Não à privatização dos
Correios: Em todo o país funcionários estão sendo
agredidos e ameaçados por usuários por causa do sucateamento e falta de gente
para dar conta do serviço
Chegou a um extremo o abandono dos trabalhadores
pela direção da ECT. O sucateamento da empresa, as péssimas condições de
trabalho e falta de pessoal para dar conta do serviço está resultando num
descontentamento generalizado.Além dos trabalhadores que sofrem com doenças ocupacionais pelo excesso de trabalho, dobras, horas extras, (tem carteiro fazendo o serviço de três) assaltos etc., a população usuária está também sofrendo as consequências do processo de privatização da empresa.
Os usuários não contam mais com a qualidade e excelência dos serviços dos Correios. Encomendas, correspondências e documentos demoram a ser entregues e o resultado disso está também se virando contra a categoria.
Ameaças e agressões
Os carteiros que estão na rua, em contato direto com a população, estão sendo hostilizados e existem denúncias em todo o país de ameaças e até agressões contra esses trabalhadores.
O pior é que a intimidação acontece na rua e também dentro do setor. Os paus mandados, da empresa, os chefes, não se posicionam em defesa dos trabalhadores, os deixam expostos a riscos até mesmo de vida e todo tido de constrangimento sem tomar nenhuma providência. Nem junto à direção da empresa, nem de proteção mais efetiva, como registrar ocorrência, mudar o carteiro de distrito etc. Em Brasília, por exemplo, em mais de um setor o chefe teve de ser também ameaçado por usuário e pressionado pelos trabalhadores para tomar providências.
Juntando tudo isso com os instrumentos de controle da empresa, como SARC e SAP, a retaliação e perseguição aos grevistas a empresa tenta fazer a categoria esmorecer aos seus ataques, esfriar o poder de luta e organização dos trabalhadores.
O efeito em muitos dos recém-contratados é o abandono da empresa. Dos convocados do último concurso apenas cerca de 30% permanecem nos Correios.
Esse é um plano arquitetado pela direção da empresa a serviço de multinacionais. O sucateamento da empresa, ao ponto de fazer a população usuária reclamar dos serviços com matérias sendo divulgadas pela imprensa capitalista, é parte da campanha pela desmoralização deste que é um patrimônio nacional a serviço da privatização.
Só a luta dos trabalhadores pode reverter essa situação
Ao contrário do que pretende a direção da empresa e os capitalistas os trabalhadores devem resistir a toda essa ofensiva e reforçar sua luta.
A verdade é que a única maneira de mudar essa situação é a empresa realizar uma contratação em massa de trabalhadores, investir em condições de trabalho e logística. Só assim o serviço vai ser feito sem sobrecarga, com qualidade e atender de fato às necessidades da população.
Uma das reivindicações da greve deste ano era a contratação de 30 mil trabalhadores. O julgamento do dissídio coletivo pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) impediu que o tema fosse devidamente explorado pelos trabalhadores em sua luta. Mas agora essa deve uma das questões centrais da luta da categoria.
Fim das terceirizações e da privatização
A Fentect (Federação Nacional dos trabalhadores dos Correios) ganhou na justiça uma ação contra a terceirização das atividades fim da ECT.
A decisão derruba liminar que a empresa conseguiu em favor da contratação temporária como meio de manter a atual situação de privatização ao poucos, por partes, desta que é a maior empresa pública da América Latina.
Estão proibidas as contratação de temporários sob pena de multa para a empresa. Os trabalhadores devem acompanhar e denunciar para a Federação e os setores de luta da categoria toda iniciativa no sentido de descumprimento dessa decisão e manutenção da terceirização.
Bem como denunciar as agressões e ameaças para que sejam tomadas providências no sentido de garantir a segurança e integridade dos trabalhadores.
A vitória na justiça contra a terceirização foi um passo importante. Agora é mais do que urgente a contratação de pessoal, especialmente para o setor operacional e apenas a luta organizada dos trabalhadores poderá garantir essa conquista.
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