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quinta-feira, 10 de março de 2011

A política “sindical” da direção dos Correios

Atacar os trabalhadores e privatizar 
As últimas reuniões, como a da PLR, confirmam que a política da direção da empresa é comprometer os sindicalistas para evitar a resistência da categoria
As recentes negociações entre sindicalistas da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) vêm revelando o objetivo do governo na nomeação da nova diretoria da empresa. Como já vem assinalando esse jornal desde que tomaram posse os novos diretores, Dilma Rousseff escolheu a dedo ex-sindicalistas ligados ao próprio PT para ocupar os principais postos da empresa, acabando assim com anos de dominação do PMDB nos Correios.
A começar pelo presidente Wagner Pinheiro, petista ligado aos bancários, que inclusive atuou no sindicato da categoria, a bancada conta ainda, apenas para citar alguns nomes, com Larry Manoel Medeiros de Almeida, diretor de Gestão de Pessoas, ex-carteiro e ex-sindicalista da categoria no Rio Grande do Sul; e o diretor de Administração, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, petista que já atuou na prefeitura Marta Suplicy em São Paulo.
A privatização dos Correios já é certa pelo governo, indicada nos discursos de Dilma no momento de sua posse.
É exatamente da necessidade de impor os maiores ataques contra a categoria que surge a necessidade de nomear uma diretoria com ligações diretas com o movimento sindical e o próprio PT. O objetivo do governo é “amolecer” as relações com os sindicalistas para evitar uma resistência na hora de endurecer com os trabalhadores.
A escolha do governo não indica, pois, uma política mais favorável aos trabalhadores. Pelo contrário, a escolha de Dilma satisfez os banqueiros e os capitalistas e seus planos de privatização dos Correios. Se é verdade que os diretores petistas têm antigas relações com o sindicalismo, é ainda maior a verdade de que suas relações atuais são com os banqueiros. Exemplo do próprio Pinheiro que foi presidente da Petrus, fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras e controlada pelos bancos como todo fundo de pensão.
Comprometer os sindicalistas para derrotar os trabalhadores

Os dois últimos encontros entre a Fentect e a direção da ECT deixam bem claro a relação pretendida pela empresa.
Para representar a ECT nas negociações sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) foi convocada uma comissão composta quase que exclusivamente por ex-sindicalistas. Alguns exemplos são João Rocha (PT), em membro da Fentect atual diretor regional do Mato Grosso do Sul, e Eugênio Valentin (PT) ex-diretor de Recursos Humanos em São Paulo e também ex-sindicalista.
Nas reuniões da PLR, que ainda estão acontecendo, os dois lados da mesa são compostos por sindicalistas. Contudo, apesar do enorme clima de amizade que existe entre os representantes da Fentect (PT, PCdoB e PSTU) e a comissão da empresa, todo o circo foi cuidadosamente armado para lesar os trabalhadores.
São esses traidores os responsáveis por querer empurrar à categoria critérios absurdos para restringir ao máximo o pagamento da PLR. De acordo com os negociadores da empresa, o trabalhador não poderá faltar, ficar doente, não poderá reivindicar nada com medo de receber uma punição e, claro, não poderá fazer greve. Os critérios impostos pela empresa revelam o nível de degradação moral dos ex-sindicalistas que negociam em seu nome.
São ataques monstruosos e profundos contra os trabalhadores, com o objetivo de aumentar a exploração nos setores, barateando o custo da mão-de-obra para aumentar os lucros dos capitalistas com a empresa. Com esses critérios, os trabalhadores que já estavam trabalhando doentes, serão ainda mais escravizados, tudo com uma boa dose de “moralidade” por parte dos ex-sindicalistas.
A situação armada pela empresa está dando certo. Todos os ataques “oferecidos” pelos patrões contra os trabalhadores estão sendo cuidadosamente considerados e apoiados por todos os representantes da Fentect (PT, PCdoB, PSTU e MRL).
Outro exemplo do comprometimento entre a direção da ECT e os supostos representantes dos trabalhadores foi a última reunião entre estes e o presidente da empresa, Wagner Pinheiro.
O tema da reunião foi o novo estatuto dos Correios, que a direção da empresa se recusa a apresentar o documento, cujos pontos que foram minimamente revelados representam claramente a privatização da ECT, como a possibilidade de constituição de empresas subsidiárias.
A reunião convocada por Wagner Pinheiro ocorreu no último dia 3 de março. Ele continuou se recusando a apresentar o documento aos trabalhadores e suas organizações, porém queria dos representantes da Fentect uma espécie de “voto de confiança”. Ou seja, o estatuto de uma empresa pública está sendo ocultado da categoria e da população e o que a direção da empresa quer é que nove sindicalistas reunidos em uma sala fechada confiem que as mudanças sigilosas não representarão nenhum mal aos cem mil trabalhadores em todo o País.
Está claro que a intenção da direção petista dos Correios é comprometer os sindicalistas para poder ter carta branca para atacar como nunca a categoria.
As intenções do governo do PT e da direção dos Correios estão claras: atacar ainda mais os trabalhadores para privatizar a empresa, exatamente como vem ocorrendo nos setores de trabalho. A categoria não deve aceitar discursos da direção corrupta da empresa, nem do governo e deve rejeitar qualquer tentativa dos sindicalistas de comprometer a categoria com os ataques dos patrões. A única garantia dos trabalhadores é sua mobilização e sua luta.

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