ESSE BLOG MUDOU

PARA CONTINUAR ACOMPANHANDO AS NOTÍCIAS DOS CORREIOS ACESSO AO LINK olhovivoecetista.wordpress.com
Este blog será desativado em 30 dias

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Só a organização pode combater a ECT e a burocracia sindical


Diante da traição da maior greve da categoria dos últimos anos, os trabalhadores dos Correios devem fazer um balanço do movimento para derrubar a burocracia sindical traidora e não cair em manobras, como a do TST, e desta maneira impedir a privatização da ECT

A greve dos trabalhadores dos Correios causou uma gigantesca crise na burocracia sindical do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSol-PSTU) e colocou o governo do PT e a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) contra a parede. Mesmo sendo uma das maiores greves dos últimos anos foi derrotada pela traição da burocracia sindical e uma nova ferramenta do governo federal, pouco utilizada nos Correios, mas que causou grande confusão na base da categoria, que foi o TST (Tribunal Superior do Trabalho).
Os trabalhadores devem fazer o balanço da greve para tirar conclusões das práticas patronais e de como combatê-las. Ficou evidente na greve que o grande problema dos trabalhadores foi a falta de organização, sendo derrotados principalmente por este motivo, que facilitou enormemente as manobras e traições do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSol-PSTU) e do governo federal.
A falta de organização independente dos trabalhadores não conseguiu impedir o golpe do TST, pois os trabalhadores voltaram ao trabalho, em grande medida, pela confusão causada pela decisão do tribunal e as mentiras da burocracia sindical nas assembleias.
Desenvolver um instrumento de comunicação entre os trabalhadores
Para desenvolver a organização da categoria é preciso existir um meio de comunicação eficiente entre os trabalhadores contra as mentiras e manobras da empresa e da burocracia sindical.
Outra conclusão sobre a greve é a necessidade de um sistema de comunicação eficaz que permita criar um movimento único e dar expressão racional aos anseios dos trabalhadores. Isso pode ser realizado através de boletins e um jornal da categoria para debater temas importantes e aprofundar a discussão.
A necessidade de um balanço da greve
O balanço da greve é importante para que os trabalhadores no futuro não sejam enganados por uma manobra como a do TST. Devem ser discutidos todos os problemas enfrentados pelos trabalhadores, as manobras do governo e da burocracia sindical, o papel dos trabalhadores, do governo federal e do PT, a atuação do TST, entre diversos outros pontos importantes que devem ser esclarecidos para que não seja repetida a traição da greve.
A necessidade de um sindicato nacional
O que foi visto nas greves, e principalmente em que há uma grande participação dos ecetistas, é que a greve é unificada pelos trabalhadores na base e as direções sindicais dividem a categoria por cima. Por isso está na hora da categoria discutir seriamente o problema do sindicato nacional único dos trabalhadores dos Correios. Os 36 sindicatos são um anacronismo, que somente serve para criar uma imensa burocracia contra os trabalhadores, para garantir cargos e benefícios para essa camada privilegiada dentro da categoria. A ECT é uma empresa nacional e uma só, então o sindicato deve ser nacional. Se houver um sindicato único, fica mais fácil tomar uma decisão unitária da categoria.
Formação de uma oposição nacional a burocracia sindical
Está colocada de maneira imediata a necessidade de materializar esta organização através da constituição de uma oposição nacional dirigida pela corrente Ecetistas em Luta. As oposições colocariam os trabalhadores em uma posição unitária contra as manobras do Bando dos Quatro e do governo federal. As decisões nos estados podem facilmente ser manipuladas em sindicatos menores com apoio da direção da ECT para derrotar a greve.
A criação de uma oposição nacional que organize o trabalho em todo o País, colocando os trabalhadores em um nível de organização elevado, é a forma de garantir as conquistas em uma greve.
Reivindicações dos trabalhadores e a crise capitalista
Também é necessário discutir com os trabalhadores que a sua luta não é só por aumento salarial. Uma das principais causas da derrota é que os trabalhadores estavam apenas concentrados nas suas reivindicações salariais (não estavam atentos à manobra do TST, etc.).
Os trabalhadores têm que entender que estamos em uma das maiores crise capitalistas da história. Eles têm que lutar não só por seu salário, mas está em pauta a privatização dos correios, demissões em massa, terceirização, um ataque profundo contra a categoria.
A política do governo de conjunto, dirigida pela crise capitalista, vai colocar em pauta um ataque maior aos trabalhadores.

Porque a greve dos Correios foi derrotada?

Apesar de toda a farofada da burocracia sindical, o fato é que a greve dos Correios foi derrotada. A categoria precisa compreender os motivos dessa derrota para que o movimento possa tirar suas conclusões e avançar no sentido de conquistas suas reivindicações

Os trabalhadores dos Correios de todo o País acabaram de protagonizar uma das maiores e mais importantes greves dos Correios, uma mobilização que durou quase um mês, mas que terminou com uma derrota para a categoria, que foi obrigada a retornar ao trabalho sem nenhuma conquista real.
Os trabalhadores foram obrigados a sair da greve, a maioria inclusive sumariamente, sem nem mesmo aprovar a proposta do acordo salarial, como ocorreu, por exemplo, no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Ou seja, a maior greve dos últimos anos terminou com uma debandada geral dos trabalhadores, apesar de ser unanime na categoria a ideia que o acordo não representa nem de longe uma vitória para os grevistas.
Apesar de ser evidente que a greve foi derrota, uma vez que o resultado da mobilização de quase um mês foi míseros R$80 de aumento, desconto de sete dias na folha de pagamento, trabalho nos finais de semana e feriados, aumento de hora extra, volta do banco de horas etc., a burocracia sindical, que no caso dos Correios é representada pelo Bando dos Quatro (PT-PcdoB-PSTU-Psol), está tentando de todas as formas minimizar os estragos provocados pela derrota da greve, espelhando a ideia de que apesar de todas as perdas, o balanço final teria sido positivo.
Trata-se de um insulto contra o trabalhador. Somente grupos que não possuem qualquer relação com os trabalhadores pode afirmar que o fato de a empresa está impondo um regime de escravidão seria uma coisa positiva. A ideia de “vitória” da greve foi imediatamente rejeitada pelos trabalhadores, que perceberam já nos primeiros dias de retorno ao trabalho que a empresa e o governo colocaram em marcha uma ofensiva contra os grevistas. O absurdo é tamanho que a empresa está tentando inclusive acabar com o repulso remunerado, obrigando a categoria a trabalhar semanas seguidas, sem um único dia de folga.
Compreensão da derrota da greve: um passo fundamental para o desenvolvimento do movimento
Ao contrário da farofada que o Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) está apresentando para a categoria, a corrente Ecetistas em Luta está fazendo uma analise seria da greve, justamente por compreender que a evolução da consciência dos trabalhadores, e consequentemente a evolução do próprio movimento, depende do fato de a categoria entender essa derrota para que possa atuar nos acontecimentos.
É evidente que a vitória do governo sobre a greve não fará com que o movimento dos trabalhadores reflua, até porque a revolta da categoria tende a crescer ainda mais à medida que o governo e a empresa começam a colocar em prática, nos setores de trabalho, os ataques que foram previstos com a assinatura do acordo criminoso. Essa situação já pode ser vista com o levante da categoria contra a convocação nos finais de semana, em diversos setores a categoria boicotou abertamente a convocação do segundo domingo pós-greve, bem como no fato de a categoria está repudiando amplamente as direções sindicais que traíram o movimento. É o caso do sindicato do Rio de Janeiro e São Paulo, ambos controlados pelo PCdoB. Em São Paulo a direção do sindicato foi expulsa dos setores de trabalho aos gritos de “vendidos e traidores”.
É unanime entre os trabalhadores que a greve não foi derrotada por falta de força do movimento. O movimento foi forte desde a deflagração da greve e se manteve até o final. Não houve retrocesso, nem mesmo diante da tentativa da burocracia sindical de acabar com o movimento por meio da assinatura de um acordo rebaixado. O acordo foi assinado pelo comando traidor de negociação, mas foi repudiado em todos os estados. A categoria inclusive não se deixou abalar pelas ameaças do dissidio coletivo, chantagem usada pela burocracia para fazer a categoria aceitar o acordo que o Bando dos Quatro havia fechado com a empresa e governo.
A greve não foi derrotada pelo enfraquecimento do próprio movimento, apesar dessa ter sido a greve mais duradoura dos últimos 15 anos e apesar da burocracia de atuado sistematicamente no sentido de cozinhar a greve em banho-maria. O que também fica evidente é que apesar de o movimento ter sido traído, não há dúvidas que a burocracia trabalhou durante todo o movimento no sentido de enfraquecer a luta dos trabalhadores, a traição dos sindicalistas pelegos do Bando dos Quatro não foi a principal causa da derrota da greve.
A categoria já vinha acumulada uma experiência, principalmente com o acordo bianual, contra as traições da burocracia. Não é a toa que mesmo tendo aprovado um acordo que foi unanime entre a burocracia (PT-PCdoB-PSTU-Psol), a burocracia não conseguiu impor sua vontade nas assembleias e foi obrigada a voltar atrás. O medo, inclusive de agressões físicas, fez com que os mesmos sindicalistas que assinaram o acordo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) não tivessem nem mesmo a coragem de defender o mesmo nas assembleias.
Confusão e falta de clareza dos trabalhadores foi principal motivdo da derrota da greve
As traições do Bando dos Quatro, apesar de terem sido constantes, foram insuficientes para acabar com o movimento, justamente porque a categoria já havia acumulado uma experiência com a burocracia que impediu com que o Bando dos Quatro conseguisse sair vitorioso.
O “elemento surpresa” dessa greve foi o TST. Nos últimos dias de greve o tribunal interveio decretando, sem qualquer poder para isso, o fim da greve e a volta ao trabalho. A ação do TST foi complementada pelos sindicalistas do PT, PCdoB, PSTU e Psol que começaram a anunciar em todo o país que a decisão do TST deveria ser atacada, que “a decisão da Justiça não se discute, se cumpre”. Os trabalhadores começaram então a voltar ao trabalho, em uma espécie de debandada geral da greve.
O que aconteceu foi que os trabalhadores, impossibilitados de compreender o que estava acontecendo, com inúmeras dúvidas, sem experiência com o TST, acabaram voltando ao trabalho, encerrando uma greve que, diga-se de passagem, que não precisava ter terminado e que tinha força para continuar. Ou seja, a principal causa da derrota da greve foi a falta de clareza, a falta de uma central que unificasse os trabalhadores, falta de informação, discussão e esclarecimento sobre o que estava sendo colocado naquele momento para os trabalhadores, principalmente sobre o TST.
A confusão que pairou sobre todos os trabalhadores foi o principal fator para a derrota da greve, pois os trabalhadores tinham força para passar por cima dos sindicalistas pelegos. Não tiveram clareza para resistir unificadamente à manobra do TST. Essa confusão geral e a falta de compreensão dos trabalhadores sobre o problema do TST foi utilizado rapidamente pela burocracia sindical, que disseminou ainda mais a confusão, explorou o preconceito e medo de uma parcela dos trabalhadores e diante de um vacilo da categoria, cuidou de encerrar a greve sumariamente.
Todos esses acontecimentos devem ser compreendidos profundamente pelos trabalhadores, uma vez que a força do movimento está, acima de tudo, na consciência dos trabalhadores. Ou seja, a partir do momento que a categoria compreende a manobra do TST como instrumento da burguesia para acabar com o movimento as chances de essa mesma manobra conseguir enganar novamente a categoria será mínima, como aconteceu, por exemplo, com a questão do abono. Os trabalhadores compreenderam que o abono, que antes era uma lei dentro dos Correios, era imposto em todas as campanhas salariais, abono equivale a um congelamento salarial, que os salários vão encolhendo no decorrer do tempo. A partir do momento que os trabalhadores tomaram consciência desse problema, o abono foi abolido das campanhas.
A questão do TST seque a mesma linha do abono.
Por isso a importância de um balanço sério sobre a greve e sobre o que levou a derrota do movimento. A consciência dos trabalhadores é o primeiro passo para que a categoria dos correios e o maior número de trabalhadores em todo o País compreenda o que aconteceu e tire as lições dessa greve para avançar na luta por suas reivindicações.

O Sintect-MG conquista mais uma vitória em favor dos ecetistas mineiros

A liminar além de garantir o repouso semanal dos ecetistas, ainda garante direito dos grevistas que estudam aos sábados


Trabalhadores não têm descanso e correm risco de vida no CEE Aclimação, em São Paulo

Os trabalhadores do CEE (Centro de Entrega de Encomendas) Aclimação, que se localiza na Zona Sul de São Paulo, estão denunciando que a direção da ECT está convocando os trabalhadores grevistas pelo terceiro fim de semana consecutivo para compensar os dias parados da greve.
Muitos desses trabalhadores estão sem descanso, já que boa parte do efetivo já trabalha aos sábados. Assim, esses companheiros foram convocados para trabalhar no domingo, sem descansar um dia sequer, algo que vai contra as leis da CLT.
A ditadura da chefia é tanta que os trabalhadores foram convocados a trabalhar em outros setores, sem sequer ser avisados com antecedência ou pelo menos pudessem escolher.
Os trabalhadores foram mandados para outros CEEs e para alguns CDDs. Houve casos inclusive de assaltos aos trabalhadores. Uma companheira que aderiu à greve foi obrigada a trabalhar em outro setor e foi assaltada enquanto fazia a entrega, tendo roubados inclusive seus pertences pessoais.
Além de querer escravizar a categoria, a direção dos Correios está colocando em risco a vida e a segurança dos trabalhadores.

Não à terceirização do atendimento médico



A direção da ECT está extinguindo um dos principais direitos da categoria, através da terceirização

A assistência médica ao trabalhador dos Correios vem sendo sistematicamente atacada pela direção da ECT. Trata-se de um dos mais graves ataques aos direitos da categoria, que está sendo colocado em prática em nome daqueles que vão encher os bolsos com a privatização dos Correios.
Já é visível para os trabalhadores que tudo o que se refere à assistência médica está sendo sucateado. O Acórdão do TST, aprovado vergonhosamente pelo Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) para satisfazer os gostos da direção da empresa, está legalizando o desmonte do atendimento médico dos trabalhadores.
A cláusula 11 do Acórdão do TST diz o seguinte logo no início: “a ECT, na qualidade de gestora ou por meio de contrato precedido de licitação, (...) oferecerá serviço de assistência médica, hospitalar e odontológica...”. O ponto deixa bem claro que, a partir de agora, não cabe mais exclusivamente à ECT oferecer a assistência médica, podendo ser feita por meio de licitação, ou seja, através da terceirização. É a destruição oficial do serviço médico dentro dos Correios.
Esse ataque já vem sendo colocado em prática pela empresa em vários lugares. Em São Paulo, todo a atendimento já foi terceirizado, o que resultou na piora considerável do serviço, filas quilométricas para conseguir uma guia ou um atendimento. Para piorar a situação, em determinado momento o contrato dos Correios com a empresa terceirizada foi encerrado, o que provocou um verdadeiro caos em todos os ambulatórios da DR-SPM.
Agora, a empresa quer legalizar esse desmonte do serviço, às escondidas, sem fazer muito alarde para ver se os trabalhadores engulam sem reclamar mais esse ataque. É o que está fazendo com a ajuda da burocracia sindical do Bando dos Quatro, que não fala nada sobre o acordo. Esse acordo, além de ter representado a escravidão da categoria, está colocando em prática ataques contra direitos fundamentais dos trabalhadores, como é o caso do serviço médico.
O serviço de assistência médica, incluído aí o convênio do correio, é o principal alvo da privatização da ECT. A terceirização serve para encher os bolsos de algum empresário laranja da direção dos Correios que depois de lucrar muito com a exploração, tanto dos funcionários terceirizados como dos trabalhadores dos Correios, simplesmente vai embora.
De outro lado, o desmonte do serviço médico nos Correios é necessário para aumentar os lucros dos capitalistas que querem botar as mãos na empresa. O serviço médico do trabalhador dos Correios representa um aumento salarial substancial no salário da categoria. Patrão nenhum vai querer bancar esse direito, que só foi conquistado pela categoria depois de muita luta.
É preciso lutar contra a privatização da ECT, lutando contra o desmonte do serviço médico e denunciando todos os ataques da direção da empresa. Vamos exigir a exclusão da proposta contida na cláusula 11 do acórdão do TST, exigindo que o serviço médico prestado aos trabalhadores seja de obrigação da própria ECT.

Correios teriam entregado 38 milhões de objetos no final de semana



A empresa se vangloria em seu site de ter colocado os grevistas para compensar as horas paradas

Em uma matéria publicada no dia 17 de outubro no site oficial dos Correios, a empresa se vangloria de ter entregado 38 milhões de cartas e encomendas em todo o País, além de ter triado mais de 36 milhões de objetos.
Independentemente se a informação da empresa é verdadeira ou não, o fato é que esses quase 75 milhões de objetos manipulados apenas no final de semana foram resultado da escravidão mais ferrenha contra a categoria. Isso, é claro, a direção da ECT não diz nada.
Os trabalhadores grevistas estão sendo obrigados a trabalhar, desde o retorno da greve, sem descanso. Em alguns setores os trabalhadores denunciaram que as chefias estão pressionando para trabalhar no sábado e no domingo, o que é inconstitucional, já que o trabalhador precisa de folga na semana.
Para piorar, todo o trabalho no final de semana está sendo feito de graça. Os trabalhadores estão trabalhando sem receber, em regime de compensação de horas, sendo que o trabalho em dia de repouso deveria valer 200% a mais do que o do dia normal. É claramente uma forma de punição e perseguição política aos grevistas.
Sobre tudo isso, a empresa também não abre a boca. No entanto, utiliza seu site na internet para afirmar ainda mais a perseguição aos grevistas. Na matéria publicada no dia 17 de outubro, a direção da ECT faz questão de dizer que “este último [fim de semana] contou com empregados que participaram do movimento grevista recém terminado e que já iniciaram a compensação dos dias parados.”
A empresa está usando nitidamente seu site oficial para incentivar a escravidão e a perseguição aos grevistas, fazendo questão de mostrar publicamente que está agindo com rigor contra os que “participaram do movimento grevista”. A direção da ECT faz propaganda aberta da ditadura.
A pressão e o assédio dos chefes nos setores são incentivados e orientados diretamente pela direção da ECT. Convocamos os trabalhadores, como já está ocorrendo em diversos setores, a boicotar a convocação da compensação de horas, enquanto não ficar esclarecido documentalmente todos os pormenores do acordo.
Não è escravidão, não à ditadura

Correios: trabalhadores do CTE Saúde se recusam a assinar compensação para o próximo fim de semana

Na manhã dessa quinta-feira, dia 27, os trabalhadores do turno da noite dos Correios do CTE (Centro de Tratamento de Encomendas) Saúde, na zona sul de São Paulo, foram convocados pelo terceiro domingo consecutivo para compensar as horas da greve.
Assim como ocorreu na convocação do último fim de semana, muitos companheiros se recusaram a assinar a convocação, em protesto contra a escravidão que a direção da ECT quer submeter os trabalhadores grevistas.
Na semana passada, muitos trabalhadores do CTE Saúde não compareceram ao trabalho no domingo. Para o próximo domingo é possível que o número de companheiros que se recusam a compensar as horas de acordo com as condições que a empresa quer impor.
O que está acontecendo no CTE Saúde é uma tendência geral dos trabalhadores de todos os setores a se levantar contra a ditadura que a empresa está querendo impor.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um único patrão, um único sindicato: a questão do sindicato nacional dos trabalhadores dos Correios

A importância dos atos unificados em Brasília durante a greve deixou claro que a unidade dos trabalhadores em um sindicato nacional é o seu fortalecimento diante dos patrões
A greve dos Correios, que durou 28 dias, deixou claro aos trabalhadores a necessidade do fortalecimento de uma organização independente da categoria, que unifique sua luta em nível nacional.
Os Correios têm quase 110 mil trabalhadores espalhados por quase a totalidade dos municípios brasileiros. É a maior empresa brasileira em número de funcionários. Esses trabalhadores servem à mesma empresa e ao mesmo patrão, que é o governo federal. No entanto, a categoria está retalhada em 35 sindicatos, ou seja, mais de um sindicato por estado. A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) não funciona de fato como um sindicato nacional, que unifique os trabalhadores, mas apenas como uma representação desses sindicatos, que em última instância têm completa autonomia em relação a ela.
Fica claro que qualquer categoria ou grupo de trabalhadores que estejam unificados tem mais força para enfrentar os patrões e que a divisão dos trabalhadores os enfraquece.
A greve dos Correios provou a necessidade de uma unificação da categoria. Os trabalhadores mostraram sua força em momentos em que estiveram unificados, como foi o caso dos atos em Brasília. À medida que a categoria se unificou em torno de uma proposta unitária, que era a de se mobilizar em Brasília para enfrentar diretamente os patrões dos Correios, os trabalhadores ganharam força e esclarecimento para aumentar sua mobilização.
O exemplo mais claro disso foi o terceiro ato em Brasília, ocorrido no início de outubro. Depois de muita resistência dos sindicatos, que queriam blindar o governo do PT, foi realizado um ato pelas ruas do ministério que se concentrou em frente ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), com cerca de 5 mil trabalhadores ecetistas vindos de quase todo o País.
O ato representou a luta nacional da categoria e foi o primeiro e principal passo para impedir o golpe que estava sendo preparado pelo comando de negociação e pela Fentect, que haviam aprovado um acordo vergonhoso no TST para tentar acabar com a greve pelas costas da categoria.
Os trabalhadores unificados em Brasília repudiaram o golpe e representaram o sentimento da categoria nacionalmente, que no dia seguinte realizou assembleias massivas em todos os estados para rejeitar o golpe e a proposta do TST. Fica claro que a unificação dos trabalhadores foi essencial nesse momento.
É necessário iniciar uma campanha por um sindicato nacional dos trabalhadores dos Correios, que expresse a luta da categoria em nível nacional. O lema dos trabalhadores deve ser: “um patrão, um sindicato”.
A burocracia sindical do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) é contra a unificação da categoria. Na realidade, trabalham no sentido contrário, como é o caso da ala mais “esquerdista”, o PSTU/Conlutas, que defende a divisão da categoria, através do rompimento com a Fentect para formar uma federação anã com meia dúzia de sindicatos, que não representam sequer 10% dos trabalhadores. Isso sem falar na proposta de antecipar a greve nacional, o tinha o claro objetivo de enfraquecer o movimento e dividir os trabalhadores, já que apenas meia dúzia de sindicatos sairia em greve. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores, que impediram a manobra e aprovaram a greve nacional unificada.
A oposição do Bando dos Quatro à proposta de unificar os trabalhadores tem o mesmo motivo pelo qual boicotaram sistematicamente os atos em Brasília durante a greve. Essa burocracia quer defender os patrões, ou seja, o governo do PT, e garantir seus interesses particulares nos sindicatos.
A mobilização dos trabalhadores dos Correios abre espaço para a unificação da categoria em um sindicato nacional que vai servir de exemplo inclusive para as demais categorias.

Nem o PSDB faria melhor: Paulo Bernardo ataca o direito de greve dos trabalhadores

O ministro das Comunicações, depois de toda a calúnia contra a greve dos Correios, defendeu a punição e a escravização dos grevistas pela empresa

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em entrevista ao portal G1, no dia 20 de outubro, mostrou que o governo do PT resolveu incorporar de vez o pior da direita brasileira, PSDB/DEM, ou ARENA. As declarações do ministro são típicas de quem já vem atacando a luta dos trabalhadores.
Paulo Bernardo, ex-sindicalista como boa parte desse governo de traidores, durante a greve dos trabalhadores dos Correios, chamou os grevistas de vagabundos e defendeu uma posição dura do governo contra a categoria. A todo o momento tentou caluniar a greve dizendo que menos de 20% da categoria estava parada.
A postura de Bernardo é a mesma que vem sendo seguida pela empresa na compensação dos dias parados, de completa intransigência. Ele defendeu que o desconto dos dias parados é uma política absolutamente correta. Para esse ex-sindicalista do PT, nenhuma categoria pode agora fazer greve, já que os patrões estariam plenamente justificados em punir os trabalhadores.
Segundo o G1, Paulo Bernardo afirmou, ao estilo dos mais truculentos representantes da direita, que apoiavam a ditadura militar, que “eles [sindicatos] falam isso: ‘ah, não acontecia, ninguém costumava [descontar os dias parados].’ Pois então, bem-vindos a essa novidade. Eu acho que se você não trabalhar nós vamos ter que descontar o seu dia.” A declaração guarda inclusive uma ironia anti-trabalhador típica da direita mais reacionária.
Esse é o governo do PT, Partido dos Traidores, e também o partido da ditadura contra os trabalhadores. Para defender os interesses dos capitalistas estrangeiros que estão de olho nos lucros obtidos da superexploração dos trabalhadores, o governo do PT é capaz das piores monstruosidades. Por isso, a direção da ECT está tentando escravizar os trabalhadores para punir os grevistas.
Vale lembrar que esse mesmo Paulo Bernardo, junto com Dilma Rousseff, foi o responsável pela aprovação da privatização dos Correios. Os ataques contra os trabalhadores estão se aprofundando, é necessário que a categoria se organize nos locais de trabalho, de maneira independente, para enfrentar os ataques.

Perseguição no CDD Tirol - BH. ECT pune grevista com suspensão verbal

O trabalhador Marcus Vinícius da Silva Lima foi suspenso por cinco dias pelo chefete Adriano de Mello. A comunicação de sua suspensão foi de “boca”

No último dia 19/10, o trabalhador Marcus Vinícius, lotado no CDD Tirol, em Belo Horizonte, foi mais uma vítima da perseguição da ECT contra os grevistas. O companheiro, ao chegar para trabalhar, foi chamado à parte pelo supervisor Adriano, que lhe informou, por palavras, que o mesmo estaria suspenso por cinco dias, a partir do dia seguinte (20/10).
Não houve sequer um documento onde o trabalhador recebesse a tal suspensão. Esta conduta, que está se tornando uma prática no CDD Tirol (existe casos antecedentes), revela o nível de tirania e abuso de poder de gestores/prepostos da ECT que se julgando donos dos correios querem punir os grevistas de acordo com a sua vontade, passando por cima até mesmo da já reacionária legislação trabalhista.
A perseguição ao companheiro já foi constatada de antes da greve. O mesmo chefete, Adriano, já tinha ameaçado o Marcus Vinícius de que ele receberia uma punição assim que retornasse da greve.
Esta não é uma situação isolada. Outros trabalhadores estão denunciando atos arbitrários de gestores que tentam se impor sob os grevistas, ameaçando-os e perseguindo-os, como é o caso dos trabalhadores da área administrativa, do setor financeiro, onde a chefe Carolina fica fazendo chacota dos mesmos no local de trabalho, uma provocação asquerosa e, ainda por cima, incitando outros trabalhadores a fazer chacota dos ecetistas que tiveram coragem de participar da greve, companheiros que não aceitaram o arrocho salarial nem o abuso da tal chefe. Vale salientar que a mesma vem obrigando esses companheiros a fazerem uma série monstruosa de serviços, numa jornada exaustiva e humilhante, enquanto apadrinha alguns puxa-sacos.
Em ambos os casos, o Sindicato encaminhou correspondência à ECT, repudiando a conduta desses chefes parasitas e opressores e exigiu da ECT que anule a suspensão verbal imposta ao companheiro Marcus Vinícius, além de denunciar o assédio da chefe que vem exigindo que os funcionários da área administrativa trabalhem por três ou quatro outros trabalhadores, numa verdadeira conduta tipo escravagista.
Nesse sentido, prevendo a continuação da perseguição desses chefes parasitas e autoritários, o Sindicato já está preparando ações judiciais para coibir o abuso e o assédio desses gestores e chama toda a categoria a denunciar todo tipo de opressão feita por qualquer chefia de qualquer unidade. O Sindicato chama, ainda, os trabalhadores grevistas a não aceitar a pressão das chefias e não trabalhar nos sábados e domingos que a ECT vem convocando em contrariedade à legislação trabalhista e à própria decisão do TST.
Os trabalhadores devem exigir: não ao excesso de serviço. Nenhum trabalho nos domingos. Abaixo a exploração!

Minas Gerais: chefes se juntam com oposição patronal para amedrontar os trabalhadores grevistas

Alguns chefetes em Minas em conjunto com elementos da oposição patronal (PCdoB/CTB) estão fazendo campanha aberta a favor da escravidão na ECT

A pretensa oposição patronal ao Sintect-MG, composta por elementos marginais do PCdoB/CTB, se uniram aos chefes – seus mentores – para espalhar mentiras e tentar amedrontar a categoria, estimulando os trabalhadores a não se colocarem contra o regime de escravidão que a empresa está impondo aos seus funcionários.
As mentiras mais descabidas estão sendo espalhadas principalmente no Complexo Operacional, principal setor, afirmando que apenas os trabalhadores de Minas Gerais não estariam cumprindo as convocações de finais de semana e que isso irá causar um grande prejuízo para os trabalhadores. É importante esclarecer, antes de tudo, que a orientação nacional – assinada inclusive pela Fentect - é a de em todos os sindicatos do Brasil as convocações para os finais de semana não devem ser aceitas até que seja esclarecido como serão pagos os dias, de forma que os direitos já garantidos dos trabalhadores e que passe por cima da CLT ou da Constituição Federal não sejam atropelados. Direitos que já conquistamos na base de muita luta não podem ser simplesmente ignorados e pisoteados por uma decisão que todos sabem, foi negociada politicamente com o governo federal (PT-PCdoB- PMDB) que representam diretamente os interesses dos patrões.
O Informe 42 da FENTECT de 21-10-2011 mostra claramente que a decisão é nacional e que a orientação é para que ninguém aceite as convocações no fim de semana.
O objetivo da oposição patronal do PCdoB é ameaçar e intimidar moralmente os trabalhadores, uma típica conversa dos “puxa sacos” e fura greves do PT que jogam do lado do patrão. Não há duvidas de que a decisão do TST não respeita os intervalos legais do trabalho, não há duvida de que por lei temos o direito ao repulso remunerado, a nossa deliberação em assembleia, diga-se de passagem, de não trabalhar nos finais de semana, não acatar a convocação imposta pela empresa, nem muito menos silenciar diante da tentativa do governo de impor um regime de escravidão para os companheiros. Essa é a decisão que foi orientada para todos os sindicatos do Brasil.
Trata-se de uma decisão é ampla, que abrange todos os sindicatos. Uma decisão acertada e amparada na legislação trabalhista vigente que passa pelo “artigo, 67 da CLT, que assegura a todo trabalhador um descanso semanal de vinte e quatro horas consecutivas, o qual, ressalvadas as exceções legais, deve coincidir em todo ou em parte com os domingos. Deste modo, a conduta da ECT é inaceitável, representando, outrossim, afronta a própria dignidade humana e a valorização mínima deferível ao trabalho estabelecidas nos artigos 1®, III e 170, da Constituição Federal.”
Os trabalhadores mineiros devem dar um basta na situação de escravidão que está colocada e repudiar qualquer tipo de convocação ou conversa fiada dos meninos de recado dos patrões e da empresa, que querem que os trabalhadores não se mobilizem, pois esses elementos estão defendendo os interesses dos patrões contra os trabalhadores. A conduta combativa do Sintect-MG não só está correta, como é o modelo a ser seguido por todos os sindicatos. A categoria não deve aceitar que seus direitos sejam retirados.

Imprensa independente: mais de 500 matérias sobre os Correios nos últimos dois meses no site do PCO

A corrente Ecetistas em Luta (PCO) foi a que mais publicou matérias sobre os Correios

Todo mundo já sabe que a corrente Ecetistas em Luta, composta por militantes e simpatizantes do PCO, foi o grupo que de maneira mais enérgica interveio durante os quase 30 dias de greve dos trabalhadores dos Correios.
Os militantes da corrente Ecetistas em Luta investiram todo o esforço em deixar a categoria informada com o objetivo principalmente de organizar os trabalhadores, fortalecer a greve e derrotar a direção da ECT e o governo do PT. Enquanto os patrões investem muito dinheiro para caluniar e atacar os trabalhadores, a corrente Ecetistas em Luta (PCO) sabe que somente uma imprensa operária, independente dos patrões, poderá fazer frente a essa campanha da burguesia.
Visto isso, o trabalho de agitação e propaganda da corrente Ecetistas em Luta foi disparado o maior de todos os órgãos da imprensa, inclusive os da imprensa capitalista. Para se ter uma idéia, a Folha de S. Paulo, maior jornal do País, publicou cerca de 80 matérias sobre os Correios durante os dois últimos meses. Nesse mesmo período, o Estado de S. Paulo, também manteve essa média de cerca de 80 matérias sobre os Correios.
Os dois últimos meses, setembro e outubro, coincidem com a greve da categoria, momento em que mais se falava no assunto em toda a imprensa.
Nesses dois meses, apenas em seu site, a corrente Ecetistas em Luta publicou 551 matérias, entre artigos, fotos, vídeos, áudios, entrevistas etc. Dá para perceber o abismo que existe entre o trabalho de imprensa sobre os Correios. No caso da imprensa capitalista, a diferença é muito grande, no entanto, os militantes do PCO sabem que ainda é necessário mais esforço para fazer frente aos ataques da imprensa capitalista.
Em relação ao Bando dos Quatro (PT-PCdoB-Psol-PSTU), essa diferença é ainda mais gritante. O Psol e o PT, sequer têm um sistema organizado de propaganda em seus sites. O PSTU, por sua vez, publicou apenas 12 matérias sobre os Correios nos dois últimos meses. O PCdoB, apenas 47.
O resultado do trabalho de imprensa dos partidos que formam o Bando dos Quatro revela de outro ângulo a sua paralisia em relação ao movimento dos trabalhadores. A burocracia sindical não quer fazer o trabalho de imprensa, assim como não quer fazer nenhum trabalho que organize a categoria, pois defendem a política dos patrões, como ficou mais do que claro nessa greve. O dinheiro dos trabalhadores que recebem todo o mês nos sindicatos serve para financiar algum interesse particular dos burocratas do Bando dos Quatro. Se depender deles, o trabalhador ficaria completamente nas mãos da imprensa capitalista.
O Partido da Causa Operária e a corrente Ecetistas em Luta defendem uma imprensa dos próprios trabalhadores, feita e financiada pelos trabalhadores, que esteja verdadeiramente em defesa dos seus interesses. Além do trabalho de matérias no site, a corrente Ecetistas em Luta publica boletins diários nos principais estados. Também é feito o trabalho nacional de imprensa com o jornal Causa Operária.
Na internet, além do site com um jornal diário, há também o trabalho no blog olho vivo ecetista, no Facebook, orkut e no Twitter.
Trabalhador, contribua com a imprensa operária, participando com denúncias e informações.

Só a organização pode combater a ECT e a burocracia sindical

Diante da traição da maior greve da categoria dos últimos anos, os trabalhadores dos Correios devem fazer um balanço do movimento para derrubar a burocracia sindical traidora e não cair em manobras, como a do TST, e desta maneira impedir a privatização da ECT

A greve dos trabalhadores dos Correios causou uma gigantesca crise na burocracia sindical do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSol-PSTU) e colocou o governo do PT e a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) contra a parede. Mesmo sendo uma das maiores greves dos últimos anos foi derrotada pela traição da burocracia sindical e uma nova ferramenta do governo federal, pouco utilizada nos Correios, mas que causou grande confusão na base da categoria, que foi o TST (Tribunal Superior do Trabalho).
Os trabalhadores devem fazer o balanço da greve para tirar conclusões das práticas patronais e de como combatê-las. Ficou evidente na greve que o grande problema dos trabalhadores foi a falta de organização, sendo derrotados principalmente por este motivo, que facilitou enormemente as manobras e traições do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSol-PSTU) e do governo federal.
A falta de organização independente dos trabalhadores não conseguiu impedir o golpe do TST, pois os trabalhadores voltaram ao trabalho, em grande medida, pela confusão causada pela decisão do tribunal e as mentiras da burocracia sindical nas assembléias.

Desenvolver um instrumento de comunicação entre os trabalhadores

Para desenvolver a organização da categoria é preciso existir um meio de comunicação eficiente entre os trabalhadores contra as mentiras e manobras da empresa e da burocracia sindical.
Outra conclusão sobre a greve é a necessidade de um sistema de comunicação eficaz que permita criar um movimento único e dar expressão racional aos anseios dos trabalhadores. Isso pode ser realizado através de boletins e um jornal da categoria para debater temas importantes e aprofundar a discussão.

A necessidade de um balanço da greve

O balanço da greve é importante para que os trabalhadores no futuro não sejam enganados por uma manobra como a do TST. Devem ser discutidos todos os problemas enfrentados pelos trabalhadores, as manobras do governo e da burocracia sindical, o papel dos trabalhadores, do governo federal e do PT, a atuação do TST, entre diversos outros pontos importantes que devem ser esclarecidos para que não seja repetida a traição da greve.

A necessidade de um sindicato nacional

O que foi visto nas greves, e principalmente em que há uma grande participação dos ecetistas, é que a greve é unificada pelos trabalhadores na base e as direções sindicais dividem a categoria por cima. Por isso está na hora da categoria discutir seriamente o problema do sindicato nacional único dos trabalhadores dos Correios. Os 36 sindicatos são um anacronismo, que somente serve para criar uma imensa burocracia contra os trabalhadores, para garantir cargos e benefícios para essa camada privilegiada dentro da categoria. A ECT é uma empresa nacional e uma só, então o sindicato deve ser nacional. Se houver um sindicato único, fica mais fácil tomar uma decisão unitária da categoria.

Formação de uma oposição nacional a burocracia sindical

Está colocada de maneira imediata a necessidade de materializar esta organização através da constituição de uma oposição nacional dirigida pela corrente Ecetistas em Luta. As oposições colocariam os trabalhadores em uma posição unitária contra as manobras do Bando dos Quatro e do governo federal. As decisões nos estados podem facilmente ser manipuladas em sindicatos menores com apoio da direção da ECT para derrotar a greve.
A criação de uma oposição nacional que organize o trabalho em todo o País, colocando os trabalhadores em um nível de organização elevado, é a forma de garantir as conquistas em uma greve.

Reivindicações dos trabalhadores e a crise capitalista

Também é necessário discutir com os trabalhadores que a sua luta não é só por aumento salarial. Uma das principais causas da derrota é que os trabalhadores estavam apenas concentrados nas suas reivindicações salariais (não estavam atentos à manobra do TST, etc.).
Os trabalhadores têm que entender que estamos em uma das maiores crise capitalistas da história. Eles têm que lutar não só por seu salário, mas está em pauta a privatização dos correios, demissões em massa, terceirização, um ataque profundo contra a categoria.
A política do governo de conjunto, dirigida pela crise capitalista, vai colocar em pauta um ataque maior aos trabalhadores.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

TST valida liminares estaduais que proíbem trabalho no repouso remunerado

A direção da empresa entrou com a ação, enquanto fingia que negociava com a direção da Fentect – Federação Nacional dos Trabalhadores do Correio

A direção da ECT entrou com pedido liminar no TST, na última sexta-feira, para cassar as liminares ganhas por diversos sindicatos, em vários estados, impedindo  o trabalho no domingo (no repouso semanal remunerado).
A direção da empresa entrou com a ação, enquanto fingia que negociava com a direção da Fentect – Federação Nacional dos Trabalhadores do Correio - na expectativa de cassar as liminares no final da sexta-feira, criando um fato consumado, tentando passar por cima da orientação dada pela Fentect, de que nenhum grevista deveria trabalhar no domingo.
A liminar foi indeferida nos seguintes termos:

“É fato notório e incontroverso, porém, que o movimento paredista se encerrou na quinta-feira, dia 13.11.2011, tratando-se, neste instante, da interpretação das cláusulas da sentença normativa e do seu cumprimento ou descumprimento.
Ora, as decisões dos juízos de primeiro grau, embora se relacionem com a sentença normativa proferida no dissídio coletivo, foram exaradas em ações autônomas em que se debate acerca do cumprimento da mencionada sentença normativa, com a interpretação de suas cláusulas.  “
(...)
Nesse sentido, as citadas medidas processuais não se referem ao movimento paredista, à greve, porém à forma de cumprimento da sentença normativa, já que é fato notório o término do citado movimento paredista.

Assim, ainda que não tenha ocorrido o trânsito em
julgado da sentença normativa, é cabível a propositura de ação de cumprimento, nos termos da Súmula 246/TST, cuja competência é da instância ordinária. Neste sentido o art. 872 da CLT:

Art. 872 - Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão,seguir-se-á o seu cumprimento, sob as penas estabelecidas neste Título.
Parágrafo único - Quando os empregadores deixarem de satisfazer o pagamento de salários, na conformidade da decisão proferida, poderão os empregados ou seus sindicatos, independentes de outorga de poderes de
seus associados, juntando certidão de tal decisão, apresentar reclamação à Junta ou Juízo competente, observado o processo previsto no Capítulo II deste Título, sendo vedado, porém, questionar sobre a matéria de fato e de direito já apreciada na decisão”
Ademais, não se insere entre as competências
próprias da Sessão de Dissídio Coletivos do TST o julgamento originário de ação de cumprimento e medidas cautelares e/ou liminares conexas, conforme as ora intentadas em primeiro grau.

Nestes termos, a Lei 7701/88:
“Art. 2º - Compete à seção especializada em dissídios coletivos, ou seção normativa:

I - originariamente:
a) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever suas próprias sentenças normativas, nos casos previstos em lei;
b) homologar as conciliações celebradas nos dissídios coletivos de que trata a alínea anterior;
c) julgar as ações rescisórias propostas contra suas sentenças normativas;
d) julgar os mandados de segurança contra os atos praticados pelo Presidente do Tribunal ou por qualquer dos Ministros integrantes da seção especializada em processo de dissídio coletivo; e Poder Judiciário Justiça do Trabalho
e) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais do Trabalho em processos de dissídio coletivo.
Tal competência é, efetivamente, dos Juízes de Primeiro Grau (art. 872 da CLT).

Além disso, conforme preceitua o art. 10 da Lei 7701/1988,

“nos dissídios coletivos de natureza econômica ou jurídica de competência originária ou recursal da seção normativa do Tribunal Superior do Trabalho, a sentença poderá ser objeto de ação de cumprimento com a publicação da certidão de julgamento”.

Tal ação de cumprimento e medidas conexas desenvolvem-se em Primeiro Grau, como visto.

Portanto, considerando-se que este Relator não é
competente para a análise do pedido, nada a deferir.

Publique-se.

Brasília, 21 de outubro de 2011.

Compensação dos dias: empresa ameaça funcionários que se negam a trabalhar no regime escravo

Os trabalhadores do CTC Jaguaré, em São Paulo, denunciaram que a chefia está intimidando os trabalhadores afirmando que haverá punições caso não seja obedecido o regime de escravidão imposto pela ECT

A ditadura da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) está ultrapassando todos os limites no CTC (Centro de Tratamento de cartas) Jaguaré, em São Paulo. Na semana passada, a chefia convocou os trabalhadores a compensarem as horas de greve pelo segundo fim de semana seguido, aos sábados e domingos, ou seja, os trabalhadores do setor trabalhariam duas semanas ininterruptas, sem descanso.
Indignados, os trabalhadores dos três turnos do CTC Jaguaré decidiram boicotar, de forma correta, a convocação e não irem trabalhar no fim de semana. A chefia partiu para as ameaças e na sexta-feira, dia 21, convocou uma reunião para intimidar os trabalhadores e dizer que todos seriam obrigados a comparecer no final de semana e que quem se recusasse a atender a convocação seria punido com uma Finp (Falta injustificada).
Além da ameaça de punição, a chefia disse que as faltas injustificadas do não comparecimento às compensações iriam influenciar nas férias e na PLR dos trabalhadores.
A campanha de intimidação e mentiras dos carrascos da direção da ECT apesar de ter deixado alguns companheiros assustados, não foi o suficiente para amedrontar a categoria. Até os que estavam mais assustados com as ameaças decidiram comparecer apenas no sábado para trabalhar.
Os companheiros do CTC Jaguaré fizeram bem em se levantar contra a compensação de horas, esse é o exemplo a ser seguido pelos trabalhadores em todo o País. A próxima da tarefa dos trabalhadores é passar por cima dos chefes que são os capatazes da direção da ECT e do governo do PT e que estão colocando em prática a ditadura dentro dos setores.
Trabalhador, não acredite em nenhuma mentira dos chefes e denuncie todas as formas de assédio e pressão moral que ocorra nos setores. Nenhum trabalhador pode ser punido caso rejeite a convocação, segundo o próprio TST, a compensação deve ser feita em um sistema como regularmente ocorre e os trabalhadores têm até maio de 2012 para compensar essas horas da greve.
A direção dos Correios está tentando punir os trabalhadores grevistas utilizando a compensação nos finais de semana. É um absurdo o que a direção da ECT, com a ajuda do TST (Tribunal Superior do Trabalho), simplesmente passe por cima da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e do direito de greve e exija que os trabalhadores trabalhem como escravos.
As chefias são os instrumentos que os patrões estão usando dentro dos setores para escravizar os trabalhadores. Por isso, convocamos os trabalhadores a boicotar a ditadura da compensação enquanto a direção da ECT não voltar atrás em sua intenção de transformar a categoria em escrava. Além do CTC Jaguaré, trabalhadores do CTE Saúde também começaram a boicotar a compensação, em Minas Gerais os trabalhadores aprovaram o boicote em assembleia A direção da empresa continua intransigente, por isso, os trabalhadores devem partir para medidas de força para enfrentar mais esse ataque da ECT, aprovando o estado de greve e boicotando as convocações até que sejam estabelecidas normas concretas de como será feita a compensação. Os trabalhadores mobilizados já mostraram sua força, vamos mostrar para a direção da empresa e seus
capatazes que os trabalhadores organizados têm mais força do que a ditadura que querem impor na empresa.

Não à ditadura, não à escravidão;

Pelo direito de greve
Não à privatização