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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Um esquema do PT para o financiamento das eleições com o dinheiro da ECT

A direção dos Correios, através do convênio farmácia, vai distribuir mais de um milhão de reais por mês para a direção majoritária da Fentect em pleno ano eleitoral



No mês passado os Correios anunciaram, em seu informativo interno, O Primeira Hora, o contrato do Vale Drogaria assinado com a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios). O acordo garante aos trabalhadores descontos em medicamentos de até 60%, além de acesso facilitado à farmácia popular, com medicamentos gratuitos.
O Vale Drogaria apareceu pela primeira vez no acordo coletivo 2009-2011, no que ficou conhecido como acordo bianual, mas só agora está sendo colocado em prática pela ECT e a Fentect.
Segundo o novo Acordo Coletivo 2011/2012 imposto pelo TST, “a ECT ressarcirá aos empregados ativos, mediante modelo de comprovação a ser regulamentado, o valor gasto em medicamentos definidos em lista própria, até o limite de R$ 28,00 mensais”.
Em termos gerais, o Vale Drogaria funcionará da seguinte maneira: o trabalhador terá descontados os 28 reais da folha de pagamento que irão para o caixa da Fentect e a empresa ressarce imediatamente também na folha de pagamento o trabalhador no mesmo valor.

Um contrato milionário

Quem fará o contrato com a empresa de saúde responsável pelo convênio será a própria Fentect. Por isso, o dinheiro dos trabalhadores que aderirem ao convênio vai para o caixa da federação.
A adesão dos trabalhadores, sindicalizados ou não, se dará de maneira quase automática. Basta aceitar a carta com o cartão do Vale Drogaria enviado ao local de trabalho pela Fentect.
Como é possível verificar, o desconto vai funcionar como um espécie de contribuição mensal à Fentect, similar à uma “sindicalização”. A diferença é que todo o ônus será da empresa e não do trabalhador.
O contrato do Vale Drogaria é a transferência mensal de valor expressivo do caixa da empresa para o caixa da Fentect.
Se levarmos em conta que somente metade dos trabalhadores da ECT (cerca de 50 mil) aderirem, imediatamente, ao convênio – número que possivelmente será maior -, a Fentect receberá quase 1,5 milhão mensais diretamente da empresa. Se todos os trabalhadores aderissem, seriam cerca de 3 milhões transferidos dos cofres da ECT para os cofres da Fentect, todos os meses.

Caixa dois para as eleições

Basta fazer as contas para notar que é muita bondade da ECT para a Fentect, uma vez que a “mensalidade” paga à Fentect será totalmente gratuita, uma vez que os trabalhadores terão descontados em sua folha de pagamento cada centavo comprado em qualquer farmácia. Nesse caso, vale o ditado: “quando a esmola é demais o santo desconfia”. Por que tanto dinheiro?
O montante na casa dos milhões de reais e toda a propaganda conjunta entre empresa e Fentect para convencer os trabalhadores a aderirem a mais essa “conquista” chamam a atenção.
Todo mundo sabe que a direção da ECT, assim como qualquer outro patrão, não tem nenhum interesse em favorecer os trabalhadores, a não ser quando quem realmente vai ganhar com a operação seja a própria direção da empresa.
A distribuição de dinheiro via Vale Drogaria em pleno ano de eleições municipais tem apenas um sentido. A direção da ECT está utilizando o convênio como forma de caixa dois para a campanha eleitoral do PT nas cidades.
Não é à toa que a maior parte dos sindicatos do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) tem como única “crítica” ao convênio farmácia:  o fato de “não ter sido discutido com os sindicatos”, que significa simplesmente dizer que o dinheiro deveria estar sendo, também, pago a eles e não somente à Fentect.

Transferindo o lucro produzido pelos trabalhadores

Os Correios estiveram envolvidos nesses últimos anos, com destaque para os anos oito anos de governo do PT, em dezenas de casos de corrupção. O mais famoso foi o próprio mensalão, esquema de distribuição de dinheiro a Parlamentares, cujo objetivo, fica claro, era formar uma base para disputa das eleições municipais de 2004.
Depois de tanto escândalo, a direção da ECT e o PT estão prevenidos. A Fentect, também dominada pelo PT através do seu secretário-geral, José Rivaldo Talibã, que assinou juntamente com a secretária de finanças, Zélia “Ginsp”, do PCdoB o contrato, será a via da distribuição desse dinheiro da ECT pra a campanha eleitoral petista.
Os Correios são um foco de escândalos de corrupção porque são um importante cabo eleitoral, com presença em quase todos os municípios brasileiros. Até as eleições em outubro, se metade dos funcionários aderirem ao convênio drogaria, a Fentect vai acumular cerca de 10 milhões de reais.

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