A direção dos Correios aproveitou a abertura de um novo turno no CTE Saúde para terceirizar
Há mais de um ano foi criado o turno 1 no CTE Saúde (Centro de Tratamento de Encomendas), que corresponde ao trabalho na parte da manhã. O novo turno, foi o pretexto para a direção dos Correios abrir a porta para a terceirização.
O turno possui cerca de 35 trabalhadores, sendo que 30 são os chamados MOTs (Mão de Obra temporária). É um brutal ataque à categoria. A empresa abriu os trabalhos do novo turno sem nenhuma contratação de trabalhadores concursados. Os únicos OTTs (Operadores de Triagem e Transbordo) que trabalham no turno 1 foram transferidos dos outros turnos – em alguns casos sem o consentimento dos trabalhadores.
Terceirização a rodo
A situação no CTE Saúde marca bem qual é a política da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). A lei é aumentar a exploração, através da terceirização e da extinção gradual dos concursados. Não existe fórmula mais tradicional para quem quer privatizar uma empresa pública. Somente como exemplo, na Petrobras – empresa que foi privatizada através da abertura do capital para os especuladores estrangeiros – apenas um em cada quatro trabalhadores são concursados.
O fato de que em alguns setores dos Correios, como o turno 1 do CTE Saúde, já ocorra proporções bem semelhantes às da Petrobras, revela claramente a política privatizadora do governo do PT e da direção da empresa. Em outros setores também já foram denunciados a enorme quantidade de terceirizados e, em geral, não existe hoje nos Correios um setor que não conte com nenhum terceirizado, inclusive fazendo o serviço de distribuição e triagem.
Superexploração da categoria
Os capitalistas querem a terceirização para lucrar o máximo possível à custa do trabalhador que não tem os mesmos direitos e os mesmos salários de um concursado. Além disso, todo trabalhador do correio percebe que os MOTs são tratados como objetos descartáveis, tanto pela ECT como pela empresa terceirizada. O número de casos de salários e benefícios atrasados são frequentes e os trabalhadores são trocados a cada três ou seis meses sem nenhum direito.
Além de servir para explorar diretamente os trabalhadores, a política de terceirização que está sendo levada pela direção da ECT é um mecanismo para pressionar os próprios trabalhadores concursados. Pressionando os salários e os benefícios para serem nivelados por baixo.
A direção da ECT já declarou guerra aos trabalhadores dos Correios. Todo o esforço é para aumentar a escravidão dentro dos setores, prova disso é o estabelecimento do SAP (Sistema de Avaliação de Produtividade), para perseguir, vigiar, escravizar e demitir os trabalhadores.
A luta dos trabalhadores dos Correios contra a escravidão que a direção da ECT quer impor passa pela luta contra a terceirização e a luta contra a privatização da empresa.
Por isso, é necessário fortalecimento de uma organização de base da categoria, que unifique os trabalhadores concursados e terceirizados para a luta contra os ataques da empresa. Cada ataque a um terceirizado é um ataque a toda a categoria, é necessário defender a incorporação imediata dos terceirizados aos quadros da empresa para derrotar superexploração gerada pela terceirização.
- Não à terceirização;
- Incorporação imediata de todos os terceirizados aos quadros da ECT;
- Que os terceirizados ganham os mesmos salários e benefícios para as mesmas funções e cargos exercidas por um concursado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário