Em
uma das maiores traições contra a categoria, o PCdoB, que agora quer rachar a
federação para dividir os trabalhadores, teve um papel muito mais decisivo do
que o PT
Nada
foi mais cínico na história do movimento sindical dos trabalhadores dos
Correios quando, no mês passado, o PCdoB/CTB, na diretoria dos dois maiores
sindicatos da categoria – Sintect-SP e Sintect-RJ – anunciou sua desfiliação da
Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios).
O
mais cínico de tudo, e porque não dizer, tratar os trabalhadores como se fossem
idiotas, foram as justificativas utilizadas por esse grupo que, todo mundo
sabe, é uma verdadeira gangue sindical, uma quadrilha a serviço dos patrões.
Esse
grupo patronal anunciou sua desfiliação da Fentect utilizando argumentos
“ultra-radicais” contra o PT. Dizendo, por exemplo, que o PT, que dirige a
maioria da federação, é um grupo patronal e responsável pelas traições da
categoria.
Tudo
muito correto, mas o PCdoB “esqueceu” de dizer que até três segundos antes de
sair da Fentect esse grupo era o braço
direito do PT – e da direção da ECT – em
todas as traições contra a categoria.
Mais
do que isso, o PCdoB sustentou quase 50% do bloco pelego que domina a fentect e
a maioria dos sindicatos em nível nacional.
O
PCdoB há anos é o principal executor da política de traição contra os
trabalhadores dos correios.
Ponta
de lança do acordo bianual
Um
dos maiores ataques já desferidos contra os trabalhadores dos Correios foi a
aprovação fraudada do acordo bianual em 2009, que deixou a categoria sem
campanha salarial por dois anos.
A
participação das diretorias do PCdoB em São Paulo e no Rio de Janeiro foi
essencial para a imposição desse acordo.
Em
primeiro lugar, com a maioria do comando de negociação sendo contra o acordo, o
diretor do Sintect-RJ, conhecido como “Ronaldão”, ameaçou passar por cima do
próprio comando e só não assinou o acordo porque a corrente Ecetistas em Luta e
o sindicato de Minas Gerais organizaram cerca de 100 trabalhadores para irem a
Brasília impedir à força que o pelego do PCdoB do Rio de Janeiro cometesse a
fraude.
Mesmo
com essa tentativa frustrada, o PCdoB não desistiu. Membros do PCdoB, entre
eles o próprio Ronaldão e o Diviza, presidente do Sintect-SP, viajaram até Mato
Grosso e Tocantins para organizar assembleia fraudulenta junto com as chefias
para aprovar na marra o acordo bianual. Nos dois estados, diante da rejeição
dos trabalhadores, foram realizadas assembleias sem divulgação, com a presença
de chefes, em um local afastado e desconhecido no Mato Grosso e dentro das
dependências da ECT em Tocantins.
Dessa
maneira, conseguiram impor o acordo bianual que já haviam fraudado em sua
respectivas assembleias em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Não
dá para restar dúvida de que o PCdoB é não apenas um braço do patrão, tanto
quanto é o PT dentro do movimento sindical, mas inclusive um braço mais ativo
por estar nos sindicatos mais importantes. Isso sem contar que o PCdoB faz
parte do governo e tem altos cargos na direção da ECT, ou seja, são eles mesmos
os patrões dos trabalhadores.
O
racha é mais uma traição, a maior de todas
Nenhum
trabalhador que entende a importância da luta como forma de garantir o mínimo
de condições de vida para a sua família pode achar boa uma ruptura cujo único
objetivo é dividir e enfraquecer os trabalhadores dos correios e seu movimento
nacional.
Os
discursos falsamente radicais do PCdoB servem apenas como um disfarce muito mal
feito para esconder que essa divisão está a serviço dos patrões. O racha da
Fentect é mais uma traição aos trabalhadores dos Correios, a maior de todas.
A
maior de todas porque pretende destruir a maior conquista dos trabalhadores dos
correios, a única conquista duradoura, que é o seu movimento nacional
unificado.
Com
isso, o PCdoB pretende isolar os dois maiores estados da categoria,
enfraquecendo a campanha salarial e promovendo um rebaixamento das
reivindicações dos trabalhadores. O isolamento de São Paulo e Rio resultará no
enfraquecimento da categoria nacionalmente e nesses estados.
Qualquer
iniciativa de dividir os trabalhadores só pode vir de um grupo de vigaristas
políticos com é o caso do PCdoB. Qualquer um que acompanhe essa política
criminosa deve ser denunciado como criminoso, não importam quais argumentos
“super combativos” teriam sido usados.
Retomar
os sindicatos para os trabalhadores, acabar com os pelegos
A
ruptura do PCdoB com a Fentect, no entanto, não passa de um desespero de quem
foi atropelado pelos trabalhadores. Depois de anos de traições, como foi o
acordo bianual, a mobilização na greve de 28 dias do ano passado impôs uma
derrota aos PCdoB que perdeu definitivamente qualquer autoridade que poderia
ter inclusive dentro das suas próprias bases.
O
plano do PCdoB é o de lançar todas as suas traições na conta do PT e se fazer
passar por honesto e lutador para enganar os trabalhadores. No entanto, os
trabalhadores não esquecem as traições dos pelegos do PCdoB e sabe que querem
arruma uma nova fachada para melhor trair as lutas dos trabalhadores.
Um
enfraquecimento do peleguismo
A
rebelião dos trabalhadores contra as diretorias dos sindicatos, obrigou o PCdoB
a tomar uma atitude desesperada e rachar com o PT, também em crise. Dessa
maneira, se isolaram e abriram espaço para a organização de uma oposição de
base nesses sindicatos. Está na ordem do dia fortalecer um bloco nacional de
oposição para derrotar os pelegos que estão enfraquecidos, tanto no próximo
Congresso Nacional da Fentect que vai ocorrer em junho, como nas bases dos
sindicatos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Essa
tarefa é de essencial importância pois vai colocar os dois maiores sindicatos
que, juntos com o Sintect-MG, já dirigido pela oposição nacional Ecetistas em
Luta (PCO), formarão uma força que será essencial para a vitória da mobilização
dos trabalhadores dos Correios contra a privatização e os ataques da empresa.
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