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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Direção do sindicato (PSTU/Conlutas) faz um favor ao governo Alckmin e encerra greve dos Metroviários


Diretoria do Sindicato dos Metroviários impôs à categoria a aprovação de um acordo pior que o proposto pelo Tribunal Regional do Trabalho, e entregou a greve com enorme potencial de luta favorecendo o governo tucano e seus ataques aos metroviários 



Na tarde desta quarta-feira, pouco mais de 16 horas depois do inicio da greve dos Metroviários de S. Paulo, a diretoria do sindicato - controlada pelo PSTU/Conlutas - apresentou à assembleia da categoria a proposta imposta pelos juízes do Tribunal Regional do Trabalho para encerrar a greve.
A proposta do TRT diferia quase nada da que havia sido apresentada pela direção da empresa no dia anterior, e que foi rejeitada pela categoria levando à deflagração da greve. Diante da greve, a diretoria do Sindicato dos Metroviários acatou uma proposta do metrô pior que a proposta apresentada pelo TRT no dia anterior e que havia motivado a greve.
Assim como na campanha salarial de 2011, a direção do sindicato – controlada pelo PSTU/Conlutas – tratou de trabalhar rápido para beneficiar o governo tucano, conter a disposição de luta dos metroviários e encerrar a greve.

”Ação” para desmobilizar os trabalhadores

Uma primeira medida para ir contra o movimento grevista foi adiantar a assembleia do primeiro dia de greve com o pretexto dar a entender de que o sindicato está à disposição de negociar com o governo. Este atitude somente causou grande dispersão entre os trabalhadores, onde visivelmente esvaziou a assembleia e garantiu o encerramento rápido de uma greve que não durou nem um dia sequer.
Desde a assembleia que aprovou a greve, a diretoria sindical colocou como plano de ação a negociação com o governo o mais cedo possível e não o desenvolvimento, ampliação e radicalização da luta.
Na assembleia, realizada à tarde, o número de trabalhadores foi muito menor que na assembleia que decretou a greve, mas contou com a participação de grande parte da militância do PSTU/Conlutas, como figuras conhecidas pelas traições do movimento sindical, como “Jacaré” dos Correios e “Zafalão”, da diretoria da APEOESP. Além de grande número de militantes do movimento estudantil responsáveis pelas últimas traições e pela tentativa de paralisar o movimento estudantil da USP.
Estes militantes não estiveram presentes para impulsionar a greve ou contribuir para aumentar a disposição de luta dos operários, mas para garantir a aprovação da proposta do governo que seria apresentada e defendida na assembleia pela diretoria sindical da Conlutas.
Estava visível que a decisão de antecipar a assembleia serviria para a diretoria do PSTU/Conlutas acabar com a greve, sem sequer fazer uma avaliação da greve e das possibilidades de conquistas dos trabalhadores. Sem mesmo fazer uma ampla discussão na assembleia. A assembleia foi convocada com o claro intuito de encerrar o movimento e aprovar a proposta do governo do PSDB.
Outro fator que contribuiu para o encerramento da greve foi a decisão da diretoria do PSTU/Conlutas de não discutir a proposta rebaixada apresentada pelo governo estadual e enfiar esta proposta goela abaixo dos trabalhadores. A diretoria já chegou a assembleia com a proposta rebaixada aprovada. Antes de discutir qualquer ponto já recomendaram a sua aprovação. Sequer houve discussão das propostas, sendo realizadas somente houve duas falas de dois minutos para a defesa das propostas. Ficando claro que não haveria discussão sobre a proposta da empresa, somente a sua aprovação.

Capitulação diante da proposta de arrocho apresentada pelo governo tucano

A proposta enfiada goela abaixo dos trabalhadores é ainda pior da apresentada pelo TRT na audiência do dia 22 e que foi amplamente rejeitada e motivou a deflagração da greve. O reajuste foi de 6,09%, onde implica em 4,15% de reposição da inflação de acordo com o índice INPC e 1,94% de aumento real. Números que não revelam a política de arrocho salarial dos últimos anos e que não refletem a inflação dos produtos mais consumidos pela classe trabalhadora.
Mais uma vez a empresa não negociou a anistia aos demitidos na greve de 2007, na PR igualitária, na equiparação salarial. Estas são as principais reivindicações dos trabalhadores. O governo estadual somente cedeu, de maneira muito reduzida, em pequenos pontos, como o vale refeição, vale alimentação já extremamente rebaixados.

A volta do “TSTU”

Mais uma vez o PSTU/Conlutas joga a luta dos trabalhadores para a decisão da justiça. Em vez de garantir a vitória da categoria com a mobilização dos trabalhadores e impor a derrota da política de privatização do governo do PSDB com a greve, o PSTU/Conlutas apostou todas as suas “cartas” na justiça, no campo onde o governo tucano e a burguesia dominam e sempre impõe derrotas aos trabalhadores.
Mais precisamente, a diretoria do Sindicato dos Metroviários apoiou-se na  justiça para forçar a aprovação da proposta de Alckmin.
Fato foi visto na tentativa de conciliação, que resultou na proposta rebaixada da juíza e na multa diária de R$ 100 mil aos cofres do sindicato.

Uma política clara de conciliação com o governo do PSDB em São Paulo

Na prática o papel do PSTU/Conlutas na greve dos metroviários foi de beneficiar e não derrotar o governo do tucano Geraldo Alckimin em São Paulo.
A política pelega levada adiante pelo PSTU/Conlutas ficou clara aceitando e obrigando os trabalhadores a aceitaremção uma proposta extremamente ruim, em nada contemplada na pauta de reivindicação. A traição fica mais evidente quando a direção do sindicato, liderada pelo PSTU, propagandeia que a proposta é muito ruim, mas é o máximo que os metroviários podem conseguir, o que é uma completa falsificação da realidade. Como disse na assembleia o presidente do sindicato, Altino dos Prazeres, “a proposta é ruim e não contempla as reivindicações, mas é o máximo que vamos conseguir neste momento”, sem dar qualquer explicação desta afirmativa.
A realidade era o oposto. Os trabalhadores iniciaram o movimento com enorme disposição de luta. Os piquetes foram bem sucedidos, a greve foi quase total e, ainda mais, a greve colocou em evidência a debilidade do governo municipal e estadual e o repúdio da população a eles.
Para derrotar a greve aceitando a proposta da empresa, atuam em conjunto com o PCdoB/CTB. Aproveitaram-se da rejeição da categoria ao PCdoB, que esteve a frente do sindicato por mais de 20 anos e impôs sucessivas derrotas aos trabalhadores, quando este apresentou uma proposta em oposição a da atual diretoria. A categoria rejeitando o PCdoB, votou na proposta da diretoria do sindicato.
Esse fato mostra uma política de não lutar contra o governo do PSDB, quando o governo tucano ficou contra a parede em menos de um dia de greve. A greve estava forte e quase que a totalidade dos trabalhadores aderiu, com diversos setores com 100% de paralisação. A greve impulsionou outras categorias, como a dos ferroviários da linha leste, e poderia colocar outros setores em mobilização contra o governo estadual.
A população da zona Leste se revoltou e, cerca de duas mil pessoas resolveram fechar a principal via que liga a zona leste ao centro – a avenida Radial Leste – em protesto. Parte dos manifestantes enfrentou a polícia militar diante da precariedade do transporte público e a mobilização colocou o governo tucano de joelhos, e poderia até colocar um fim nos governos do PSDB em São Paulo.
Mas diante de todo esse movimento, o PSTU/Conlutas decidiu aceitar a migalha dada pela empresa e abandou a greve de sem qualquer motivo, alegando uma incapacidade de vencer inexistente..
O PSTU/Conlutas deixou claro nesta greve que é o principal obstáculo a mobilização dos metroviários e a luta contra os plano de Geraldo Alckimin em privatizar o Metrô. Sua política não é a de  organizar e desenvolver a luta, mas de conter os trabalhadores na sua disposição de luta.
É preciso fazer um amplo balanço desta greve em todo o movimento sindical para que os trabalhadores mais avançados compreendam o caráter pelego da política levada pela Conlutas e que esta não é uma oposição, mas um complemento da política do conjunto da burocracia sindical.
Os trabalhadores metroviários devem fazer um balanço desta derrota para reorganizar o seu movimento e encontrar o caminho da vitória contra o governo Alckmin.

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