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terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma corrida por mais cargos, privilégios e verba estatal


A criação de novas federações que está sendo defendida pelos sindicalistas traidores do PCdoB e do PSTU/Conlutas é puro desespero diante da rejeição dos trabalhadores à sua política e uma disputa meramente por cargos e privilégios dados às federações. Um estelionato político contra os trabalhadores 

No momento de maior crise do bloco dominante da burocracia sindical dos Correios (PT-PCdoB), com a desfiliação dos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro, dirigidos pelo PCdoB/CTB com a Fentect, o PSTU/Conlutas, estimulado por essa iniciativa, voltaram a propor a divisão da categoria para formar mais uma federação, a chamada Federação Anã, FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios).
Se vitoriosa a divisão, os efeitos nocivos à luta da categoria serão claros: enfraquecerá o poder de pressão e organização dos trabalhadores em nível nacional, isolando os sindicatos sem nenhuma organização centralizada, unificada, que facilitará enormemente os ataques da ECT contra os trabalhadores, sobretudo durante a campanha salarial, as greves e as mobilizações, ou seja, a divisão significa claramente a perda de conquistas econômicas e políticas para a categoria, uma política que só poderia ter serventia para os patrões.
Sabendo disso, porém, deixando de lado os argumentos demagógicos do PCdoB, que são verdadeiros gangsters do movimento sindical e que tiveram um papel protagonista na aprovação dos piores acordos e ataques dos patrões contra os trabalhadores dos Correios (PCCS da Escravidão, acordo bianual, banco de horas etc), por que defende o PSTU/Conlutas com argumentos “esquerdistas” a formação de mais uma federação?
Trata-se apenas e tão somente dos benefícios particulares que a FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios), a chamada Federação Anã conseguirá uma vez legalizada. É uma corrida desesperada por cargos, privilégios e verba estatal, que não tem nenhuma relação com a luta e os interesses dos trabalhadores para derrotar os pelegos e enfrentar a empresa.
O desespero é tamanho que pode ser comprovado no último manifesto da Federação Anã, em que o PSTU/Conlutas saudou de maneira entusiástica o racha do PCdoB procurando legitimar essa política de direita com uma cobertura de esquerda chegando até mesmo a propor uma aliança com o PCdoB para conseguir o número de sindicatos necessários para a legalização de uma nova federação e ainda foram além fraudando as assinaturas dos sindicatos da Paraíba e Piauí para tentar mostrar que essa política tem algum apoio, o que já foi desmascarado.
Fica claro, dessa forma, que a ruptura não é com a política do PT e da burocracia sindical, com o governo e a direção da empresa, como eles procuram apresentar, mas uma ruptura com o aparelho da qual o PT rifou o PCdoB ameaçando indiretamente o PSTU, que agora quer formar a todo o custo uma nova federação. Mais um aparelho, mais um cabide de emprego para um grupelho de sindicalistas parasitários. É o interesse no dinheiro estatal que é dado às federações, as benesses de ficarem liberados do trabalho e outros privilégios que estimulam essa política da Conlutas.
Não é com base na necessidade de organizar um movimento de oposição, derrubar os pelegos, agrupar as massas, fazer evoluir a consciência do trabalhador sobre os métodos de luta e os seus interesses. Para o PSTU, o problema é encarado de maneira extremamente burocrática e oportunista. Formar uma nova federação é como lançar-se num empreendimento comercial, legalizá-lo e disputar uma fatia do mercado capitalista.
A federação anã e o racha, portanto, é uma fraude, um estelionato político para enganar os trabalhadores sobre os verdadeiros interesses que estão em jogo. Enquanto o trabalhador fica dividido, em duas, três, quatro federações formadas por cada grupo de vigaristas sindicais que existem nos Correios, o PSTU/Conlutas, Federação Anã, PCdoB/CTB etc ganham cargos, dinheiro e privilégios. 
Se o objetivo fosse combater os pelegos e se opor à política que está sendo levada pela Fentect, dirigida majoritariamente pelo PT, a Conlutas não estaria “rompendo” no exato momento de maior crise, no qual está colocada a possibilidade concreta de derrotar o PT, pois logicamente, seus interesses são outros. 
Os divisionistas não têm nenhum exemplo importante no qual a divisão dos trabalhadores foi capaz minimamente de impulsionar uma luta.
Em outras categorias operárias, nenhum trabalhador teve qualquer benefício com essa política, como é o caso da federação que o PSTU criou nos petroleiros que no período de campanha salarial fica a reboque da CUT e do PT, sem fazer nenhuma oposição ao peleguismo. Pelo contrário esses guetos sindicais que são criados além de serem muito mais fracos são ainda mais burocráticos por não estarem sob a pressão massiva dos trabalhadores.
É necessário denunciar essa política criminosa, organizar a categoria para impedir a divisão dos trabalhadores e aproveitar a crise terminal do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) para derrotá-los e tomar de volta os sindicatos e organizações dos trabalhadores, a Fentect para o controle da categoria, sob uma direção combativa, classista. 

O que significa o chavão “governista” utilizado pelo PSTU/Conlutas


Para dar um ar de esquerda para uma das maiores traições aos trabalhadores levada adiante pelo PCdoB, o PSTU/Conlutas utiliza o chavão, o do “governismo”, para romper com esta e buscar cargos e benefícios com a criação de uma nova federação 


O PSTU/Conlutas tenta justificar a política traidora e covarde do PCdoB, e seguida por esta organização, de ruptura com a Fentect, pois esta seria “governista” e não defenderia mais os interesses dos trabalhadores.
É importante lembrar que esses chavões utilizados pelo PSTU/Conlutas servem apenas para intimidar seus opositores e impedir a discussão sobre o tema.
O PSTU se aproveita de preconceitos pequeno-burgueses da burocracia sindical, bem como da própria campanha da direita contra o governo do PT, para realizar uma das maiores traições contra os trabalhadores dos Correios, que seria a quebra da unidade dos trabalhadores em busca de cargos na nova “federaçãozinha”.
Por que seria importante ser “antigovernista” e o que significa isso? Não são o PSDB e o DEM também antigovernistas?
Sim. E a resposta revela que apenas ser antigovernista não significa nada. O “governismo” é, assim, um termo sem conteúdo usado pelo PSTU como espantalho e como argumento mais moral que político para convencer os setores mais pequeno-burgueses da esquerda a aderir à sua política.
A luta da classe operária é contra a burguesia, não contra os governos em abstrato e, deste ponto de vista geral, não há diferenças senão secundárias entre um burocrata sindical do PT ou do PSDB, quem quer que esteja no governo.

O PSTU sempre esteve aliado aos “governistas”

Na história de formação do PT e da CUT, o PSTU sempre esteve de mãos dadas com essa burocracia e apoiou os maiores ataques a classe trabalhadora apoiando diretamente os pelegos.
O termo “governismo” serve para omitir inclusive que a direção da CUT era governista desde a época do Plano Cruzado, que sustentou o governo Sarney na década de 80. Apoiaram e participaram das câmaras setoriais criadas pelo governo de Itamar Franco para juntamente com os patrões atacar os trabalhadores em benefícios da burguesia.
Essa política da direção da CUT sustentou diversas políticas governamentai, e é importante lembrar que o PSTU, na época Convergência Socialista, sempre apoiou diretamente ou fazendo uma oposição de fachada, com discursos sem a mobilização dos trabalhadores.
Esse partido, por exemplo, não apenas apoiou, como compôs chapa para a CUT junto com Vicente de Paula, o “Vicentinho”, sindicalista amplamente apoiado pela burguesia e em favor de quem  a imprensa burguesa realizava uma enorme campanha. Vicentinho implantou uma política de amplo apoio ao sistema capitalista e ao neoliberalismo, sufocando a classe operária.

Traição em troca de cargos

O PSTU/Conlutas silencia para não expor o conteúdo profundamente patronal e oportunista de sua política. A falta de discussão gera uma enorme confusão entre os trabalhadores e direções sindicais. Essa campanha leva setores centristas e bem intencionados a aderir a uma política profundamente covarde e oportunista com um verniz de esquerda.
A ruptura do PCdoB no Rio de Janeiro e em São Paulo revelou o caráter profundamente patronal da política de abandono da federação. A saída dos sindicatos de São Paulo e do Rio de Janeiro foi uma medida de desespero para se manterem na direção dos sindicatos e a criação de novos cargos de uma nova federação, abocanhando uma parcela do dinheiro destinado a Fentect.
Deve ficar claro para o trabalhador que o rompimento com a Fentect beneficiará a manutenção do PT no controle da federação e a direção da ECT nas campanhas salariais, pois os trabalhadores estarão divididos e enfraquecidos.
Tanto o PSTU/Conlutas quanto o PCdoB, realizam uma política criminosa em busca de benefícios, vivendo parasitariamente do aparelho sindical. Não estão minimamente interessados na derrubada da burocracia do PT da direção da Fentect.
Os trabalhadores devem se opor a essa política criminosa de dividir os trabalhadores. Não devem aceitar o parasitismo nos sindicatos e a utilização das organizações dos trabalhadores em troca de favores e benefícios.

A política divisionista serve para criar um novo cabide de empregos


O PSTU/Conlutas quer colocar em prática, nos Correios, sua política divisionista, rachando a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e criando outra federação. Os motivos alegados pelo PSTU para cometer esse crime contra a categoria são os mais “nobres” e “esquerdistas” possíveis, dizendo que a Fentect, dominada pelo PT, é “ pelega, traidora e patronal” 

O PSTU/Conlutas quer colocar em prática, nos Correios, sua política divisionista, rachando a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e criando outra federação. Os motivos alegados pelo PSTU para cometer esse crime contra a categoria são os mais “nobres” e “esquerdistas” possíveis, dizendo que a Fentect, dominada pelo PT, é “ pelega, traidora e patronal”.
Deixando de lado a farsa pequeno-burguesa, inventada apenas para justificar uma política capituladora diante da burocracia sindical, se o PSTU quer sair da Fentect por todos esses motivos nobres por que seria necessário criar outra federação? Por que o PSTU não sai apenas e fazem uma “oposição”  de fora dessa federação amaldiçoada?
Não é isso o que acontece. Não basta só sair da Fentect, tem que criar outra federação, ainda que na prática essa nova federação, muito bem apelidada de “Federação Anã” não represente nada, já que terá uma ínfima parte da categoria, no caso em questão, cerca 8% dos trabalhadores. É mais do que óbvio que não dá para dirigir a luta com apenas 8% da categoria.
Se o PSTU e seus satélites não aguentam mais conviver com a burocracia petista na Fentect, bastava sair e ficar fazendo oposição do lado de fora. Isso se  o interesse dessa organização fosse de fato com a luta dos trabalhadores.
Essa questão é outra revelação do verdadeiro teor da política do PSTU. O interesse, à parte todo o discurso pseudo-radical “esquerdistas”, no sentido que que Lênin dá a esse termo, é o aparato e os benefícios que um aparato podem trazer para um burocrata sindical.
Por isso, o PSTU tem levantado, junto com os “combativos” divisionistas do PCdoB (eles não são governistas?), várias alegações jurídicas para provar que eles podem sim montar outra federação e que essa federação poderia negociar etc. etc. etc. Para eles, simplesmente não existe argumentos políticos, apenas a necessidade de garantir seu privilégio, custe o que custar.
Criar uma nova federação com seis sindicatos para confundir, dividir e enfraquecer os trabalhadores é a maneira que o PSTU encontrou de legalizar um micro empreendimento, pegando carona no incentivo dado pela próprio lei burguesa, para ganhar as sobras que caem da mesa dos patrões enquanto esses negociam com a burocracia sindical oficial do PT.
Com a “Federação Anã”, o PSTU aumentaria o número de diretores liberados e teria um jeito de ficar com uma parte, ainda que menor, do dinheiro que sobra dos sindicatos. Essa é a única explicação da fúria com que o PSTU vem defendendo a ruptura a criação de uma nova federação: a criação de um novo cabide de empregos para burocratas.

PT rachou a Andes: Vamos aplaudir toda as rupturas?


O PT dividiu a Associação Nacional de Docentes e criou outro sindiato de professores universitários 

O PSTU e seus satélites na Conlutas adoram defender a divisão dos trabalhadores, como foi a própria criação da Conlutas, com um argumento que não significa nada do ponto de vista do marxismo e da luta revolucionária: o “governismo”. Para esses esquerdistas pequeno-burgueses seria muito relevante um sindicato ou federação ou central “defender o governo”, independentemente do caráter de classe dela.
A saída da CUT e da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a criação de federações minúsculas, formadas com uma parte residual da categoria, como estão querendo fazer agora com a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores do Correios) eram sempre justificadas pela terrível palavra “governismo”. Para o PSTU e seus satélites, uma organização sindical tem que ser realmente pura e santificada, ou não serve. Portanto, a melhor coisa a se fazer seria romper e criar uma nova organização, livre desses “governistas” impuros.
Mas será que o PSTU é realmente coerente com sua política divisionista? Vejamos o exemplo da associação de professores universitários.
Há muito tempo, uma aliança do PSTU e do Psol domina a diretoria da Andes-SN (Associação Nacional dos Docentes). Abstraindo o fato de que tanto PSTU como Psol fazem nessa instituição e nos sindicatos ligados a ela um verdadeiro trabalho de contenção do movimento de estudantes, funcionários e professores nas universidades públicas, a ANDES seria um caso bem raro de “pureza antigovernista”, constituindo um dos maiores sindicatos na “pura” Conlutas.
No entanto, os impuros “governistas” do PT parecem ter ouvido as reclamações do PSTU. Com uma manobra, o PT rompeu com a ANDES e formou outro sindicato representando os docentes das Universidades Federais, o Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior).
De acordo com a política do PSTU, manobra do PT respondida da seguinte maneira: o Proifes é bom para a categoria dos docentes.
E então, PSTU, a ANDES melhorou com o racha do PT? Nesse caso, devemos defender a unidade ou o racha? O PSTU “aplaude todas as rupturas” como está fazendo nos Correios com o PCdoB?
Para ser coerente com sua política divisionista, o PSTU deveria agradecer o PT por ter rompido com a ANDES e criado outro sindicato, afinal de contas, agora a Andes está livre dos “governistas”. Ou, no mínimo, a saída dos governistas deveria ter sido indiferente a eles. Mas sabemos que não foi essa a reação do PSTU. Apesar de terem capitulado como sempre fazem para o PT, o PSTU tentou reclamar e acusar o PT pelo racha.
Moral da história: para o PSTU, o que vale é o cargo. Se o PSTU está na direção da entidade, então não importa se há ou não governistas; a categoria deve ficar unida.
Mas se eles estão na oposição, então é preciso criar sua “federação anã”, sua central de mentirinha, enfim, organizações de fachada e dividir os trabalhadores.

Entenda por que a divisão é uma política patronal


O divisionismo do PSTU na Fentect é a maior de todas as traições desse grupo no movimento dos Correios 

O PSTU levanta uma série de justificativas para provar que a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) seria traidora e pelega. De nossa parte, concordamos que a política levada adiante pela diretoria majoritária da Federação foi a responsável pelas derrotas da categoria. No entanto, a única saída para os trabalhadores é derrubar a burocracia sindical que domina a Fentect, e não abandonar a federação.
Quando o PSTU levanta todas as traições da Fentect, esse partido e os seus satélites esquecem que a direção majoritária, que até o momento é do PT-PCdoB e já foi do próprio PSTU, passou a maior parte de sua história dominada por um bloco que denominamos e que a categoria já conhece como Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol). Nesse sentido, o PSTU sempre, esteve unido ao bloco que hoje ele acusa de traidor.

Banco de horas

Depois da greve de 2008, que durou cerca de duas semanas, o PSTU, junto com o restante do Bando dos Quatro assinou o acordo prevendo que os grevistas deveriam pagar com horas extras os dias parados da greve. Quer dizer, na prática, o Bando dos Quatro instituiu pela primeira vez o banco de horas na categoria, um mecanismo dos patrões que serve para aumentar a escravidão dos trabalhadores. Cinicamente, o PSTU procura jogar a culpa do Banco de Horas apenas para o PT, mas o “mérito” é de todos.

PCCS da escravidão

Em 2008 começaram as negociações para um novo Plano de Cargos Carreiras e Salários dos Correios. A intenção da empresa era clara: preparar as bases para a privatização da ECT. Para isso, precisava retirar o máximo de direitos da categoria.
Os ataques contidos no PCCS são inúmeros. Foi ali, por exemplo, que ficou institucionalizada a terceirização. No documento também se aprofundava a política de metas, absenteísmo e o GCR para aumentar a pressão contra os trabalhadores.
Um dos maiores escândalos foi a criação do cargo amplo. O PCCS extinguiu os cargos e criou um único: o agente de Correios. Dessa maneira, o funcionário fica à disposição e ao sabor da empresa, sendo obrigado a exercer o trabalho que for exigido. Com o PCCS de 2008 o cargo de motorista foi definitivamente extinto da empresa.
Com essa e muitas outras atrocidades contra a categoria, o PCCS foi rejeitado não só pelas bases mas pelas próprias diretorias dos sindicatos. No entanto, a comissão de PCCS da Fentect assinou o documento passando por cima de todo o mundo. Reconhecidamente à frente dessa traição estava o membro do PSTU/Conlutas Ezequiel Ferreira Filho, o “Jacaré”, de São Paulo.
O caso do PCCS mostra que o PSTU estava na linha de frente da maior traição cometida pela direção da Fentect.

Intervenção nos sindicatos

Nas eleições sindicais em São Paulo em 2007, o PSTU entrou na justiça pedindo a intervenção nas eleições. A justiça patronal acatou a decisão e nomeou uma junta interventora para controlar o processo.
Nessa junta interventora estava um advogado da Força Sindical e mais uma vez Ezequiel Ferreira Filho, o “Jacaré”. A justa interventora da justiça patronal deu a vitória para o PCdoB no Sintect-SP, mesmo sem apoio da categoria. As urnas de votação, com assinatura dele ficaram guardadas na quartel da ROTA, polícia criada para assassinar trabalhadores. Isso é que é lisura!
A intervenção da Justiça patronal nos sindicatos acabou virando moda e vários sindicatos de oposição passaram a sofrer com esse tipo de ataque patronal.

Eleições no Sintect-SP

Voltando um pouco mais no tempo, nas eleições para o Sintect-SP de 2004, que ocorreu após a grande greve de 2003, o PSTU já havia dado a diretoria do sindicato de presente para o PCdoB.
Após a mobilização de 2003, a vitória da oposição Ecetistas em Luta parecia certa. Diante dessa ameaça, PT e PCdoB e a direção da ECT, mandaram capangas para invadir a sede do sindicato e tomar as urnas. Ninguém teve acesso à contagem dos votos e a vitória foi dada à chapa do PCdoB.
O PSTU se limitou a chorar, mas não fez absolutamente nada para reverter a situação e pior, legalizaram a fraude que era a mais escancarada.

Greve de 2011

Por fim, e esse são apenas alguns exemplos, a traição na greve de 2011. Depois da maior greve feita pela categoria nos últimos anos, o PSTU, junto com o restante do Bando dos Quatro, comandou a debandada da greve, obedecendo caninamente à decisão do TST.
Os sindicatos dirigidos pelo PSTU mandaram os trabalhadores de volta ao trabalho, sem assembleia e sem discussão.
Em São Paulo, “Geraldinho”, do PSTU, foi o único que pode falar na assembleia fantasma chamada às pressas no feriado pelo PCdoB. Geraldinho defendeu a saída da greve, legalizando o golpe; não é à toa que foi chamado de “amigo de fé, irmão camarada” pelo secretário-geral do Sintect-SP.
O resultado dessa traição o trabalhador está sentindo agora na pele: pressão das chefias, compensação no fim de semana e SAP.
Por essas e muitas outras, a política divisionista do PSTU, por mais alto que se grite contra o “governismo” e o peleguismo da Fentect, não passa de oportunismo.
Mais precisamente, a política do PSTU de romper com a Fentect é mais uma traição contra a categoria, talvez a maior de todas as traições. É mais um dos muitos serviços prestados pelo PSTU à direção da ECT. 

A unidade dos trabalhadores é uma condição para a luta


A divisão da categoria que a burocracia procura impor aos trabalhadores serve para atacar a campanha salarial e a unidade do movimento grevista contra os patrões 

A crise sem precedentes da burocracia sindical dos Correios (PT-PCdoB) deu lugar a uma política desesperada e criminosa dessa mesma burocracia e seus aliados, de tentar dividir os trabalhadores formando mais uma federação.
O PCdoB/CTB desfiliou os sindicatos de S. Paulo e Rio de Janeiro com o pretexto de formar uma nova federação supostamente em oposição à política da Fentect, o que é puro cinismo, uma vez que esse partido juntamente com o PT foram os principais responsáveis pelas inúmeras traições contra a categoria, assinando os piores acordos (PCCS da escravidão, acordo bianual etc) em troca de privilégios e cargos oferecidos pela direção da ECT.
Por outro lado, o PSTU/Conlutas, pioneiro dessa política, com a criação da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios), conhecida na categoria como “federação anã” ,logo saíram em defesa do PCdoB vendendo a ilusão que a “ruptura” dos burocratas seria para formar uma federação de luta. Isso está absolutamente fora de cogitação, uma vez que o PCdoB foi e é o um dos principais partidos ligado à direção da empresa. Dessa maneira, o PSTU/Conlutas procura encobrir a sua política patronal de direita com um vocabulário “esquerdista”.    
Os efeitos profundamente nocivos dessa política que tem serventia apenas aos patrões são evidentes, independentemente dos argumentos cínicos e oportunistas utilizados pela burocracia para justificar a divisão.
O que os divisionistas não sabem ou o que, mais provavelmente, querem ocultar é que o principal papel que tem uma associação sindical e no caso dos Correios, a Federação, é organizar a defesa da força de trabalho contra a feroz exploração dos patrões e, em termos jurídicos, negociar as cláusulas do contrato coletivo de trabalho com base nos interesses e reivindicações da categoria. A divisão dos trabalhadores, portanto, vai isolar os sindicatos e diluir a força e a pressão da categoria contra os patrões, que negociando separadamente com cada federação terá melhores condições de impor uma derrota aos trabalhadores.
A divisão da categoria em mais uma federação servirá para diluir a força e o poder de pressão dos trabalhadores contra os patrões. É um ataque, nesse sentido, diretamente à campanha salarial, ou seja, ao salário e aos benefícios econômicos conquistados pelos trabalhadores. É uma forma da ECT atacar essas conquistas em nível nacional fazendo os sindicatos rastejarem diante da empresa pedindo uma esmola.
Trata-se, portanto, de uma política para enfraquecer a organização da luta dos trabalhadores, uma vez que a divisão criará uma enorme confusão durante a campanha salarial, a greve ou a qualquer mobilização, onde a categoria, que embora seja nacional e tenha apenas um patrão, o governo, a direção da ECT, está dividida, sem nenhuma voz de comando onde possam ser discutidos e resolvidos os problemas organizativos e políticos da categoria.
No caso do PCdoB, não há nenhuma novidade nessa política, pois desde que assumiu o domínio do Sintect-SP e Sintect-RJ ele tem utilizado o poder desses dois sindicatos, os maiores da categoria, para liquidar a campanha salarial em momentos decisivos, aprovando a mando da empresa, em assembleias manipuladas, o fim da greve e iniciando uma debandada geral da campanha salarial no restante do País, levando a categoria à derrota.
Todos os trabalhadores sabem perfeitamente que a força de uma categoria, a vitória na luta contra os patrões, reside principalmente na organização centralizada e unificada do movimento operário. A força da última greve dos Correios comprovou claramente esse fato; o caráter amplo e nacional da greve de 28 dias foi o que permitiu passar por cima da burocracia sindical que não teve força para derrotar a greve, precisando da ajuda do judiciário, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) e da campanha de desinformação e ataque da imprensa burguesa. 
A unidade dos trabalhadores em uma organização centralizada, unificada é uma conquista da categoria que deve ser defendida energicamente.
A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) é uma realidade que não pode ser ignorada, é a única organização independente de qualquer consideração que possa ser feita, que foi efetivamente criada pelos trabalhadores e que unifica a categoria. Se a sua direção é pelega, é vendida, segue a política da empresa, que então seja mudada, derrotada pela luta dos trabalhadores ecetistas para colocar uma direção nova, combativa que defenda seus interesses.
Os trabalhadores dos Correios e os elementos que participam ativamente dessa luta devem ter isso claro. O caminho é lutar para retomar os sindicatos e a Fentect para os trabalhadores. A divisão é uma arma dos patrões para derrotar os operários e uma forma da burocracia dominar sem a pressão da base. 
A crise terminal da burocracia PT-PCdoB e seus aliados tem relação com a luta cotidiana, a experiência do movimento dos Correios com essas direções pelegas e foi através dessas que a luta e a consciência da categoria avançou e continua avançando.

Professores Estaduais do PI: PSTU/Conlutas foi a principal arma do Governador Wilson Martins/PSB para derrotar a greve de 80 dias


Os professores do Estado do Piaui conseguiram se manter em greve por mais de 80 dias, enfrentando o governo, a polícia, a imprensa e a direção pelega do sindicato (PSB-PT), mas sucumbiram diante do ataque do PSTU/Conlutas, que defendeu o fim da greve no momento em que a categoria ultrapassou a política de contenção de Odeni de Jesus, a presidenta pelega do Sindicato 

Os professores do Estado do Piauí entraram em greve no dia 27 de fevereiro de 2012, tendo como reivindicações principais ao governo do Estado, de Wilson Martins do PSB, a implantação do piso nacional da categoria de R$ 1.451,00, a volta da regência (gratificação de incentivo a docência vinculado ao salário de 40%) e um aumento de 22% sobre os salários.
A greve teve adesão de quase 100% dos trabalhadores da educação na capital do Piauí, Teresina. Até mesmo os professores do ensino integral, que não participavam nas greves por medo de retaliações a suas gratificações, aderiu em massa ao movimento este ano.
Diante da recusa do Governador Wilson Martins e de seu secretário Átila Lira em negociar com os professores em greve, a categoria resolveu acampar em frente ao Palácio do Governador, o Palácio do Karnak.
O governador do PSB, contava com a colaboração da direção do Sindicato, e de sua presidente Odeni de Jesus, que também é filiada ao partido do governador, o PSB.
No entanto, a greve não diminuía, apesar de todas as manobras da presidente do sindicato, Odeni de Jesus.
Os professores enfrentaram ainda a repressão policial, as mentiras da imprensa local, que a cada semana anunciava o fim da greve para dispersar os grevistas.
No entanto, a cada dia que passava, os grevistas estavam mais convictos de que as reivindicações eram justas e possíveis de ser retiradas do governo anti-povo de Wilson Martins.
Foi assim que depois de mais de 70 dias de greve, com a crise política estabelecida em seu governo, Wilson Martins, chamou os “representantes” dos trabalhadores para apresentar uma proposta, que não contentou nenhum professor. O governo ofereceu os 22% parcelados em 4 vezes  terminando o pagamento das parcelas no final do ano, e sequer tocou no assunto do piso e da regência, o que levou a assembleia da categoria rejeitar categoricamente a proposta do governador.

Os trabalhadores colocam a diretoria pelega do sindicato para correr

Sem ter outra saída para acabar com a greve, a não ser através de ceder as reivindicações dos professores. O governo do Estado em conluio com a direção do Sindicato, trouxe vários trabalhadores do interior do Piaui que estavam furando a greve, chefes e cargos de confiança da secretaria de educação para votar pelo fim da greve, em uma nova assembleia convocada por Odeni de Jesus, onde estaria toda a imprensa do Piaui para noticiar o fim da greve por intermédio da assembleia.
Percebendo a manobra da direção do Sindicato, que a serviço do Governo Wilson Martins, trouxe os fura greves e chefes para acabar com o movimento, os trabalhadores foram para cima do carro de som denunciar o golpe organizado e recusar mais uma vez a proposta patronal.
Odeni tentou impedir que os trabalhadores pudessem falar, permitindo apenas que falassem os fura-greves. Os trabalhadores revoltados com a manobra, começaram a jogar ovos na pelega e diante da irritação dos trabalhadores, os seguranças de Odeni retiraram-na do local debaixo de uma chuva de ovos, vaias e gritos de renuncia! Renuncia! Traidora Renuncia! Traidora renuncia.

Sem a pelega, trabalhadores se organizam através de um Comando de greve  

No dia 15 de maio os professores em greve iniciam uma reorganização da sua luta por fora da direção pelega do SINTE (PSB-PT), que há 24 anos mantinha o controle da entidade e das greves da categoria.
Com mais de 500 professores reunidos em frente ao KarnaK, após a expulsão da pelega, os trabalhadores formaram um Comando de greve e várias comissões para continuar a greve e desenvolve-la a fim de dobrar o governo do PSB. Remarcando uma nova assembleia para o dia 17 de maio.
O comando de greve foi composto pelos trabalhadores e com todas as forças políticas que ainda permaneciam na greve, como o PCO, PSTU/Conlutas, APS-PSOL e Dever de Classe.
No dia 16 de maio, o Comando de greve orientou a manutenção do movimento, com a continuidade do acampamento, e das idas as escolas para desfazer as noticias mentirosas da imprensa de Teresina, que insistiam em mentir dizendo que a greve havia acabado, pois a direção pelega do sindicato, expulsa da assembleia pelos trabalhadores declarava de “ofício” o fim da greve.
O Comando de greve também buscou apoio em outros sindicatos, como o sindicato dos trabalhadores do correios do Piaui, que pagou nota na imprensa para avisar que a greve dos professores continuava a todo vapor e que realizariam uma nova assembleia para dia 17 de maio, a fim de estabelecer novas iniciativas contra o governo do PSB.

Saia a pelega Odeni, entram os fura-greves do PSTU/Conlutas

Na assembleia do dia 17 de maio, que contou com a presença de quase 300 trabalhadores, os professores chegaram animados, com cartazes nas mãos, satisfeitos por terem tirados do caminho da luta a pelega Odeni do PSB. Os trabalhadores apresentavam muita disposição de luta.
No entanto, a turma do Conlutas/PSTU, que se dizia opositora a pelega Odeni de Jesus do PSB, e no dia anterior se ausentou do Comando de Greve, se reunindo separadamente, para chegarem na assembleia do dia 17, com professores e estudantes afiados no discurso de que a greve deveria terminar, apresentando como o “melhor” argumento, que os professores não tinham quem negociar em seu nome, e que a greve havia terminado por obra da pelega. Ou seja, os professores só podiam continuar a greve se não tivessem expulso a Odeni do movimento de greve, deixando claro, que para o PSTU/Conlutas, a pelega era a representante legal da categoria.  
Reproduziram o discurso da imprensa de Teresina que a várias semanas tentava quebrar a greve. Também seguiram à risca o pronunciamento do secretario de governo Átila Lira, que disse que só receberia a pelega do PSB para negociar.
Depois de várias vaias dadas pelos combativos professores da categoria, principalmente durante o discurso do professor Romildo do PSTU/Conlutas, os professores da Conlutas começaram a implorar para que os trabalhadores não o chamassem de traidores, pois na cabeça dos militantes do PSTU, se você falar que é de luta, você pode propor quebrar uma greve que esta colocando o governo na parede e trair o movimento sem ser pelego.
No entanto, a política pelega da turma da Conlutas/PSTU, não conseguiu ser vitoriosa naquela assembleia, mas causou um desânimo nos trabalhadores, que mal tinham comemorado a vitória sobre a direção pelega do sindicato.
O Comando de greve conduziu a assembleia com firmeza, e a proposta do PSTU/Conlutas de acabar com a greve foi rejeitada pelos professores presentes, sendo deliberado que a greve continuaria com a realização de passeatas, visitas na escola e de uma nova assembleia para a segunda-feira dia 21/05.

PSTU/Conlutas age para desarticular o movimento

Mesmo perdendo na assembleia, PSTU/Conlutas continua no movimento, formando um verdadeiro comando anti-greve, ligando para os professores, no corpo a corpo dizendo que a greve tinha acabado, tudo isso para desarticular a greve.
Nos dias seguintes, o Comando  de Greve continuou a organização dos piquetes nas escolas e reuniões das comissões de greve no acampamento em frente ao palácio do Karnak. Já o PSTU/Conlutas foi minando os grevistas, colocando militantes no meio da categoria para convencer de forma pessoal o abandono do movimento, e por consequência, chamando todos a retornar a salas de aula sem nenhum ganho efetivo aos professores.
Alguns professores do PSTU/Conlutas haviam voltado para as salas de aula no próprio dia 17 de maio, mostrando que não iriam acatar a decisão da assembleia.
Na assembleia do dia 21 de maio, com cerca de 150 professores, a turma do Conlutas/PSTU compareceu na assembleia, mas entrou mudo e saiu calado, pois estavam mais como espiões do movimento, do que para ajudar os trabalhadores levar adiante esta luta.
A greve foi se esvaziando e os mais de 50 professores que restaram no movimento do acampamento em frente ao palácio do Karnak até o dia 23 de maio, perceberam que para vencer o governo dos patrões, não basta derrubar a burocracia sindical oficial do governo, mas é necessário também derrubar os seus auxiliares, os sindicalistas do PSTU/Conlutas, que nos sindicatos que dirigem não organizam nenhuma luta, mas são um freio na organização dos trabalhadores para enfrentar a opressão dos patrões, um exemplo recente é o sindicato dos metroviários de São Paulo, onde a categoria com disposição de luta, colocou o governo de São Paulo de joelhos e mesmo assim, os dirigentes sindicais do PSTU/Conlutas que estão à frente do Sindicato, impediu que a greve durasse mais que 1 dia, encerrando o movimento com um reajuste de 6%,  pouco mais de 1% da proposta patronal antes da greve.
Os Professores do Estado do Piauí que ficaram até o final da greve, estabeleceram um Comando Permanente de Mobilização após a greve para defender os trabalhadores que poderão ser perseguidos, punidos e retaliados pelo Governo do Estado devido a política entreguista do PSTU/Conlutas. 

Boletim Ecetistas em Luta Edição Nacional

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Boletim Ecetistas em Luta Edição Rio de Janeiro

Veja aqui o boletim que está sendo distribuído para os trabalhadores na base do Sintect-RJ, denunciando o a política criminosa do PCdoB e o PSTU em dividir os trabalhadores.

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sábado, 26 de maio de 2012

Metroviários SP: Um balanço necessário da greve




Publicamos aqui um balanço sobre a rápida greve dos metroviários de São Paulo que se mostrou forte e combativa, destacando a atuação da direção do sindicato para quebrar a greve, a tendência de luta dos trabalhadores e seus reflexos sobre outras categorias e na população da cidade 

Após o sindicato, dirigido pelo PSTU/Conlutas, trair a categoria e encerrar a greve dos metroviários de São Paulo que durou apenas um dia. Faz-se necessário realizar um balanço sobre o movimento grevista e, particularmente, sobre a política seguida pela direção do PSTU/Conlutas.
 
Uma greve muito forte
 
Os metroviários de São Paulo não realizam uma greve desde 2007, quando a diretoria, controlada pelo PCdoB/CTB, traiu a greve e os trabalhadores sofreram uma enorme derrota. Foram perdidos diversos direitos e o governo estadual demitiu sumariamente 61 grevistas que nunca foram readmitidos. Ano após ano, o governo tucano se aproveitou da derrota e da traição do PCdoB para realizar sucessivos ataques aos trabalhadores, com arrocho salarial, perda de benefícios e o aprofundamento do processo de privatização e sucateamento do metrô.
Após cinco anos, a categoria se mostrou com uma enorme tendência a entrar em luta que foi deflagrada nessa semana com enorme força e combatividade.
A greve se mostrou muito forte e com apoio, quase que unânime, dos trabalhadores. A greve foi aprovada com grande entusiasmo, em assembleia lotada com mais de mil trabalhadores, apesar a evidente falta de entusiasmo da direção sindical que se adaptou à pressão operária. A disposição da luta dos trabalhadores era muito grande e ficou evidente no fato de que a categoria não se intimidou diante da manipulação da imprensa capitalista, que lançou sua habitual campanha de calúnias contra os grevistas e dos tribunais – que impuseram pesadas multas no caso de paralisação total – e nem na repressão do movimento.
Os piquetes foram realizados nos principais setores e impediram que os trabalhadores entrassem em seus setores. O apoio dos trabalhadores à greve foi tão grande que a situação nos piquetes foi de tranquilidade, pois não havia muitos trabalhadores fura-greves. Apenas os cargos comissionados entravam, protegidos por um acordo entre a direção sindical e o governo do PSDB. Os trabalhadores aceitaram o acordo a contragosto.
Todos esses fatos paralisaram todas as atividades do Mêtro, que permaneceu o tempo todo praticamente fechado e somente funcionando em algumas estações com os comissionados realizando as funções dos trabalhadores. A greve estava sendo vitoriosa, o que fortalecia o espírito combativo da categoria e a continuidade da greve.
 
A abertura de uma crise no governo estadual
 
A greve dos metroviários fez emergir com toda a clareza a enorme crise existente nas relações entre o  governo estadual e a população. Para ocultar este fato, a greve foi, de maneira suja e sorrateira, bombardeada pela imprensa burguesa de mentiras e calúnias. Ao contrário do que foi dito pela imprensa burguesa, a população apoiou massivamente o movimento grevista e em diversos locais realizaram protestos não contra a greve, como disseram os veículos de imprensa capitalista em uníssono,, mas devido ao descontentamento com o transporte público e, mais ainda, contra os governos estaduais e municipais. Nesses locais a população atacava diretamente o governador Geraldo Alckimin e o prefeito Gilberto Kassab.
Imediatamente após a decisão dos metroviários em paralisar suas atividades, os ferroviários da linha leste da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) entraram em greve, o que fortaleceu ainda mais o movimento dos metroviários, ampliando a base do movimento grevista. Este apoio dos ferroviários revela uma enorme tendência de luta contida e de descontentamento da categoria dos transportes e de servidores públicos a entrarem em luta, o que poderia desencadear a generalização do movimento grevista para outras categorias. A greve serviu como um catalisador da revolta geral da população impulsionada pela oposição aos governos de direita e pela crise econômica geral.
Isso porque o metro é utilizado por milhões de trabalhadores de várias categorias que observavam de perto a greve e que poderiam ampliar essa tendência.
Existe um enorme descontentamento da população do estado com sucessivos governos tucanos e seus ataques sistemáticos a população, o que gera um clima tenso e uma enorme revolta, se transformando num imenso barril de pólvora prestes a explodir. Fato somado ao aumento sistemático da inflação e do arrocho salarial.
A greve colocou o governo estadual em estado de alerta, pois havia um enorme potencial para a generalização e o desenvolvimento da greve. Para o governo do PSDB, a prioridade era encerrar a greve o mais rapidamente possível para evitar a propagação da revolta popular que já se manifestou no primeiro dia de greve. Por outro lado, a força com que a greve começou indicava no sentido de uma forte queda de braço entre trabalhadores e governo, o que manifestaria a fraqueza do PSDB, podendo inclusive levar a uma importante vitória operária contra um governo em crise, o que significaria a abertura de uma crise política de grandes proporções, o que, de fato, é iminente na situação política.
 
Qual o motivo para o encerramento da greve?
 
Com a greve forte, ampla participação dos trabalhadores, apoio de setores da população e outras categorias, e a abertura de uma enorme crise no governo, a greve foi encerrada de maneira rápida e sem nenhuma conquista pela direção do sindicato nas mãos do PSTU/Conlutas que já tinha dado ampla demonstração de que não queria sair em greve.
O presidente do sindicato e integrante do PSTU/Conlutas, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou, demagogicamente, quando haviam estrangulado o movimento: “Realizamos uma das maiores greves dos últimos anos, com ampla adesão de todo o quadro de funcionários. Pararam os operadores de trem, funcionários da manutenção e das estações e o corpo de segurança”.
Como afirmou o próprio presidente havia força no movimento e condições claras de continuar a luta. Mas, mesmo assim, a diretoria do PSTU/Conlutas resolveu encerrar a greve o mais rapidamente possível, sem qualquer explicação e sem dar nenhuma oportunidade ao desenvolvimento da mobilização, salvando o governo do PSDB de uma das maiores crise dos últimos anos.
A proposta que foi aceita era extremamente ruim, sendo inclusive pior do que foi a apresentada pela juíza do TRT, e que tinha sido rejeitada na assembleia anterior dando origem à deflagração da greve. Sem fazer qualquer sentido e sem qualquer explicação, presidente do sindicato, Altino de Melo, do PSTU/Conlutas, na assembleia “a proposta é ruim, não contempla nenhuma reivindicação, mas é o máximo que podemos conseguir neste momento”. E por quê? Não havia qualquer sinal, por menor que fosse de que a greve seria derrotada. Ela foi encerrada tão rapidamente que sequer deu tempo para ver quais seriam os problemas que a greve enfrentaria para que se discutisse como solucioná-los.
Deste fato só podemos tirar uma conclusão: que não havia nenhum motivo para o encerramento da greve a não ser pela política de colaboração de classes da direção do sindicato, de estreita colaboração com o governo do PSDB. O que houve na verdade foi uma troca de favores entre a diretoria do sindicato, do PSTU/Conlutas, e o governo estadual do PSDB. Fica evidente que a diretoria do PSTU/Conlutas se apóia no governo estadual e nas organizações atreladas a este, como a justiça capitalista, e não na força e na luta dos trabalhadores para a conquista das reivindicações da categoria. Na realidade, se apoia nas instituições do Estado capitalista contra o movimento dos trabalhadores.
A crise política mostrou ser de tal gravidade que criou uma urgência em encerrar a greve que não permitiu sequer que se criasse uma cobertura adequada para ocultar a traição ao movimento grevista da parte da direção sindical, assim, a greve foi encerrada sem nenhuma explicação, nenhuma das alegações tradicionais da burocracia sindical pelega, nenhum pretexto, simplesmente com uma frase: “não dá para continuar”.
Este episódio deixa clara a posição do PSTU/Conlutas não apenas no movimento dos metroviários, mas no movimento sindical em geral, ou seja, de uma burocracia que, apesar de todo o discurso esquerdista, na prática, atua como a burocracia do PT e do PCdoB contra o movimento operário e em conjunto com ela.
 
O outro lado da greve
 
A diretoria do sindicato, liderada pelo PSTU/Conlutas, se utilizou de um esquema amplamente utilizado pelos pelegos e a burocracia sindical para furar a greve e desmoralizar todo o movimento grevista.
Este fato foi a manutenção de um acordo antigo do PCdoB/CTB nos metroviários entre a burocracia sindical e a direção da empresa para manter as atividades do metrô. Este fato foi verificado nos piquetes, onde diretores de base do sindicato foram orientados a não impedir que supervisores fossem impedidos de trabalhar. Também foi verificado este acordo em relação aos agentes de segurança que não foram barrados nos piquetes.
Esse acordo garantiu um esquema fura-greve e o funcionamento de algumas estações do metrô. Fato que claramente enfraquece e desmoraliza o movimento e serve para ir aos pouco enfraquecendo a greve.
Outro aspecto da política do PSTU/Conlutas é o de que a atual diretoria do Sindicato é formada em grande parte por uma ala do PPS, Partido Popular Socialista, ex-ala majoritária do PCB, um partido que nada mais é, sabidamente por todos, na política atual, do que uma sublegenda ou uma legenda de aluguel do PSDB do governador do Estado, o direitista Geraldo Alckmin, da Opus Dei. Este fato deixa evidente a aliança política existente entre o PSTU/Conlutas e o PSDB, ou seja, entre a direção sindical e o governo do Estado. Isso, no entanto, não é tudo. Esta ala do PPS/PSDB é formada em grande medida pelos seguranças do metrô, ou seja, um setor de confiança da direção do metrô pela sua própria função que é a de reprimir os usuários e os funcionários do metrô, uma espécie de polícia interna da empresa. Militantes da própria Conlutas, filiados à LER-QI já denunciaram tentativas de intimidação destes seguranças contra os seus militantes por fazerem denúncias em atividades da categoria.
A diretoria sindical anterior, liderada pelo PCdoB, era composta por esta mesma ala do PPS/PSDB e este acordo político foi herdado pela diretoria atual que estava muito longe de ser uma oposição de fato à diretoria anterior. É fato notório também o estreito relacionamento entre o PCdoB e o PSTU/Conlutas em vários sindicatos, onde mantém uma clara política de colaboração como é o caso do sindicato dos correios de S. Paulo, onde o PCdoB foi responsável pelas maiores traições contra os trabalhadores dos correios dos últimos anos, em particular o acordo bianual. Recentemente, o PCdoB, rejeitado pelas bases sindicais decidiu romper com a federação nacional e foi abertamente apoiado pelo PSTU.
 
A farsa da assembleia que decretou o fim da greve
 
O encerramento da greve e a “suposta” aceitação dos metroviários da proposta rebaixada apresentada pela empresa evidencia ainda mais um golpe contra os trabalhadores. O que explicaria a mudança de ânimo dos trabalhadores de um dia para o outro? O que ocorreu para que os trabalhadores mudassem de opinião de um dia para o outro? Foram ameaçados de demissão, foram reprimidos duramente, a população se colocou contrária a greve? O que podemos observar e já foi explicado aqui foi justamente o contrário, havendo grande disposição de luta, apoio da população e de outras categorias e uma ampliação do movimento.
Na verdade foi montada uma farsa e todo um esquema para encerrar subitamente o movimento grevista. Vendo a tendência grevista dos trabalhadores e a dificuldade em encerrar a greve em uma assembleia ampla e com grande participação da categoria foi montado um esquema entre a empresa e a direção do sindicato (PSTU/Conlutas) para esvaziar a assembleia e encerrar a greve.
Uma das primeiras coisas a serem observadas foi a antecipação da assembleia para às 12h30, onde sempre se realizou as 18h30 que garante uma melhor avaliação do movimento grevista e de locomoção em dias de greve. Horário que devido ao caos na cidade prejudicou o deslocamento da esmagadora maioria de trabalhadores que estavam no piquete para o local da assembleia.
Também diversos ativistas e diretores de base do sindicato ficaram nos setores garantindo os piquetes, ou seja, os setores mais ativos e esclarecidos sobre a greve não participaram ou foram prejudicados na participação, favorecendo a ala mais atrasada ou pelega da categoria e inclusive fura-greves e cargos superiores.
O que foi visto no dia foi uma assembleia esvaziada, com cerca de 400 pessoas, no momento decisivo para a categoria e sempre há uma grande participação dos trabalhadores, a não ser que exista um esquema de desmobilização.
A assembleia foi marcada no mesmo horário da negociação com o TRT, onde o que era para começar as 12h30 foi ter início somente após as 16h.
A direção do sindicato já chegou com a proposta aprovada para enfiá-la goela abaixo da categoria sem dar a esta nenhuma oportunidade de contestação. A diretoria sem qualquer discussão já havia aceito a proposta e “recomendou” a aprovação porque não haveria jeito de melhorar a proposta, sem explicar o porque desta suposta impossibilidade.
Em um momento decisivo, a diretoria sequer deixou haver uma discussão sobre a proposta. Não houve espaço para o debate e o esclarecimento dos trabalhadores. O que somente levanta mais suspeitas sobre a farsa da assembleia realizada. A assembleia, completamente apática, um completo oposto da assembleia realizada apenas um dia antes, sem que houvesse motivo algum para a mudança de ânimo da categoria, sequer reagiu quando a diretoria apresentou a mesma proposta que acabava de ser rejeitada, de maneira ainda piorada.
Já se tornou hábito no movimento sindical e estudantil, conforme denunciamos em diversas oportunidades, fazer assembleias esvaziadas de trabalhadores, com elementos contrários ao movimento e muitas vezes com a própria colaboração dos inimigos do movimento para legitimar tais traições contra os trabalhadores e confiscar o seu poder de deliberação democrática. A assembleia dos metroviários que encerrou a greve é mais um exemplo.
 
PSTU mobilizou toda a sua militância para a assembleia... para conter a disposição de luta dos trabalhadores
 
O PSTU/Conlutas mobilizou toda a sua militância para a assembleia esvaziada. Estavam lá liderança conhecidas do PSTU/Conlutas dos Correios, como “Jacaré cargo amplo,” Zafalão, diretor da “governista” Apeoesp, Dirceu Travesso e muitos militantes estudantis.
E por que fizeram isso? Para armar os piquetes, impulsionar a greve, fortalecer o movimento e generalizar a greve? A resposta é não.
Toda essa militância foi deslocada para conter a greve, pois já tinham a proposta de encerrá-la. Toda essa “tropa” foi colocada no caso de trabalhadores recusassem a proposta de sair da greve. Para assediar, pois fazem bastante barulho, com gritos e palmas nas péssimas propostas, fazer volume na assembleia esvaziada e votar na saída da greve. Atitude totalmente anti-greve, anti-operária e anti-luta.
Sobre isso, não pode haver qualquer dúvida. A “mobilização” do PSTU estava dirigida a sufocar qualquer resistência à aceitação da capitulação da diretoria sindical diante do governo do PSDB, uma vez que esta era a política definida de antemão por esta direção.
Se os sindicalistas do PSTU/Conlutas fossem uma verdadeira direção de luta e democrática, teriam discutido com os trabalhadores e deixado ao arbítrio aceitar ou não a proposta, uma vez que é o interesse do próprio trabalhador que está em jogo. Se considerassem que a continuidade da greve era um equívoco, o que não estava em questão, poderiam argumentar, abrir um amplo debate. No entanto, a preocupação clara da direção sindical era impor o acordo capitulador aos trabalhadores que eles sabiam, iriam apresentar uma ampla rejeição a ele. Atuando desta forma, agiam não como direção de luta, mas como pelegos a serviço do governo do PSDB.
Serviram como um freio do movimento grevista para impor a política da colaboração de classes com o governo do PSDB, ou seja, a política do PSDB, uma vez que toda política de colaboração de classes somente serve aos interesses patronais. Só revela o caráter não combativo do PSTU e da sua central sindical, a Conlutas de uma ampla operação para acabar com a greve.
 
A “Troca da Guarda”
 
O balanço da greve suscita ainda uma outra questão. Qual seria a diferença entre a gestão anterior a do PSTU/Conlutas no sindicato dos metroviários? Ou para ser mais explícito qual seria a diferença entre o PCdoB/CTB e o PSTU/Conlutas? E qual o significado da vitória da Conlutas no sindicato dos metroviários?
A resposta para essa pergunta é só uma: o discurso mais radical. Os dois grupos possuem uma mesma política, como foi observada nesta greve, mas com discursos diferentes.
É claro que nos metroviários houve apenas uma “troca da guarda” na direção do sindicato. O PCdoB/CTB, da gestão anterior, estava sendo amplamente repudiado pelos metroviários após mais de 20 anos na direção e sucessivas traições como na greve de 2007. Ficando impossibilitado de conter o movimento, houve um acordo para que a direção fosse passada para o PSTU/Conlutas. Uma direção aparentemente nova, com um discurso mais radical para conter toda a tendência de luta da categoria.
Fica evidente, pois o PCdoB/CTB não fez nenhum impedimento para entregar nas mãos do PSTU/Conlutas a direção de um dos principais sindicatos controlados por este partido em São Paulo. Não houve nenhum grande conflito, típico das burocracias sindicais que são capazes de muita violência para impedir que os aparatos sindicais caiam nas mãos de trabalhadores de luta.. Saíram por acordo eleitoral, para serem “reciclados” pela nova diretoria sindical.
Nas assembleias o PSTU convida a “oposição” do PCdoB para a mesa. Não há uma denúncia explicita das traições e falcatruas das gestões anteriores. Pelo contrário, fica evidente uma relação amistosa entre os dirigentes.
Na assembleia que encerrou a greve, o dirigente do PSTU/Conlutas foi abraçar a “oposição governista” do PCdoB, responsável pelas maiores traições contra os metroviários. Um tratamento cordial entre amigos.
Este fato fica absolutamente claro quando se vê a continuidade tanto nos quadros da própria diretoria – os elementos da segurança e do PPS/PSDB que compõem uma diretoria supostamente da Conlutas, como na manutenção de acordos com o governo do PSDB como o de permitir a entrada dos comissionados para movimentar o metrô durante a greve. Na realidade, a atual diretoria nada mais é que a manutenção do status quo burocrático detrás da fachada da Conlutas.
Os metroviários revelam o verdadeiro conteúdo social e político da Conlutas e do PSTU
 
O sindicato dos metroviários de S. Paulo, embora pequeno em relação a outros sindicatos, é um sindicato estratégico no sistema de transportes da maior cidade do país. Esse fato permite analisar com maior clareza a natureza da política da Conlutas e do PSTU, uma vez que a sua ação se coloca em um cenário mais amplo e mais fundamental.
Na greve dos metroviários colocou-se em relevo o papel do PSTU e sua central sindical, a Conlutas, como instrumento de contenção do movimento operário, ms também como um recurso auxiliar da burocracia sindical em seu conjunto para manter a sua ditadura sobre o movimento operário em seu conjunto em favor do regime político burguês e dos interesses parciais da burguesia.
O PSTU/Conlutas funciona como uma espécie de ala esquerda da burocracia sindical que foram um bloco relativamente homogêneo, com o PT, o PCdoB, Força Sindical, Psol e outros, aos quais denominamos de Bando dos Quatro. A burocracia não consegue controlar o movimento sem uma efetiva divisão de trabalho, onde haja uma ala direita e uma ala esquerda, ou seja, alternativas de troca diante da radicalização dos trabalhadores ou em geral um canal burocrático para a insatisfação dos trabalhadores com a direção sindical de plantão. É uma reprodução, no âmbito dos sindicatos, da política parlamentar burguesa, de canalizar as oscilações nas massas ora para a esquerda ora para a direita (no caso do Brasil, PT e PSDB e aliados). O PSTU forma a ala esquerda da esquerda sindical burocrática que é a CUT. Em alguns sindicatos onde a mobilização dos trabalhadores tende a ultrapassar a política oficial da CUT ou, me menor medida, do PCdoB, o PST/Conlutas surge como uma alternativa para canalizar esta insatisfação dentro do sistema burocrático em geral, ou seja, para impedir que as massas rompam com a política de colaboração de classes geral da burocracia.
As entidades sindicais e estudantis sob o controle de qualquer um dos setores da burocracia perderam em grande medida o seu caráter de organizações de luta para se transformar em organizações burocráticas e parlamentares, onde não há qualquer ação prática, mas apenas discursos e manobras de tipo parlamentar para enganar e acorrentar as massas à política burguesa. Quando os trabalhadores ou estudantes procuram agir, lutar, o mecanismo burocrático parlamentar entra em ação para estrangular o movimento através de manobras e discursos como vimos agora no caso do metroviários.
Estes panorama se repete em todos os lugares e é o principal obstáculo para os trabalhadores superarem o refluxo, se mobilizarem ampla e livremente e se organizar sindical em politicamente em um partido operário.
 
É preciso de uma oposição classista
 
A atual diretoria do PSTU/Conlutas subiu à diretoria do sindicato dos metroviários para servir como um obstáculo a luta dos metroviários. A greve já colocou a diretoria do PSTU/Conlutas em crise. Em duas campanhas salariais, com a traição e as manobras para impedir a greve em 2011 e a traição desta última.
Essa situação mostra a fragilidade geral da burocracia, onde o PCdoB/CTB teve que sair de cena devido as sucessivas traições, e ser substituído pelo PSTU/Conlutas para conter o movimento grevista, mas que em apenas duas campanhas salariais já está em crise.
Fica evidente o papel da Conlutas em servir como um muro de contenção do movimento de luta dos trabalhadores. Deve ficar claro para os trabalhadores que a Conlutas não é uma alternativa à burocracia da CUT, e sim mais um entrave a luta revolucionária dos trabalhadores.
É preciso formar uma oposição classista e combativa nos metroviários para derrotar a política do PSDB para privatizar o Metrô e a burocracia sindical do PCdoB e do PSTU que impede o desenvolvimento da luta dos metroviários. Esta é, de um modo geral, a política para todos os sindicatos onde somente a ampliação da mobilização dos trabalhadores e a sua organização sindical e política pode quebrar o sistema burocrático-parlamentar dos sindicatos e abrir caminho para uma ação geral e independente, vale dizer, revolucionária da classe operária contra a burguesia e o seu regime político, qualquer que seja a “guarda” de turno, a frente popular dirigida pelo PT ou a direita comandada pelo PSDB.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Direção do Metrô e governo de S. Paulo montaram esquema fura-greve com a conivência da direção do sindicato


A direção da Companhia do Metropolitano de S. Paulo e o governo do PSDB montaram um esquema emergencial para combater a greve dos metroviários.
Utilizando supervisores e aposentados, a direção da empresa e o governo tentam manter parte das linhas do Metrô funcionando. Funcionários sem experiência, gerentes e supervisores com cargos de confiança foram colocados para conduzir as composições no trecho entre as estações Ana Rosa e Luz da linha azul do metrô.
A notícia de que, nos piquetes, a direção do sindicato permitia a entrada destes fura-greves chama a atenção para a sua colaboração com os patrões e o governo.
A greve paralisou completamente a maior parte das linhas do metrô, a exceção da Linha 4 - Amarela e da Linha 5 - Lilás.
O acordo entre a direção do sindicato e o governo do Estado já existia quando o sindicato dos metroviários era dirigido pelo PCdoB e foi mantido pela atual gestão, composta por PSTU/Conlutas

Sindicato dos Metroviários adiou assembleia da categoria para aguardar acordo com TRT


A assembleia da categoria estava programada para acontecer ao meio-dia, no mesmo horário em que aconteceria a assembleia, porém, seria realizada também uma reunião de conciliação entre o Tribunal Regional do Trabalho e representantes do Sindicato.
A diretoria do Sindicato decidiu então uma manobra para acabar com a greve: adiar  a assembleia dos trabalhadores para que esta ocorresse apenas quando a reunião com TRT tivesse sido encerrada.
O plano da direção do sindicato era fazer um acordo traidor com o TRT para, com isso, defender na assembleia o encerramento da greve ainda na quarta-feira.

Declaração trabalhador do Piaui



Trabalhador dos Correios do Piaui declara ser contra a politica de divisão do PSTU no movimentos dos Correios

Direção do sindicato (PSTU/Conlutas) faz um favor ao governo Alckmin e encerra greve dos Metroviários


Diretoria do Sindicato dos Metroviários impôs à categoria a aprovação de um acordo pior que o proposto pelo Tribunal Regional do Trabalho, e entregou a greve com enorme potencial de luta favorecendo o governo tucano e seus ataques aos metroviários 



Na tarde desta quarta-feira, pouco mais de 16 horas depois do inicio da greve dos Metroviários de S. Paulo, a diretoria do sindicato - controlada pelo PSTU/Conlutas - apresentou à assembleia da categoria a proposta imposta pelos juízes do Tribunal Regional do Trabalho para encerrar a greve.
A proposta do TRT diferia quase nada da que havia sido apresentada pela direção da empresa no dia anterior, e que foi rejeitada pela categoria levando à deflagração da greve. Diante da greve, a diretoria do Sindicato dos Metroviários acatou uma proposta do metrô pior que a proposta apresentada pelo TRT no dia anterior e que havia motivado a greve.
Assim como na campanha salarial de 2011, a direção do sindicato – controlada pelo PSTU/Conlutas – tratou de trabalhar rápido para beneficiar o governo tucano, conter a disposição de luta dos metroviários e encerrar a greve.

”Ação” para desmobilizar os trabalhadores

Uma primeira medida para ir contra o movimento grevista foi adiantar a assembleia do primeiro dia de greve com o pretexto dar a entender de que o sindicato está à disposição de negociar com o governo. Este atitude somente causou grande dispersão entre os trabalhadores, onde visivelmente esvaziou a assembleia e garantiu o encerramento rápido de uma greve que não durou nem um dia sequer.
Desde a assembleia que aprovou a greve, a diretoria sindical colocou como plano de ação a negociação com o governo o mais cedo possível e não o desenvolvimento, ampliação e radicalização da luta.
Na assembleia, realizada à tarde, o número de trabalhadores foi muito menor que na assembleia que decretou a greve, mas contou com a participação de grande parte da militância do PSTU/Conlutas, como figuras conhecidas pelas traições do movimento sindical, como “Jacaré” dos Correios e “Zafalão”, da diretoria da APEOESP. Além de grande número de militantes do movimento estudantil responsáveis pelas últimas traições e pela tentativa de paralisar o movimento estudantil da USP.
Estes militantes não estiveram presentes para impulsionar a greve ou contribuir para aumentar a disposição de luta dos operários, mas para garantir a aprovação da proposta do governo que seria apresentada e defendida na assembleia pela diretoria sindical da Conlutas.
Estava visível que a decisão de antecipar a assembleia serviria para a diretoria do PSTU/Conlutas acabar com a greve, sem sequer fazer uma avaliação da greve e das possibilidades de conquistas dos trabalhadores. Sem mesmo fazer uma ampla discussão na assembleia. A assembleia foi convocada com o claro intuito de encerrar o movimento e aprovar a proposta do governo do PSDB.
Outro fator que contribuiu para o encerramento da greve foi a decisão da diretoria do PSTU/Conlutas de não discutir a proposta rebaixada apresentada pelo governo estadual e enfiar esta proposta goela abaixo dos trabalhadores. A diretoria já chegou a assembleia com a proposta rebaixada aprovada. Antes de discutir qualquer ponto já recomendaram a sua aprovação. Sequer houve discussão das propostas, sendo realizadas somente houve duas falas de dois minutos para a defesa das propostas. Ficando claro que não haveria discussão sobre a proposta da empresa, somente a sua aprovação.

Capitulação diante da proposta de arrocho apresentada pelo governo tucano

A proposta enfiada goela abaixo dos trabalhadores é ainda pior da apresentada pelo TRT na audiência do dia 22 e que foi amplamente rejeitada e motivou a deflagração da greve. O reajuste foi de 6,09%, onde implica em 4,15% de reposição da inflação de acordo com o índice INPC e 1,94% de aumento real. Números que não revelam a política de arrocho salarial dos últimos anos e que não refletem a inflação dos produtos mais consumidos pela classe trabalhadora.
Mais uma vez a empresa não negociou a anistia aos demitidos na greve de 2007, na PR igualitária, na equiparação salarial. Estas são as principais reivindicações dos trabalhadores. O governo estadual somente cedeu, de maneira muito reduzida, em pequenos pontos, como o vale refeição, vale alimentação já extremamente rebaixados.

A volta do “TSTU”

Mais uma vez o PSTU/Conlutas joga a luta dos trabalhadores para a decisão da justiça. Em vez de garantir a vitória da categoria com a mobilização dos trabalhadores e impor a derrota da política de privatização do governo do PSDB com a greve, o PSTU/Conlutas apostou todas as suas “cartas” na justiça, no campo onde o governo tucano e a burguesia dominam e sempre impõe derrotas aos trabalhadores.
Mais precisamente, a diretoria do Sindicato dos Metroviários apoiou-se na  justiça para forçar a aprovação da proposta de Alckmin.
Fato foi visto na tentativa de conciliação, que resultou na proposta rebaixada da juíza e na multa diária de R$ 100 mil aos cofres do sindicato.

Uma política clara de conciliação com o governo do PSDB em São Paulo

Na prática o papel do PSTU/Conlutas na greve dos metroviários foi de beneficiar e não derrotar o governo do tucano Geraldo Alckimin em São Paulo.
A política pelega levada adiante pelo PSTU/Conlutas ficou clara aceitando e obrigando os trabalhadores a aceitaremção uma proposta extremamente ruim, em nada contemplada na pauta de reivindicação. A traição fica mais evidente quando a direção do sindicato, liderada pelo PSTU, propagandeia que a proposta é muito ruim, mas é o máximo que os metroviários podem conseguir, o que é uma completa falsificação da realidade. Como disse na assembleia o presidente do sindicato, Altino dos Prazeres, “a proposta é ruim e não contempla as reivindicações, mas é o máximo que vamos conseguir neste momento”, sem dar qualquer explicação desta afirmativa.
A realidade era o oposto. Os trabalhadores iniciaram o movimento com enorme disposição de luta. Os piquetes foram bem sucedidos, a greve foi quase total e, ainda mais, a greve colocou em evidência a debilidade do governo municipal e estadual e o repúdio da população a eles.
Para derrotar a greve aceitando a proposta da empresa, atuam em conjunto com o PCdoB/CTB. Aproveitaram-se da rejeição da categoria ao PCdoB, que esteve a frente do sindicato por mais de 20 anos e impôs sucessivas derrotas aos trabalhadores, quando este apresentou uma proposta em oposição a da atual diretoria. A categoria rejeitando o PCdoB, votou na proposta da diretoria do sindicato.
Esse fato mostra uma política de não lutar contra o governo do PSDB, quando o governo tucano ficou contra a parede em menos de um dia de greve. A greve estava forte e quase que a totalidade dos trabalhadores aderiu, com diversos setores com 100% de paralisação. A greve impulsionou outras categorias, como a dos ferroviários da linha leste, e poderia colocar outros setores em mobilização contra o governo estadual.
A população da zona Leste se revoltou e, cerca de duas mil pessoas resolveram fechar a principal via que liga a zona leste ao centro – a avenida Radial Leste – em protesto. Parte dos manifestantes enfrentou a polícia militar diante da precariedade do transporte público e a mobilização colocou o governo tucano de joelhos, e poderia até colocar um fim nos governos do PSDB em São Paulo.
Mas diante de todo esse movimento, o PSTU/Conlutas decidiu aceitar a migalha dada pela empresa e abandou a greve de sem qualquer motivo, alegando uma incapacidade de vencer inexistente..
O PSTU/Conlutas deixou claro nesta greve que é o principal obstáculo a mobilização dos metroviários e a luta contra os plano de Geraldo Alckimin em privatizar o Metrô. Sua política não é a de  organizar e desenvolver a luta, mas de conter os trabalhadores na sua disposição de luta.
É preciso fazer um amplo balanço desta greve em todo o movimento sindical para que os trabalhadores mais avançados compreendam o caráter pelego da política levada pela Conlutas e que esta não é uma oposição, mas um complemento da política do conjunto da burocracia sindical.
Os trabalhadores metroviários devem fazer um balanço desta derrota para reorganizar o seu movimento e encontrar o caminho da vitória contra o governo Alckmin.