ESSE BLOG MUDOU

PARA CONTINUAR ACOMPANHANDO AS NOTÍCIAS DOS CORREIOS ACESSO AO LINK olhovivoecetista.wordpress.com
Este blog será desativado em 30 dias

terça-feira, 29 de maio de 2012

Entenda por que a divisão é uma política patronal


O divisionismo do PSTU na Fentect é a maior de todas as traições desse grupo no movimento dos Correios 

O PSTU levanta uma série de justificativas para provar que a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) seria traidora e pelega. De nossa parte, concordamos que a política levada adiante pela diretoria majoritária da Federação foi a responsável pelas derrotas da categoria. No entanto, a única saída para os trabalhadores é derrubar a burocracia sindical que domina a Fentect, e não abandonar a federação.
Quando o PSTU levanta todas as traições da Fentect, esse partido e os seus satélites esquecem que a direção majoritária, que até o momento é do PT-PCdoB e já foi do próprio PSTU, passou a maior parte de sua história dominada por um bloco que denominamos e que a categoria já conhece como Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol). Nesse sentido, o PSTU sempre, esteve unido ao bloco que hoje ele acusa de traidor.

Banco de horas

Depois da greve de 2008, que durou cerca de duas semanas, o PSTU, junto com o restante do Bando dos Quatro assinou o acordo prevendo que os grevistas deveriam pagar com horas extras os dias parados da greve. Quer dizer, na prática, o Bando dos Quatro instituiu pela primeira vez o banco de horas na categoria, um mecanismo dos patrões que serve para aumentar a escravidão dos trabalhadores. Cinicamente, o PSTU procura jogar a culpa do Banco de Horas apenas para o PT, mas o “mérito” é de todos.

PCCS da escravidão

Em 2008 começaram as negociações para um novo Plano de Cargos Carreiras e Salários dos Correios. A intenção da empresa era clara: preparar as bases para a privatização da ECT. Para isso, precisava retirar o máximo de direitos da categoria.
Os ataques contidos no PCCS são inúmeros. Foi ali, por exemplo, que ficou institucionalizada a terceirização. No documento também se aprofundava a política de metas, absenteísmo e o GCR para aumentar a pressão contra os trabalhadores.
Um dos maiores escândalos foi a criação do cargo amplo. O PCCS extinguiu os cargos e criou um único: o agente de Correios. Dessa maneira, o funcionário fica à disposição e ao sabor da empresa, sendo obrigado a exercer o trabalho que for exigido. Com o PCCS de 2008 o cargo de motorista foi definitivamente extinto da empresa.
Com essa e muitas outras atrocidades contra a categoria, o PCCS foi rejeitado não só pelas bases mas pelas próprias diretorias dos sindicatos. No entanto, a comissão de PCCS da Fentect assinou o documento passando por cima de todo o mundo. Reconhecidamente à frente dessa traição estava o membro do PSTU/Conlutas Ezequiel Ferreira Filho, o “Jacaré”, de São Paulo.
O caso do PCCS mostra que o PSTU estava na linha de frente da maior traição cometida pela direção da Fentect.

Intervenção nos sindicatos

Nas eleições sindicais em São Paulo em 2007, o PSTU entrou na justiça pedindo a intervenção nas eleições. A justiça patronal acatou a decisão e nomeou uma junta interventora para controlar o processo.
Nessa junta interventora estava um advogado da Força Sindical e mais uma vez Ezequiel Ferreira Filho, o “Jacaré”. A justa interventora da justiça patronal deu a vitória para o PCdoB no Sintect-SP, mesmo sem apoio da categoria. As urnas de votação, com assinatura dele ficaram guardadas na quartel da ROTA, polícia criada para assassinar trabalhadores. Isso é que é lisura!
A intervenção da Justiça patronal nos sindicatos acabou virando moda e vários sindicatos de oposição passaram a sofrer com esse tipo de ataque patronal.

Eleições no Sintect-SP

Voltando um pouco mais no tempo, nas eleições para o Sintect-SP de 2004, que ocorreu após a grande greve de 2003, o PSTU já havia dado a diretoria do sindicato de presente para o PCdoB.
Após a mobilização de 2003, a vitória da oposição Ecetistas em Luta parecia certa. Diante dessa ameaça, PT e PCdoB e a direção da ECT, mandaram capangas para invadir a sede do sindicato e tomar as urnas. Ninguém teve acesso à contagem dos votos e a vitória foi dada à chapa do PCdoB.
O PSTU se limitou a chorar, mas não fez absolutamente nada para reverter a situação e pior, legalizaram a fraude que era a mais escancarada.

Greve de 2011

Por fim, e esse são apenas alguns exemplos, a traição na greve de 2011. Depois da maior greve feita pela categoria nos últimos anos, o PSTU, junto com o restante do Bando dos Quatro, comandou a debandada da greve, obedecendo caninamente à decisão do TST.
Os sindicatos dirigidos pelo PSTU mandaram os trabalhadores de volta ao trabalho, sem assembleia e sem discussão.
Em São Paulo, “Geraldinho”, do PSTU, foi o único que pode falar na assembleia fantasma chamada às pressas no feriado pelo PCdoB. Geraldinho defendeu a saída da greve, legalizando o golpe; não é à toa que foi chamado de “amigo de fé, irmão camarada” pelo secretário-geral do Sintect-SP.
O resultado dessa traição o trabalhador está sentindo agora na pele: pressão das chefias, compensação no fim de semana e SAP.
Por essas e muitas outras, a política divisionista do PSTU, por mais alto que se grite contra o “governismo” e o peleguismo da Fentect, não passa de oportunismo.
Mais precisamente, a política do PSTU de romper com a Fentect é mais uma traição contra a categoria, talvez a maior de todas as traições. É mais um dos muitos serviços prestados pelo PSTU à direção da ECT. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário