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quinta-feira, 14 de março de 2013

Jornalistas da Veja e de O Globo foram informantes do cônsul norte-americano durante as eleições presidenciais

Wikileaks revela: Diogo Mainairdi e Merval Pereira se encontraram com o cônsul norte-americano no Rio de Janeiro para formular uma estratégia de intervenção nas eleições presidenciais de 2010 em favor de José Serra (PSDB)

Documentos da diplomacia norte-americana divulgados pelo portal Wikileaks recentemente revelaram a estreita ligação da imprensa capitalista brasileira com o imperialismo.

Os jornalistas Diogo Mainardi, da revista Veja, e Merval Pereira, do jornal O Globo, foram informantes do cônsul dos Estados Unidos durante as eleições de 2010. Ambos ajudaram o governo norte-americano a atuar no processo eleitoral brasileiro para eleger o candidato pró-imperialista José Serra (PSDB).

O telegrama “10RIODEJANEIRO32” relata que Merval Pereira reuniu-se com o cônsul no dia 21 de janeiro de 2010 para falar sobre a conversa que teve com Aécio Neves e buscar seu compromisso para a campanha de Serra.

Os documentos revelam ainda a relação desses jornalistas com o PSDB, o que era óbvio pela campanha que realizam contra o governo do PT pela direita.

Diogo Mainardi reuniu-se em almoço privado no dia 12 de janeiro de 2010 com o cônsul dos EUA no Rio de Janeiro para discutir a formação da chapa da direita nas eleições presidenciais durante a qual revelou sua vinculação ao PSDB.

O documento relava que a “recente coluna [de Mainard], na qual propõe o nome de Marina Silva como vice-presidente na chapa de Serra, foi baseada em conversa entre Serra e Mainardi, na qual Serra dissera que Marina Silva seria a ‘companheira de chapa de seus sonhos’ (...). Naquela conversa com Mainardi, Serra expôs as mesmas vantagens que, depois, Mainardi listou em sua coluna: a história de vida de Marina e as impecáveis credenciais de militante da esquerda, que contrabalançariam a atração pessoal que Lula exerce sobre os pobres no Brasil, e poriam Dilma Rousseff (PT) em desvantagem na esquerda, ao mesmo tempo em que ajudariam Serra a superar o peso da associação com o governo de Fernando Henrique Cardoso que Dilma espera usar como ponta de lança de ataque em sua campanha”.

Essa descrição da conversa, presente no documento, revela também a vinculação dos jornalistas da imprensa capitalista brasileira com a direita pró-imperialista. Em sua coluna, Mainaridi escreve o que o PSDB e o governo dos EUA querem que ele escreva.

É um jornalismo totalmente comprado, a serviço dos interesses dos capitalistas, da direita pró-imperialista e do imperialismo contra o povo brasileiro.

Documentos mais antigos divulgados pelo portal revelaram que o jornalista William Waak, apresentador do “Jornal da Globo”, também foi informante do governo norte-americano. Além do nome do jornalista são citados nos documentos o diretor de redação da revista Época, Helio Gurovitz, e os jornais Valor Econômico e O Globo, a respeito das reportagens sobre as eleições presidenciais de 2010.

O governo norte-americano tem uma série de “consultores” e “informantes” em todos os países do globo. No Brasil, seus representantes são, principalmente, o PSDB, a revista Veja, as organizações Globo, além dos recém-criados institutos Millenium, von Mises e outros que visam reorganizar a direita brasileira e são financiados pelo imperialismo.

Uma série de iniciativas da direita pró-imperialista mostram a tentativa desse setor de retomar o governo do estado, seja por meio das eleições, seja por métodos extraparlamentares.

A visita da blogueira Yoani Sanchéz, a pedido do PSDB, no Brasil foi uma dessas iniciativas para continuar a campanha permanente contra Cuba. A blogueira agora é uma das associadas do instituto Millenium, organização da direita que conta com dezenas de jornalistas dos principais órgãos de comunicação do País e de representantes da direita pró-imperialista.

Outra iniciativa dessa direita golpista foi a condenação de toda a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) sem provas e em um julgamento totalmente arbitrário, no ano passado.

Essas iniciativas vêm acompanhadas pela complacência da esmagadora maioria da esquerda brasileira. Com o destaque para o PSTU que se colocou em defesa da blogueira cubana, e por conseguinte dos interesses imperialistas. O mesmo fizeram em relação ao julgamento do “mensalão” apoiando as arbitrariedades da direita golpista.

Outro destaque de aliança da esquerda com a direita foi a participação da senadora do Psol, Heloísa Helena, na “Marcha pela vida” junto com representantes do integralismo brasileiro.

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