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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PLR 2013: O quer a ECT, o que querem os pelegos e qual deve ser a postura dos trabalhadores?

A categoria não pode aceitar as chantagens feitas pela direção dos Correios

 
Estão em curso as negociações, se é que podemos chamar assim, da Participação nos Lucros e Resultados dos trabalhadores dos Correios. Existem muitos mitos e ideias confusas sobre a PLR e isso não é à toa. Os patrões têm interesse nessa confusão para empurrar os trabalhadores para uma armadilha.

Em primeiro lugar, é preciso entender que a PLR foi uma invenção dos próprios patrões. O principal objetivo era criar um mecanismo em que o trabalhador ficasse confuso em relação ao principal problema do trabalho que é o aumento salarial. Em outras palavras, tudo o que o patrão gostaria que acontecesse era que o aumento salarial fosse completamente substituído pela Participação nos Lucros.

Não existe a “participação nos lucros” como afirmam os patrões. O que existe é uma pequena parte de dinheiro que o patrão dá para o trabalhador como uma espécie de abono. Como qualquer trabalhador sabe, o abono não é um ganho real, o que muda o poder salarial de uma categoria é o aumento no salário, pois o ganho estará embutido para sempre na folha de pagamento. Essa é e sempre foi a luta principal dos trabalhadores. Porém nada disso impede que os trabalhadores lutem pela PLR, já que é um direito da categoria.

O que quer a ECT

Os trabalhadores dos Correios sempre tiveram uma tradição de luta nas campanhas salariais. Essa tradição impediu que a ECT colocasse a negociação da PLR junto com a campanha salarial. Isso dificultou que a empresa criasse a confusão entre os trabalhadores.
Como é difícil para a empresa substituir o reajuste salarial pela PLR, a empresa utiliza a PLR para chantagear o trabalhador.

Há muitos anos, para ser bem singelo, a empresa paga a PLR de forma unilateral e consequentemente paga um valor muito baixo. As negociações de PLR nunca foram negociações de fato, o que a ECT quer é um cheque em branco da Fentect para estabelecer os famigerados critérios.

Esses critérios são condições para o trabalhador receber a PLR: não pode faltar, não pode contestar, tem que seguir metas, em suma, o trabalhador teria que ser perfeito para receber a PLR.

Todo mundo sabe que isso nada mais é que uma forma de aumentar a exploração e a pressão sobre os trabalhadores dentro do setor. É isso o que a ECT sempre quis que os sindicalistas fizessem.

A ECT e o governo já sabem quanto irão pagar e dificilmente mudarão de ideia. Tanto que nunca apresentam um balanço sério de contas da empresa para que a representação dos trabalhadores possa discutir.

O que a empresa quer é usar a PLR para aumentar a escravidão nos setores e quer fazer isso com o aval da Fentect. Isso só será mudado com uma ampla mobilização dos trabalhadores.

O que querem os sindicalistas pelegos

Esse “cheque em branco” que a ECT quer da Fentect e dos sindicatos era seguido à risca pelos sindicalistas traidores que há anos dominaram a federação. A ECT impunha os valores e os critérios, os sindicalistas do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) fingiam que esperneava e no final quem levava a pior eram os trabalhadores.

As reuniões com a empresa eram feitas a portas fechadas, com apenas sete representantes da Fentect. A traição era tanta que um dos últimos diretores da Fentect que receberam cargo na empresa, Nilson Rodrigues, foi agraciado justamente depois das negociações da PLR em 2011.
Os sindicatos divisionistas do PCdoB/CTB tentam cinicamente dizer que a Fentect não está negociando a PLR desse ano. Diga-se de passagem, a mesma campanha caluniosa feita pela empresa.

O papel dos sindicatos divisionistas, de São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru e Tocantins é fazer a mesma coisa que a antiga diretoria da Fentect fazia. Dar o aval para a empresa chantagear os trabalhadores.

Não há novidade nisso, esse sempre foi o papel dos divisionistas ainda quando faziam parte da diretoria majoritária da Fentect.

Como devem atuar os trabalhadores?

A dificuldade da ECT é que a nova diretoria da Fentect não vai aceitar a chantagem. Os trabalhadores não podem ser seus próprios carrascos e assinar embaixo uma lista de regras e critérios que servirão apenas para aumentar a escravidão nos setores.

O pior é que a ECT sequer vai discutir valores. A Fentect assinar ou não os famigerados critérios escravagistas não mudará o valor que a ECT vai impor aos trabalhadores.

A tarefa da categoria é denunciar esse golpe da ECT e dos seus pelegos de plantão no movimento sindical. A empresa só vai mudar de ideia se os trabalhadores se mobilizarem, nenhum acordo de “cavalheiros”, como querem os divisionistas, vai fazer a ECT pagar um valor maior de PLR.

Por isso, a nova diretoria da Fentect está organizando as negociações com a empresa com a presença de um representante por base sindical, ou seja, ao invés de sete pessoas, 41 membros negociando pelos trabalhadores. A Fentect vai exigir também que as negociações sejam transmitidas ao vivo para que todos os trabalhadores possam saber o que está acontecendo.
A Fentect não dará nenhum cheque em branco para a ECT escravizar ainda mais a categoria em troca de uma miséria de PLR. A Fentect vai fazer a campanha pela abertura das contas da empresa para os trabalhadores, por 2.500 reais pagos para todos, pelo fim dos critérios.

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