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sábado, 29 de setembro de 2012

Todos à II Conferência Nacional da Corrente Ecetistas em Luta

No dia 04 de novembro, em São Paulo
 
Companheiro trabalhador, vamos discutir o balanço da campanha salarial de 2012 para impulsionar a tendência de luta da categoria e construir uma corrente nacional de oposição aos ataques da empresa e aos traidores
A coordenação nacional da corrente sindical Ecetistas em Luta está convocando todos os seus filiados e apoiadores a participarem de sua II Conferência Nacional, que se realizará no dia 04 de novembro, em São Paulo.

Com a greve deste ano ficou evidente que a categoria não tem maiores conquistas porque a máfia sindical do PT-PCdoB, que ainda está na direção de sindicatos como o de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Brasília, trabalharam contra a greve, sabotando de todas as formas a campanha salarial... com a tradicional ajuda do PSTU/Conlutas.

As traições abriram caminho para o surgimento de oposições e organizações de base na categoria. A vitória do bloco de oposição no XI Contect (Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios) revela claramente que as condições estão dadas nas bases de todos os sindicatos do País para a constituição e o crescimento de oposições sindicais classistas e para a recuperação da maioria dos sindicatos como instrumentos de luta da categoria.

A conferência será um importante momento para fazer um balanço do movimento dos trabalhadores dos Correios e da nova etapa de luta da classe operária, a crise da burocracia sindical e a nova direção da Fentect, a campanha salarial 2012. O mais importante de tudo, a construção de um movimento nacional de trabalhadores dos Correios para combater as traições e os ataques da empresa e os traidores do PT e do PCdoB que atuam como agentes patronais dentro do movimento.

A luta no interior do movimento sindical nacional dos correios é uma luta entre correntes e partidos políticos. A cada nova experiência fica mais clara a importância da corrente Ecetistas em Luta (PCO) para a luta nacional dos trabalhadores dos correios e a necessidade de fortalecer a sua organização em todo o país. Esta é uma tarefa central desta II Conferência Nacional.

Para participar, entre em contato com os militantes da corrente Ecetistas em Luta, envie um e-mail para correios@pco.org.br ou ligue para (0xx11) 3637-3273 ou (0xx31)-3224-0752.

TST e ECT impõem novamente um Acordo miserável aos trabalhadores

Ditadura dos patrões
Causa Operária faz uma primeira análise do acordo imposto no julgamento da campanha salarial dos trabalhadores dos Correios na quinta-feira, dia 27
Depois de três meses de campanha salarial e 17 dias de greve, desde que Minas Gerais e Pará iniciaram a paralisação no dia 11 de setembro, a categoria dos Correios teve novamente sua luta barrada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), novamente com a colaboração dos sindicalistas traidores do PT-PCdoB.

Intransigente desde o primeiro momento da campanha salarial, a direção da ECT entrou com o dissídio no dia 13 de setembro, antes mesmo que o movimento entrasse em greve na maioria dos estados. A empresa recusou todas as propostas de conciliação feitas no Tribunal, propostas essas que estavam muito próximas do que a própria ECT oferecia.

Finalmente, a campanha foi para o julgamento, comprovando o que dizia a diretoria majoritária da Fentect e o Comando de Mobilização: que esse sempre foi o desejo da empresa.

O reajuste: mais uma miséria para a categoria

No julgamento, o Tribunal bateu o martelo em 6,5% de reajuste salarial. Nada mais. Para entender o que significa esse “aumento” salarial que o TST impôs, devemos fazer as comparações corretas.

Os sindicalistas traidores, agem exatamente conforme quer a empresa. Procuram usar as duas propostas debochadas feitas durante a campanha: os 3% e depois os 5,2%. Comparado com isso, os 6,5% dado pelo Tribunal parece uma vitória. Mas está claro que não se trata disso.

A inflação acumulada de setembro de 2011 até agosto desse ano foi, segundo o IPCA, 5,24%. O aumento dado pelo tribunal é apenas 1,26%. Todo trabalhador sabe, no entanto, que os índices do governo não são confiáveis. Além disso, ali onde mais interessa ao trabalhador, como a alimentação, o aumento supera e muito a inflação oficial. Neste ano, na maioria das capitais, a cesta básica teve aumento superior a 10%. Para se ter uma ideia, o tomate aumentou 76,46% e o feijão 29%.

Não é difícil perceber que o aumento imposto pelo TST não valerá mais nada em pouquíssimos meses.

A empresa recusou as propostas de conciliação apresentadas no TST pois já contava que o julgamento resultaria em um índice rebaixado. Disso, os trabalhadores tiram duas lições importantes.

Em primeiro lugar que os patrões, apesar de todo o jogo de cena, fazem uma jogada casada com os tribunais para sempre prejudicarem o trabalhador. Ficou bem claro que a empresa já dava como certo o reajuste miserável.

Em segundo lugar, que a burocracia sindical, ao rebaixar a pauta, entra de cabeça nessa jogada da empresa e do tribunal. Alguns juízes do TST chegaram a usar a proposta rebaixada feita pelos sindicatos divisionistas do PCdoB como parâmetro para fechar o reajuste miserável de 6,5%. Quer dizer, o rebaixamento de pauta não é nada mais do que uma armadilha para favorecer somente o patrão.

As cláusulas sociais

A pressão da categoria impediu que a empresa e o Tribunal mexessem nas clausulas sociais. Ficaram mantidos os pontos do Acórdão do ano passado. Isso não pode ser considerado um avanço, na medida em que essas conquistas são ganhos tradicionais da categoria.

Apenas ficou difícil para a empresa alterar esses direitos. Por exemplo, o Vale extra de final de ano, conhecido na categoria como “Vale Peru”, não foi retirado por ser uma conquista de mais de dez anos. A empresa havia manifestado interesse em retirar esse benefício.

O vale refeição e vale cesta foram reajustados em 5,2%, assim como os demais benefícios sociais. Um reajuste que, nem precisaria dizer novamente, pode ser considerado abaixo da inflação.

A entrega pela manhã

Uma reivindicação antiga da categoria é a mudança da entrega de correspondência da tarde para o período matutino. Essa é uma reivindicação que diz respeito diretamente à saúde do trabalhador, que é obrigado a enfrentar o sol quente na rua.

Em relação a essa reivindicação, foi aprovado um “projeto piloto” de entrega pela manhã em três bases sindicais: Mato Grosso, Tocantins e Baixada Santista. É muito pouco, mas representa uma conquista parcial dos trabalhadores que tanto sofrem com esse problema, resta ampliar a luta para que as demais regiões sejam contempladas e para que o programa não fique apenas como “piloto”.

O plano de saúde

A direção da ECT deixou claro durante a campanha salarial que tinha o interesse de mudar o plano de saúde dos trabalhadores. Não abriram o jogo sobre as mudanças, apenas no final, declarou em uma das reuniões de conciliação no TST que pretendia diminuir os custos com o convênio médico da categoria.

Está claro que diminuir os custos significa sucatear o convênio. A empresa preparou um ataque brutal a esse direito da categoria, uma das principais conquistas dos trabalhadores. A intenção da empresa é bem clara nos recentes ataques contra o convênio em cidades do interior, com o sucateamento dos ambulatórios, corte de hospitais conveniados e dificuldade na aquisição de guias médicas.

O objetivo da empresa de destruir o plano de saúde foi barrado, ainda que parcialmente, no julgamento.

Ficou decidido que a cláusula 11, que diz respeito ao assunto, seria mantida. E será formada uma comissão paritária entre trabalhadores e empresa para discutir possíveis mudanças no plano.

Essa derrota da empresa só foi possível graças à mobilização dos trabalhadores. A direção da ECT e o Tribunal sabiam que mexer com esse direito iria inflamar a categoria.

A categoria agora deve ficar atenta aos próximos passos da empresa que vai continuar trabalhando para retirar esse direito e outros.

A campanha salarial desse ano novamente foi derrotada graças à ação dos traidores. De um lado o PCdoB, que dividiu o movimento para confundir e enfraquecer a categoria. De outro, a Articulação Sindical/PT que boicotou todas as inciativas de luta dentro da Fentect, como por exemplo através da defesa do rebaixamento da pauta e o adiamento da greve.

A tarefa dos trabalhadores é fortalecer uma organização de base, de oposição, que derrote de uma vez por todas esses elementos patronais dentro do movimento sindical.

Um primeiro balanço da Campanha Salarial

Encerrada a campanha salarial, mais uma vez obstaculizada por PT, PCdoB e PSTU, é preciso extrair as lições para reorganizar a categoria para os próximos embates 
Enfraquecido, mas não completamente derrotado, o bloco pelego fez de tudo para impedir o desenvolvimento da luta dos trabalhadores dos Correios e impor uma derrota à categoria, a qual somente não foi pior devido a oposição que conseguiu realizar a greve e impedir a tentativa de entregar importantes conquistas dos trabalhadores


A pauta


A Pauta de Reivindicações da categoria foi fruto de uma discussão no XI Contect (Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios). A questão da Pauta foi a primeira derrota do bloco traidor que até então era maioria na Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios).

A ala representada pela Articulação Sindical/PT e PCdoB defendeu que a base da Pauta de reivindicações dos trabalhadores deveria ser o Acórdão de 2011, ou seja, o Acórdão que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) impôs goela abaixo dos trabalhadores e que representou a derrota da greve de 28 dias. O bloco de oposição defendeu uma Pauta baseada nas reivindicações da categoria e foi vencedora da votação no Congresso.

Assim nasceu a atual Pauta da Fentect. O índice de 43,7% e todas as demais cláusulas foram decididas a partir de um acordo entre os diferentes grupos políticos.

Ficou decidido ainda que os trabalhadores poderiam participar da elaboração da Pauta nas assembleias de base até o dia do seu protocolo na empresa. Essa Pauta de Reivindicações não foi obra isolada da cabeça de um indivíduo, mas é fruto de um amplo debate, de uma luta política contra os traidores que defendiam o Acórdão do TST.


A campanha contra a pauta


Desde o primeiro momento, a direção da ECT começou uma campanha dizendo que a pauta era exagerada e fora da realidade. O que eles queriam dizer é que não estavam dispostos a dar nada aos trabalhadores. Os sindicalistas do PT, sob o comando da direção da ECT começaram uma campanha dizendo que a pauta era um exagero. O intuito era desmoralizar a campanha salarial e preparar o espírito dos trabalhadores para aceitar o que a direção da ECT tinha a oferecer, ou seja, nada.

Este é um truque típico dos patrões e dos pelegos, que muitos trabalhadores não aceitaram, mas que confundiu e arrastou o setor mais vacilante e mais inexperiente do bloco de oposição composto por dirigentes sindicais do MRL como Goiás e Paraná.

A idéia de que os trabalhadores estão pedindo “demais” é uma típica ideia patronal. Para os patrões, os trabalhadores devem regular suas reivindicações pelas necessidades da empresa e não pelas suas próprias necessidades e a pauta deve ser elaborada de tal forma para que seja aceitável para os patrões.

Todo movimento sindical combativo e classista sabe que os interesses dos trabalhadores e dos patrões são opostos e impossíveis de conciliar e que somente por meio da luta os trabalhadores podem conseguir o que precisam. Os patrões não entendem outra linguagem a não ser a força.


O plano de lutas


Uma ampla discussão entre os trabalhadores também aprovou o plano de mobilização da campanha salarial. As discussões sobre o calendário de lutas começaram no Congresso da categoria e foi referendado pelas assembleias em todos os estados.

Da mesma maneira que a Pauta de Reivindicações da categoria, o plano de lutas foi debatido entre todos os grupos políticos componentes do bloco de oposição, que foi vitorioso no Congresso, mas também do bloco traidor.

No calendário de lutas foi chegado a um acordo sobre as datas das assembleias, foram aprovadas assembleias da Fentect no Rio de Janeiro e em São Paulo para unificar a categoria e combater os divisionistas e o mais importante, foi aprovada a data de início da greve para o dia 11 de setembro.

O sentido desse plano de luta era o de que o bloco de oposição deveria puxar a mobilização contra o sindicalismo pelego, apelando para a base dos trabalhadores. Este fato não foi compreendido por uma parte da oposição que acabou por subordinar a mobilização a um acordo fantasioso com os pelegos do PT e do PCdoB enfraquecendo a mobilização de conjunto.


As negociações


Todas as discussões ocorridas desde o Congresso não foram simples, mas foram um esforço para manter a unidade da Federação e ao mesmo tempo impor a política do bloco de oposição que agora é maioria na Fentect.

A empresa se aproveitou do momento de transição política na Federação e começou a demonstrar sua intransigência. Marcou reuniões unilaterais, nas quais os representantes dos trabalhadores não poderiam participar, para fazer a campanha caluniosa na categoria de que a Fentect não queria negociar. Em várias ocasiões os representantes da Fentect protocolaram documentos explicando que a data de início das negociações de acordo com o que foi aprovado pelos trabalhadores era o dia 26 de julho e denunciando a tentativa da ECT de passar por cima da categoria.

No dia 26 foram iniciadas as negociações. Durante todo o tempo, a empresa mostrou que não estava disposta a negociar seriamente. No início, o Comando de Negociação dos trabalhadores teve que exigir que a empresa discutisse ponto por ponto as cláusulas da Pauta.

No dia 2 de agosto, ignorando as reivindicações da categoria, a empresa apresentou um reajuste que foi considerado uma provocação: 3%. Os trabalhadores rejeitaram amplamente esse deboche da empresa.

Diante da indignação do trabalhador, no dia 5 de setembro a empresa apresentou mais um proposta que foi igualmente considerada como uma provocação: 5,2% de reajuste e mais nada.

Durante todo esse período, o bloco pelego fez novamente a campanha da empresa, acusando o Comando de Negociação de não querer negociar mesmo quando era absolutamente evidente que a empresa não negociaria nada. Fizeram isso para gerar nos trabalhadores a expectativa em negociações que nunca aconteceram, procurando enfraquecer a tendência à mobilização.

No dia 11, a greve começou em Minas Gerais e no Pará. No dia 13, em mais uma demonstração de intransigência, a ECT protocolou dissídio contra a Fentect no TST, encerrando definitivamente as possibilidades de negociação.


PCdoB fica fora das negociações


Antes do Congresso da Fentect, a ala mais em crise de toda a burocracia, justamente por ser a mais patronal, o PCdoB, rachou o movimento nacional e saiu da Fentect.

Conforme foram se desenvolvendo os acontecimentos, ficou claro que a divisão foi uma política incentivada diretamente pela direção da ECT, mais especificamente pelo líder da Comissão de Negociação da empresa, o ex-sindicalista que virou chefe, Luiz Eduardo do Ceará.

O objetivo da empresa e da burocracia era retirar da campanha salarial os dois maiores sindicatos da categoria, o Sintect-SP e o Sintect-RJ. Em parte, essa manobra patronal foi bem sucedida na medida em que gerou uma enorme confusão na categoria.

A empresa utilizou os quatro sindicatos divisionistas (São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru e Tocantins) para tentar chantagear a Fentect nas negociações. Enquanto a Federação era caluniada, os divisionistas eram elogiados. A empresa convidava os quatro sindicatos para reuniões com o único objetivo de confundir o trabalhador, ao mesmo tempo em que reconhecia em diversos documentos oficiais que a única que seria capaz de negociar e assinar o acordo coletivo era a Fentect.

Tudo se confirma na reta final da campanha salarial, em que é a Fentect que participa das reuniões no TST e a empresa está sendo obrigada a pedir para a Federação deixar os sindicatos divisionistas participarem.

A manobra patronal do PCdoB nos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro tem que ser entendida sob diversas formas pelos trabalhadores.

Em primeiro lugar, a empresa incentivou a divisão das duas maiores bases sindicais para confundir a categoria na campanha salarial. Essa cartada foi dada como resposta à enorme tendência de luta dos trabalhadores já demonstrada na greve passada.

Em segundo lugar, tanto a burocracia sindical como a direção da ECT previam o fortalecimento da oposição nacional e de uma política combativa dentro da Fentect, o que foi comprovado pela vitória no Congresso. A saída de São Paulo e Rio de Janeiro com total apoio da máquina da empresa, foi a tentativa de garantir que o movimento nacional não ficasse completa e definitivamente nas mãos dos setores combativos da categoria. Foi para isso que serviu a confusão gerada pelos divisionistas.

Em terceiro lugar, a saída dos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro é a expressão mais acabada da crise terminal da burocracia sindical. A ala mais em crise é justamente o PCdoB/CTB na diretoria desses dois sindicatos. A revolta da categoria contra essas diretorias pode ser medida pelo tamanho da ditadura patronal imposta pelo PCdoB dentro desses sindicatos. A saída da Fentect foi uma tentativa do PCdoB de ganhar uma sobrevida diante das inúmeras traições.

Como foi possível verificar, a revolta apenas aumentou, o que obrigou o PCdoB a fazer assembleias fechadas, com capangas e todo o tipo de aparato policialesco para impedir a participação dos trabalhadores.

A posição da Fentect também foi decisiva para aumentar ainda mais a crise dessa burocracia. Foram feitas quatro assembleias em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo, na Praça da Sé, o PCdoB contratou capangas para agredirem os trabalhadores presentes, o que só aumentou sua crise.

As assembleias e o trabalho de imprensa e agitação realizados pela Fentect nos dois estados serviram para esclarecer os trabalhadores e pressionar o PCdoB, que foi inclusive obrigado a decretar a greve.


O comando de mobilização


A maior vitória obtida pelos trabalhadores no Congresso da Federação foi a mudança no Comando de Negociação da campanha salarial. O Comando, que antes era composto por apenas sete membros, foi transformado em um Comando amplo de mobilização e negociação com seis membros da diretoria da Fentect mais um representante de cada sindicato, ou seja, 41 membros.

Esse novo Comando garantiu o maior controle dos trabalhadores nas decisões da campanha salarial.

O mais importante de tudo: foi o fim do balcão de negócios na campanha salarial, em que a empresa comprava sindicalistas para aprovar acordos prejudiciais aos trabalhadores.

O Comando, como era de se esperar, atuou de maneira contraditória, refletindo a pressão da ala revolucionária da categoria e da ala oportunista, mas mostrou que é o melhor caminho para a evolução da categoria apesar dos dois grandes erros cometidos, sob influência do peleguismo, que foram:não cumprir o calendário de mobilização, decisão tomada pelos sindicatos sem discussão no Comando; e o rebaixamento da pauta.


A reunião do Colegiado


O novo comando de mobilização e negociação foi atacado várias vezes pela burocracia sindical do PT, PSTU e PCdoB. Primeiro, o bloco minoritário da Articulação Sindical/PT boicotou a participação no Comando, enviando poucos representantes.

Depois, esse mesmo bloco iniciou uma campanha defendendo a todo o custo a reunião de diretoria colegiada. O objetivo era tentar tirar a campanha salarial do controle do novo Comando de Negociação.

O bloco minoritário esperava reverter a maioria de um voto do movimento de oposição e dar um golpe na campanha salarial. A tentativa de golpe foi completamente mal sucedida e a reunião da diretoria colegiada terminou com o bloco minoritário se retirando. O golpe tinha como objetivo adiar a data da greve, prevista para o dia 11, e rebaixar a pauta de reivindicações.


O PCdoB adia a data da greve


Depois da fracassada tentativa da Articulação/PT de adiar a greve, foi a vez dos do PCdoB/CTB tentar a mesma manobra patronal. Os sindicatos divisionistas adiaram a greve para o dia 18.

A jogada teve efeito no restante da burocracia, acompanhada por uma ala vacilante do bloco de oposição: a FNTC, representada pelo Sintect-PE, e o MRL, representado pelo Sintect-GO e PR. O recuo dos demais sindicatos deixou os trabalhadores de Minas Gerais e do Pará isolados na greve.

O adiamento da greve foi o primeiro golpe sofrido pela mobilização, já que deixou o movimento nacional a reboque dos traidores do PCdoB.


PCdoB rebaixa a sua proposta


Antes do adiamento da greve, o PCdoB já havia preparado mais um golpe na mobilização. Um dia antes de a empresa apresentar a proposta de reajuste de 5,2%, os divisionistas apresentaram uma proposta ainda mais rebaixada e muito parecida com a proposta da empresa.

A inciativa do PCdoB de rebaixar a pauta foi elogiada pela empresa, que mesmo assim não aceitou a proposta.

Mais uma vez o PCdoB tomava a frente na política patronal.


PSTU apoia PCdoB


Fora da Fentect, o PSTU/Conlutas apoiou todas as iniciativas do PCdoB. Boicotou as assembleias da Fentect no Rio e em São Paulo e defendeu abertamente a proposta de adiamento da data da greve para o dia 18. Geraldo Rodrigues do PSTU chegou a declarar em uma assembleia da Fentect em São Paulo que haviam mil trabalhadores na assembleia da máfia sindical do PCdoB, assembleia de capangas e detectores de metal.

Este setor desde o começo defendeu que o movimento nacional deveria estar a reboque dos traidores de São Paulo e Rio de Janeiro.


PT fecha um acordo para salvar o PCdoB


A Articulação/PT foi o segundo grupo a boicotar as iniciativas da Fentect. Foi feito um acordo com o PCdoB para participar das assembleias da máfia em São Paulo e no Rio de Janeiro. Essa política salvou o PCdoB da falência total, já que as assembleias da Fentect estavam cada vez mais pressionando os divisionistas e esclarecendo os trabalhadores.

Com isso, Articulação/PT passou a ficar a reboque do PCdoB. Foi uma manobra que serviu para salvar a própria empresa de uma iminente mobilização em São Paulo e Rio que seria decisiva para derrotar a burocracia e a empresa.


A vez do PT adiar a data da greve


Com o adiamento da greve pelo PCdoB a Articulação/PT aproveitou para colocar em prática sua política e rachar o movimento em três partes. A maior parte dos sindicatos dirigidos pelo PT adiaram a greve apenas para o dia 25 de setembro, ou seja, uma manobra para desmobilizar completamente os trabalhadores. Tanto que a maioria dos sindicatos dirigidos pelo bloco minoritário da Federação quase não aderem à greve. Foi só pela pressão da base e nas vésperas do julgamento do dissídio.


A greve do dia 11 e a crise do bloco de oposição


A greve no dia 11 de setembro foi fruto de uma ampla discussão entre as organizações políticas desde o Congresso da Federação. O calendário foi discutido em assembleias e em todas as reuniões feitas pelo bloco de oposição (maioria da Fentect). A proposta era forçar a mobilização nacional para ajudar os trabalhadores da base de São Paulo e Rio de Janeiro a arrastar os divisionistas para a greve.

Chegado o dia 11, sem nenhuma discussão, a greve foi adiada para o dia 18, deixando o movimento a reboque do PCdoB, justamente o contrário do que deveria ter ocorrido.

O adiamento por setores do bloco de oposição mostrou claramente uma ala mais direitista dentro do bloco. Os principais defensores do adiamento da greve dentro do Comando foram os sindicatos ligados à Federação Anã, liderados pelo Sintect-PE, e o Sintect-GO, ala direitista do MRL (Movimento Resistência e Luta).

Esse racha à direita do bloco de oposição deixou claro que a única política possível é a total independência dos tradicionais pelegos. Deixar o movimento nacional a reboque do PCdoB foi a manobra que a direção da empresa contava para desmobilizar os trabalhadores.


A política da FNTC


A FNTC, diante da vitória do bloco de oposição, foi obrigada a recuar da política divisionista. O PSTU ficou de fora da Fentect, mas os representantes da chamada Federação Anã (Sintect-PE, Sintect-SJO e Sintect-VP) que continuaram na Federação, influenciados pela política divisionista do PSTU/Conlutas, iniciaram uma política de boicote às iniciativas do bloco de oposição. Tanto que foi por iniciativa do secretário-geral do sindicato de Pernambuco, Hallisson Tenório, que iniciou-se uma política de defesa do rebaixamento da pauta e do adiamento da greve. O serviço patronal do bloco PT-PCdoB dentro da Fentect e do movimento de oposição.


A importância da greve em Minas Gerais e Pará


Apear de todo o boicote, os trabalhadores de Minas Gerais e do Pará iniciaram a greve no dia 11 de setembro, de acordo com o calendário da Federação.

A diretoria do Sintect-MG, da corrente Ecetistas em Luta (PCO), defendeu e mobilizou os trabalhadores para a greve. Já no Pará, os trabalhadores da base passaram por cima da diretoria do Sindicato, da Articulação Sindical/PT, e aprovaram a greve.

A mobilização dos companheiros do Pará e de Minas Gerais teve importância fundamental como arma contra a desmobilização que a empresa, junto com os traidores, queriam gerar com o adiamento da greve. Se esses dois estados não estivessem entrado em greve, o adiamento da greve teria sido fatal para a desmobilização geral dos trabalhadores. Provavelmente sequer teria havido greve e os trabalhadores teriam sido obrigados a engolir, sem nenhuma luta, os miseráveis 5,2% da empresa.


A greve do dia 18


Finalmente, no dia 18, a burocracia sindical, pressionada pela greve no Pará e em Minas Gerais, foi obrigada a aprovar a greve nos principais estados. Os companheiros do bloco de oposição que haviam vacilado com a data da greve, aprovaram a paralisação e o movimento nacional começou aos trancos e barrancos.

Em São Paulo a diretoria da máfia sindical do PCdoB foi à assembleia com a ideia de não aprovar a greve. Os trabalhadores, mesmo com todo o controle da assembleia, obrigaram os pelegos a aprovarem a greve.

Mesmo com todo o esforço da burocracia e da empresa para boicotar a mobilização era visível a tendência de luta dos trabalhadores e a revolta generalizada contra a diretoria do sindicato. A mesma coisa no Rio de Janeiro e nos sindicatos dirigidos pela Articulação/PT.


O PT pressiona pelo rebaixamento da pauta


A partir do momento que o movimento nacional ficou a reboque dos traidores, o PT começou a pressionar pelo rebaixamento da Pauta dentro do Comando de Negociação.

Quanto menos a empresa rejeitava, mais o PT pressionava para que os trabalhadores defendessem uma pauta rebaixada. Essa é a estratégia do PT e dos pelegos para encerrar a greve. Apresentar uma pauta que nada tem a ver com as reivindicações dos trabalhadores e levar a greve à derrota.

Ficou claro nesta campanha salarial que o rebaixamento da pauta é uma jogada casada com a empresa para desmoralizar a perspectiva de luta real dos trabalhadores.

O rebaixamento não levou a campanha adiante, mas enfraqueceu a greve e concentrou toda a atenção dos sindicatos na possibilidade totalmente ilusória de uma negociação com a empresa, o que nunca aconteceu.

O rebaixamento da pauta serve também para confundir os trabalhadores que a longo prazo começam a acreditar que as campanhas salariais só podem conseguir migalhas, desmoralizando cada vez a perspectiva de luta.

No final, a política de rebaixamento, defendida pela ala direita do MRL, Federação Anã e os pelegos do PT levou a luta a um beco sem saída e ao enfraquecimento da mobilização.


As audiências no TST


Nas duas audiências do TST a própria experiência mostrou o que significa rebaixar a pauta. A ministra do TST apresentou uma proposta super rebaixada de 5% mais R$ 80,00 de aumento linear. Mesmo assim a empresa recusou. Em outra reunião, o TST apresentou quatro propostas e a empresa continuou se recusando a aceitar e deixou claro que pretende mexer no plano de saúde da categoria. A campanha salarial foi para o julgamento onde a situação somente não foi pior devido à mobilização realizada.


O bloco PT-MRL rebaixa a pauta


Após a primeira reunião de conciliação no TST, formou-se um bloco dentro do Comando de Negociação pelo rebaixamento da pauta. Articulação/PT e MRL defenderam um rebaixamento da pauta muito próximo da primeira proposta feita pela ministra do TST e rejeitada pela empresa.

No rebaixamento da pauta aprovado pelo PT-MRL estava prevista justamente a manutenção do Acórdão do ano passado, ou seja, jogaram no lixo a luta dos trabalhadores contra a ditadura do TST e contra o PCdoB no Congresso da Fentect, que queriam impor o Acórdão.

Rebaixar a pauta não surtiu nenhum efeito. A empresa continuou recusando as propostas rebaixadas feitas pelo próprio TST e a campanha foi para julgamento.


A conclusão dessa campanha: luta x rebaixamento da pauta


A greve desse ano mostra mais claramente do que a do ano passado que a única arma dos trabalhadores é sua luta e mobilização. A luta é para arrancar da empresa o máximo possível enquanto a empresa tenta diminuir ao máximo os ganhos do trabalhador.

Não adianta abaixar a guarda para os patrões. O que poderá garantir a vitória da categoria é sua medida de força com os patrões. A greve é a maior arma dos trabalhadores contra as inciativas dos patrões e dos tribunais de atacar os direitos da categoria.

O movimento dos Correios enfrenta a seguinte situação: ou se organiza e prepara os trabalhadores para enfrentar a ditadura do TST e da empresa ou ficará anos sem qualquer conquista efetiva na campanha salarial.

O que aconteceu no julgamento da greve?

 
A direção dos Correios conseguiu no Tribunal Superior do Trabalho, com a ajuda dos traidores da categoria, o que não conseguiria sem a ditadura do poder judiciário: empurrar goela abaixo dos trabalhadores um reajuste miserável
Mais uma Campanha Salarial da categoria dos Correios foi encerrada na Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho.

Nesta quinta-feira, dia 27, ficou decidido que mais uma vez o acordo coletivo da categoria será substituído por uma sentença normativa, que tem vigência de quatro anos.

Além do reajuste de 6,5% determinado pelo TST, da criação de uma comissão paritária para debater o plano de saúde e o “projeto piloto” em três estados para avaliar a mudança no horário da entrega de encomendas do período da tarde para a manhã, praticamente foram mantidas todas as propostas da ECT, que era basicamente a reedição do acórdão de 2011.

Como foi o julgamento

Foram três horas de julgamento para um resultado que era já mais ou menos esperado. Um aumento no nível da dita inflação do período, a reedição do acórdão de 2011 e o entendimento de que a greve é abusiva, apesar de os ministros com sua decisão determinarem a volta ao trabalho.

O julgamento do dissídio começou com o Ministério Público apresentando seu parecer geral e a relatora apresentando sua posição sobre os pontos do dissídio que de imediato seria discutida e votada pelos ministros.

Também foi concedida a palavra para as partes no processo. Neste caso, as confederações, federações e sindicatos que estavam de fora das negociações da campanha salarial, também puderam falar.

Na maioria das questões, até mesmo porque se tratava apenas de manter as cláusulas previstas no acórdão anterior que sequer a Empresa teve ainda coragem de questionar, a votação ocorreu sem debates e por unanimidade.

Até mesmo na questão da não abusividade da greve, os ministros foram unânimes. Mesmo havendo divergências sobre o entendimento do serviço dos Correios como sendo essencial, todos reconheceram que a greve não é abusiva, mas se consideram no direito de cassar a greve e forçar o fim da mobilização por força de decisão judicial.

O julgamento foi encerrado justamente neste ponto. Quando se discutiu o desconto dos dias parados e a compensação. O desconto é a jurisprudência e a compensação é apresentada como um ato de boa vontade do Tribunal para com os trabalhadores. Acredite quem quiser.

“Ficou patente a intransigência da empresa em negociar”

A postura “anti-negociação” da ECT foi tão marcante que constou nos relatórios tanto do procurador Edson Braz, do Ministério Público do Trabalho, quando da ministra relatora Kátia Arruda.

O representante do MP declarou que “ficou patente a intransigência da empresa em negociar”. O procurador esteve na tentativa de conciliação do dia 25, e lá também declarou que a ECT não levava em consideração em nenhum momento a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Consta em seu relatório que “a empresa levou a categoria à greve. Por um posicionamento de intransigência em diversas situações”.

“A empresa não fazia questão de negociar, queria deixar a decisão para o tribunal”, disse Braz.

Essa foi a avaliação do movimento sindical desde o início. A ECT queria se esconder detrás da ditadura do TST. Queria se esconder detrás da máxima dos sindicalistas pelegos, da imprensa vendida e dos patrões de que “decisão da justiça não se discute, se cumpre”.

Mas essa atitude covarde para com os trabalhadores foi revelada até mesmo pela ministra relatora, Kátia Arruda, que disse perceber que existe um movimento no sentido de fugir das negociações. “O empregador não negocia porque pensa que o judiciário dará ainda menos do que ele”. Por isso a ECT buscou desde o princípio o dissidio coletivo.

A ministra Kátia Arruda parecia inclinada a apresentar uma proposta mais interessante para a categoria. Durou pouco a expectativa de quem acreditou nessa ilusão. Ela não repetiu a proposta do Ministério Público apresentada na audiência do dia 25, de 8,5%. E muito menos a proposta da vice-presidente Cristina Peduzzi (80,00 linear, 5,2% de reajuste, e 8,84% no vale alimentação) que foi aprovada em assembleias de sindicatos cujas direções caíram no canto de sereia do rebaixamento da pauta. Apresentou os 6,5% de reajuste que de tão baixo nem gerou debate e foi aprovado por unanimidade.

A própria ministra reconheceu isso: “6,5% para se preservar minimamente o poder aquisitivo dos trabalhadores”.

Plano de saúde e entrega pela manhã

Duas propostas foram aprovadas envolvendo o Plano de Saúde e a reivindicação de entrega pela manhã.

A ECT desde sua primeira proposta disse que pretendia “manter a Cláusula 11 até que fossem implementadas mudanças para adequação às normas da ANS (Agência Nacional de Saúde)”.

Foram dois meses em que as tais “mudanças” não eram reveladas aos representantes dos trabalhadores por mais esforço que se fizesse. A Fentect foi até o Ministério Público, à Defensoria do Ministério do Trabalho, ao Ministério do Planejamento e nada. A única coisa que os negociadores dos Correios repetiam era que pretendiam “modernizar e racionalizar” o Plano.

Foi na última audiência, a do dia 25, que a ECT finalmente apresentou alguma sinalização do que realmente pretende: criar um plano alternativo para os novos empregados e o compartilhamento dos gastos com os usuários.

Hoje o Plano de Saúde funciona em esquema de autogestão, e os trabalhadores pagam uma parte do serviço que usarem. A categoria conquistou com muita luta a garantia do plano para os aposentados e dependentes, incluindo pais de funcionários.

Nem poderia ser diferente. Com os salários pagos pela ECT um trabalhador do setor operacional, com as doenças ocupacionais que acaba desenvolvendo, além de problemas psicológicos etc., nunca conseguiria pagar um plano de saúde privado. É justamente esse direito fundamental do trabalhador ecetista que a empresa quer atacar.

Conforme a decisão do julgamento, a tal Cláusula 11 será mantida, ou seja, mantido nas condições atuais. Sem a contrapartida exigida pela empresa, o TST propôs a criação de uma comissão paritária para discutir possíveis mudanças e fazer levantamento das contas do Plano, “sem poder de decisão”. “A cláusula 11 é mantida enquanto não vier decisão negociada a respeito de mudanças”.

Entrega pela manhã

A respeito da reivindicação já antiga da categoria de mudança no horário de entrega das encomendas para o período da manhã, ficou mantida a proposta da empresa apresentada na audiência do dia 25.

A ECT se compromete a criar “projetos-piloto” em três regiões (Tocantins, Mato Grosso e Baixada Santista). A ministra, no entanto, destacou que os Correios “devem priorizar as entregas matutinas, salvo as entregas com especificidades, como urgência”. A experiência com o “projeto piloto” já foi feita no passado e não resultou em efetiva mudança no horário da entrega.

Na audiência do dia 25, o representante do Piauí na mesa de negociação, Antônio Duarte, denunciou que em 2005 houve esse projeto no estado e que nada mudou.

Por um ano a entrega aconteceu pela manhã, o que resultou na diminuição dos pedidos de licença médica pelos trabalhadores. Ainda assim a mudança não se efetivou e foi abandonada pela empresa.

Vale-Peru

As cláusulas sociais do acórdão de 2011 foram mantidas, inclusive o Vale-Peru. Esse ponto foi questionado pela ECT no acórdão.

O Vale-Peru já é um benefício tradicional, pago desde 2006 aos trabalhadores. É o décimo terceiro tíquete para o período do Natal e vai ser reajustado para R$ 594,68.

Mas foi retirado o crédito extra do final de ano. O crédito foi questionado pela ECT e desde a audiência do dia 19, com a ministra Cristina Peduzzi, houve entendimento de que se tratava de um crédito em duplicidade e com base nessa consideração foi retirado.

Greve e desconto dos dias

A decisão sobre a não-abusividade da greve foi unânime. Seguindo essa decisão os ministros indeferiram o pedido de multa contra a Fentect.

Foi destacado que a greve foi devidamente comunicada e cumprida todas as determinações legais.

Por outro lado, os ministros aprovaram o desconto dos dias parados. Punição jurisprudencial que na prática joga por terra o direito constitucional de greve.

Os juízes insistem que o desconto deve ocorrer para que a greve não seja um equivalente a férias remuneradas. Exigem a reposição das horas paradas argumentando que, com a grevem há suspensão do contrato individual de trabalho, logo a compensação dos dias seria a “única maneira” de garantir o devido pagamento dos dias parados, que passariam a ser dias trabalhados.

Nesse ponto teve ministro se levantando para defender o desconto integral, sem possibilidade de compensação. Porque essa seria a tradição do Tribunal. Um verdadeiro absurdo.

Por isso a saída foi “a compensação dos dias parados, sob pena do desconto salarial”.

Em reunião separada com a Ministra relatora, a Fentect discutiu que a categoria historicamente paga os dias parados colocando o trabalho em dia, como se diz na linguagem ecetista “limpando o distrito”, ou seja, resolvendo o problema do serviço acumulado no período da greve. Medida esta que foi aceita nas negociações por causa da própria característica do trabalho nos Correios.

Esse compromisso sempre foi cumprido pelos trabalhadores grevistas, mas a ECT justamente queria se esconder detrás do TST para explorar ainda mais os trabalhadores.

A decisão determina o prazo de seis meses para a compensação, com respeito aos dias de descanso etc. Mas a ECT já anunciou convocação para mutirão nesse fim de semana. E o que ela quer mesmo é ver os ecetistas realizando ainda mais dobras e trabalhando de graça, escravizado os trabalhadores dentro do setor, como foi na compensação da greve do ano passado. Isto é inaceitável. E deve ser contestado por todo sindicato que não esteja absolutamente nas mãos da ECT e do governo.

Quem decide sobre o movimento são os trabalhadores

Terminado o julgamento, o atual secretário-geral da Fentect, Édson Dorta, foi questionado por jornalistas da imprensa burguesa, que queriam obter dele uma declaração, um anúncio com o fim da greve. Como aconteceu no ano passado, quando o então secretario-geral José Rivaldo “Talibã”, da Articulação Sindical/PT, declarou que “decisão judicial não se discute, se cumpre”. Os jornalistas, no entanto, saíram de mãos abanando.

O companheiro Edson Dorta, esclareceu que, como representante dos trabalhadores, a única coisa que poderia dizer é que as assembleias discutiriam o julgamento e decidiriam os rumos do movimento. Isso é a verdadeira autonomia sindical. A garantia do direito dos trabalhadores de decidirem sobre sua organização e mobilização, e não o governo, a empresa, a imprensa, ou a Justiça.

Depois, em uma intervenção no carro de som, o membro da corrente Ecetistas em Luta do PCO, falou aos trabalhadores sobre o resultado do julgamento. Disse que apesar de não poder ser considerado uma vitória, porque prevaleceu no Tribunal a vontade da ECT, está chegando a hora de os trabalhadores organizarem pela base uma verdadeira mobilização, independente da burocracia sindical para “acabar com a farra de toda campanha salarial ser encerrada no TST”.

Quem manda no movimento dos trabalhadores são os próprios trabalhadores. Esta campanha foi boicotada, dividida e atacada por setores de dentro e de fora do movimento sindical desde o início. Mas está chegando o momento de os trabalhadores ecetistas passarem por cima das decisões judiciais que não podem controlar o movimento dos trabalhadores.

Diferente postura tiveram os representantes dos chamados “sindicatos unificados” presentes no julgamento. Como verdadeiros serviçais, a máfia do PCdoB e PMDB que dirige os sindicatos que defendem o rompimento com a Fentect literalmente se jogaram na frente da imprensa para declarar dali mesmo, de Brasília, sem consultar nenhum trabalhador, que a greve estava encerrada nas bases do Sintect-SP, Sintect-RJ, Sintect-TO e Sintect de Bauru e região.

O problema é mais embaixo....


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sindicatos divisionistas podem ser aceitos no processo

Para o julgamento Ministério Público defende ingresso dos sindicatos que romperam com a Federação. A ECT apóia decisão
Durante a audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho, em 25 de setembro, o Ministério Público do Trabalho e os representantes da ECT disseram aceitar o ingresso de sindicatos divisionistas no processo do dissídio.

O representante do MPT, Edson Braz da Silva, afirmou que em seu relatório que será lido durante o julgamento do dissídio coletivo na quinta-feira, dia 27, apresentar-se á favorável a admissão dos sindicatos da máfia do PCdoB que saíram da Fentect nas vésperas desta Campanha Salarial.

Segundo o procurador, por razões constitucionais, entende que se julgado o dissídio sem a admissão dos sindicatos do Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Bauru, a decisão não será válida para os trabalhadores dessas bases sindicais. “A decisão não atinge quem está fora”, disse.

Ele entende que a Fentect não pode representar essas bases, pois não é papel de Confederação, Federação ou Central Sindical atuar regionalmente. Para o procurador nem a primeira decisão da ECT ou do Tribunal Superior do Trabalho de reconhecer oficialmente a Fentect como legítima representante nacional dos trabalhadores ecetistas é suficiente.

“Não havendo acordo o Ministério Público é a favor da possibilidade de ingresso para todos os que estão de fora”, disse.

ECT muda de ideia

Sobre o assunto a direção da ECT mudou de posição. Apesar de até agora ter oficialmente, através de documentos, reconhecido apenas a Fentect, declarou ser também favorável ao ingresso dos sindicatos divisionistas.

“Das 25 reuniões de negociação, nove foram feitas com os representantes desses sindicatos”, disse o vice-presidente Jurídico dos Correios, Jefferson Carús Guedes.

“Diante da frustração de negociação mudamos de ideia. Se antes era legítimo ouvir o outro lado, agora então é bom que venham todos”, concluiu.

No entanto a decisão vale apenas para os sindicatos dirigidos pelo PCdoB, mesmo que eles não tenham oficialmente se desfilado da Fentect.

Para as organizações independentes dos advogados, engenheiros e profissionais liberais que atuam na ECT a resposta continua sendo negativa. Estes permanecem de fora do processo.

“Única greve e agora única pauta”

A Fentect questionou a decisão apresentou documentos e argumentação jurídica contra o ingresso. Até mesmo questionando a falta de isonomia na relação com esses sindicatos e os representantes dos advogados, engenheiros etc.

O atual secretário geral da Fentect, o companheiro Edson Dorta, questionou a decisão da ECT argumentando que ao contrário de outras categorias onde sentam-se à mesa mais de uma representação dos trabalhadores, nos Correios não existe nem pauta nem organização única.

A Fentect protocolou uma pauta e um calendário de mobilização. Diferente daquela protocolada na ECT pelos sindicatos da máfia do PCdoB.

No entanto a empresa e até mesmo o MPT tinham uma resposta pronta. A greve é única. Até mesmo porque a maior parte dos sindicatos deflagraram no mesmo momento, dia 18, e com o rebaixamento da pauta, agora que uma parte dos sindicatos fecharam com a proposta da ministra Peduzzi, a pauta também se tornou a mesma.

Tudo aconteceu como a corrente Ecetistas em Luta do PCO vinha denunciando que aconteceria. A unificação com os pelegos só favorece aos pelegos. Não é uma unificação de trabalhadores.

A vacilação, o adiamento da greve para a data inicialmente proposta pelos mafiosos do Sinctect-SP e Sintect-RJ, o rebaixamento da pauta de reivindicações, só serviu à empresa e aos traidores do movimento sindical dos correios. Não aos trabalhadores.

A ministra Kátia Arruda não manifestou sua opinião e disse que a decisão final sobre o ingresso dos traidores divisionistas vai ser dada durante o julgamento do dia 27.

Para os advogados desses sindicatos presentes na audiência a ministra propôs que fosse feita manifestação para juntar aos autos do processo no prazo de 24 horas. Como a comunicação não era oficial (até mesmo pelo fato de o julgamento estar iminente), apenas pública, o advogado respondeu que se reservava ao direito de não se manifestar.

Ficando em aberto se os sindicatos de fato reivindicarão o ingresso no processo ou não. Sobre o assunto o vice-presidente Jurídico dos Correios, Jefferson Carús Guedes, declarou: “lamentamos que o advogado desses sindicatos não tenha integrado o processo”.

Audiência TST: Quem dá menos?!

Em reunião de conciliação no TST ficou provado que rebaixar a pauta não é solução para a campanha salarial
Durante a reunião de conciliação no TST, entre a ECT e o Comando de Negociação dos trabalhadores, em 25 de setembro, ficou comprovado que não é rebaixando a pauta que a categoria terá alguma chance de negociar com a ECT.

A empresa simplesmente não concedeu nenhum benefício para os trabalhadores, muito pelo contrário, a ECT afirma que mudará o plano de saúde, não aumentará a proposta miserável de 5,2%, e ainda deve acabar com o vale peru, ou seja, nesta campanha está sendo encaminhada pela ECT a retirada de direitos.

Dessa forma, o rebaixamento de pauta que foi proposto por setores do MRL e pela Federação Anã (PSTU/Conlutas) se mostrou inútil e, pior, deixou mostrar para a empresa que não existe firmeza no novo Comando, que caiu nas armadilhas da Articulação/PT-PCdoB e da empresa, quando estes falaram que as propostas eram “muito altas”.

Durante a reunião, quase que a ECT retoma os 3% de proposta de reajuste, posto que o representante da FNTC insistiu que a empresa apresentasse qualquer proposta, mas o Correios não quis saber, e manteve a proposta ridícula de 5,2% além das ameaças ao plano de saúde.

Assim, não há nada de novo a ser apresentado para a categoria. E a armadilha está pronta, armada pela ECT e os traidores do movimento: o próximo passo é forçar a categoria a aceitar a decisão judicial, pois “decisão da justiça não se discute, se cumpre!”, como disse o José Rivaldo, Talibã, no ano passado.

Aceitar calado a decisão do TST é o passo seguinte para quem já rebaixou a pauta, pois demonstrou fraqueza durante as negociações e obviamente não representa nenhuma oposição ao patronal Tribunal Superior do Trabalho.

Para categoria está colocada a necessidade de reforçar sua luta e atropelar as decisões do TST que estejam contra os seus interesses e necessidades. Pois, como reconheceu até mesmo o representante do Ministério Público do Trabalho, Edson Braz da Silva, na reunião de ontem, quando os trabalhadores não têm mais nada a perder, não tem decisão judicial que os faça retornar aos trabalhos. Fortalecer a greve e a mobilização, e passar por cima do TST até que nossas reivindicações sejam atendidas!

ECT recusou todas as propostas e leva o dissídio a julgamento

Não adiantou rebaixar a pauta

Durante audiência realizada no Tribunal Superior do Trabalho nesta terça-feira, dia 25, a direção dos Correios voltou a mostrar sua truculência contra os trabalhadores confirmando julgamento do dissídio para o dia 27
Na tarde desta terça-feira, dia 25, aconteceu em Brasília, no Tribunal Superior do Trabalho a última audiência de conciliação entre os representantes da ECT e dos representantes dos trabalhadores.

A audiência não era obrigatória e foi a última tentativa de conciliação antes do julgamento do dia 27, quinta-feira. Foi uma iniciativa da ministra Kátia Arruda, relatora do julgamento porque, segundo ela, recebeu inúmeros e-mails, principalmente carteiros, que pediam a busca da negociação.

Como foi a audiência

A Audiência durou mais de cinco horas com intervenções da Ministra, Kátia Arruda, do representante do Ministério Público, da Fentect e do Comando de Negociação dos trabalhadores e representantes da ECT.

Foi iniciada já com a declaração da empresa de que não havia outra proposta diferente da apresentada em 5 de setembro, ou seja, os miseráveis 5,2% sobre os salários e todos os benefícios, a manutenção da cláusula 11 do acórdão de 2011 que trata do Plano de Saúde, até que modificações sejam feitas para “adequação às normas da Agência de Nacional de Saúde”; o questionamento dos dois benefícios de final de ano, o crédito extra e o chamado vale peru, e de uma concessão específica à trabalhadora ecetista relacionada com a licença maternidade (que também ainda não foi muito esclarecido).

Quando representantes do Comando como os representantes do sindicato de Goiás, e São José do Rio Preto apresentaram a aprovação da proposta da Ministra Cristina Peduzzi na audiência do dia 19 de setembro pelas assembleias de alguns sindicatos, a ministra Kátia Arruda até declarou que poderia tentar partir daquele ponto de partida, os 80,00 linear, o reajuste de 5,2% sobre os salários, e 8,84% sobre os tíquetes, mas a empresa reafirmou prontamente que essa proposta não exista e havia sido recusada no mesmo dia que foi apresentada.

Na fala dos trabalhadores ficava claro que tudo o que fosse apresentado e aceito pela ECT na audiência seria remetido Às assembleias, ainda antes do julgamento. Mas a empresa quer o julgamento. E isto fico claro desde o início desta data-base em julho.

Em nenhum momento a empresa se dignou a discutir as necessidades e reivindicações dos trabalhadores apostando o tempo na reedição do acórdão de 2011 e no julgamento pelo TST, Isso foi destacado nas falas de alguns representantes dos trabalhadores, em especial do atual secretário geral da Fentect, Edson Dorta.

“A empresa se esconde atrás do TST para atacar os direitos dos trabalhadores, como o Plano de Saúde”, disse. Sendo que “se a ECT discutisse as condições de trabalho, contratação de pessoal, a mudança no horário da entrega das mercadorias do período da tarde para a manhã etc. certamente diminuiria, inclusive, a busca pelo serviço médico e o crescimento exorbitante de doenças na categoria”, o que diminuiria os custos do plano de saúde e a justificativa financeira da empresa para atacar esse direito.

Além disso, Dorta destacou que os lucros da empresa os altos salários dos cargos comissionados, diretores (muitos deles ex-sindicalistas), presidentes e vice-presidentes, e investimentos diversos, inclusive na bolsa ed valores, deixam evidente que “existe o dinheiro necessário para aumentar o salário da categoria, o que falta é compromisso da ECT com as condições de vida, saúde e salário dos trabalhadores”.

A postura da empresa foi a mesma, intransigência e truculência que ficou visível mesmo para os juízes e representantes da justiça da própria burguesia, porque atropela até mesmos os princípios da lei.

Ao ponto de o procurador do Ministério Público do Trabalho, Edson Braz da Silva, declarar que se a empresa continuasse com aquela postura de querer empurrar tudo goela abaixo dos trabalhadores proporia à Fentect uma ação civil pública contra a ECT.

Muitas propostas foram feitas. Todas recusadas pelos representantes da empresa. Não teve jeito. Nem com as propostas rebaixadas que até mesmo abria mão de um dos créditos do final de ano, a ECT aceitou fazer acordo e a audiência foi encerrada.

“Dureza e rigidez da nossa proposta”

Algumas pérolas foram marcantes na audiência.

Do lado da empresa, o vice-presidente Jurídico dos Correios, Jefferson Carús Guedes, declarou que a saúde da ECT depende da dureza e rigidez da nossa proposta”.

Esse senhor chegou ao extremo de declarar diante de todos que a base de R$ 942,00 do salário do carteiro é muito, e que não seria pouco se ele recebesse o salário mínimo que atualmente é R$ 620,00; um verdadeiro escárnio.

Ao ponto de o procurador do MPT afirmar que na fala da empresa “não se leva em consideração em nenhum momento a saúde e segurança dos trabalhadores”.

Diante das declarações evasivas da ECT e das contradições do seu balanço financeiro foi questionado o crescente investimento no sistema financeiro, e a baixa no investimento em pessoal e maquinário.

O Plano de Saúde

Para dar alguma resposta sobre as mudanças pretendidas no Plano de Saúde, a ECT teve de ser instigada diretamente.

Depois de passar dois meses sem dizer uma única palavra sobre suas verdadeiras intensões para com o convênio médico dos trabalhadores e suas famílias a ECT confirmou que, no mínimo, seu objetivo é o compartilhamento financeiro e a criação de uma modalidade alternativa do plano para novos funcionários.

Apesar de não falar abertamente, ficou claro que a empresa quer cortar os dependentes, familiares e aposentados. Se não conseguir cortar, ao menos definir o pagamento de mensalidades ou outras medidas que desonerem a empresa.

O MP chegou a tentar costurar uma proposta, mas também era arriscada para os trabalhadores, pois apenas adiava as mudanças para que um estudo técnico fosse feito, mas mantinha a possibilidade de que as mudanças se efetivassem ao bel prazer da empresa. Quando isso foi recusado, e proposto que as mudanças fossem adiadas e realizadas apenas mediante negociação coletiva a empresa recusou terminantemente.

É a velha conversa de “racionalizar e modernizar”, só que agora está mais claro o que isso significa, confirmando os riscos dessas mudanças para os trabalhadores.

Não resta alternativa, fortalecer a greve e realizar um grande ato em Brasília no dia do julgamento

Como foi analisado pela Corrente Ecetistas em Luta do PCO desde o início desta Campanha Salarial dos Correios, o objetivo da ECT é se esconder detrás da ditadura do TST para realizar seus ataques contra os trabalhadores. Por isso ela não negociou nada desde o início desta data-base.

Tudo o que foi feito por fora da organização, mobilização e luta dos trabalhadores não passa de uma ilusão e jogo da ECT junto com seus serviçais dentro do movimento sindical.

A divisão da categoria; a confusão na própria Fentect criando mais de um calendário para a greve o que provocou a vacilação no bloco que deveria estar firme garantindo a luta contra a burocracia sindical; o adiamento da greve; o rebaixamento da pauta; a histeria para aprovar uma proposta rebaixada que não valia nada; a postura submissa diante do TST e dos desmandos da empresa... nada adiantou. As negociações se dão por medidas de força, de ambos os lados. E não por truques de mágica. A Articulação-PT/PCdoB (nos sindicatos divisionistas) / PSTU-Conlutas, agiram como se espera que vai agir os conhecidos traidores da categoria. Os sindicalistas que deveriam combater essa corja vacilaram e a empresa foi a termo com sua decisão de submeter a campanha salarial, a greve, ao julgamento do Tribunal.

Agora, mais do que nunca, precisa estar claro que aos trabalhadores resta sua luta e organização. Os trabalhadores só podem confiar em seus próprios meios, que são a greve, a unidade, a mobilização. Métodos defendidos desde o início pela Corrente Sindical Ecetistas em Luta e aplicados pelo sindicato dos trabalhadores dos Correios de Minas Gerais.

A Fentect está convocando um ato nacional em Brasília para o dia do julgamento, a quinta-feira, dia 27.

É necessário lotar Brasília, para pressionar os ministro do TST e mostrar que como o próprio representante do Ministério Público declarou: “a greve é um movimento social, não é decisão da justiça que vai fazer parar esse movimento se os trabalhadores avaliarem que já não tem mais o que perder”.

Manter a greve forte, unificada, para derrotar os ataques da ECT. Todos à Brasília, num grande ato nacional em frente ao TST.

Comando de mobilização convoca ato em Brasília no informe 18




terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fentect realiza ato no Edifício Sede dos Correios em Brasília

Ato Nacional teve como ponto central a reafirmação das reivindicações dos trabalhadores e a denúncia dos pelegos com a participação de todos os trabalhadores no carro de som

De acordo com o deliberado pelo Comando Nacional de Negociação dos trabalhadores, foi realizado um ato vitorioso em Brasília nesta segunda-feira, dia 24.

O ato teve o caráter de unificar a campanha salarial da categoria ecetista. Isso se deu, especialmente, diante dos últimos ataques que a luta dos trabalhadores dos Correios sofreram, como o racha dos pelegos do PCdoB (Rio de Janeiro, São Paulo, Bauru e Tocantins), bem como os divisionistas da Federação Anã (PSTU/Conlutas).

Os dois grupos divisionistas tem se comportado como manda a direção da empresa. Um dos fatos que mais comprovou esta tese foi o rebaixamento de pauta proposto pelos grupos divisionistas pelegos.

Neste sentido, o ato dos trabalhadores unificou a luta da categoria em diversos estados, especialmente do Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí, Amazonas, Goiás, dentre outros estados representados pelos mais de trezentos trabalhadores presentes na atividade.

Não ao rebaixamento de pauta de reivindicações!

O ponto que foi mais salientado, especialmente pelos companheiros Pedro Paulo e Edson Dorta, presidente do Sintect-MG e Secretário Geral da Fentect, respectivamente, foi a questão do não rebaixamento da pauta dos trabalhadores, especialmente porque a ECT não demonstrou em nenhum momento que quer negociar, tendo acionado o TST antes mesmo da deflagração da greve em nível nacional.

Joel Arcanjo, do comando de negociação, representando o Rio de Janeiro, também reforçou que a empresa não quer negociar, e que a categoria deve reforçar a plataforma de luta aprovada no último Congresso dos Trabalhadores Ecetistas, o Contect. Carlos Clei, do Sintect-AM e representante do Amazonas no Comando de negociação e outros trabalhadores também reafirmaram a necessidade de não se ajoelhar perante os desmandos da ECT, de fortalecer a greve e a luta da categoria por suas reivindicações.

Ato democrático

Outro aspecto muito discutido foi o caráter democrático do ato, ao permitir que todo trabalhador de base, ou sindicalista, tivesse o direito a fala garantido, pelo tempo que fosse necessário.

Exatamente o contrário das assembleias realizadas pelo Sintect-DF, naquele mesmo local, onde a presidenta do sindicato, Amanda Corcino, que é da Articulação/PT, vem estabelecendo uma verdadeira ditadura.

Por causa disso e da última assembleia do dia 19, no TST, em que a presidenta do Sintect-DF organizou um ataque contra o secretário geral da Fentect, Edson Dorta do PCO, os trabalhadores que participavam do ato a vaiaram e a apelidaram de “Carminha”, a vilã grotesca da novela global.

Nas assembleias da “Carminha” apenas seus diretores podem falar, além, é claro, da oposição consentida através de Jacozinho (PSTU/Conlutas), que forma uma espécie de sucursal da Amanda em termos de pelegagem, defendendo as mesmas sugestões da dirigente sindical petista.

O ato foi realizado com sucesso apesar do boicote deliberado das direções sindicais da Federação Anã e da Articulação Sindical, que são também os principais responsáveis pelo adiamento da greve e o rebaixamento da pauta da categoria.

Amanda também foi denunciada porque não convocou o ato impedindo desta forma que ele tivesse uma participação mais ampla da base claramente na tentativa de desmobilizar a Campanha Salarial dos trabalhadores.

O ato é o primeiro de outros que se seguirão nesta semana, especialmente no dia do julgamento do dissídio, marcado para esta quinta-feira, dia 27, às 13h30, no TST. Os trabalhadores de todos os estados devem vir à Brasília para pressionar este tribunal burguês a aceitar todas as reivindicações dos trabalhadores.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sintect-DF boicota ato nacional

Neste momento está acontecendo um ato Nacional convocado oficialmente pela Fentect e pelo Comando de Negociação e Mobilização, em frente ao Ed. Sede da ECT.

Estão presentes trabalhadores de Minas Gerais, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso além dos próprios trabalhadores de Brasília que compareceram por iniciativa independente e por convocação da Corrente Ecetistas em Luta, do PCO. 

Como acontece desde o início desta campanha salarial, a categoria enfrenta as dificuldades impostas pela burocracia sindical, como a do Sintect-DF, controlado pela Articulação Sindical, que apesar de o ATO ser em Brasília não convocou os trabalhadores boicotando o ato abertamente ao convocar a assembleia às 16h.

É preciso superar essas direções pelegas e traidores, e garantir a ampla mobilização da categoria para arrancar da empresa as nossas reivindicações.

Em breve mais notícias do ato.

TST marca julgamento do dissídio

Tribunal Superior do Trabalho divulgou a notícia de que o presidente da Casa, ministro Dalazen, marcou o julgamento do dissídio para o próximo dia 27, às 13h30m.

O ministro João Oreste Dalazen é o mesmo que presidiu o julgamento do ano passado que resultou no caórdão que agora a ECT pretende reeditar. Com as ressalvas das mudanças no Plano de Saúde, o fim do crédito extra do final de ano e ainda uma reposição salarial ainda mais rebaixada.

Em Brasília hoje haverá uma reunião com a ministra relatora do dissídio, Katia Arruda. E amanhã haverá audiência, para discutir o cumprimento da liminar concedida pela minsitra Cristina Peduzzi que determinou que 40% da categoria trabalhasse nacionalmente durante a greve, sob pena de multa de 50 mil reais o dia.

Entrevista com presidente do Sintect-MG: Pedro Paulo de Abreu Pinheiro

“A categoria tem que ir para cima do TST, para cima da direção da empresa, através da greve cada dia mais forte e garantir a nossa pauta de reivindicações”
 
Entrevista com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais, Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, membro da Coordenação Nacional da Corrente Sindical Nacional Ecetistas em Luta, do PCO, sobre a greve da categoria
Causa Operária: O que está acontecendo nesse momento na Campanha Salarial dos trabalhadores dos Correios?

Pedro Paulo: Depois de todo o impasse da greve do dia 11 de setembro quando só entraram em greve os sindicatos de Minas Gerais (Grande Belo Horizonte) e Pará, nesse momento temos uma greve impulsionada pela base dos trabalhadores contra a burocracia sindical da maioria dos sindicatos. A greve acontece em mais de 24 sindicatos, em cerca de 18 estados e encurrala a empresa. A greve coloca a ECT contra a parede e pressiona para repassar a pauta de reivindicações dos trabalhadores que são os 43,7% de reajuste da categoria, os 30 mil novos concursados, manutenção do convênio médico que a empresa quer privatizar etc. Os trabalhadores não aceitam isso e a empresa entrou com o dissídio coletivo.

A Federação vive um impasse porque tem uma parte da burocracia que quer rebaixar a proposta inicial dos trabalhadores e outra parte, ligada a nós e aos trabalhadores em geral que não concorda. Porque todo mundo sabe que o TST [Tribunal Superior do Trabalho] é um órgão patronal. Estamos num momento em que temos de ampliar a mobilização, organizar os trabalhadores e através da nossa firmeza na luta impor a nossa pauta de reivindicações. Esse é o momento em que estamos colocando a necessidade de levar um conjunto maior de militantes para Brasília, na segunda-feira, 24, para que nós através de uma posição firme num ato em frente ao Correio Central em Brasília e o TST, possamos expor a nossa indignação e através dessa mobilização arrancar as nossas reivindicações.

Causa Operária: Quais as dificuldades enfrentadas pela categoria, dentro e fora do movimento sindical?

Pedro Paulo: Dentro do movimento sindical tem um conjunto de pelegos do PCdoB e da Articulação Sindical/PT que, aliados à direção da ECT, estão traindo os trabalhadores descaradamente. Eles não querem organizar a Campanha Salarial e isso leva a uma luta contra esse segmento. E do lado de fora tem a própria direção da empresa, o TST, e o governo do PT, da Dilma Rousseff, que não querem resolver o problema dos trabalhadores. Então os trabalhadores através da sua mobilização terão que numa única cartada matar esses dois coelhos.

Dentro dessa contradição, entre os pelegos traidores, a cúpula do governo petista e a direção corrupta da ECT, vamos ter que impulsionar um vigoroso movimento. É o momento em que a categoria vai ter de se decidir por lutar firme num único Norte. Porque só através de uma luta contundente vamos conseguir passar por cima da direção da ECT, do governo do PT, PMDB e PCdoB, para que nós possamos atingir o objetivo que é a nossa pauta nacional de reivindicações.

Por isso, acreditamos que é importante aproveitar a luta de outras categorias como bancários, petroleiros, metalúrgicos para impulsionar um vigoroso movimento.

Queremos também expor para a sociedade que a empresa aumentou em até 40% o preço dos produtos para toda a população usuária.


Causa Operária: Por que somente Minas Gerais e Pará deflagraram greve no dia 11? Poderia explicar o que aconteceu no Pará?

Pedro Paulo: Nós tínhamos uma discussão sobre a necessidade de passar por cima da política de divisão do PCdoB e do PSTU - que é um agente duplo do PCdoB, infiltrado dentro da Fentect. Eles ficam titubeando entre participar efetivamente da CTB e a própria Conlutas. Nesse momento, temos concretamente o PCdoB e o PSTU de fora da Fentect tentando fazer um movimento à parte, isto é, um movimento contra a unificação e a luta da categoria. E dentro da Federação temos a Articulação, que é um braço do governo Dilma, da direção da empresa, que está traindo descaradamente a luta dos trabalhadores. Esses dois segmentos procuraram dividir a luta da nossa categoria. Nós, como um bloco de oposição ao peleguismo tiramos a política de fazer a greve dia 11 de setembro, mesmo com a ruptura da Articulação que depois de uma reunião com a ECT passou a dizer que não faria greve antes do dia 25. Mas uma parte desse bloco, no momento de fazer a greve, acabou aderindo à política do peleguismo, por pressão e por falta de clareza política. A greve foi desarticulada por fora do comando e sem qualquer decisão centralizada. E nós, da corrente Ecetista em Luta, do PCO, mantivemos a greve do dia 11 porque sabíamos que se ninguém entrasse em greve no dia 11, a greve nacional não iria acontecer.

Outros setores do movimento e trabalhadores independentes tentaram levar adiante a mesma posição. Isso aconteceu com a base do Pará, do Paraná, do Rio Grande do Sul, do Mato Grosso e de vários outros lugares. No caso do Rio Grande do Sul, Goiás e do Paraná, as próprias direções aliadas ao bloco de oposição ao peleguismo acabaram não organizando a greve e combatendo a posição da base. O que levou a uma confusão imensa. No caso do Mato Grosso onde a direção do sindicato é da Articulação Sindical os trabalhadores iam deliberar a greve para o dia 11, mas setores da Intersindical acabaram sendo coniventes e impediram que a greve se concretizasse. No Pará, a Articulação, que é a direção do sindicato, foi atropelada pelos trabalhadores da base, e junto com o Sintect-MG, deliberou a greve para a 0h do dia 11. Esses dois estados tiveram papel preponderante. Foi através de sua firmeza, da sua coerência em seguir o calendário da Federação e mantendo a greve que essa política acabou se impondo para os demais 33 sindicatos. Foi uma luta de classes que foi colocada aí. Hoje estamos vendo esse trabalho ser concretizado e isso deve se repetir ainda em um ou outro sindicato que não realizou sua assembleia.


Causa Operária: Para a justiça, a empresa fala que precisa de liminar para encerrar a greve que atrapalha a população, para a imprensa diz que a greve está sob controle... como está a greve em Minas Gerais e o que de fato está acontecendo?

Pedro Paulo: O que está acontecendo é que a empresa tem contratos milionários. Estamos num período eleitoral. Tem eleições municipais para milhares de candidatos a vereadores e prefeitos em todo o país. são mais de 5.600 municípios no País; são contratos fabulosos que a empresa tem e ela disse a todo momento que não haveria greve. Ela deu um salvo conduto que não pôde cumprir. A greve deixou isso muito claro. A empresa paga mal, não tem condições materiais para organizar o trabalho cotidianamente. Há uma politica de intransigência e truculência muito grande das chefias e os trabalhadores não estão dispostos a aceitar essa situação. Então, por um lado, a empresa procura mascarar a realidade da greve contratando milhares de trabalhadores de serviço temporário. Em Minas Gerais já contratou mais de 700 só na grande BH para dar conta do serviço que está todo parado, e também está trazendo cerca de 400 a 500 trabalhadores dos mais variados municípios dos cerca de 858 municípios do estado de Minas Gerais para tentar mascarar uma certa normalidade. Mas não está tendo condições de resolver, porque a paralisação está firme e a categoria não está disposta a aceitar essa patifaria da empresa.

Por outro lado, a empresa vendo que essa farsa não contempla a realidade procura o TST para exigir que haja um mínimo de pessoas trabalhando. Embora o serviço dos Correios não seja essencial, a Constituição e a Lei de Greve deixam isso bem claro, a empresa está comprando os ministros do TST para poder falar que Correio é um serviço essencial e aplicar continuidade do trabalho com um número mínimo de 40% que inclusive está acima da própria Lei de Greve que estabelece 30%. Mas isso é o que a empresa quer que aconteça; outra coisa é o que a realidade vai demonstrar. Se os trabalhadores vão aceitar essa imposição. Pelo que estamos vendo eles não estão aceitando e a greve está se alastrando por todo o interior de Minas Gerais. Me parece que a tendência no Brasil inteiro também é aprofundar essa situação de crise. Se depender da direção da burocracia sindical do PCdoB e da Articulação, vai ter mais uma traição. Mas vamos apostar também em que os trabalhadores perderam toda a ilusão nessa burocracia e que irão através de seus próprios métodos de luta passar por cima da direção da ECT, do TST e através da mobilização, pressionar o governo federal a atender as nossas reivindicações.


Causa Operária: O que está em jogo nesta Campanha Salarial? A postura da empresa e da burocracia sindical, conhecidos traidores da categoria, incluindo o PSTU/Conlutas, tem a ver com a vitória da oposição e as mudanças promovidas pelo último Congresso da categoria?

Pedro Paulo: Por um lado, o próprio sentimento dos trabalhadores, que no ano passado viram a postura da burocracia, toda a subordinação à direção da ECT, ao TST e ao governo. E também os desdobramentos do XI Contect, o Congresso da Federação, que através da iniciativa da corrente nacional Ecetistas em Luta do PCO e outros setores transformaram esse debate dentro do Congresso e ganharam a secretaria geral. Gerando uma derrota contundente na burocracia. Sobretudo na Articulação Sindical que tem um pé dentro da Fentect e um pé e a cabeça dentro do governo federal do PT e da direção da ECT.

Depois que o Talibã, [José Rivaldo], que era secretário geral da Fentect no ano passado disse que “decisão judicial não se contesta, cumpre-se”, ele mostrou o pelego que ele é e a que veio os sindicalistas da Articulação Sindical do PT. A categoria não aceitou e o resultado foram as mudanças estabelecidas no Congresso. Agora, a briga que acontece dentro do movimento sindical dos Correios é a Articulação Sindical tentando se reorganizar, aliada à direção da empresa, com o PSTU, com o PCdoB, contra a corrente sindical Ecetistas em Luta, o PCO. Contra as mudanças do XI Contect, contra os 120 mil trabalhadores da base dos Correios. Mas nós vamos ver que é uma questão de tempo para que a categoria coloque essa corja para correr.


Causa Operária: O que representa a divisão da categoria, promovida principalmente pelos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro?

Pedro Paulo: Principalmente a direção do sindicato de São Paulo, mas também do Rio de Janeiro, Bauru e Tocantins, são uma parte da burocracia sindical que perdendo a pouca autoridade que tinham em suas bases resolveu sair da Federação antes que se desmoralizasse completamente no Congresso. Eles fizeram um recuo tático e tentaram se enfurnar em uma federação pelega, criada pela empresa na década de 80 que é a Findect, que era controlada pelo sindicato de Bauru. Isso quer dizer que tanto o PCdoB de São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins foram vergonhosamente ressuscitar a Findect que é uma criatura do PMDB e da direção da ECT. Para isso contam com todo o respaldo da empresa, para forjar uma mesa de negociação separada. Essa tentativa de traição foi posta às claras para os trabalhadores e todo mundo foi contra. Juridicamente também eles não conseguiram realizar essa divisão. Tudo com a conivência da empresa que mesmo reconhecendo que só a Fentect pode assinar acordo coletivo da categoria de Correios, manteve uma conversa paralela alimentando a confusão e a ideia de que o que eles estavam fazendo era viável. Tem também o próprio negociador que é o Luiz Eduardo, representante do PCdoB dentro da empresa. Ele é ex-sindicalista, já foi secretário geral da Fentect e coordena a ação dos sindicalistas traidores do PCdoB. A tentativa de divisão significa, na verdade, o fim de um acordo entre o PCdoB e a Articulação do PT para, às escondidas, entre quatro paredes fazer uma política de traição contra os trabalhadores. Como isso foi aberto, para toda a categoria, eles estão num beco sem saída.


Causa Operária: Como você avalia a tentativa de rebaixar a reivindicação dos trabalhadores e a proposta feita pela Ministra Cristina Peduzzi na audiência de conciliação no TST em 19 de setembro?

Pedro Paulo: A proposta de pauta rebaixada apresentada no Informe pelo Comando para as últimas assembleias é uma traição à luta que os trabalhadores realizaram desde o ano passado, e no Congresso no mês de junho, lá no Ceará. Foi tirada claramente uma Pauta, foi discutido amplamente o índice de 43,7% que é a expressão verdadeira da perda que a categoria teve desde 1995 para cá; ou seja, para o trabalhador recuperar o poder de compra que tinha em 1995 existe a necessidade de ter resgatado em seus salários o percentual de 43,7%. Simplesmente para recompor seus salários e recuperar seu poder de compra. Mas esses dirigentes sindicais acabaram cedendo à pressão da empresa e da ministra do TST. A própria tentativa de rebaixar a pauta é a demonstração de que não há um verdadeiro compromisso com a categoria. Agora é preciso que todos, dirigentes sindicais e a própria categoria reflitam sobre isso.

A proposta da ministra foi uma pegadinha. Esses ministros são todos biônicos. Ninguém elegeu. É totalmente antidemocrático. Estão a serviço do grande capital, do governo federal e, portanto, da direção da empresa e das grandes instituições do Estado capitalista. Os trabalhadores vão ter que passar por cima dessa política, como já fizeram recentemente outras categorias como os operários da Construção Civil, e através da greve cada vez mais vigorosa fazer valer o seus interesses de classe, a sua pauta de reivindicações. Nós, aqui do Sintect-MG, acreditamos que a categoria está muito segura de que é necessário ampliar a greve e passar por cima do TST, da direção da ECT e dos pelegos. Sejam eles do PCdoB e do PSTU que estão de fora da Fentect. Sejam eles da Articulação Sindical e seus comparsas que estão dentro da Fentect.

Causa Operária: O que aconteceu em Brasília após a audiência do TST e por quê?

Pedro Paulo: Como neste momento há uma confusão muito grande no movimento sindical dos Correios, confusão promovida por eles próprios, aliada a um peleguismo arraigado, o rebaixamento acabou acontecendo. Isso precisa ser superado pelos trabalhadores, com um novo conjunto de militantes que não tenham nenhum rabo preso com a direção da ECT, com os traidores do PT e com os patrões.

Isso aconteceu após a assembleia de Brasília depois da audiência do TST que nós consideramos muito ruim. É muito prejudicial para o movimento a conduta da presidenta do Sintect-DF. Ela é uma pessoa que apesar de estar no Comando de Negociações, nunca participou de nenhuma reunião com a empresa; burlou as negociações nos últimos dois meses, aparecendo apenas para defender posições direitistas nas reuniões do Comando na Fentect; está totalmente subordinada à política da direção da ECT; se vendeu por meia dúzia de trocados para sair do PCdoB e entrar na Articulação Sindical; esta foi a pessoa que colocou capangas na assembleia para tentar agredir o secretário geral da Fentect que é da nossa Corrente política, o companheiro Edson Dorta. Isto aconteceu porque eles temem que a verdade seja dita para a categoria de forma transparente e vigorosa. Por isso ameaçaram e tentaram agredir o nosso companheiro.

Nós aqui em Minas Gerais não aceitamos isso e tiramos uma moção de repúdio. Inclusive vamos levar uma centena de trabalhadores à Brasília nessa segunda-feira [dia 24] para participar do Ato nacional e junto com os trabalhadores da cidade fazer a luta, independente do sindicato. Essa situação preconizada pela Amanda não pode prevalecer. Queremos levar adiante a luta dos trabalhadores e vamos ver se diante da categoria organizada ela vai ter coragem de chamar qualquer crápula, qualquer capanga, qualquer facínora para ameaçar os trabalhadores ou encostar o dedo em algum de nós. Nós temos certeza que os trabalhadores de Brasília também estão vendo com muito maus olhos essa política pelega e traidora da Amanda. Por isso acreditamos que esses trabalhadores vão estar totalmente sintonizados conosco e não vão aceitar que essa ditadura continue acontecendo. Nós vamos chamar os trabalhadores do Distrito Federal a se solidarizar, a se unificar com a gente e a passar por cima de toda essa picaretagem, essa traição e tentativa de intimidação do nosso secretário geral. Até porque depois de muitos anos de traição, o nosso secretário geral não vai assinar qualquer acordo que represente perdas e seja contra os interesses dos trabalhadores.


Causa Operária: Como o dissídio coletivo no TST e o julgamento previsto para as próximas semanas influenciam na greve e na mobilização da categoria? Quais os próximos passos para o movimento?

Pedro Paulo: O problema é que como esse setor pelego não quer esclarecer a categoria, não quer dizer que a categoria não precisa abaixar a cabeça e seguir a ordem do TST. Precisamos abrir esse debate para que cada vez mais as ilusões sejam extintas do meio da classe trabalhadora. Vamos ter de fazer esse trabalho. Mostrar para os trabalhadores que eles estão sendo traídos e que a categoria tem que ir para cima do TST, para cima da direção da empresa, através da greve cada dia mais forte e garantir a nossa pauta de reivindicações.

Causa Operária: Os trabalhadores preparam um ato em Brasília no dia 24. Qual a importância desse ato para o desenvolvimento da campanha salarial daqui para frente?

Pedro Paulo: A Federação chamou esse ato porque pelo menos uma parte da Fentect está vendo a necessidade de criar uma ação conjunta da categoria. Somente através dessa ação conjunta onde está a direção da empresa, onde está o Ministério das Comunicações, o Ministério do Planejamento, o governo federal que é o nosso patrão, é que nós poderemos resolver esse impasse nas negociações. Não adianta ficar fragmentando essa ação em estados do Brasil, sendo que o local comum de atuar nesse momento é Brasília. Eu acredito que deve ser um marco de reorganização e unificação da nossa categoria. Através desse ato vamos poder pressionar o governo, pressionar a ECT e também o TST. Além de mostrar para toda a sociedade brasileira todas as mazelas que acontece nos Correios. Através disso vamos dar um recado: o próximo passo além desse é uma política de ocupação, por dentro da ECT, em Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas, nos principais setores dos Correios.