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sábado, 30 de março de 2013

Os golpes da direção da empresa na negociação da PLR

Para entender o que está acontecendo
O trabalhador dos Correios deve estar de olhos abertos para os golpes da empresa nas negociações da PLR


1) Negociação de 2012 junto com a de 2013

O que significa.

No início de 2012, a empresa e a Fentect, que ainda era dominada pelos traidores, não conseguiram terminar as negociações da PLR daquele ano. O objetivo da empresa não era diferente do que é hoje. A comissão da ECT queria usar a PLR para aumentar a escravidão nos setores usando os critérios, pagar no mínimo cinco vezes mais para os altos diretores distribuir uma merraca para a maioria dos trabalhadores. O problema é que a falta de acordo impediu burocraticamente a ECT de pagar a PLR como bem entendesse. Um dos pontos que ficou “empacado” foi justamente a reserva de 10% do valor para o chamado “setor estratégico” (que nada mais são que os altos diretores da empresa), como não houve acordo, o DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) do Ministério do Planejamento não está autorizando a reserva dos 10% para a PLR 2012.

A manobra da empresa consiste, então, em tentar forçar um acordo em relação à PLR 2013 para usá-lo para a liberação da PLR 2012 no DEST. Quer dizer, a empresa não se contenta em atacar a categoria uma vez, ela faz questão de repetir o ataque. Se depender da direção dos Correios, o trabalhador vai ter que engolir a seco a PLR 2012 e a de 2013, as duas com os critérios, pagas de maneira desigual etc.

2) A reserva de 10% para o “setor estratégico”

O que significa.

Tradicionalmente, ainda que o movimento sindical e os trabalhadores protestem, a ECT paga um valor muito maior de PLR para os altos diretores da empresa. Enquanto que os trabalhadores, que são esmagadora maioria da categoria, recebem um valor miserável, a meia-dúzia de diretores recebem quantias enormes. Alguns anos, essa diferença chegou a ser de 30 vezes. Nos últimos acordos, devido à crise, a empresa decidiu apresentar oficialmente uma diferença de cinco vezes. De qualquer maneira, essa diferença é escandalosa.

Os 10% para o setor estratégico significa que a empresa vai separar esse montante da PLR para pagar chefes e diretores. Uma afronta aos trabalhadores!

A ECT está tentando forçar a barra na PLR 2013 para aprovar esse golpe também na PLR 2012 (ver ponto anterior).

3)Aprovação dos critérios condicionantes

O que significa.

Escravização, essa é a melhor palavra para explicar os critérios. A empresa tenta apresentar esses condicionantes como sendo uma espécie de “busca por justiça”. Na realidade, esses critérios, qualquer tipo deles, não passam de uma chantagem da empresa contra os trabalhadores.

Vejamos como funciona na prática. Na mesa de negociação, fechada a quatro paredes, a empresa tenta pressionar os sindicalistas para aceitarem os critérios. Então, no acordo, as duas partes concordam que o trabalhador somente terá direito à PLR integral se cumprir todos os critérios, ou seja, se o trabalhador faltar, perde a PLR ou parte dela; se o trabalhador levar alguma advertência, a mesma coisa; se for suspenso, idem. Se o trabalhador estiver afastado por doença, vai receber apenas o que trabalhou, se não trabalhou nada, paciência; se o trabalhador não cumprir determinadas metas, também não recebe a PLR integral; e assim por diante.

Entre as quatro paredes é fácil assinar esse acordo que é um golpe contra a categoria, não importa como e qual o tamanho dos critérios. O problema é quando a coisa vai para o mundo real, dentro dos setores. Todo mundo sabe que na vida real não basta o trabalhador apresentar um atestado para garantir que não vai receber um falta injustificada. Não basta o funcionário ser um bom trabalhador para não receber nenhum tipo de punição e receber uma boa avaliação no GCR (Gestão de Competências e Resultados) etc etc etc. Na realidade, o trabalhador está nas mãos da chefia. Os critérios visam institucionalizar as relações de assédio moral dentro do setor.

A única possibilidade de acordo é a extinção absoluta dos critérios. Qualquer coisa diferente disso é um ataque à categoria.

4)O velho golpe da contraproposta
O que significa.

Na última campanha salarial os trabalhadores puderam entender bem esse problema. Em uma negociação normal a categoria faz a sua proposta e o patrão decide se aceita ou se fará uma oferta diferente. Como os trabalhadores querem ganhar o máximo possível, eles devem pedir tudo o que querem e precisam, como forma de pressionar a o patrão a pagar o máximo. O patrão, por sua vez, vai tentar pagar o mínimo, esses são os papeis de cada uma das partes. Em última instância, a contradição será decidida numa medida de força. A força da categoria não é nada mais do que a sua força de trabalho, da qual o patrão depende.

Para os Correios não é assim que funciona. Os trabalhadores apresentam sua proposta, mas a empresa se nega a negociar. O que eles fazem é tentar impor os critérios e dizer que não dá para discutir a proposta dos trabalhadores.

Aí, numa demonstração de cinismo, começam a divulgar a calúnia de que a Fentect não negocia e que esta deveria fazer uma contraproposta. Não precisa ser muito esperto para saber que a tal “contraproposta” é um rebaixamento de pauta até que a reivindicação dos trabalhadores se transforme na própria proposta da empresa.

O atual estágio da política divisionista no movimento dos Correios

Polêmica: Um debate com o Movimento Revolucionário sobre a política a ser levada contra a burocracia sindical e o PSTU

A corrente sindical Luta pela Base, composta pelos militantes do MR (Movimento Revolucionário), publicou em seu blog na internet um texto com um balanço das eleições no Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba (Sintect-VP), ocorridas no dia 7 de março. Os números oficiais apontaram a vitória da chapa 1, formada pelo PSTU, com 374 votos, contra 258 votos para a chapa 2, formada por companheiros de oposição.

Em poucas palavras, apenas para situar o leitor, o Sintect-VP era o último sindicato formado por uma maioria de militantes do PSTU. Dizemos “era” porque as eleições revelaram a total fraqueza do PSTU, o que deu lugar a uma oposição que saiu de dentro da própria diretoria do sindicato e que teve cerca de 41% dos votos numa eleição completamente controlada pela chapa 1, apoiada pela empresa. O resultado para a chapa 2 só não foi melhor devido à vacilação dos companheiros de oposição em romper definitivamente com a política do PSTU, o divisionismo da Conlutas e da FNTC (conhecida como federação anã).

PSTU em estado vegetativo nos Correios

O rompimento e a formação da oposição é expressão da fraqueza do PSTU entre os trabalhadores. Essa fraqueza é produto direto da política direitista, pelega, traidora e burocrática desse partido dentro dos Correios e no movimento operário geral e da tendência de luta dos trabalhadores, que estão rompendo com a burocracia.

O MR não entende assim. Para ele, o principal motivo pelo qual as duas chapas não se unificaram no Vale do Paraíba, mesmo sendo as duas supostamente chapas da Conlutas e da FNTC, é que “nos últimos anos o PSTU e a própria Conlutas estão claramente mudando sua linha política, em nome do diálogo com setores inimigos dos trabalhadores, na lógica de que é importante estar no aparato a qualquer custo, o PSTU é capaz de proezas, como a mais lamentável delas que foi ter formado uma chapa com a Articulação Sindical (corrente inimiga dos trabalhadores) para as eleições em São Paulo no meio da luta contra o acordo bianual. Sua política vacilante em relação a Fentect, o que fez com que a FNTC perdesse boa parte da sua base e aliados políticos.”

Parte à parte, vamos aos argumentos: o MR acredita que o PSTU está “mudando sua linha política”. Mas qual seria essa “linha política”? Veremos mais à frente o que pensam os MR, por enquanto nos limitaremos a dizer que o PSTU de hoje, em termos políticos, não sofreu nenhuma mudança fundamental.
O PSTU, desde os primórdios é o braço esquerdo da burocracia sindical. O PSTU é o responsável, por exemplo, pelo ingresso do PCdoB na CUT no final dos anos 80. Nos Correios, não precisa muito esforço, o PSTU sempre cumpriu o papel de auxiliar da burocracia sindical do PT e do PCdoB. A lista é vasta, mas basta algumas das principais traições para provar qual é o papel do PSTU: o banco de horas da greve de 2008 foi assinado pelo PSTU, o PCCS 2008 da escravidão foi assinado pelo PSTU. O PSTU esteve ainda como o principal cúmplice do PT e do PCdoB na compensação da greve de 2011, primeiro ajudando a enterrar a greve, depois aceitando a imposição do TST que levou a categoria à escravidão.

Essa é a política do PSTU nos Correios, apenas para citar os casos recentes, mas
poderíamos falar que o PSTU esteve à frente da Fentect por vários anos, sendo o responsável por inúmeras traições aos trabalhadores, como por exemplo a mudança na data-base da categoria de dezembro para agosto.

Os MR querem uma espécie de “retorno à pureza” do PSTU, ainda que não fique claro que “pureza” seria essa. A única certeza que temos é que se existe alguma pureza, o PSTU nunca se banhou dessa água.

Em política não há pureza, nem bem e mal. O que há é apenas a luta por interesses, que no nosso caso é a busca pelo interesse da classe operária, o que implica numa guerra de vida ou morte contra a burguesia. Esclarecido isso, vamos aos fatos e argumentos.

Segundo os MR, uma das “impurezas” do PSTU seria buscar o “diálogo com setores inimigos dos trabalhadores” e que o mais “lamentável” exemplo disso foi a chapa feita pelo PSTU com a Articulação Sindical de José Rivaldo “Talibã” nas eleições de São Paulo em 2010. Apenas para situar, essa aliança foi duramente criticado pelo PCO, que na época se recusou a fazer tal chapa e montou uma de oposição. Mas qual seria o conteúdo dessa crítica? Na sua crença religiosa de que o PSTU traz no fundo do seu coração uma chama “pura” que está se apagando, o MR não consegue compreender o fundo do problema da aliança entre “Talibã” e PSTU.

O critério moral dos MR os impede de analisar claramente a situação. A política revolucionária, que é a que interessa nesse momento, não recusa o diálogo. Se fosse assim, Lênin e Trótski não poderiam, em hipótese nenhuma, fazer o acordo de Brest-Litovski. Nesse episódio muito conhecido da história, os revolucionários bolcheviques, recém vitoriosos na revolução, “dialogaram” com parte das principais potências imperialistas para obter um tratado de paz para o povo russo. Notemos que o tratado em questão não foi feito com um partido de esquerda oportunista, vendido, traidor e capacho do imperialismo como é o caso do PT. O acordo dos bolcheviques foi feito com o próprio imperialismo, diretamente. Existe maior exemplo do que um “diálogo com inimigos dos trabalhadores”? De acordo com o princípio moral dos MR, Lênin e Trotski seriam piores do que o PSTU. Um raciocínio perigoso que serve à mais completa confusão política.

O caráter da chapa Conlutas-Talibã em São Paulo

Qual seria então o problema da aliança que ficou conhecida na época como “Conlutas-Talibã”? Na ocasião, a quem serviu a aliança? O problema deve ser visto do ponto de vista do interesse dos trabalhadores.
  1. A chapa Conlutas-Talibã serviu para dar um sobrevida ao próprio Talibã e à Articulação. O acordo bianual era ainda recente e Talibã era, e é ainda hoje, identificado, junto com o PCdoB, como o principal expoente dessa traição. Ao invés de aprofundar a experiência da categoria com a burocracia sindical, o PSTU preferiu confundir o panorama político, inclusive colocando Talibã na candidatura de secretário de Finanças da chapa. Dessa maneira, a chapa se apresentou como de “oposição” com o cínico slogan de “acordo bianual nunca mais” e isolou a oposição combativa, obrigando os companheiros da corrente Ecetistas em Luta (PCO) e simpatizantes a fazer uma chapa independente. Na ocasião, os próprios companheiros do MR declaram apoio à chapa de Ecetistas em Luta.
  2. A chapa Conlutas-Talibã serviu para destruir o Bloco dos 17 sindicatos contra o Acordo Bianual. O bloco, que havia sido formado após a campanha salarial de 2009, entre os 17 sindicatos que haviam rejeitado o golpe do acordo bianual, foi a primeira experiência de um bloco oposicionista para lutar contra a burocracia. O PSTU, ao mesmo tempo que tentava impor a política divisionista dentro do bloco (o que não unificava os diversos integrantes da frente), com um discurso vazio contra a burocracia, se aliava ao maior inimigo do bloco. Não havia mais base para uma frente de luta, na medida em que a política do PSTU se mostrava completamente contra a luta que deveria unificar o bloco.
  3. A chapa Conlutas-Talibã serviu também para dar uma sobrevida ao PCdoB/CTB. Na medida em que ficou inviabilizada uma chapa unificada de oposição, com um programa de luta contra a burocracia, a chapa do PCdoB se fortaleceu. Mais precisamente, a chapa Conlutas-Talibã foi um acordo entre a burocracia para salvar o PCdoB no Sintect-SP, o que ficou ainda mais claro pela atitude completamente amigável entre as duas chapas durante a eleição, sem nenhuma denúncia sobre o processo eleitoral, por exemplo.
Como fica claro, a aliança entre PSTU e Articulação/PT não é um problema de “diálogo”, mas uma política constante de defesa da burocracia sindical e sua política patronal, contra a organização independente dos trabalhadores.

O significado da vitória da oposição na Fentect

Os setores que ainda insistem na Federação Anã, como é o caso dos MR, são impelidos a uma política pérfida, procurando mostrar que nada mudou na Fentect. O que é uma adaptação invertida da realidade numa tentativa de encaixar determinada política. Ou seja, é um malabarismo político que funciona da seguinte maneira: primeiro, procuraram provar que a burocracia havia dominado completamente a Fentect e que sua mudança seria impossível. Mas esse argumento foi para o ralo, na medida em que foi formado o bloco de oposição e a burocracia foi efetivamente derrotada. A atual etapa da manobra é a seguinte: procuram dizer que o bloco de oposição não significa nada e que a burocracia ainda tem o domínio político na federação, já que o Talibã está na
secretaria de finanças e a diferença é de apenas um voto.

É um argumento que só pode ser elaborado por uma criança. A política não é o que gostaríamos que ela fosse, mas o que efetivamente é. Primeiro, de maneira completamente mal-intencionada, escondem que a presença de Talibã é resultado justamente da diferença apertada de votos e que por isso o bloco traidor obteve a secretaria de finanças, enquanto que o movimento de oposição ficou com o primeiro cargo (secretaria geral). Segundo, procuram esconder o óbvio de que, ainda que não se tenha transformado totalmente a federação, a mudança é inegável. Se antes a burocracia dominava cerca de 70% da diretoria, agora é minoria.

O que é mais importante de tudo é que a vitória do bloco de oposição e sua própria formação é produto da pressão da categoria contra a burocracia. A força da oposição, não importa com que cara ela apareça, é a expressão direta da luta que foi travada nas últimas greves e a falência total da burocracia sindical que foi atropelada pelos trabalhadores.

O que fez a FNTC “perder seus aliados”?

Os MR acreditam que a Federação Anã (FNTC) perdeu a sua mirrada base e seus aliados porque o PSTU está “mudando sua linha política” e leva uma “política vacilante em relação à Fentect”. O que o MR quer dizer com isso é que o problema do PSTU é devido ao fato de não ter levado a sério a política divisionista de ruptura com a Fentect e a CUT.

Só pelo histórico do PSTU no movimento dos Correios já é possível verificar que tal argumento não corresponde minimamente à realidade. Ainda que levássemos em consideração (o que é uma aberração) que a política divisionista fosse correta, a explicação fundamental para a crise do PSTU e da Conlutas é sua política burocrática, que sempre funcionou como um braço esquerdo da burocracia sindical. Grosso modo, se passarmos um removedor de verniz no PSTU, o que vai sobrar é um conteúdo político idêntico ou muito semelhante ao do PT e PCdoB. Portanto, a única conclusão correta é a de que a crise do PSTU/Conlutas é a mesma crise de toda a burocracia.

Mas entremos no argumento dos MR de que o problema do PSTU é não levar a sério a política de ruptura. A realidade aí se encontra totalmente invertida na cabeça dos MR. A crise do PSTU, além de ser resultado de seu direitismo, foi na verdade aprofundada pela política divisionista.

O divisionismo foi derrotado na prática pela vitória da oposição na Fentect. Apenas um dogmático e sectário, ou mal intencionado, poderia não levar em conta esse fato. O crescimento da oposição é visível e nesse caso não estamos falando do crescimento do MR ou do PCO, mas de uma frente constituída por setores dos mais diversos, cujo objetivo central é lutar contra a burocracia. Não estamos falando de nada imaculado, que como dissemos não deve ser critério em política, mas de uma frente de luta com suas vacilações, diferentes políticas e até mesmo diferentes níveis de integração à própria burocracia.

Ficou provada a política marxista de que os trabalhadores não devem abandonar as organizações sindicais e criar outras, mas travar uma guerra de vida ou morte contra a burocracia. É isso o que deve continuar acontecendo até que o último traidor esteja fora dos sindicatos e da federação. A política divisionista levada adiante pelo PSTU foi desmascarada.

Outro fator importante para derrubar o divisionismo foi a antecipação do PCdoB/CTB. Quando os sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro saíram da Fentect com os argumentos levantados anteriormente pelo PSTU, ficou claro que tudo não passava de uma farsa. Tudo ficou ainda mais claro quando o PSTU publicou uma nota aplaudindo “todas as rupturas” em apoio ao golpe do PCdoB, nitidamente orquestrado pela direção da ECT.

Por fim, a política divisionista foi desmascarada não só como um política completamente equivocada. Está claro que a ruptura com a Fentect é uma política pelega e traidora, levada adiante pelo PCdoB, a ala direita da burocracia sindical e pelo PSTU, ala esquerda dessa mesma burocracia. Os únicos beneficiados pelo divisionismo são em primeiro lugar o próprio patrão que adora ver os trabalhadores divididos e em segundo lugar a burocracia que adora ver a oposição dividida.

Qualquer trabalhador sabe que a divisão só favorece o patrão. Isso só não é elementar na cabeça dos MR e seus aliados.

Portanto, a crise do PSTU e a falência da FNTC, que sequer chegou a nascer, é produto em primeiro lugar da política pelega e traidora do PSTU que atua e sempre atuou como braço esquerdo do bloco Articulação-PCdoB, e em segundo lugar é produto da falência da política divisionista e não o contrário.

A ruptura com a Fentect defendida pelos MR e seus aliados, como é o caso do MLI (Movimento de Luta Independente) que formava a chapa de oposição no Vale do Paraíba, é o contrário do que eles entendem.

O divisionismo é uma política burocrática e capitalizada pelo PSTU que tem o interesse bem claro de conseguir privilégios criando aparelhos sindicais.

Defender o divisionismo, não importa se por motivos “puros e morais” é simplesmente ficar a reboque do PSTU. O PSTU só será superado se os trabalhadores romperem completa e definitivamente com sua política, mais ainda, lutar contra a burocracia sindical é lutar também contra o PSTU. Na próxima edição, continuaremos o debate com o Movimento Revolucionário, explicando o problema da CUT e da Conlutas e seus desdobramentos.

Sintect-DF não toma nenhuma medida para conter a reposição dos dias parados

Desconto dos dias da greve: Trabalhadores reclamam que a direção do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Distrito Federal abaixou a cabeça para a empresa autorizando todo tipo de abuso e retaliação

A última greve dos trabalhadores dos Correios deixou claro que levar a campanha salarial para o Tribunal Superior do Trabalho é uma armadilha da empresa.

O Tribunal e a ECT visam escravizar o trabalhador, fazendo o ecetista repor todos os dias parados e até hoje tem trabalhador repondo a greve do ano passado, mesmo sem serviço que justifique a convocação para o trabalho.

Isso todo trabalhador do Correio sabe. Mas a postura da direção do Sintect-DF e de tantos outros sindicatos pelegos espalhados pelo país é de completa complacência com os desmandos da ECT e seus chefes, que tem mandado os trabalhadores repor os dias parados constantemente.

Em Brasília, por exemplo, a reposição aos sábados era apenas de quatro horas e contava como um dia reposto da greve. Agora, a reposição tem que ser de oito horas, havendo convocação para o domingo e sem a remuneração extra de 200%.

Por outro lado, os trabalhadores estão sendo convocados a trabalhar em regime de banco de horas. Além das convocações em domingos e feriados.

Os trabalhadores, já cansados dessa política, resolvem não atender as convocações e buscam ajuda do sindicato, para que não haja o desconto no salário. Contudo, o Sintect-DF nada faz, a não ser esperar o desconto no contracheque.

A empresa está impondo o banco de horas, sem a previsão definida no acórdão do TST e a direção do sindicato da Amanda-Talibã não faz nada.

Os trabalhadores já entenderam que não podem contar com a direção pelega do Sintect-DF, mas não vão aceitar os abusos da empresa. O que o TST, a ECT e a direção do sindicato querem é desmoralizar os trabalhadores para evitar sua luta e mobilização. Por isso atacam os grevistas. O banco de horas é uma retaliação para paralisar a categoria. Para quando chegar a próxima campanha salarial ninguém entrar em greve e aceitar as esmolas oferecidas pela ECT.

A este serviço estão também as supostas oposições do Marcão (ARCO/MTC) e do Jaco Almeida (PSTU/Conlutas). A oposição amiga da direção do sindicato que não faz nada de fato em defesa da categoria.

A greve é um direito de todos os trabalhadores e uma necessidade vital na luta por salários e condições de trabalho contra a intransigência da empresa e do governo.

É preciso passar por cima da ditadura do judiciário, a paralisia da direção sindical e lutar contra a perseguição aos grevistas. Garantir o direito de organização da categoria, e o fim do banco de horas imposto pelos carrascos petistas da ECT.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Nota Política da Corrente Ecetistas em Luta


São Paulo, 27 de março de 2013


Sobre as Negociações da Campanha da PLR 2012-2013


1. O programa de PLR – Participação nos Lucros e Resultados - nos Correios foi adotado no Governo Neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (FHC), através da MP – Medida Provisória 1.982-77 de 2000 com o objetivo de evitar reajustes salariais que incidissem sobre os proventos tais como 13%, férias etc.

2. Pelo fato da PLR ser um instrumento patronal contra a luta dos trabalhadores por aumento de salário, o Congresso Nacional, presidido pelo Senador Antônio Carlos Magalhães, reconhecidamente um coronel do Nordeste, político representante dos interesses da direita brasileira, transformou a MP de FHC na lei n° 10.101, de 19 dezembro de 2000.

3. Já no artigo 1° da lei da PLR, ACM ou “Toninho Malvadeza” como ficou conhecido, após demitir milhares de trabalhadores que fizeram as greves dos Correios nos anos 80, quando era Ministro das Comunicações, explica que a Participação nos Lucros ou Resultados tem como objetivo a “...integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade”, traduzindo para o entendimento de classe, unir o patrão e o trabalhador para que o trabalhador trabalhe cada vez mais.

4. Diante disso, o movimento sindical combativo dos Correios sempre visou nas negociações de PLR não aceitar de maneira nenhuma que a ECT impusesse critérios de exploração da categoria (GD depois transformado em GCR, Metas, Absenteísmo e agora o SAP e SARC) para pagar PLR.

5. A ECT precisou comprar alguns sindicalistas do PT, do PCdoB e, seus satélites, em mesas de negociação de PLR para que houvesse a assinatura da Fentect em acordos que oficializassem a exploração da empresa sobre os trabalhadores, relacionando esses critérios ao pagamento da PLR. Assim foi no péssimo acordo de PLR de 2011. O ex- sindicalista do PT do Paraná - Nilson Rodrigues dos Santos, após aceitar estes critérios de exploração da categoria para pagamento de PLR de 2011 recebeu um cargo ASGET na DR – SPI e agora recebe mais de R$ 10 mil reais de salário, enquanto os trabalhadores ficaram com as metas e as migalhas da PLR.

6. Com a aprovação do PCCS da escravidão pelo PT, PCdoB e PSTU em 2008, as condições de trabalho pioraram terrivelmente, criando um excesso de trabalho que a categoria mal pode suportar. Agora, querem aumentar a escravidão aprovando, com o consentimento dos dirigentes sindicais, mais condicionantes para o pagamento da PLR.

7. É inaceitável qualquer tipo de condicionante para o pagamento da PLR nos Correios, pois os trabalhadores ecetistas vivem em constante pressão, excesso de serviço, péssimas condições de trabalho, falta de funcionários, de equipamentos de segurança, de materiais para a execução do trabalho e agora ainda sofrem com os inúmeros assaltos nas agências e nas entregas domiciliares.

8. É inaceitável qualquer tipo de condicionante para pagamento de PLR nos Correios, pois mesmo com todas as dificuldades que os trabalhadores enfrentam, o serviço postal no Brasil é reconhecido como um serviço de excelência, ganhando prêmios internacionais e a empresa a cada ano bate recordes de faturamento e lucratividade.

9. É inaceitável qualquer tipo de condicionante para pagamento de PLR nos Correios, pois mesmo com toda lucratividade obtida com o suor dos trabalhadores da área operacional da empresa, em 2012 o lucro superou R$ 1 bilhão de reais, o salário pago pela ECT é o mais baixo de todas as estatais, tendo a grande maioria da categoria que sobreviver com menos de R$ 1 mil reais por mês.

10. Diante disso, aceitar em mesa de negociação a conversa fiada do representante patronal, o vendido ex-sindicalista do PCdoB do Ceará, Luiz Eduardo Rodrigues da Silva, que os representantes dos trabalhadores devem fazer uma proposta de como seriam mais bem explorados pelo correio para receber uma migalha de PLR, é dar o aval para ECT transformar as unidades operacionais em um super campo de concentração, onde os trabalhadores serão vigiados como se fossem máquinas, não podendo faltar em hipótese alguma e ainda teriam que competir com seu próprio colega de trabalho em troca de uns centavos a mais na gorjeta que a ECT distribui a título de PLR.

11. Cair na conversa fiada dos dirigentes sindicais do PT, liderados pelo mega pelego e traidor José Rivaldo, vulgo “Talibã”, é se sujeitar à política derrotada no Congresso da Fentect, de que meia dúzia de dirigentes sindicais vão demolir a intransigência da ECT de explorar a categoria. Isso, sem convocar um comando amplo para mobilizar a categoria e através de expedientes falidos, como o da contraproposta rebaixada, onde o movimento sindical vai cedendo terreno para as posições da ECT até aceitar, sem nenhum tipo de luta e sem o aval da categoria, com a exploração dos trabalhadores pela direção corrupta da ECT. Desta maneira é impossível impor à ECT a PLR dos trabalhadores, linear, sem critérios e de no mínimo R$ 2.500,00.

12. Seguir a política traidora do PT-Talibã de negociar critérios, formular contrapropostas rebaixadas da PLR junto aos mentirosos negociadores da ECT, liderados pelo vendido ex-sindicalista Luiz Eduardo do Ceará é se igualar aos traidores e divisionistas do PCdoB de São Paulo e Rio de Janeiro que não discutem nada na base da categoria, evitam qualquer tipo de mobilização nas bases, que sempre tem na manga uma contraproposta para rebaixar as reivindicações da categoria a fim de chegar o mais próximo possível do que a ECT quer impor para os trabalhadores dos Correios.

13. Os divisionistas do PCdoB/CTB se apressaram em apresentar uma contraproposta que na realidade é a proposta de Luiz Eduardo. Ali estão todos os critérios, incluindo as faltas injustificadas para chantagear os trabalhadores. Os divisionistas querem que a ECT desconte a PLR dos trabalhadores que faltaram ou que tenham suspensão. Essa é a proposta da empresa disfarçada.
14. Diante disso, ressaltamos a necessidade de convocar imediatamente um Comando de negociação ampliado, deixando para trás a política derrotada de Talibã e sua turma, o balcão de negócios nas negociações com a ECT. O Comando amplo de um por sindicato e bases sindicais vai ter mais autoridade para debater a questão da PLR e mobilizar a categoria contra a tentativa da ECT de usar a PLR como método de escravização da nossa categoria.

15. Devemos reforçar a reivindicação dos trabalhadores na mesa de negociação de que o lucro da ECT é fruto do trabalho coletivo de toda categoria, que estes trabalhadores se doaram de forma incondicional nas suas atividades e por isso mesmo não temos que aceitar mais nenhuma imposição da direção dos Correios. O suposto lucro tem que ser dividido de forma igualitária a todos os trabalhadores, e no mínimo de R$ 2.500,00 para cada trabalhador.

16. Abaixo a política de campo de concentração do PCCS, que a direção da ECT quer oficializar através da PLR. Chega de migalhas! Chega de enrolação!

Coordenação da Corrente Ecetistas em Luta
São Paulo, 27 de março de 2013.

Dois sindicalistas são agraciados com cargos na direção dos Correios

Balcão de negócios na ECT: Caso as informações se confirmem, Golbery Felix da Articulação/PT e João Alves do PCdoB, receberam cargo na empresa em troca de serviços prestados contra a categoria, seguindo os passos de Cantoara e Luiz Eduardo


Golbery, o primeiro da esquerda para a direita, que segundo boatos teria recebido um cargo na ECT.
(Foto: blog dos Correios)
 
Mais dois sindicalistas receberam cargos de chefia nos Correios em troca dos serviços prestados para a empresa contra os trabalhadores. Seguindo o caminho dos seus ídolos Manoel Cantoara (PT), Nilson Rodrigues (PT), Luiz Eduardo Ceará (PCdoB) e tantos outros vendidos e traidores da categoria.

Ainda são apenas boatos, mas há a notícia de que os traidores agraciados da vez são: Golbery Felix Valoria, da Articulação Sindical do PT do Rio Grande do Sul e João Alves de Melo do PCdoB de Ribeirão Preto.

Segundo os boatos, vindos de fontes bem confiáveis, Golbery recebeu um cargo depois de ser membro da comissão eleitoral do Conselho Administrativo da ECT.
Esse conselho é uma criação da MP 532 (Medida Provisória) que mudou os estatutos da ECT para criar condições para a privatização dos Correios. Esse conselho segue o modelo de gestão empresarial das empresas de Sociedade Anônima. Golbery foi justamente o representante da comissão eleitoral que pretendia colocar um representante dos trabalhadores para ser conivente com esse golpe da privatização. Golbery conseguiu esse cargo durante o mandato anterior da Fentect (da qual ele era diretor), dominado pela Articulação/PT e PCdoB.

A maioria da atual diretoria da federação, composta pelo Movimento de Oposição ao Peleguismo (MOPe) destituiu essa comissão eleitoral, inclusive Golbery, por entender que os interesses estão contrários aos dos trabalhadores.
Chamamos a categoria a ficar de olho em qual cargo Golbery vai receber para denunciar amplamente a traição. A direção majoritária da Fentect vai exigir a expulsão de qualquer sindicalista que tenha alguma ligação com a federação.
Outro que já está na boca do povo como sendo mais um vendido para o patrão é João Alves de Melo, lotado em Franca (SP) e diretor do Sintect-RPO (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Ribeirão Preto).

Segundo as informações, ainda extra-oficiais, João “Bigode” teria sido agraciado com o cargo de coordenador de unidade operacional. Se confirmado, ele será mais um ex-sindicalista que agora passa a ser o chicoteador oficial do trabalhador.

João Bigode segue os passos de Luiz Eduardo do Ceará, que como ele, também é do PCdoB. O cargo do João Bigode foi uma recompensa pela traição à greve de 2011. Ele era membro do comando de negociação de greve, aquele mesmo que aceitou todas as imposições da empresa e do TST e que é o culpado pela compensação dos dias parados que escravizou a categoria.

Dois anos depois, é natural que João Bigode recebesse sua recompensa por tamanha traição à maior greve dos últimos anos.

O exemplo é importante para mostrar a necessidade de ampliar o comando de negociação da campanha salarial e da PLR. João esteve no velho comando de negociação quando este era composto por apenas sete membros e como fica claro era um verdadeiro balcão de negócios de compra e venda de sindicalistas traidores.

Por isso, a primeira medida tomada pela oposição na Fentect foi transformar o comando para um membro por sindicato.

Caso essas informações se confirmem os trabalhadores e a nova diretoria da Fentect vai exigir a expulsão desses vendidos de todas as atividades e cargos sindicais. O tempo de traições acabou. Agora quem manda são os trabalhadores.

Lotar as assembleias para arrancar a PLR da empresa

A categoria deve aprovar um calendário de lutas e organizar a mobilização por uma PLR linear e sem metas para todos os trabalhadores

Está em andamento entre a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e a direção da empresa a discussão sobre a PLR 2013.

Diante da proposta da empresa de escravização dos trabalhadores pela chantagem de uma PLR miserável a Fentect está orientando os sindicatos regionais a realizarem assembleias no dia 4 de abril para rejeitar a proposta.

A categoria deve lotar as assembleias e não cair nos golpes das burocracias sindicais que dirigem boa parte dos sindicatos no país. As assembleias devem ser utilizadas para iniciar uma verdadeira mobilização de base. É preciso desmascarar a empresa e lutar por uma PLR de verdade.

Os representantes da ECT nas diferentes reuniões que aconteceram para discutir a PLR continuam provocando a categoria com a proposta de reservar 10% do montante da PLR para o dito “setor estratégico”.

Essa reserva foi inaugurada na PLR de 2012, que foi protocolada unilateralmente pela empresa junto aos órgãos responsáveis no governo federal.

Sobre a PLR 2012 a empresa não dá maiores informações. Não apresenta os valores, o lucro que será dividido, nada. Até agora a categoria não sabe quanto será pago de participação nos lucros pela atividade de 2012. Mas a direção da empresa quer a todo custo forçar os representantes da categoria a fechar um acordo a respeito da PLR 2013, com os mesmos critérios de 2012.

A empresa fala que quer negociar, mas não apresentam os números, os critérios. E ainda quer forçar a categoria a trabalhar mais, através das metas, para aumentar a PLR dos chefes.

Querem dar para os chefes uma participação muitas vezes maior que a dos trabalhadores. Além de receberem da parte que será dividida entre todos, teriam esses 10% que será dividido entre a cúpula da empresa. É uma verdadeira afronta à categoria de conjunto.

E não é só. Estão propondo uma PLR dupla para os chefes, enquanto os trabalhadores para receberem a tradicional mixaria terão de submeter a metas, ao GCR, aos capitães do mato que impõem o SAP etc.

A resposta da categoria a mais essa provocação dos ex-sindicalistas traidores que estão na mesa de negociação defendendo a cúpula da empresa é a mobilização na base por uma PLR linear, de no mínimo R$ 2.500,00 para todos os trabalhadores.

Chega de a categoria carregar os lucros da empresa nas costas e se contentar com salários rebaixados e ainda a chantagem da PLR.

Em todo o país a tarefa é lotar as assembleias e aprovar um calendário de lutas:

Pela abertura imediata das contas da empresa; pela transparência nas negociações; transmissão ao vivo das reuniões; ampliação do Comando da Fentect com um representante por sindicato para acabar com o balcão de negócios em que os traidores transformaram as negociações com a ECT; por uma PLR linear, sem metas, de no mínimo R$ 2.500,00; Fim do GCR e do SAP.

Participação nos lucros ou chantagem por metas?

PLR 2012-2013: Entender o passado para mudar o presente nas negociações da PLR dos Correios. Nada de acordos de portas fechadas. Mobilizar a categoria na base


As discussões sobre a PLR da categoria dos Correios foram retomadas nacionalmente.

A empresa chamou a Comissão da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) para uma reunião, mas não deixou claro o novo prazo para negociações e manteve para 2013 a mesma proposta de plr apresentada unilateralmente para 2012.

Aqui cabe o esclarecimento aos trabalhadores ecetistas sobre como se deu a discussão da PLR 2012 e qual tradicionalmente é a posição da empresa nesse tema.

A chamada PLR foi um estratagema inventado pelos patrões para dar um cala boca aos trabalhadores, desviando a atenção do que realmente importa: o aumento salarial.

No caso das empresas estatais, como é o caso dos Correios, foi uma medida aprovada durante o governo neoliberal de FHC para legalizar o saque do governo aos cofres da empresa. O governo pega sua parte no lucro, que pode ser entre 25 a 75% do montante, e separa a sobra para ser dividida entre os trabalhadores. A forma de divisão entre os trabalhadores dessa sobra de lucro é que seria mérito da discussão entre os representantes sindicais e a ECT.

O governo senta com a direção da empresa e juntos determinam quanto ficará com o governo e a sobra serve como um verniz democrático de Participação nos Lucros.

Por lei a PLR precisa ser paga, mas ao contrário da data-base não depende de acordo com os trabalhadores para ser protocolada pela empresa. Desde que foi estabelecida em 2001 nunca deixou de ser paga, mesmo sem acordo entre as partes e ainda que fosse uma mixaria.

Por isso a ECT está impondo unilateralmente a PLR de 2012 cheia de metas e a absurda reserva de 10% da verba da PLR para o que está chamando de “setor estratégico”. Um absurdo que a direção da empresa se dá ao luxo de não negociar com os representantes dos trabalhadores.

Mobiliar os trabalhadores por uma PLR de verdade

Diante das mentiras da ECT e das calúnias de setores da burocracia sindical (da direção do Sindicato do Pará) é preciso esclarecer que no ano passado as negociações não avançaram com a empresa, e a antiga direção da Fentect, de Talibã e Cia. não fez nenhuma mobilização para tentar reverter essa situação. Facilitando o caminho para a ECT impor as metas e a chantagem contra os trabalhadores.

Agora, a nova direção da Federação está lutando para não apenas abrir caminho de negociação com a empresa pelas vias legais, e da negociação, mas também chamando a categoria à mobilização.

Chega e negociações de mentirinha. Como diz a campanha lançada pela Federação, Chega de enrolação e de enganação. Se a ECT quer pagar PLR realmente negocie com os trabalhadores, abra as contas e pague uma verdadeira participação nos lucros.

Aqui, a nova direção da Fentect, do Movimento de Oposição ao Peleguismo (Mope) encontra como barreiras a própria empresa que volta a utilizar os sindicatos divisionistas contra a categoria e as direções sindicais pelegas que não encaminham a luta porque continuam do lado da empresa.

Querem usar as migalhas que pagam a título de PLR, para que os trabalhadores se sujeitem ao aumento das metas que já estão abusivas, ao GCR que escraviza a categoria e ao Absenteísmo que pune o trabalhador que adoece.

A empresa quer usar a PLR para esfolar ainda mais os trabalhadores e para isso conta com as direções sindicais traidoras. A Corrente Ecetistas em Luta defende a ampliação do Comando da Fentect para um representante de cada sindicato; a transparência nas negociações com acesso aos balancetes da empresa, transmissão ao vivo das reuniões, PLR linear e sem metas.

Somente a mobilização a partir da base da categoria poderá reverter essa situação e garantir uma PLR de verdade para todos os ecetistas.

ECT pune grevista com hora extra

Retaliação: A Direção da ECT iniciou o processo de caça às bruxas contra os grevistas, convocando os trabalhadores para fazer horas extras

A direção da empresa enviou uma convocação exigindo que os trabalhadores que participaram da última greve compensassem os dias parados. De acordo com o documento, os ecetistas serão obrigados a realizarem horas extras.

O pagamento das horas paradas é uma maneira de desmoralizar o movimento grevista nos setores de trabalho. Os trabalhadores ficam a mercê da pressão e do assédio dos chefes, realizando horas extras diárias sem receber pelo trabalho.

As horas extras é um instrumento patronal para ampliar a jornada de trabalho, sobrecarregando os trabalhadores. O excesso de trabalho afeta a saúde dos trabalhadores provocando doenças ocupacionais físicas e psicológicas.

A compensação dos dias parados é um ataque ao direito de greve. O pagamento das horas paradas é uma punição aos companheiros que exerceram o direito de greve, garantido inclusive pela Constituição. É um abuso e uma ilegalidade.

Ao longo dos últimos anos foram se intensificando as “restrições” a este direito do trabalhador. Imposição pela justiça de limites de paralisação em até 80% em serviços classificados como “essenciais” (que para a burguesia e a Justiça só são essenciais quando os trabalhadores entram em greve), imposição de pesadas multas aos sindicatos dos trabalhadores pela manutenção de greves consideradas “abusivas” (ou ilegal, como decretava a ditadura militar), estabelecimento de regras para a decretação da greve pelos trabalhadores, como aviso aos patrões com até 72h de antecedência; restrição do direito de manifestação e repressão brutal contra manifestações dos grevistas etc.

Essa tentativa da burguesia de cassar o direito de greve serve para submeter os trabalhadores a um regime de escravidão, rebaixar salários, aumentar a exploração e impedindo qualquer mobilização.

A classe operária não deve aceitar essa arbitrariedade e permitir a liquidação do direito de greve, fundamental para a luta dos trabalhadores por suas condições de vida.

terça-feira, 26 de março de 2013

Sintect-PB: Eleição mostra o total apoio da direção da ECT à chapa do Emanuel/PSTU/Ditadura

O resultado da eleição do Sintect-PB, demonstrou a vitória da direção da ECT sobre os trabalhadores da Paraíba, apoiando a chapa 1 de Emanuel/PSTU/Ditadura, que contratou a chapa 3 (Robson/PT/patrão) para obstruir a vitória da Chapa 2 A chapa do MOPe, a chapa dos trabalhadores, e ainda organizou a votação dos gerentes na chapa de Emanuel

 
Na madrugada de sábado (16/03) ocorreu a apuração dos votos da eleição para diretoria do Sintect-PB - Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Estado da Paraíba, indicando como vencedora a CHAPA 1 – Emanuel/PSTU/ Ditadura com 464 votos, contra 291 votos da CHAPA 2 – MOPe – A chapa dos trabalhadores, e 254 votos da CHAPA 3 – A chapa do Robson/PT/Patrão.

À primeira vista, para qualquer pessoa que analisasse este resultado sem o conhecimento da situação política no sindicato da Paraíba, e os fatos que nortearam esta eleição, chegaria a uma conclusão comum, superficial e errada de que a Chapa 1- Emanuel/PSTU/Ditadura tem apoio junto aos trabalhadores paraibanos, mas os números do resultado da eleição deixaram transparente justamente o contrário.

O resultado final deixou claro para aqueles que participaram da eleição que a Chapa 1 – Emanuel/PSTU/Ditadura era a chapa oficial da DR/PB - Diretoria Regional da Paraíba, pois esta trabalhou intensamente para sufocar a tendência de voto da Chapa 2 – a Chapa dos Trabalhadores, inclusive contratando na última hora o mega-pelego Robson Nevez do PT, cabo eleitoral do traidor José Rivaldo, Talibã, para que montasse uma terceira chapa, uma chapa “laranja”, pois esta chapa não teria a menor chance de ganhar a eleição, mas apenas cumpriria a função de dividir os votos da Chapa 2 para obstruir a vitória dos trabalhadores.

Só a empresa poderia sustentar Emanuel-PSTU-Ditadura no Sintect-PB

Nos últimos dois anos Emanuel/PSTU/Ditadura aprofundou a política traidora e divisionista do PSTU no Sintect-PB, passando por cima da unidade da categoria, trabalhando para ajudar o PSTU a dividir a categoria com a formação de uma Federação anã, que garantiria dinheiro e liberações para os sindicalistas do PSTU.

Esta política abriu uma enorme crise na própria diretoria do sindicato controlada por Emanuel/Ditadura, que para continuar mandando no sindicato precisou partiu para a violência, ameaçando de agressão física os diretores do sindicato que não apoiassem a construção da Federação anã do PSTU.

Sem o apoio da maioria de sua diretoria, Emanuel/Ditadura foi obrigado a realizar, de forma escondida, assembleia em Patos para aprovar que o Sintect-PB mandasse dinheiro para o PSTU formar a Federação anã, pois perdeu todo o apoio que tinha em João Pessoa e Campina Grande.

Com o golpe da Assembleia, escondida dos trabalhadores, para aprovar a política divisionista do PSTU, Emanuel foi se afundando cada vez mais a ponto de ser vaiado nos setores de trabalho em que fazia reunião setorial, a exemplo do CDD Centro, CDD Leste na cidade de João Pessoa.

Emanuel/PSTU/Ditadura chegou à desmoralização final quando, na campanha salarial passada, defendeu que os trabalhadores não deflagrassem greve no dia 11 de setembro, conforme já havia sido divulgado pela Fentect, mas defendeu suspender a greve para seguir o calendário dos traidores do PCdoB de SP e RJ. O que inviabilizou a unificação da categoria na luta pelo aumento de salário.

Veja o porquê da direção da ECT ter se organizado para impedir a vitória dos trabalhadores

Com a Vitória do MOPe – Movimento de Oposição ao Peleguismo- no último Congresso da Fentect (junho/2012), apoiado pelos sindicatos do Piauí e Amazonas, ex-integrantes do projeto da Federação anã/PSTU, a situação do Emanuel/PSTU/Ditadura piorou ainda mais na Paraíba fortalecendo a luta da Oposição no Sintect-PB, que ganhou ainda mais força.

Prevendo que a vitória dos trabalhadores no Sintect-PB seria inevitável, o que fortaleceria a luta unitária da categoria em todo país, a direção da ECT começou a se mexer para manter Emanuel/PSTU/Ditadura no sindicato.

Para evitar a vitória da Chapa dos trabalhadores, contra Emanuel/Ditadura, a direção da ECT começou a assediar os trabalhadores que faziam parte da Oposição à direção do Sindicato, principalmente no CDD Leste, Centro e Sudoeste, oferecendo cargos de supervisão, e como esta tática não foi suficiente, a direção da ECT separou estes trabalhadores uns dos outros, através de transferências.
 
Diante da formação da Chapa 2 – A chapa dos trabalhadores, verdadeira Oposição à Emanuel/Ditadura, a ECT contratou Robson L. Nevez, do PT, cabo eleitoral do pelego Talibã, a fim de que este organizasse outra chapa de oposição, pela direita, buscando evitar a polarização nas eleições do sindicato.
 
A principal função da chapa do Robson, uma chapa laranja, seria obstruir a chapa dos trabalhadores, para que os votos do setor operacional de Campina Grande, segunda maior cidade do Estado, onde Emanuel/PSTU/Ditadura não possui nenhum apoio, não fosse para a Chapa 2 – A Chapa dos trabalhadores.
 
ECT organiza votação dos gerentes na chapa de Emanuel/PSTU/Ditadura 
 
Sabendo de antemão que a votação das eleições do Sindicato aconteceria nos dias 14 e 15 de março, a Diretoria Regional dos Correios desmarcou um curso que aconteceria no final de fevereiro, remarcando-o para os dias da eleição, convocando todos os gerentes de agências do interior da Paraíba para este curso, inclusive aqueles gerentes que se encontravam de férias.
 
Em Campina Grande, mais de 80 gerentes de agências se reuniram em um Hotel no dia 14 de março, para que a direção da ECT canalizasse os votos destes gerentes na Chapa 1 – Emanuel/PSTU/Ditadura.
 
Em João Pessoa, a direção da ECT convocou os gerentes para o mesmo “curso” no dia 15 de março, a ser realizado no COA – Centro Operacional e Administrativo de João Pessoa.
 
Estes gerentes, pressionados pela DR-PB, votaram de forma separada nas urnas do COA-JP e na urna de Campina Grande, que juntas totalizaram 88 votos em separado.
 
Estas duas urnas que contabilizaram a maioria de votos de gerentes e chefes foi vencida pela Chapa de Emanuel/PSTU/Ditadura.
 
Em Campina Grande, os gerentes e chefes lotavam vários carros do Hotel e iam votar na chapa de Emanuel na urna instalada no prédio central dos Correios de Campina Grande.
 
Quando a Urna de Campina Grande foi aberta, até mesmo Emanuel/PSTU/Ditadura ficou surpreso com a eficiência da Direção da ECT para fazer os chefes votarem nele.
 
Enquanto a Chapa 3 do Robson/PT/Patrão impedia a tendência de votos dos trabalhadores de Campina Grande na verdadeira Chapa de oposição, a Chapa 2 dos companheiros do MOPe, a direção da ECT movimentava toda a sua estrutura para que os gerentes das regiões vizinhas a Campina Grande votassem na Chapa 1 – Emanuel/PSTU/Ditadura.
 
Com isso, como num passe de mágica, Emanuel-Ditadura, que não ganha uma assembleia de trabalhadores em Campina Grande há mais de 3 anos, recebeu 83 votos contra 54 da chapa de Robson/PT/Patrão e 18 votos da Chapa 2- dos Trabalhadores, dos companheiros do MOPe.
 
Também teve uma votação expressiva na Urna do COA – recebendo um apoio desconhecido da direção da ECT e gerentes que trabalham ali.
 
Os trabalhadores devem continuar lutando para retirar o Sintect-PB do controle da direção da ECT
 
A direção da ECT se organizou nestas eleições para manter Emanuel/PSTU/Ditadura no sindicato, evitando a tomada do Sindicato para a luta nacional da categoria pelos trabalhadores, pois sabem que a política divisionista de Emanuel facilitará os seus ataques contra a categoria de conjunto.
 
Inclusive, o preço do apoio dado pela ECT a Emanuel é a desfiliação do Sintect-PB da Fentect, para que os trabalhadores da Paraíba fiquem isolados do movimento nacional.
 
A direção da ECT sabe que se os trabalhadores dos correios se unificarem nacionalmente, através da Fentect, não é possível implementar a sua politica de arrocho salarial e superexploração nos setores.
 
Diante disso, os trabalhadores da Paraíba devem continuar organizados para impedir que Emanuel e a direção da ECT consigam afastar os trabalhadores da Paraíba da Luta nacional, da luta unificada pelas reivindicações e direitos da categoria. Somos uma única categoria, e por isso devemos estar organizados de forma unitária em um único sindicato, numa única federação.
 
Apesar da direção da ECT conseguir impor um resultado fictício na eleição que não corresponde ao sentimento dos trabalhadores da Paraíba de mudança, de oposição ao divisionismo, a eleição mostrou a fraqueza da Chapa 1 – Emanuel/PSTU/Ditadura, que sem ajuda da ECT jamais conseguiria se manter no sindicato.
 
Os trabalhadores devem lutar para colocar para fora do seu sindicato estes elementos patronais, que a serviço da ECT obstruem a luta e a organização de toda a categoria.

Unificar a luta contra os processos e a perseguição política

O aumento da repressão e perseguição política a diversos setores organizados de trabalhadores e estudantes nos últimos tempos tem colocado a necessidade de uma ampla campanha conjunta contra estes ataques.

O mais recente ataque ocorreu à sindicalista Bia Abramides, professora e diretora da Apropuc (Associação dos Professores da PUC) simplesmente por apoiar uma manifestação estudantil.

Bia é acusada pela reitoria da PUC de “obstaculizar uma reunião do Conselho Superior da faculdade” e “desrespeito a superiores hierárquicos e colegiados da universidade, contribuir ou influir para atos de indisciplina dos estudantes”, segundo diz o processo administrativo movido pela reitoria.

É mais um caso claro de perseguição política aqueles que, por não aceitar as medidas totalmente ditatoriais impostas pela burocracia universitária, se manifestam. Bia Abramides apoia a luta dos estudantes contra a escolha do novo reitor da PUC que foi escolhido nos mesmos moldes que o reitor interventor da USP, João Grandino Rodas. O cardeal Dom Odilo Scherer, fez as vezes de José Serra, e assim como aconteceu na USP, não escolheu o mais votado, mas o terceiro colocado, último da lista tríplice, a professora Anna Maria Marques Cintra.

A medida indignou toda a comunidade acadêmica, principalmente os estudantes que protestaram ocupando a reitoria e aprovando greve e outras medidas. Bia, em todos os momentos apoiou a luta dos estudantes e agora está sendo perseguida politicamente.

Outro caso recente de perseguição política está acontecendo na categoria dos bancários. Trabalhadores de bancos públicos foram demitidos depois de inúmeros processos administrativos envolvendo a luta por melhores salários e condições de trabalho, como a participação em greves, por exemplo.

Somam-se a estes casos, os ataques ao direito de greve, a prisão de trabalhadores que se manifestaram nas obras do PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) e as centenas de processos que estudantes e trabalhadores da USP e outras universidades públicas estão sofrendo por se manifestarem.

Na USP, inclusive, oito estudantes foram expulsos e “eliminados” da universidade por protestar e o sindicalista Claudionor Brandão foi demitido por desacatar um professor na reunião do Conselho Universitário.

Diante desta ofensiva da direita contra os movimentos de luta é necessária a criação de uma frente de luta ampla para reunir todos que estão sendo perseguidos pelos governos do PT e do PSDB dentro e fora das universidades.

Esta frente deve se apoiar na luta comum contra estes ataques e definir medidas práticas de uma campanha nacional contra a perseguição política.

Nada de regulamentação: O direito de greve deve ser irrestrito

O governo quer atacar o direito de greve dos servidores federais, com o apoio da burocracia sindical

Talvez um dos maiores desejos da burguesia seja impedir o direito de greve dos trabalhadores. Não faltam motivos, econômicos ou políticos, para que os patrões façam de tudo para estrangular esse direito que, depois de mais de um século de luta, é considerado um direito elementar da população.

Em períodos de crise, a burguesia procura de todas as formas, estrangular a ação dos trabalhadores. Nesse momento, a burguesia brasileira está numa ofensiva contra o direito de greve. Exemplos não faltam.

Nos últimos anos, aumentou o número de greve que de alguma maneira sofreram a intervenção do poder Judiciário. Segundo dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), em 2011, mais de 40% das greves tiveram alguma forma de intervenção judicial. No setor público, esse número sobe para 50%. As intervenções judiciais resultam em multas estratosféricas contra as organizações sindicais, punições aos trabalhadores, corte de ponto etc.

Há ainda as centenas de casos de repressão policial, como o ocorrido nas obras do PAC na Hidrelétrica de Jirau (RO), onde a ação da Força Nacional de Segurança e da Polícia Militar resultou em dezenas de grevistas presos, denúncias de torturas e agressões e desaparecidos políticos.

Governo do PT quer acabar com o direito de greve

Depois de várias tentativas durante o governo Lula, a informação é a de que Dilma Rousseff incumbiu à AGU (Advocacia Geral da União) uma proposta de regulamentação de greve dos servidores.

Para a burguesia, a palavra “regulamentação” é apenas um eufemismo para cortar direitos. O fato é que o governo do PT foi colocado na parede em 2012 por uma enorme greve generalizada dos servidores, que gerou uma enorme crise dentro do governo, inclusive com o pedido de demissão de um alto funcionário do ministério do Planejamento que se recusou a cortar o ponto dos servidores.

O maior motivo dessa ofensiva, no entanto, é econômica. Com a crise capitalista internacional atingindo em cheio a economia brasileira, a primeira medida é atacar o funcionalismo público, cortando direitos, salários e benefícios.

Porém, o ataque ao direito de greve dos servidores é a preparação para um ataque a todas as categorias. O funcionalismo público é o primeiro a ser atacado, basta ver o desenvolvimento da crise nos Países europeus como a Grécia, Portuga e Espanha. A tentativa de “regulamentar” o direito de greve dos servidores é a preparação política do governo para colocar em prática uma política de austeridade contra todos os trabalhadores e a população em geral.

Direito irrestrito ou regulamentação?

As federações, confederações e associações dos servidores que participam do chamado Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).

O órgão, apesar de protestar contra a tentativa do governo de atacar o direito de greve dos servidores, está caindo numa armadilha.

O Fonacate, segundo matéria publicada pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Consef), defende que “os servidores grevistas devem manter um percentual mínimo de 30% do efetivo total em atividade durante a paralisação. Por outro lado, o Fonacate defende que as faltas decorrentes da greve sejam objeto de uma negociação. ‘Em não havendo acordo, as faltas implicarão na perda de remuneração a ser efetivada mensalmente em valor não superior a 10% da remuneração do servidor’, prevê o projeto dos servidores.”

Essa proposta do Fonacate, órgão ligado ao PT, é a própria regulamentação e restrição ao direito de greve. Para o governo, a proposta dos sindicalistas já seria uma vitória.

Em primeiro lugar porque limita o número de trabalhadores em greve, independentemente dos chamados “setores essenciais”, o que somente serve para enfraquecer a luta da categoria. Em segundo lugar, a ainda mais grave, “autoriza” o governo a punir os trabalhadores om o corte de ponto parcelado, o que é uma perfídia.

Na realidade, a proposta do Fonacate é uma enorme traição ao movimento sindical e abre o caminho para que as demais categoria sejam atacadas. O direito de greve deve ser irrestrito, a partir do momento em que o patrão desconta os dias parados, isso já é um ataque ao próprio direito.

O que o Fórum está propondo para o governo é o que já vem ocorrendo nas greves pelo País: obrigação de mínimo efetivo trabalhando, desconto dos dias etc. A burocracia sindical do PT se deixa cair numa armadilha preparada pelo governo e ela mesma organiza a “regulamentação” da greve para estrangular as lutas, não só dos servidores, mas de todos os trabalhadores. A “regulamentação” abre também o caminho para a reforma sindical e trabalhista tão almejada pela burguesia.

Os trabalhadores só vão conseguir aquilo que lhes é de direito com mobilização e luta, e passando por cima dos patrões. Inclusive para garantir o seu direito irrestrito de greve.

Sindicalista sofre perseguição por apoiar mobilização dos estudantes

Todo apoio aos setores em luta! Contra a repressão ao movimento estudantil, popular e sindical!
 
Reitoria da PUC ataca o direito de manifestação e abre processo administrativo contra a Diretora da Apropuc (Associação dos Diretores da PUC-SP) Beatriz Abramides

A reitoria da PUC-SP (PUC-SP – Pontifica Universidade Católica de São Paulo) abriu um processo administrativo contra a diretora da Apropuc (Associação dos Diretores da PUC-SP) Beatriz Abramides.

O processo é uma aberração. Vejamos. “A Reitoria da Pontifica Universidade Católica de São Paulo- PUC-SP, no uso de duas atribuições legais(...) RESOLVE instaurar Processo Administrativo em face a professora Dra. Beatriz Costa Abramides, da faculdade de Ciências Sociais (...) para a apuração dos atos (...) supostamente por ela praticados no dia 27/03/2013, consubstanciados na obstaculização da Reunião do Conselho Superior. (...) Os atos por ela supostamente praticado se consubstanciam em: desrespeito a superiores hierárquicos e colegiados da universidade, contribuir ou influir para atos de indisciplina dos estudantes” (Ato da Reitoria, nº 22/2013, grifo nosso)
A participação da professora na manifestação dos estudantes foi aprovada em assembleia geral dos docentes realizada no dia 26/02. Ela foi como represente APROPUC.

Ao ser levada a cabo a acusação contra a companheira Bia a reitoria abre precedente para atacar a organização e atuação de todo movimento político da PUC-SP. De acordo com o processo, qualquer pessoa que protestar contra o conselho universitário pode ser punida, uma vez que estaria desrespeitando a “hierarquia”.

O caso da PUC-SP está longe de ser um caso isolado. Existe uma ofensiva da direita contra os direitos mais elementares dos trabalhadores. Na USP, por exemplo, o Reitor interventor do PSDB Rodas já abriu mais de 200 processos administrativos. Todos os diretores do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) estão sofrendo processos. De acordo com dados do IBGE 70% das greves sofreram intervenção judicial em 2011.

É importante a realização de uma ampla campanha em defesa dos direitos de liberdade de manifestação e organização. A política da burocracia universitária é liquidar qualquer tipo de manifestação contra os ataques aos professores, funcionários e estudantes. A resposta do movimento deve ser a de expor claramente a ditadura nas universidades.

Pelo direito de liberdade de organização e manifestação!
Não ao processo contra a companheira Bia Abramides!