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terça-feira, 29 de maio de 2012

Professores Estaduais do PI: PSTU/Conlutas foi a principal arma do Governador Wilson Martins/PSB para derrotar a greve de 80 dias


Os professores do Estado do Piaui conseguiram se manter em greve por mais de 80 dias, enfrentando o governo, a polícia, a imprensa e a direção pelega do sindicato (PSB-PT), mas sucumbiram diante do ataque do PSTU/Conlutas, que defendeu o fim da greve no momento em que a categoria ultrapassou a política de contenção de Odeni de Jesus, a presidenta pelega do Sindicato 

Os professores do Estado do Piauí entraram em greve no dia 27 de fevereiro de 2012, tendo como reivindicações principais ao governo do Estado, de Wilson Martins do PSB, a implantação do piso nacional da categoria de R$ 1.451,00, a volta da regência (gratificação de incentivo a docência vinculado ao salário de 40%) e um aumento de 22% sobre os salários.
A greve teve adesão de quase 100% dos trabalhadores da educação na capital do Piauí, Teresina. Até mesmo os professores do ensino integral, que não participavam nas greves por medo de retaliações a suas gratificações, aderiu em massa ao movimento este ano.
Diante da recusa do Governador Wilson Martins e de seu secretário Átila Lira em negociar com os professores em greve, a categoria resolveu acampar em frente ao Palácio do Governador, o Palácio do Karnak.
O governador do PSB, contava com a colaboração da direção do Sindicato, e de sua presidente Odeni de Jesus, que também é filiada ao partido do governador, o PSB.
No entanto, a greve não diminuía, apesar de todas as manobras da presidente do sindicato, Odeni de Jesus.
Os professores enfrentaram ainda a repressão policial, as mentiras da imprensa local, que a cada semana anunciava o fim da greve para dispersar os grevistas.
No entanto, a cada dia que passava, os grevistas estavam mais convictos de que as reivindicações eram justas e possíveis de ser retiradas do governo anti-povo de Wilson Martins.
Foi assim que depois de mais de 70 dias de greve, com a crise política estabelecida em seu governo, Wilson Martins, chamou os “representantes” dos trabalhadores para apresentar uma proposta, que não contentou nenhum professor. O governo ofereceu os 22% parcelados em 4 vezes  terminando o pagamento das parcelas no final do ano, e sequer tocou no assunto do piso e da regência, o que levou a assembleia da categoria rejeitar categoricamente a proposta do governador.

Os trabalhadores colocam a diretoria pelega do sindicato para correr

Sem ter outra saída para acabar com a greve, a não ser através de ceder as reivindicações dos professores. O governo do Estado em conluio com a direção do Sindicato, trouxe vários trabalhadores do interior do Piaui que estavam furando a greve, chefes e cargos de confiança da secretaria de educação para votar pelo fim da greve, em uma nova assembleia convocada por Odeni de Jesus, onde estaria toda a imprensa do Piaui para noticiar o fim da greve por intermédio da assembleia.
Percebendo a manobra da direção do Sindicato, que a serviço do Governo Wilson Martins, trouxe os fura greves e chefes para acabar com o movimento, os trabalhadores foram para cima do carro de som denunciar o golpe organizado e recusar mais uma vez a proposta patronal.
Odeni tentou impedir que os trabalhadores pudessem falar, permitindo apenas que falassem os fura-greves. Os trabalhadores revoltados com a manobra, começaram a jogar ovos na pelega e diante da irritação dos trabalhadores, os seguranças de Odeni retiraram-na do local debaixo de uma chuva de ovos, vaias e gritos de renuncia! Renuncia! Traidora Renuncia! Traidora renuncia.

Sem a pelega, trabalhadores se organizam através de um Comando de greve  

No dia 15 de maio os professores em greve iniciam uma reorganização da sua luta por fora da direção pelega do SINTE (PSB-PT), que há 24 anos mantinha o controle da entidade e das greves da categoria.
Com mais de 500 professores reunidos em frente ao KarnaK, após a expulsão da pelega, os trabalhadores formaram um Comando de greve e várias comissões para continuar a greve e desenvolve-la a fim de dobrar o governo do PSB. Remarcando uma nova assembleia para o dia 17 de maio.
O comando de greve foi composto pelos trabalhadores e com todas as forças políticas que ainda permaneciam na greve, como o PCO, PSTU/Conlutas, APS-PSOL e Dever de Classe.
No dia 16 de maio, o Comando de greve orientou a manutenção do movimento, com a continuidade do acampamento, e das idas as escolas para desfazer as noticias mentirosas da imprensa de Teresina, que insistiam em mentir dizendo que a greve havia acabado, pois a direção pelega do sindicato, expulsa da assembleia pelos trabalhadores declarava de “ofício” o fim da greve.
O Comando de greve também buscou apoio em outros sindicatos, como o sindicato dos trabalhadores do correios do Piaui, que pagou nota na imprensa para avisar que a greve dos professores continuava a todo vapor e que realizariam uma nova assembleia para dia 17 de maio, a fim de estabelecer novas iniciativas contra o governo do PSB.

Saia a pelega Odeni, entram os fura-greves do PSTU/Conlutas

Na assembleia do dia 17 de maio, que contou com a presença de quase 300 trabalhadores, os professores chegaram animados, com cartazes nas mãos, satisfeitos por terem tirados do caminho da luta a pelega Odeni do PSB. Os trabalhadores apresentavam muita disposição de luta.
No entanto, a turma do Conlutas/PSTU, que se dizia opositora a pelega Odeni de Jesus do PSB, e no dia anterior se ausentou do Comando de Greve, se reunindo separadamente, para chegarem na assembleia do dia 17, com professores e estudantes afiados no discurso de que a greve deveria terminar, apresentando como o “melhor” argumento, que os professores não tinham quem negociar em seu nome, e que a greve havia terminado por obra da pelega. Ou seja, os professores só podiam continuar a greve se não tivessem expulso a Odeni do movimento de greve, deixando claro, que para o PSTU/Conlutas, a pelega era a representante legal da categoria.  
Reproduziram o discurso da imprensa de Teresina que a várias semanas tentava quebrar a greve. Também seguiram à risca o pronunciamento do secretario de governo Átila Lira, que disse que só receberia a pelega do PSB para negociar.
Depois de várias vaias dadas pelos combativos professores da categoria, principalmente durante o discurso do professor Romildo do PSTU/Conlutas, os professores da Conlutas começaram a implorar para que os trabalhadores não o chamassem de traidores, pois na cabeça dos militantes do PSTU, se você falar que é de luta, você pode propor quebrar uma greve que esta colocando o governo na parede e trair o movimento sem ser pelego.
No entanto, a política pelega da turma da Conlutas/PSTU, não conseguiu ser vitoriosa naquela assembleia, mas causou um desânimo nos trabalhadores, que mal tinham comemorado a vitória sobre a direção pelega do sindicato.
O Comando de greve conduziu a assembleia com firmeza, e a proposta do PSTU/Conlutas de acabar com a greve foi rejeitada pelos professores presentes, sendo deliberado que a greve continuaria com a realização de passeatas, visitas na escola e de uma nova assembleia para a segunda-feira dia 21/05.

PSTU/Conlutas age para desarticular o movimento

Mesmo perdendo na assembleia, PSTU/Conlutas continua no movimento, formando um verdadeiro comando anti-greve, ligando para os professores, no corpo a corpo dizendo que a greve tinha acabado, tudo isso para desarticular a greve.
Nos dias seguintes, o Comando  de Greve continuou a organização dos piquetes nas escolas e reuniões das comissões de greve no acampamento em frente ao palácio do Karnak. Já o PSTU/Conlutas foi minando os grevistas, colocando militantes no meio da categoria para convencer de forma pessoal o abandono do movimento, e por consequência, chamando todos a retornar a salas de aula sem nenhum ganho efetivo aos professores.
Alguns professores do PSTU/Conlutas haviam voltado para as salas de aula no próprio dia 17 de maio, mostrando que não iriam acatar a decisão da assembleia.
Na assembleia do dia 21 de maio, com cerca de 150 professores, a turma do Conlutas/PSTU compareceu na assembleia, mas entrou mudo e saiu calado, pois estavam mais como espiões do movimento, do que para ajudar os trabalhadores levar adiante esta luta.
A greve foi se esvaziando e os mais de 50 professores que restaram no movimento do acampamento em frente ao palácio do Karnak até o dia 23 de maio, perceberam que para vencer o governo dos patrões, não basta derrubar a burocracia sindical oficial do governo, mas é necessário também derrubar os seus auxiliares, os sindicalistas do PSTU/Conlutas, que nos sindicatos que dirigem não organizam nenhuma luta, mas são um freio na organização dos trabalhadores para enfrentar a opressão dos patrões, um exemplo recente é o sindicato dos metroviários de São Paulo, onde a categoria com disposição de luta, colocou o governo de São Paulo de joelhos e mesmo assim, os dirigentes sindicais do PSTU/Conlutas que estão à frente do Sindicato, impediu que a greve durasse mais que 1 dia, encerrando o movimento com um reajuste de 6%,  pouco mais de 1% da proposta patronal antes da greve.
Os Professores do Estado do Piauí que ficaram até o final da greve, estabeleceram um Comando Permanente de Mobilização após a greve para defender os trabalhadores que poderão ser perseguidos, punidos e retaliados pelo Governo do Estado devido a política entreguista do PSTU/Conlutas. 

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