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sábado, 26 de maio de 2012

Metroviários SP: Um balanço necessário da greve




Publicamos aqui um balanço sobre a rápida greve dos metroviários de São Paulo que se mostrou forte e combativa, destacando a atuação da direção do sindicato para quebrar a greve, a tendência de luta dos trabalhadores e seus reflexos sobre outras categorias e na população da cidade 

Após o sindicato, dirigido pelo PSTU/Conlutas, trair a categoria e encerrar a greve dos metroviários de São Paulo que durou apenas um dia. Faz-se necessário realizar um balanço sobre o movimento grevista e, particularmente, sobre a política seguida pela direção do PSTU/Conlutas.
 
Uma greve muito forte
 
Os metroviários de São Paulo não realizam uma greve desde 2007, quando a diretoria, controlada pelo PCdoB/CTB, traiu a greve e os trabalhadores sofreram uma enorme derrota. Foram perdidos diversos direitos e o governo estadual demitiu sumariamente 61 grevistas que nunca foram readmitidos. Ano após ano, o governo tucano se aproveitou da derrota e da traição do PCdoB para realizar sucessivos ataques aos trabalhadores, com arrocho salarial, perda de benefícios e o aprofundamento do processo de privatização e sucateamento do metrô.
Após cinco anos, a categoria se mostrou com uma enorme tendência a entrar em luta que foi deflagrada nessa semana com enorme força e combatividade.
A greve se mostrou muito forte e com apoio, quase que unânime, dos trabalhadores. A greve foi aprovada com grande entusiasmo, em assembleia lotada com mais de mil trabalhadores, apesar a evidente falta de entusiasmo da direção sindical que se adaptou à pressão operária. A disposição da luta dos trabalhadores era muito grande e ficou evidente no fato de que a categoria não se intimidou diante da manipulação da imprensa capitalista, que lançou sua habitual campanha de calúnias contra os grevistas e dos tribunais – que impuseram pesadas multas no caso de paralisação total – e nem na repressão do movimento.
Os piquetes foram realizados nos principais setores e impediram que os trabalhadores entrassem em seus setores. O apoio dos trabalhadores à greve foi tão grande que a situação nos piquetes foi de tranquilidade, pois não havia muitos trabalhadores fura-greves. Apenas os cargos comissionados entravam, protegidos por um acordo entre a direção sindical e o governo do PSDB. Os trabalhadores aceitaram o acordo a contragosto.
Todos esses fatos paralisaram todas as atividades do Mêtro, que permaneceu o tempo todo praticamente fechado e somente funcionando em algumas estações com os comissionados realizando as funções dos trabalhadores. A greve estava sendo vitoriosa, o que fortalecia o espírito combativo da categoria e a continuidade da greve.
 
A abertura de uma crise no governo estadual
 
A greve dos metroviários fez emergir com toda a clareza a enorme crise existente nas relações entre o  governo estadual e a população. Para ocultar este fato, a greve foi, de maneira suja e sorrateira, bombardeada pela imprensa burguesa de mentiras e calúnias. Ao contrário do que foi dito pela imprensa burguesa, a população apoiou massivamente o movimento grevista e em diversos locais realizaram protestos não contra a greve, como disseram os veículos de imprensa capitalista em uníssono,, mas devido ao descontentamento com o transporte público e, mais ainda, contra os governos estaduais e municipais. Nesses locais a população atacava diretamente o governador Geraldo Alckimin e o prefeito Gilberto Kassab.
Imediatamente após a decisão dos metroviários em paralisar suas atividades, os ferroviários da linha leste da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) entraram em greve, o que fortaleceu ainda mais o movimento dos metroviários, ampliando a base do movimento grevista. Este apoio dos ferroviários revela uma enorme tendência de luta contida e de descontentamento da categoria dos transportes e de servidores públicos a entrarem em luta, o que poderia desencadear a generalização do movimento grevista para outras categorias. A greve serviu como um catalisador da revolta geral da população impulsionada pela oposição aos governos de direita e pela crise econômica geral.
Isso porque o metro é utilizado por milhões de trabalhadores de várias categorias que observavam de perto a greve e que poderiam ampliar essa tendência.
Existe um enorme descontentamento da população do estado com sucessivos governos tucanos e seus ataques sistemáticos a população, o que gera um clima tenso e uma enorme revolta, se transformando num imenso barril de pólvora prestes a explodir. Fato somado ao aumento sistemático da inflação e do arrocho salarial.
A greve colocou o governo estadual em estado de alerta, pois havia um enorme potencial para a generalização e o desenvolvimento da greve. Para o governo do PSDB, a prioridade era encerrar a greve o mais rapidamente possível para evitar a propagação da revolta popular que já se manifestou no primeiro dia de greve. Por outro lado, a força com que a greve começou indicava no sentido de uma forte queda de braço entre trabalhadores e governo, o que manifestaria a fraqueza do PSDB, podendo inclusive levar a uma importante vitória operária contra um governo em crise, o que significaria a abertura de uma crise política de grandes proporções, o que, de fato, é iminente na situação política.
 
Qual o motivo para o encerramento da greve?
 
Com a greve forte, ampla participação dos trabalhadores, apoio de setores da população e outras categorias, e a abertura de uma enorme crise no governo, a greve foi encerrada de maneira rápida e sem nenhuma conquista pela direção do sindicato nas mãos do PSTU/Conlutas que já tinha dado ampla demonstração de que não queria sair em greve.
O presidente do sindicato e integrante do PSTU/Conlutas, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou, demagogicamente, quando haviam estrangulado o movimento: “Realizamos uma das maiores greves dos últimos anos, com ampla adesão de todo o quadro de funcionários. Pararam os operadores de trem, funcionários da manutenção e das estações e o corpo de segurança”.
Como afirmou o próprio presidente havia força no movimento e condições claras de continuar a luta. Mas, mesmo assim, a diretoria do PSTU/Conlutas resolveu encerrar a greve o mais rapidamente possível, sem qualquer explicação e sem dar nenhuma oportunidade ao desenvolvimento da mobilização, salvando o governo do PSDB de uma das maiores crise dos últimos anos.
A proposta que foi aceita era extremamente ruim, sendo inclusive pior do que foi a apresentada pela juíza do TRT, e que tinha sido rejeitada na assembleia anterior dando origem à deflagração da greve. Sem fazer qualquer sentido e sem qualquer explicação, presidente do sindicato, Altino de Melo, do PSTU/Conlutas, na assembleia “a proposta é ruim, não contempla nenhuma reivindicação, mas é o máximo que podemos conseguir neste momento”. E por quê? Não havia qualquer sinal, por menor que fosse de que a greve seria derrotada. Ela foi encerrada tão rapidamente que sequer deu tempo para ver quais seriam os problemas que a greve enfrentaria para que se discutisse como solucioná-los.
Deste fato só podemos tirar uma conclusão: que não havia nenhum motivo para o encerramento da greve a não ser pela política de colaboração de classes da direção do sindicato, de estreita colaboração com o governo do PSDB. O que houve na verdade foi uma troca de favores entre a diretoria do sindicato, do PSTU/Conlutas, e o governo estadual do PSDB. Fica evidente que a diretoria do PSTU/Conlutas se apóia no governo estadual e nas organizações atreladas a este, como a justiça capitalista, e não na força e na luta dos trabalhadores para a conquista das reivindicações da categoria. Na realidade, se apoia nas instituições do Estado capitalista contra o movimento dos trabalhadores.
A crise política mostrou ser de tal gravidade que criou uma urgência em encerrar a greve que não permitiu sequer que se criasse uma cobertura adequada para ocultar a traição ao movimento grevista da parte da direção sindical, assim, a greve foi encerrada sem nenhuma explicação, nenhuma das alegações tradicionais da burocracia sindical pelega, nenhum pretexto, simplesmente com uma frase: “não dá para continuar”.
Este episódio deixa clara a posição do PSTU/Conlutas não apenas no movimento dos metroviários, mas no movimento sindical em geral, ou seja, de uma burocracia que, apesar de todo o discurso esquerdista, na prática, atua como a burocracia do PT e do PCdoB contra o movimento operário e em conjunto com ela.
 
O outro lado da greve
 
A diretoria do sindicato, liderada pelo PSTU/Conlutas, se utilizou de um esquema amplamente utilizado pelos pelegos e a burocracia sindical para furar a greve e desmoralizar todo o movimento grevista.
Este fato foi a manutenção de um acordo antigo do PCdoB/CTB nos metroviários entre a burocracia sindical e a direção da empresa para manter as atividades do metrô. Este fato foi verificado nos piquetes, onde diretores de base do sindicato foram orientados a não impedir que supervisores fossem impedidos de trabalhar. Também foi verificado este acordo em relação aos agentes de segurança que não foram barrados nos piquetes.
Esse acordo garantiu um esquema fura-greve e o funcionamento de algumas estações do metrô. Fato que claramente enfraquece e desmoraliza o movimento e serve para ir aos pouco enfraquecendo a greve.
Outro aspecto da política do PSTU/Conlutas é o de que a atual diretoria do Sindicato é formada em grande parte por uma ala do PPS, Partido Popular Socialista, ex-ala majoritária do PCB, um partido que nada mais é, sabidamente por todos, na política atual, do que uma sublegenda ou uma legenda de aluguel do PSDB do governador do Estado, o direitista Geraldo Alckmin, da Opus Dei. Este fato deixa evidente a aliança política existente entre o PSTU/Conlutas e o PSDB, ou seja, entre a direção sindical e o governo do Estado. Isso, no entanto, não é tudo. Esta ala do PPS/PSDB é formada em grande medida pelos seguranças do metrô, ou seja, um setor de confiança da direção do metrô pela sua própria função que é a de reprimir os usuários e os funcionários do metrô, uma espécie de polícia interna da empresa. Militantes da própria Conlutas, filiados à LER-QI já denunciaram tentativas de intimidação destes seguranças contra os seus militantes por fazerem denúncias em atividades da categoria.
A diretoria sindical anterior, liderada pelo PCdoB, era composta por esta mesma ala do PPS/PSDB e este acordo político foi herdado pela diretoria atual que estava muito longe de ser uma oposição de fato à diretoria anterior. É fato notório também o estreito relacionamento entre o PCdoB e o PSTU/Conlutas em vários sindicatos, onde mantém uma clara política de colaboração como é o caso do sindicato dos correios de S. Paulo, onde o PCdoB foi responsável pelas maiores traições contra os trabalhadores dos correios dos últimos anos, em particular o acordo bianual. Recentemente, o PCdoB, rejeitado pelas bases sindicais decidiu romper com a federação nacional e foi abertamente apoiado pelo PSTU.
 
A farsa da assembleia que decretou o fim da greve
 
O encerramento da greve e a “suposta” aceitação dos metroviários da proposta rebaixada apresentada pela empresa evidencia ainda mais um golpe contra os trabalhadores. O que explicaria a mudança de ânimo dos trabalhadores de um dia para o outro? O que ocorreu para que os trabalhadores mudassem de opinião de um dia para o outro? Foram ameaçados de demissão, foram reprimidos duramente, a população se colocou contrária a greve? O que podemos observar e já foi explicado aqui foi justamente o contrário, havendo grande disposição de luta, apoio da população e de outras categorias e uma ampliação do movimento.
Na verdade foi montada uma farsa e todo um esquema para encerrar subitamente o movimento grevista. Vendo a tendência grevista dos trabalhadores e a dificuldade em encerrar a greve em uma assembleia ampla e com grande participação da categoria foi montado um esquema entre a empresa e a direção do sindicato (PSTU/Conlutas) para esvaziar a assembleia e encerrar a greve.
Uma das primeiras coisas a serem observadas foi a antecipação da assembleia para às 12h30, onde sempre se realizou as 18h30 que garante uma melhor avaliação do movimento grevista e de locomoção em dias de greve. Horário que devido ao caos na cidade prejudicou o deslocamento da esmagadora maioria de trabalhadores que estavam no piquete para o local da assembleia.
Também diversos ativistas e diretores de base do sindicato ficaram nos setores garantindo os piquetes, ou seja, os setores mais ativos e esclarecidos sobre a greve não participaram ou foram prejudicados na participação, favorecendo a ala mais atrasada ou pelega da categoria e inclusive fura-greves e cargos superiores.
O que foi visto no dia foi uma assembleia esvaziada, com cerca de 400 pessoas, no momento decisivo para a categoria e sempre há uma grande participação dos trabalhadores, a não ser que exista um esquema de desmobilização.
A assembleia foi marcada no mesmo horário da negociação com o TRT, onde o que era para começar as 12h30 foi ter início somente após as 16h.
A direção do sindicato já chegou com a proposta aprovada para enfiá-la goela abaixo da categoria sem dar a esta nenhuma oportunidade de contestação. A diretoria sem qualquer discussão já havia aceito a proposta e “recomendou” a aprovação porque não haveria jeito de melhorar a proposta, sem explicar o porque desta suposta impossibilidade.
Em um momento decisivo, a diretoria sequer deixou haver uma discussão sobre a proposta. Não houve espaço para o debate e o esclarecimento dos trabalhadores. O que somente levanta mais suspeitas sobre a farsa da assembleia realizada. A assembleia, completamente apática, um completo oposto da assembleia realizada apenas um dia antes, sem que houvesse motivo algum para a mudança de ânimo da categoria, sequer reagiu quando a diretoria apresentou a mesma proposta que acabava de ser rejeitada, de maneira ainda piorada.
Já se tornou hábito no movimento sindical e estudantil, conforme denunciamos em diversas oportunidades, fazer assembleias esvaziadas de trabalhadores, com elementos contrários ao movimento e muitas vezes com a própria colaboração dos inimigos do movimento para legitimar tais traições contra os trabalhadores e confiscar o seu poder de deliberação democrática. A assembleia dos metroviários que encerrou a greve é mais um exemplo.
 
PSTU mobilizou toda a sua militância para a assembleia... para conter a disposição de luta dos trabalhadores
 
O PSTU/Conlutas mobilizou toda a sua militância para a assembleia esvaziada. Estavam lá liderança conhecidas do PSTU/Conlutas dos Correios, como “Jacaré cargo amplo,” Zafalão, diretor da “governista” Apeoesp, Dirceu Travesso e muitos militantes estudantis.
E por que fizeram isso? Para armar os piquetes, impulsionar a greve, fortalecer o movimento e generalizar a greve? A resposta é não.
Toda essa militância foi deslocada para conter a greve, pois já tinham a proposta de encerrá-la. Toda essa “tropa” foi colocada no caso de trabalhadores recusassem a proposta de sair da greve. Para assediar, pois fazem bastante barulho, com gritos e palmas nas péssimas propostas, fazer volume na assembleia esvaziada e votar na saída da greve. Atitude totalmente anti-greve, anti-operária e anti-luta.
Sobre isso, não pode haver qualquer dúvida. A “mobilização” do PSTU estava dirigida a sufocar qualquer resistência à aceitação da capitulação da diretoria sindical diante do governo do PSDB, uma vez que esta era a política definida de antemão por esta direção.
Se os sindicalistas do PSTU/Conlutas fossem uma verdadeira direção de luta e democrática, teriam discutido com os trabalhadores e deixado ao arbítrio aceitar ou não a proposta, uma vez que é o interesse do próprio trabalhador que está em jogo. Se considerassem que a continuidade da greve era um equívoco, o que não estava em questão, poderiam argumentar, abrir um amplo debate. No entanto, a preocupação clara da direção sindical era impor o acordo capitulador aos trabalhadores que eles sabiam, iriam apresentar uma ampla rejeição a ele. Atuando desta forma, agiam não como direção de luta, mas como pelegos a serviço do governo do PSDB.
Serviram como um freio do movimento grevista para impor a política da colaboração de classes com o governo do PSDB, ou seja, a política do PSDB, uma vez que toda política de colaboração de classes somente serve aos interesses patronais. Só revela o caráter não combativo do PSTU e da sua central sindical, a Conlutas de uma ampla operação para acabar com a greve.
 
A “Troca da Guarda”
 
O balanço da greve suscita ainda uma outra questão. Qual seria a diferença entre a gestão anterior a do PSTU/Conlutas no sindicato dos metroviários? Ou para ser mais explícito qual seria a diferença entre o PCdoB/CTB e o PSTU/Conlutas? E qual o significado da vitória da Conlutas no sindicato dos metroviários?
A resposta para essa pergunta é só uma: o discurso mais radical. Os dois grupos possuem uma mesma política, como foi observada nesta greve, mas com discursos diferentes.
É claro que nos metroviários houve apenas uma “troca da guarda” na direção do sindicato. O PCdoB/CTB, da gestão anterior, estava sendo amplamente repudiado pelos metroviários após mais de 20 anos na direção e sucessivas traições como na greve de 2007. Ficando impossibilitado de conter o movimento, houve um acordo para que a direção fosse passada para o PSTU/Conlutas. Uma direção aparentemente nova, com um discurso mais radical para conter toda a tendência de luta da categoria.
Fica evidente, pois o PCdoB/CTB não fez nenhum impedimento para entregar nas mãos do PSTU/Conlutas a direção de um dos principais sindicatos controlados por este partido em São Paulo. Não houve nenhum grande conflito, típico das burocracias sindicais que são capazes de muita violência para impedir que os aparatos sindicais caiam nas mãos de trabalhadores de luta.. Saíram por acordo eleitoral, para serem “reciclados” pela nova diretoria sindical.
Nas assembleias o PSTU convida a “oposição” do PCdoB para a mesa. Não há uma denúncia explicita das traições e falcatruas das gestões anteriores. Pelo contrário, fica evidente uma relação amistosa entre os dirigentes.
Na assembleia que encerrou a greve, o dirigente do PSTU/Conlutas foi abraçar a “oposição governista” do PCdoB, responsável pelas maiores traições contra os metroviários. Um tratamento cordial entre amigos.
Este fato fica absolutamente claro quando se vê a continuidade tanto nos quadros da própria diretoria – os elementos da segurança e do PPS/PSDB que compõem uma diretoria supostamente da Conlutas, como na manutenção de acordos com o governo do PSDB como o de permitir a entrada dos comissionados para movimentar o metrô durante a greve. Na realidade, a atual diretoria nada mais é que a manutenção do status quo burocrático detrás da fachada da Conlutas.
Os metroviários revelam o verdadeiro conteúdo social e político da Conlutas e do PSTU
 
O sindicato dos metroviários de S. Paulo, embora pequeno em relação a outros sindicatos, é um sindicato estratégico no sistema de transportes da maior cidade do país. Esse fato permite analisar com maior clareza a natureza da política da Conlutas e do PSTU, uma vez que a sua ação se coloca em um cenário mais amplo e mais fundamental.
Na greve dos metroviários colocou-se em relevo o papel do PSTU e sua central sindical, a Conlutas, como instrumento de contenção do movimento operário, ms também como um recurso auxiliar da burocracia sindical em seu conjunto para manter a sua ditadura sobre o movimento operário em seu conjunto em favor do regime político burguês e dos interesses parciais da burguesia.
O PSTU/Conlutas funciona como uma espécie de ala esquerda da burocracia sindical que foram um bloco relativamente homogêneo, com o PT, o PCdoB, Força Sindical, Psol e outros, aos quais denominamos de Bando dos Quatro. A burocracia não consegue controlar o movimento sem uma efetiva divisão de trabalho, onde haja uma ala direita e uma ala esquerda, ou seja, alternativas de troca diante da radicalização dos trabalhadores ou em geral um canal burocrático para a insatisfação dos trabalhadores com a direção sindical de plantão. É uma reprodução, no âmbito dos sindicatos, da política parlamentar burguesa, de canalizar as oscilações nas massas ora para a esquerda ora para a direita (no caso do Brasil, PT e PSDB e aliados). O PSTU forma a ala esquerda da esquerda sindical burocrática que é a CUT. Em alguns sindicatos onde a mobilização dos trabalhadores tende a ultrapassar a política oficial da CUT ou, me menor medida, do PCdoB, o PST/Conlutas surge como uma alternativa para canalizar esta insatisfação dentro do sistema burocrático em geral, ou seja, para impedir que as massas rompam com a política de colaboração de classes geral da burocracia.
As entidades sindicais e estudantis sob o controle de qualquer um dos setores da burocracia perderam em grande medida o seu caráter de organizações de luta para se transformar em organizações burocráticas e parlamentares, onde não há qualquer ação prática, mas apenas discursos e manobras de tipo parlamentar para enganar e acorrentar as massas à política burguesa. Quando os trabalhadores ou estudantes procuram agir, lutar, o mecanismo burocrático parlamentar entra em ação para estrangular o movimento através de manobras e discursos como vimos agora no caso do metroviários.
Estes panorama se repete em todos os lugares e é o principal obstáculo para os trabalhadores superarem o refluxo, se mobilizarem ampla e livremente e se organizar sindical em politicamente em um partido operário.
 
É preciso de uma oposição classista
 
A atual diretoria do PSTU/Conlutas subiu à diretoria do sindicato dos metroviários para servir como um obstáculo a luta dos metroviários. A greve já colocou a diretoria do PSTU/Conlutas em crise. Em duas campanhas salariais, com a traição e as manobras para impedir a greve em 2011 e a traição desta última.
Essa situação mostra a fragilidade geral da burocracia, onde o PCdoB/CTB teve que sair de cena devido as sucessivas traições, e ser substituído pelo PSTU/Conlutas para conter o movimento grevista, mas que em apenas duas campanhas salariais já está em crise.
Fica evidente o papel da Conlutas em servir como um muro de contenção do movimento de luta dos trabalhadores. Deve ficar claro para os trabalhadores que a Conlutas não é uma alternativa à burocracia da CUT, e sim mais um entrave a luta revolucionária dos trabalhadores.
É preciso formar uma oposição classista e combativa nos metroviários para derrotar a política do PSDB para privatizar o Metrô e a burocracia sindical do PCdoB e do PSTU que impede o desenvolvimento da luta dos metroviários. Esta é, de um modo geral, a política para todos os sindicatos onde somente a ampliação da mobilização dos trabalhadores e a sua organização sindical e política pode quebrar o sistema burocrático-parlamentar dos sindicatos e abrir caminho para uma ação geral e independente, vale dizer, revolucionária da classe operária contra a burguesia e o seu regime político, qualquer que seja a “guarda” de turno, a frente popular dirigida pelo PT ou a direita comandada pelo PSDB.

2 comentários:

  1. Nunca li tanta besteria junta. Esse texto é mais caluniador do que os textos que a grane mídia divulga.

    O Sindicato dos metroviários não é dirigido pelo PSTU/Conlutas. A diretoria é composta por militantes desse partido, do PSOL, pessoas sem filiação a partidos, e por um filiado ao PPS.

    Não tem ala do PPS no Sindicato.

    A assembleia foi marcada para 12h e depois o TRT marcou conciliação no mesmo horário.

    A assembleia não foi esvaziada, pelo contrário, estava lotada.


    Quem é o PCO pra dizer como deve ser a mobilização da categoria metroviária?
    O PCO sabe o que é parar São Paulo por meio dia?
    O PCO esteve na greve de 2007, quando tivemos forte retaliação com 60 demitidos?
    O PCO tem algum militante trabalhando no Metrô? Se tem, porque não aparece?
    O PCO acredita mesmo, que a continuação da greve iria derrubar o governo e fazer revolução?

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  2. O PSTU/Conlutas fez uma chapa com o PPS, partido conhecido por se uma sublegenda do PSDB. EM São Paulo o PPS é da base aliada do PSDB....por isso que a greve foi encerrada em benefício do alckimin.
    E outra coisa se fosse pela vontade do PSTU/Conlutas/PPS nem haveria greve, como ocorreu em 2011 - quando a diretoria manobrou para não haver a greve.
    A greve foi imposta pelos trabalhadores e sofreu uma manobra da diretoria dos sindicato para terminar.

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