desse gerente carrasco dos trabalhadores, que mal trata os carteiros, é arrogante e sem educação. Ele faz isso porque é um filhotinho obediente dos patrões da ECT e dos capitalistas que querem privatizar os Correios, super-explorando a categoria. Por isso ele tem tanto ímpeto em perseguir os carteiros.
O Sintect-MG (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais) e a corrente Ecetistas em Luta do PCO estão tomando providências para livrar os trabalhadores desse carrasco. Entretanto, é importante que os trabalhadores do CDD Vespasiano e de Minas Gerais saibam que os problemas enfrentados no setor fazem parte da política geral da direção da ECT e do governo de atacar a categoria para privatizar a empresa. Somente uma mobilização geral dos trabalhadores em nível nacional poderá frear todos esses ataques, começando por organizar nos setores a luta independente da categoria.

sábado, 2 de abril de 2011

Organizar o 1º de maio operário, classista, independente e socialista

Tarefa do momento
Em 2011, será realizado o sexto ato consecutivo organizado pelo Partido da Causa Operária com o objetivo de retomar as tradições de luta dos trabalhadores nesta data importante para o movimento operário
O 1º de Maio é uma das datas mais importantes para a classe operária. Há mais de um século trabalhadores de todo o mundo se organizam neste dia para realizar manifestações em defesa de suas reivindicações. Nestes atos, a classe operária usa a tradicional comemoração tanto como um meio para levantar suas reivindicações do presente e também para relembrar as lutas do passado.
Para resgatar esta tradição de luta do movimento operário, desde 2006 o Partido da Causa Operária vem realizando atos de 1º de Maio operário, socialista, classista e independente, o único no país com estas características políticas. Em 2011, será o sexto ato organizado pelo partido.
A burocracia sindical tem transformado esta data histórica de luta do movimento operário em uma grande demonstração de apoio à política da burguesia e do governo, justamente o oposto do verdadeiro sentido que a data tem para a classe trabalhadora. São realizados shows com financiamento estatal e dos grandes capitalistas, onde são distribuídos prêmios como meio da atrair a população e esconder o apoio dado à política do governo e da burguesia contra a classe operária.
A esquerda pequeno-burguesa (Psol, PSTU e outros grupos menores) também promovem atos com uma política de colaboração de classes. Estes atos não levantam as verdadeiras necessidades da classe operária, são chamados parlamentares que não tem nenhuma relação com o movimento operário e há uma aliança destes setores com a reacionária Igreja Católica.
Diferentemente da burocracia do PT que dirige a CUT, dos direitistas da Força Sindical e da esquerda pequeno-burguesa, o PCO realizará um ato defendendo as principais reivindicações dos trabalhadores. Além da defesa da construção de um partido operário, da revolução, do socialismo, salário mínimo vital etc., o ato também será um meio de aprofundar e divulgar ainda mais as campanhas que já estão sendo realizadas pelo partido atualmente.
Duas dessas campanhas serão a luta contra a privatização dos Correios e pelo Fora Kassab.
Além do ato, que ocorrerá na parte da manhã, o Partido da Causa Operária e o GARI (Grupo por uma Arte Revolucionária Independente) realizarão uma atividade cultural no período da tarde. Contando com diversas atrações, esta atividade será, entre outras coisas, um meio de financiar o ato de 1º de Maio.
O PCO chama toda a classe trabalhadora e a juventude a participarem do único ato operário e socialista e de todas as atividades que envolvem a organização e convocação desta manifestação. As atividades que serão realizadas pelo partido durante o mês de abril para a convocação do 1º de Maio têm como objetivo divulgar as campanhas políticas do PCO, realizar um amplo debate em torno das questões fundamentais do movimento operário e organizar politicamente os trabalhadores para lutar contra o governo e os capitalistas em defesa de suas reivindicações imediatas e históricas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Piada do ano nos Correios: PLR bianual para os trabalhadores

A direção da ECT já deixou claro que pretende impor aos trabalhadores um acordo para a PLR desse ano e do próximo, com critérios para escravizar a categoria
A comissão da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) que está discutindo com os trabalhadores o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) vem declarando para a comissão da Fentect a intenção da empresa de estabelecer a PLR desse ano e do próximo.
Depois de ter deixado os trabalhadores sem campanha salarial e sem aumento em 2010 por conta da assinatura fraudulenta do acordo bianual em 2009, a direção da ECT quer preparar o golpe também com a PLR.
As reuniões de negociação estão acontecendo há mais de um mês e não houve nenhum avanço. A proposta da direção da empresa é pagar um valor miserável de PLR para a esmagadora maioria da categoria, impondo uma série de critérios aos trabalhadores. Por exemplo, o trabalhador que tiver falta, que estiver afastado por doença, mesmo sendo doença de trabalho, os grevistas e aqueles que receberam suspensão não receberão a PLR, de acordo com a proposta da empresa.
A direção da ECT quer impor um regime de escravidão nos setores, em que os trabalhadores não poderão sequer ficar doentes, para atacar ainda mais as condições de vida da categoria, usando a chantagem do pagamento da PLR.
É esse absurdo que a comissão de negociação da ECT quer impor também para a próxima PLR. Quer que esses critérios de escravidão, e provavelmente outros mais, como o GCR, estejam valendo já para o próximo ano.
O motivo dessa chantagem é claro: a direção da ECT quer garantir o máximo de exploração dos trabalhadores. A crise econômica está cada vez mais grave no País, prova disso é o corte de R$ 50 bilhões no orçamento. A direção da empresa e o governo querem evitar que os trabalhadores exijam um melhor pagamento no ano que vem, quando a situação econômica do País será muito pior, tentando comprometer os sindicalistas com essa PLR bianual.
Será mais uma traição dos sindicalistas, caso se comprometam com mais esse golpe que empresa quer impor aos trabalhadores. Esses mesmos sindicalistas, da direita do PT e do PCdoB, que passaram por cima da categoria ao assinar o acordo bianual em 2009.
A proposta de PLR bianual deixa um alerta aos trabalhadores dos Correios para a campanha salarial desse ano. A direção da ECT está preparando um novo golpe contra a categoria, através de mais um acordo bianual.
Os trabalhadores não aceitam nenhum critério para aumentar a escravidão nos setores, nem para essa PLR muito menos para a próxima. A categoria não vai permitir esses golpes que não passam de uma maneira de aumentar a exploração dos trabalhadores para aumentar os lucros dos capitalistas que vão ganhar com a privatização dos Correios.