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quarta-feira, 3 de abril de 2013

O que os patrões querem com a eleição do representante no Conselho de Administração

Correios S.A.: No final do ano passado, a Fentect entrou com liminar pedindo a paralisação da eleição do representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da ECT

Alguns dos motivos da liminar da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) são a falta de divulgação da eleição e a própria lisura do processo eleitoral.

O Conselho de Administração foi criado com a Medida Provisória (MP532), editada por Dilma Rousseff, que mudou o estatuto dos Correios. Essa mudança foi um passo importante para a privatização da empresa, já que adequou o funcionamento da empresa de acordo com a lei de Sociedade Anônima (SA). O Conselho de Administração e o representante dos trabalhadores nesses conselho são parte dessa mudança. Ou seja, a própria existência desse conselho já é algo que deveria ser rejeitado pela categoria.

Mas há um problema mais importante. Por que as empresas de Sociedade Anônima têm esse órgão com um representante do trabalhador?

Um dos maiores trunfos dos patrões é terem o controle sobre o movimento sindical, mais ainda, a maior alegria do patrão é ver extintos todos os tipos de organização dos trabalhadores, assim ele poderia explorar à vontade seus funcionários. As empresas de Sociedade Anônima encontraram uma maneira de enfraquecer a representação sindical e controlar os trabalhadores: essa é a função desse Conselho de Administração.

Os patrões divulgam o seguinte engodo aos trabalhadores: “elejam o seu representante, pois agora você terão voz dentro da empresa. Não será mais necessário lutar, fazer greve e até mesmo se organizar nos sindicatos.” O importante mesmo é saber o que os patrões não dizem.
  1. O Conselho de Administração é um órgão totalmente controlado pela empresa. Desde a eleição até as tomadas de decisões. A eleição foi de um suposto representante dos trabalhadores, mas quem controlou tudo foi a direção da empresa. Inclusive a campanha eleitoral era comandada pelas chefias dentro dos setores – isso explica que apenas 20% da categoria votou - , que fazia abertamente a defesa da candidatura Luís Carlos Vargas, da Articulação Sindical/PT, que foi quem ganhou o primeiro turno;
  2. O Conselho de Administração, segundo o estatuto da ECT, é composto por sete membros escolhidos pela direção da empresa e pelo governo, ou seja, sete representantes diretos dos patrões, e mais um representante dos empregados. Não precisa ser muito esperto para saber que o representante do trabalhador não terá nenhuma voz;
  3. O fato de ter apenas um representante, o que é até ridículo, serve para manter sob controle o próprio representante. Quer dizer, não basta o representante dos trabalhadores ser um só, mas ele mesmo é um representante de confiança da empresa, que controlou a eleição e vai pagar todos os jetons, diárias, liberações para que ele seja bem obediente;
  4. Os patrões tentam convencer o trabalhador que a melhor coisa é a conciliação. Mas os trabalhadores aprenderam que se não houver mobilização e greve, o patrão nunca vai atender suas mínimas reivindicações. Portanto, não adiante fingir que o funcionário agora está representado, o que vale mesmo é saber quanto poder o trabalhador tem para arrancar do patrão tudo aquilo de que precisa para sobreviver. Esse é o bê-á-bá da política sindical.
É isso o que está por trás do Conselho de Administração da ECT. Além de ser um preparativo para privatizar a empresa, é parte da política patronal de ataque aos direitos dos trabalhadores e à organização sindical.

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