A empresa apresentou um projeto que prevê um convênio com órgãos de repressão do Estado
No dia 16 de fevereiro a direção da ECT se reuniu com a diretoria colegiada da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) para apresentar o SAP (Sistema de Acompanhamento de Produtividade).
Como ficou claro, o SAP é um verdadeiro instrumento para perseguir, vigiar, punir e demitir os trabalhadores.
A direção dos Correios, no entanto, na sede de esfolar cada vez mais os funcionários, apresentou na mesma reunião um projeto para aumentar a opressão ao trabalhador. Com a velha desculpa da “segurança”, os diretores da ECT apresentaram um projeto que prevê um convênio com a polícia. Um dos objetivos declarados é “colaborar” com os órgãos de segurança pública de investigação e repressão (quer dizer polícia militar, civil e federal) dentro da empresa.
O estabelecimento do autoritarismo
A direção dos Correios está em uma investida para reprimir os trabalhadores. Nos últimos meses, centenas de fatos ligaram a ECT à polícia, mostrando que a aliança com os militares é uma política da diretoria da empresa.
Os Correios eram dirigidos diretamente pelos militares, até o final dos anos 80, os quais impunham um regime extremamente duro e autoritário dentro da empresa. Somente com as grandes greves – que eram proibidas -, a mobilização dos trabalhadores conseguiu tirar os militares, pelos menos oficialmente, do controle da empresa. No governo do PT esta situação vem mudando, inclusive com a indicação expressa de militares para a diretoria de operações.
Entretanto, continua existindo na ECT a influência dos órgãos de repressão, que atuam sistematicamente contra os trabalhadores. Não é à toa que a direção petista da ECT nomeou o Brigadeiro Reformado José Eduardo Xavier justamente para o cargo de vice-presidência de Operações.
A intenção é tratar os trabalhadores da área operacional com mão de ferro, aumentando a exploração da categoria. Nesse sentido, o SAP é uma medida que quer colocar os trabalhadores dos Correios de volta aos tenebrosos tempos do regime militar.
A polícia é inimiga dos trabalhadores
Todo trabalhador dos Correios sabe qual é o verdadeiro comportamento do dos chefes quando sofre um assalto. A última preocupação é com a saúde do trabalhador. Ao contrário do que tenta provar a direção da empresa, as chefias não estão nem aí para o trabalhador. Abusos são a regra. Se um trabalhador sofre algum assalto, por exemplo, a chefia obriga o carteiro a continuar fazendo o mesmo distrito, fazendo o funcionário trabalhar sob uma intensa pressão psicológica. O trabalhador mentalmente abalado por conta de assaltos tem enorme dificuldade de conseguir uma CAT com doença de trabalho. Ou seja, o trabalhador em último lugar.
O verdadeiro objetivo da empresa ao fazer o convênio com a polícia é aumentar a repressão e a perseguição aos trabalhadores, como tem ficado claro com os últimos acontecimentos.
A colaboração dos Correios com os órgãos de segurança nada mais é do que um aprimoramento da vigilância e da perseguição aos funcionários. Não é segredo para ninguém que a polícia é chamada pelos patrões sempre que necessita conter qualquer forma de manifestação dos trabalhadores como a greve.
Todo mundo sabe que a polícia é oficialmente a assassina dos trabalhadores e do povo pobre. Não precisa ir muito longe, basta notar que quanto menor o cargo na ECT mais vulnerável à punição, enquanto que a alta cúpula da empresa passa impune aos inúmeros escândalos de corrupção envolvendo milhões do dinheiro público.
Não é difícil notar que o convênio da ECT com a polícia só pode significar mais um ataque aos trabalhadores. A empresa quer apertar o cerco aos trabalhadores, para aumentar o assédio moral, aumentar a exploração e demitir trabalhadores.
- Não ao SAP e à polícia interna do Correio;
- Não ao Banco Postal, atendente comercial não é bancário e agência dos Correios não é banco;
- Fora polícia, inimiga dos trabalhadores.
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