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sexta-feira, 9 de março de 2012

A política do PT para demitir os trabalhadores dos Correios

Além de aumentar a exploração e o assédio moral, o SAP é um instrumento pra trocar a mão de obra concursada pela terceirizada

O mais novo programa que a direção dos Correios está implantando, o SAP (Sistema de Avaliação de Produtividade), é um feroz ataque com o objetivo de preparar a demissão de trabalhadores. Já faz tempo que os trabalhadores dos Correios vêm percebendo que o número de funcionários é cada vez menor nos setores. Ao mesmo tempo, o serviço não para de aumentar, o que faz com que cada funcionário tenha que fazer o trabalho de dois ou mais companheiros.
Nos últimos anos, essa política de escassez de funcionários ficou muito clara, coincidindo com um ataque mais feroz da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) para privatizar a empresa, conforme é possível notar com o aumento incontrolável da terceirização. Faz parte desse mesmo período dois PDVs (Plano de Demissões Voluntárias) que resultaram na demissão de alguns milhares de trabalhadores e a paralisação dos concursos. Foram mais de três anos sem contratação de novos funcionários.
Não resta dúvida que o plano do governo e da direção dos Correios é atacar frontalmente a categoria, com a finalidade de cortar direitos e ganhos salariais, de acordo com a cartilha exigida pelos capitalistas para a privatização.

SAP: as demissões em massa

O SAP é um instrumento da empresa que visa a avaliar os trabalhadores com a finalidade de aumentar o controle sobre a produção e dessa maneira aumentar a produtividade. Isso tudo, é claro, à custa do sacrifício ainda maior dos trabalhadores, que serão submetidos a uma pressão muito grande por parte das chefias. Aumentar a exploração dos trabalhadores, através da vigilância, do assédio moral e da perseguição, é o primeiro passo do SAP.
A segunda etapa é a consequência da primeira: demitir. Em um documento dirigido às gerências sobre as normas de funcionamento do SAP está bem explícito o objetivo de demitir os trabalhadores. No ponto cinco, com o título “Baixo desempenho”, está dito:
“b) Após 3 (três) avaliações e o empregado não apresentar melhoras no desempenho, informar, por escrito, ao mesmo, colhendo o seu ciente na oportunidade;
c) Na 4a avalição e o empregado ainda continuar a apresentar algum resultado ANA (Assiduidade não Alinhada) ou DNA (Desempenho não Alinhado), colher suas justificativas por escrito e adotar as providências gerenciais cabíveis previstas no MANPES (Gradativamente – Advertência verbal, Advertência por escrito, Suspensão Disciplinar, Demissão sem Justa Causa por Baixo Desempenho e Dispensa por Justa Causa [grifo nosso])”.
Como está claro, a direção da ECT prepara uma armadilha para os trabalhadores, que estão completamente vulneráveis à “avaliação” das chefias.

Se ficar, o bicho come

Mas não é apenas por meio da demissão que a empresa planeja se livrar dos trabalhadores. O sistema de assédio moral e superexploração preparado pelo SAP vai resultar inclusive na desistência de muitos trabalhadores.
Não é muito difícil prever que muitos companheiros não vão suportar o nível de assédio e exploração, aliados às péssimas condições de trabalho, resultando na saída de muitos trabalhadores. Muitos dos novos funcionários contratados no último concurso, simplesmente desistiram da vaga, surpresos com nível de ataque aos trabalhadores.
Essa política já está sendo colocada em prática nos setores. A pressão por parte das chefias nunca foi tão grande. Também é possível perceber que a direção da empresa está promovendo uma campanha procurando desanimar os trabalhadores, principalmente os mais jovens, com a propaganda de que deveriam procurar outro emprego, prestar outros concursos, desqualificando o serviço dos Correios.

Acabar com a categoria para privatizar

Toda essa política de eliminação dos funcionários faz parte da ofensiva da direção da empresa para privatizar os Correios. Para entregar uma das maiores empresas estatais brasileiras nas mãos dos capitalistas, é necessário acabar com os direitos conquistados pela categoria em anos de lutas, como o convênio médico, vale alimentação e todos os benefícios possíveis, além é claro do rebaixamento salarial.
Uma das principais maneiras que os capitalistas encontram para colocar essa política em prática é trocando a mão de obra concursada pela terceirizada. Na Petrobras, empresa privatizada durante o governo FHC, apenas cerca de um quarto dos trabalhadores são concursados. É necessário uma campanha nacional contra o SAP e contra a privatização dos Correios.

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