Um dos fatos que mais chamou a atenção na eleição do
Sintect-RJ (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro), além
da fraude escandalosa, foi a divisão dos votos da oposição opera- da pela chapa
3, do PSTU/ Conlutas.
Desde o começo a Chapa 4, do Movimento de Oposição, denunciou
que o PSTU/Conlutas tinha a função de uma chapa “laranja” na eleição, ou
seja, se lançou para tirar votos da chapa de oposição e dar votos para o
PCdoB/CTB. Essa situação ficou muito clara no final. Ainda que os números sejam
completamente manipulados, resultado da fraude escandalosa, se o número de
votos obtidos pela chapa 4 (777) fossem somados ao da chapa 3 (934) a oposição
ultrapassaria em mais de 200 votos o número obtido pelo PCdoB/CTB (1.504).
A vitória da oposição era tão evidente, que nem mesmo a
fraude conseguiu esconder.
Apoiadores do divisionismo do PCdoB/CTB
Não é de hoje que o PSTU se alia aos traidores do PCdoB. Mas
vamos nos ater apenas aos fatos mais recentes.
O PSTU/Conlutas foi o primeiro grupo a pregar a divisão da
categoria. Sob o pretexto de criar uma federação anã,
destruíram o bloco dos 17 sindicatos contra o acordo bianual, primeira
tentativa de for- mação de um bloco oposicionista em 2009.
O PSTU/Conlutas levantou, mas quem tinha forças para chutar
a bola era o PCdoB/CTB, que no início do ano passado anunciou estar fora da
Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios). Vindo de um grupo
como o PCdoB/CTB, de Ronaldão Bianual e Cia, reconhecida- mente patronal e traidor,
ficou evidente que a política divisionista era uma política pelega e principal-
mente orquestrada direta- mente do gabinete da diretoria da empresa.
No entanto, o PSTU/ Conlutas não se intimidou. Continuou
defendendo a divisão da categoria e
a federação anã.
Heitor Fernandes, do
PSTU do Rio de Janeiro, foi um dos principais incentivado- res,
inclusive “saudando” o rompimento do PCdoB em documento público.
A essa “colaboração teórica” seguiu-se a colaboração política
prática. Durante a campanha salarial, enquanto a empresa usava abertamente os
sindicatos divisionistas para enfraquecer a luta da categoria, o PSTU se
colocava contra as iniciativas da Fentect e colaborava com o PCdoB, servindo
inclusive como uma oposição consenti- da nas assembleias, como já é
tradicional na relação entre PSTU e PCdoB, vale lembrar que na greve de 28 dias, o único que falava nas assembleias de São Paulo,
fora a diretoria do sindicato era o Geraldinho do PSTU.
Nota-se que o papel de oposição “laranja” é cumprido pelo
PSTU não apenas nas eleições, mas na própria luta da categoria.
A chapa “laranja”
Quando começou o processo eleitoral, o PSTU/ Conlutas tratou
de colocar em prática sua política divisionista.
Se recusou a montar um chapa da oposição unifica- da. Prova
disso é que durante a formação das chapas procurou elementos oposicionistas
reconheci- dos na categoria para lançar a calúnia de que o Movimento de
Oposição não lançaria chapa e apoiaria a chapa da empresa, representada pela
Articulação. Muitos companheiros rela- taram tal calúnia, inclusive desistindo
de ingressar na chapa do PSTU e entrando na chapa 4, da oposição.
Quando o Movimento de Oposição estava formando a chapa 4, o
PSTU recusou-se a discutir a formação de uma chapa unitária. Na assembleia que
definiu a comissão eleitoral, o PSTU/Conlutas se isolou para facilitar a
vitória do PCdoB, que mesmo assim foi derrotado por poucos votos de diferença.
Mas não é só isso. Duran- te todo o processo eleitoral, o
PSTU/Conlutas continuou com a calúnia de que a chapa 4 era uma chapa
laranja da Articulação/PT e que chegaria a retirar a
candidatura (!) em benefício da chapa 2.
Durante as eleições revelou-se inclusive que havia dois
elementos na chapa 1, do PCdoB/CTB, membros da Conlutas.
Tudo pela federação anã
A política do PSTU/Conlutas tem uma explicação, que ficou
clara também no último Congresso da Fentect, vencido pela oposição.
O ataque à oposição e a defesa dos divisionistas do PCdoB
tenta jogar a fede- ração e os sindicatos nas mãos dos pelegos e traidores para
forjar um pretexto para a criação da fede- ração anã.
De um lado, apoiam, ora valada ora abertamente, a política
do PCdoB/CTB para justificar a divisão da categoria em várias federações. De
outro lado, colocam no mesmo barco o Movimento de Oposição e a ala patronal da
Fentect, representada pela Articulação/PT. Com isso, o PSTU procura
convencer os trabalhadores, particularmente um setor mais
despolitizado, de que a Fentect seria “in- corrigível”, que não valeria
a pena lutar para retomar a federação para as mãos dos trabalhadores. Mais
ainda, de que a luta travada pelo MOPe (Movimento de Oposição ao Peleguismo)
não passa de uma farsa, ainda que não consigam explicar nem provar uma única linha
das calúnias que produzem.
Está muito claro que o interesse do PSTU não é desenvolver a
luta das trabalhadores contra os traidores e a empresa. Pelo contrário, o único
interesse é a formação da federação anã e se preciso for, passando por cima dos
próprios interesses da categoria.
Esse é o motivo da política divisionista do PSTU/ Conlutas e
do seu apoio aos divisionistas do PCdoB/CTB.
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