A direção da ECT vai pagou um valor menor do que do ano anterior para a PLR 2011, apesar do maior lucro da história
O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro (PT), já havia anunciado extraoficialmente que o lucro dos Correios em 2011 teria sido o mais alto da história, cerca de R$ 883 milhões. Mesmo assim, nas primeiras reuniões entre a comissão de PLR da empresa e da Fentect, os membros da ECT, questionados sobre a segunda parcela da PLR 2011, afirmaram que o valor seria menor que o esperado, ou seja, R$ 400, e que o depósito seria feito no dia 1ode maio.
Quando todos os trabalhadores pensavam que recebiam uma má notícia, eis que chegado o momento do pagamento a notícia foi bem pior: o valor foi muito menor.
Segundo o que foi apresentado, o valor da segunda parcela não vai chegar nem a R$ 270, ou seja, junto com os R$ 500 que foram depositados em dezembro, o valor total da PLR 2011 não chegou a R$ 800 para a maioria esmagadora dos trabalhadores. Um valor menor do que o ano passado, justamente no ano em que a empresa obteve seu maior lucro.
Essa mixaria é explicada de maneira cínica pela direção da empresa como sendo culpa dos 9 mil contratados do últimos concurso. Todo mundo sabe que parte desses novatos já abandonaram os Correios, desistindo ou até mesmo sendo demitidos e os que permanecem, se receberam, recebem uma ínfima parte desse valor, já que entraram na empresa no final de 2011.
Mais uma provocação
As explicações da empresa não têm nenhum valor. As contas da empresa sequer são abertas para que os trabalhadores possam interferir e conferir tudo o que se passa na empresa e os trabalhadores não devem acreditar naquilo que é divulgado, pois quem controla tudo é a empresa.
Cabe aos trabalhadores apenas exigir que os lucros sejam repassados de maneira séria e sem a chantagem tradicional. Mais ainda, cabe aos trabalhadores exigirem um aumento salarial que corresponda às expectativas de vida de sua família. A PLR nesse sentido é apenas um abono que não resolve o problema do trabalhador.
O pagamento de um valor tão baixo de PLR é mais um provocação da direção da empresa. É parte do pacote de provocações juntamente com a compensação dos dias parados, o SAP (Sistema de Avaliação de Produtividade), as convocações e os diversos ataques nos setores.
Como ocorre sempre, além do valor miserável, ainda existem as chantagens que a empresa faz com o trabalhador. O funcionário não pode nem espirrar no setor que já perde a PLR, é isso que ocorre todos os anos, para receber essa mixaria, o trabalhador tem que ser uma máquina perfeita – o que é impossível – ou um puxa-saco sem nenhum princípio – condição reservada a chefes e candidatos a chefes. Isso sem contar que a cúpula da empresa vai receber, oficialmente, cinco vezes mais do que a esmagadora maioria dos trabalhadores.
A luta deve ser por aumento real
O que acontece nos Correios em relação à PLR deixa bem clara a verdadeira intenção dos patrões quando foi instituído esse abono. A PLR é apenas uma maneira de iludir os trabalhadores distribuindo uma parte das migalhas que sobram – que falsamente chamam de lucro – para a categoria. Dessa maneira, os patrões tentam inverter a prioridade da luta dos trabalhadores que deveria ser por aumento real de salário.
Nos Correios, os traidores do PT e do PCdoB, depois de traírem todas as campanhas salariais, especialmente a última, quiseram usar a PLR para “acalmar” os trabalhadores que saíram derrotados da greve. É preciso esclarecer que a PLR é uma ilusão e que a verdadeira luta é por salário, a única coisa que poderá melhorar a vida do trabalhador e de sua família.
A empresa continua provocando a categoria, mas os trabalhadores vão reagir à altura. Está se desenvolvendo nos Correios uma enorme mobilização contra os abusos da direção da ECT.
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