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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

PSTU/Conlutas: De cogestor, no Bando dos Quatro, a apêndice do PCdoB nos Correios


Depois de protagonizar o papel de ator principal da burocracia sindical, no período de maior retrocesso dos trabalhadores, e comandar importantes traições aos mais de 100 mil ecetistas, sindicalistas do PSTU/Conlutas são meros coadjuvantes da política criminosa do PCdoB de dividir a combativa categoria dos Correios para apoiar a política de privatização dos patrões e do governo



Desde o XI Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Contect), em junho do ano passado, quando se viu forçado pela base da categoria a votar na Oposição que venceu o Congresso, depois de tentar ajudar o bloco traidor PCdoB/PT a vencer o encontro não elegendo delegados em alguns sindicatos (como Rio de Janeiro e São José dos Campos) e chamando à ruptura com a Federação Nacional às vésperas daquele encontro, o PSTU vive nos Correios a sua maior crise de todos os tempos, que aponta no sentido da falência total dessa que já foi uma das alas mais importantes da burocracia do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-PSOL).

Após ser “forçada”, pela intensa campanha feita na base dos sindicatos em que tinha alguma influência, a votar contra sua política naquele Congresso, apoiando a vitória do Movimento de Oposição ao Peleguismo (PCO – MRL -Intersindical e Independentes) e ver todas as suas teses derrotadas naquele encontro, principalmente a de que não se pode derrotar a ala direitista da burocracia e que o único caminho para a esquerda é o da ruptura com as organizações criadas na luta dos trabalhadores e a sua divisão, o PSTU longe de rever sua política e se apoiar nas tendências mais progressistas da luta dos trabalhadores dos Correios e da situação política em geral, aprofundou sua integração à ala mais patronal e direitista da burocracia sindical colhendo retrocessos ainda maiores.

Fracasso total da Federação Anã

Como assinala o Manifesto Comunista (dos pais do socialismo histórico, Marx e Engels), sobre a luta do proletariado “o verdadeiro resultado de suas lutas não é o êxito imediato, mas a união cada vez mais ampla dos trabalhadores”. Nesse sentido, em 2012, uma das maiores vitórias dos cerca de 120 mil trabalhadores dos Correios, foi derrotar – ainda que parcialmente – as tentativas de quebrar uma das maiores conquistas de sua luta nas últimas décadas: a unidade nacional em torno de uma Federação Nacional que agrupava os 35 sindicatos estaduais e até municipais da categoria.

Atuando na contramão dos interesses imediatos e históricos dos trabalhadores e servindo de ponta de lança para os planos do setor mais reacionário da burocracia sindical dos Correios – o PCdoB – de dividir a categoria, o PSTU lançou-se, freneticamente, na aventura de rachar a organização nacional dos trabalhadores dos Correios e criar uma entidade própria, devidamente apelidada na categoria de “federação anã”, reunindo apenas 5 sindicatos que – juntos – representavam cerca de 5% dos trabalhadores da categoria, tendo como bases (totalmente falsas) as ideias de que era impossível lutar e derrotar a burocracia dentro da própria Fentect e que a burocracia “governista” estaria em uma etapa de fortalecimento.

Como parte de uma intensa luta política dentro da categoria, levada adiante principalmente pela corrente Ecetistas em Luta (PCO e simpatizantes), a maioria dos sindicatos arrastados pelo PSTU para esta empreitada foram se afastando totalmente desta política por pressão dos trabalhadores: antes do XI Contect o Sintect-PI; durante o Congresso Sintect-AM e Sintect-PB; e após o evento Sintect–PE e Sintect–VP.

Desta forma a direção do PSTU viu sua politica de ruptura ficar totalmente sem apoio e ser amplamente repudiada em toda a categoria. Mostrando que atua como uma verdadeira burocracia sindical, que não está disposta a se guiar pelas necessidades e vontade dos trabalhadores, o PSTU apenas submergiu diante da vitória da Oposição no Congresso para voltar à tona sempre que possível com sua política patronal divisionista e amplamente favorável à burocracia por eles denominada de “governista”.

O “governista” PCdoB, o maior dos aliados

Mostrando que não se trata de uma política isolada dos dirigentes sindicais do PSTU nos Correios, a proximidade desse partido com o que há de mais podre e reacionário no movimento sindical e estudantil do País se expressou em alguns dos episódios mais importantes do ano passado, como foi o caso das eleições municipais. O PSTU integrou a chapa encabeçada pelo PSOL e PCdoB (o “governista”), para as eleições de Belém (PA), que foi amplamente denunciada por setores da esquerda (inclusive do PSTU) por receber recursos de empreiteiras e outros grandes capitalistas e que recebeu o apoio do outro “governista”, o PT de José Dirceu, Lula e Cia.

Na campanha salarial da categoria em 2012, o PSTU atuou abertamente como defensor da política dos seus antigos aliados do Bando dos Quatro, defendendo – entre outras coisas – o rebaixamento da Pauta de Reivindicações da categoria (para se aproximar daquilo que a empresa e o governo queriam dar, ou seja, nada) o que já havia sido defendido desde os primeiros momentos da campanha pelo PCdoB (que entregou “pauta” em separados da Fentect) e a quebra da unidade da categoria na mobilização, furando a greve nacional aprovada para o dia 11 de setembro (que só começou nesta data nos estados de Minas Gerais e Pará, por conta dos golpes e sabotagens do bloco PCdoB/PT, apoiados pelo PSTU).

O “exemplo” das eleições do Rio

A ação do PSTU em favor da burocracia se fez sentir com toda clareza também nas eleições de um dos mais importantes da categoria, o Sintect–RJ.

O PSTU do Rio é justamente o que mais se aproximou do PCdoB em todo o País, chegando ao ponto de seu principal dirigente, Heitor Fernandes, parabenizar publicamente a diretoria do Sintect–RJ, do Ronaldão bianual e Marcos Sant'aguida, traidores repudiados pela categoria. O reduzido grupo do PSTU no Rio deu um golpe na categoria e contra a decisão da maioria de um Congresso manipulado e organizado pelo PCdoB decidiu pela ruptura com a Fentect, nas vésperas do XI Contect. Isso intensificou a proximidade com esta ala direitista da burocracia, atuando em total identidade na campanha salarial 2012 (enquanto o movimento de Oposição era impedido de falar pelos capangas do PCdoB, o PSTU era promovido e, inclusive, seus candidatos nas eleições municipais eram divulgados pela burocracia).

Nas recentes eleições para a diretoria do Sintect–RJ, a função do PSTU de agente do PCdoB na categoria não deixou dúvidas. Primeiro atuaram para quebrar a unidade dos setores de Oposição classista da categoria, montando uma chapa própria, quebrando a frente que nas eleições anteriores havia se apresentado em uma chapa única de oposição (MRL-PSTU-PCO-Alternativa, Independentes).

Sem qualquer remota chance de vitória, a burocracia do PSTU montou uma chapa “laranja” que teve como único objetivo real tirar votos da chapa do Movimento de Oposição ao Peleguismo (MRL-PCO-MUTE-Alternativa-Intersindical-Independentes) ajudando a dar um novo mandato para os traidores do PCdoB, comandados por “Ronaldão bianual” o que ficou claro até mesmo nos resultados fajutos divulgados pela diretoria nos quais os votos da chapa do PSTU (chapa 3) somados com os da Chapa de Oposição (chapa 4) superariam em mais de 200 votos o número obtido pelo PCdoB/CTB (1.504).

Na campanha eleitoral daquele sindicato, a política de aliança preferencial do PSTU com o PCdoB não deixou dúvidas, abandonando qualquer perspectiva de oposição. Com respaldo da diretoria do PCdoB, o PSTU/Conlutas adotou como eixo atacar a chapa do Movimento de Oposição, inclusive, em favor da chapa do racha do PCdoB/PT  (chapa 2) a quem chegaram a considerar apoio. A proximidade dos dirigentes do PSTU/Conlutas com o PCdoB, levou a que elementos dessa corrente se bandeassem diretamente para a chapa 1, da situação, sendo eleitos para a “nova” diretoria.

Rachando o próprio PSTU/Conlutas

Não foi apenas no Rio de Janeiro que esta política de proximidade com os “governistas” do PCdoB provocou rachas e rupturas no PSTU/Conlutas. Estes se multiplicaram por todo o País. Na maioria dos casos, diretores e poucos ativistas de base influenciados pelo PSTU se afastaram de sua política divisionistas e de unidade com os sindicalistas patronais do PCdoB e PT, e se aproximaram (e até mesmo passaram a integrar) o Movimento de Oposição ao Peleguismo.

Em um dos últimos sindicatos da categoria dirigidos pelo PSTU/Conlutas, o do Vale do Paraíba (SP), a divisão levou à formação de duas chapas da Conlutas/PSTU, expressando a revolta da base da categoria com a política pelega da direção sindical amiga do PCdoB e a confusão de setores que em processo de ruptura com o PSTU e em disputa com a ala mais ligada à sua direção, não conseguem superar os aspectos centrais de sua política que serve de ponto de apoio para os inimigos dos trabalhadores na categoria.

Colapso do PSTU e o novo sindicalismo

Os defensores do “PSTU das origens” procuram apresentar a situação atual como um descaminho da política inicial do partido. Ocultam que a situação atual guarda uma linha de continuidade com a política geral dessa corrente que ganhou força na categoria em meio à crise mais aguda da burocracia do PT em um período de retrocesso da luta geral dos trabalhadores (quando as diversas alas da burocracia disputam entre si o controle dos aparatos sob uma pressão menor dos trabalhadores o que cria facilidades para o domínio das alas mais direitistas).

Deixa de lado que a participação do PSTU na direção das entidades dos trabalhadores dos Correios (e outras categorias, como se vê nas seguidas traições aos metalúrgicos de São José dos Campos) foi marcada por uma política de total cumplicidade e submissão com as outras alas da burocracia do Bando dos Quatro aliadas dos patrões e da direção da ECT, como se viu (dentre muitos outros casos) na assinatura pelo então principal dirigente do PSTU nos Correios (“Jacaré”) do famigerado PCCS da escravidão.

O PSTU ajudou a burocracia a se recompor sob o comando de sua ala mais direitista, o PCdoB, apoiando e participando (junto com a Força Sindical) da intervenção no Sintect–SP que organizou eleições fraudulentas e colocou na direção da entidade o Partido dos Capangas do Brasil.

Neste mesmo sindicato – o maior e mais importante do País – o principal dirigente do PSTU nos Correios, saudado em mais de uma oportunidade pelos pelegos do PCdoB como “amigo de fé, irmão, camarada”, “Geraldinho”, montou chapa com o principal dirigente do “governista” PT na categoria, “Talibã”, dividindo a oposição e, mais uma vez, auxiliando o PCdoB a fraudar o processo eleitoral.

A folha de serviços prestados pelo PSTU à ala mais podre e reacionária do sindicalismo ecetista e, portanto, aos patrões, é extensa.

Sua falência, como parte da crise geral da burocracia e da evolução política dos trabalhadores no sentido da luta cada vez mais acirrada contra a burocracia, os patrões e seu governo, é um sinal claro dos novos tempos em direção à construção de um novo sindicalismo, classista e combativo na categoria dos Correios e em todo o movimento operário brasileiro.

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