Contra a direita: Milhares saem às ruas e pedem `fora Feliciano`

Neste sábado dia 9 de março foi realizado um ato no centro de São Paulo e em mais nove capitais contra a indicação do pastor Marco Feliciano para presidente da Comissão de Direitos Humanos

 

Cinco dias depois da indicação do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados foram organizadas manifestações pela sua saída. Entre as cidades onde houve atos estão São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Maceió, Curitiba, Vitória, Fortaleza e Salvador.

Em São Paulo a concentração se iniciou por volta de 14h na Avenida Paulista, perto da Consolação e seguiu até a Praça Roosevelt. Nesse local foram feitas várias intervenções contra a indicação do pastor para presidir a comissão e da necessidade de um estado laico.

Após protesto dos presentes que diziam “temos que ir às ruas”, a manifestação seguiu pela Augusta de volta para a Av. Paulista seguindo até o MASP.

Um ponto chave do problema da indicação de Feliciano para presidir essa comissão é que ela é a comissão que cuida das questões que a direita favorável a ditadura militar não quer aprovar. Questões elementares como direitos democráticos, reparação e denúncia de perseguição política como no caso da própria anistia aos torturados e perseguidos pela ditadura militar, dos direitos civis dos homossexuais etc. Todos os projetos relacionados a estes temas vão estar nas mãos dessa direita mais retrógrada e obscurantista.

A imprensa burguesa procurou minimizar a rejeição da indicação. Em São Paulo a manifestação contou com cerca de dois mil manifestantes e a Folha de S. Paulo divulgou o ato com 600 pessoas.

Tentaram também desviar o foco da manifestação para a reivindicação de “fora Renan”, uma farsa completa.

A reivindicação colocada por um pequeno grupo do Psol no ato além de não ser o eixo da manifestação é uma bandeira da direita. A corrupção é inerente ao próprio sistema. É possível dizer que o crime de Calheiros consiste em que ele foi denunciado e a inocência dos outros consiste em que não foram denunciados. Essa denúncia serve apenas para aqueles que a direita quer derrubar. Não teria outro senador honesto para colocar no lugar e Calheiros seria substituído por alguém igual ou pior que ele. O Senado tem como objetivo principal estabelecer uma espécie de vigilância e controle sobre a Câmara e demais instituições, barrando qualquer medida progressista que esse eventualmente venha a tomar e dando muitas vezes o pontapé inicial em campanhas e projetos completamente antipopulares. Nesse sentido, a reivindicação correta é a extinção do senado e não a saída de um corrupto.

A reivindicação da manifestação era pela saída do presidente de uma comissão que pode levar adiante a luta contra os crimes da ditadura, o que a direita quer impedir.

Os manifestantes gritavam o tempo todo “Fora Feliciano” e carregavam cartazes “Fora Feliciano Você não entende nada sobre direitos humanos.” “saia já ou não desistiremos”, “omissão dos direitos humanos”, “se você fosse um gato deixaria um cão cuidar de você?”. As palavras de ordem eram contra o racismo, pelo estado laico e pelos direitos dos homossexuais.