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sábado, 30 de março de 2013

Os golpes da direção da empresa na negociação da PLR

Para entender o que está acontecendo
O trabalhador dos Correios deve estar de olhos abertos para os golpes da empresa nas negociações da PLR


1) Negociação de 2012 junto com a de 2013

O que significa.

No início de 2012, a empresa e a Fentect, que ainda era dominada pelos traidores, não conseguiram terminar as negociações da PLR daquele ano. O objetivo da empresa não era diferente do que é hoje. A comissão da ECT queria usar a PLR para aumentar a escravidão nos setores usando os critérios, pagar no mínimo cinco vezes mais para os altos diretores distribuir uma merraca para a maioria dos trabalhadores. O problema é que a falta de acordo impediu burocraticamente a ECT de pagar a PLR como bem entendesse. Um dos pontos que ficou “empacado” foi justamente a reserva de 10% do valor para o chamado “setor estratégico” (que nada mais são que os altos diretores da empresa), como não houve acordo, o DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) do Ministério do Planejamento não está autorizando a reserva dos 10% para a PLR 2012.

A manobra da empresa consiste, então, em tentar forçar um acordo em relação à PLR 2013 para usá-lo para a liberação da PLR 2012 no DEST. Quer dizer, a empresa não se contenta em atacar a categoria uma vez, ela faz questão de repetir o ataque. Se depender da direção dos Correios, o trabalhador vai ter que engolir a seco a PLR 2012 e a de 2013, as duas com os critérios, pagas de maneira desigual etc.

2) A reserva de 10% para o “setor estratégico”

O que significa.

Tradicionalmente, ainda que o movimento sindical e os trabalhadores protestem, a ECT paga um valor muito maior de PLR para os altos diretores da empresa. Enquanto que os trabalhadores, que são esmagadora maioria da categoria, recebem um valor miserável, a meia-dúzia de diretores recebem quantias enormes. Alguns anos, essa diferença chegou a ser de 30 vezes. Nos últimos acordos, devido à crise, a empresa decidiu apresentar oficialmente uma diferença de cinco vezes. De qualquer maneira, essa diferença é escandalosa.

Os 10% para o setor estratégico significa que a empresa vai separar esse montante da PLR para pagar chefes e diretores. Uma afronta aos trabalhadores!

A ECT está tentando forçar a barra na PLR 2013 para aprovar esse golpe também na PLR 2012 (ver ponto anterior).

3)Aprovação dos critérios condicionantes

O que significa.

Escravização, essa é a melhor palavra para explicar os critérios. A empresa tenta apresentar esses condicionantes como sendo uma espécie de “busca por justiça”. Na realidade, esses critérios, qualquer tipo deles, não passam de uma chantagem da empresa contra os trabalhadores.

Vejamos como funciona na prática. Na mesa de negociação, fechada a quatro paredes, a empresa tenta pressionar os sindicalistas para aceitarem os critérios. Então, no acordo, as duas partes concordam que o trabalhador somente terá direito à PLR integral se cumprir todos os critérios, ou seja, se o trabalhador faltar, perde a PLR ou parte dela; se o trabalhador levar alguma advertência, a mesma coisa; se for suspenso, idem. Se o trabalhador estiver afastado por doença, vai receber apenas o que trabalhou, se não trabalhou nada, paciência; se o trabalhador não cumprir determinadas metas, também não recebe a PLR integral; e assim por diante.

Entre as quatro paredes é fácil assinar esse acordo que é um golpe contra a categoria, não importa como e qual o tamanho dos critérios. O problema é quando a coisa vai para o mundo real, dentro dos setores. Todo mundo sabe que na vida real não basta o trabalhador apresentar um atestado para garantir que não vai receber um falta injustificada. Não basta o funcionário ser um bom trabalhador para não receber nenhum tipo de punição e receber uma boa avaliação no GCR (Gestão de Competências e Resultados) etc etc etc. Na realidade, o trabalhador está nas mãos da chefia. Os critérios visam institucionalizar as relações de assédio moral dentro do setor.

A única possibilidade de acordo é a extinção absoluta dos critérios. Qualquer coisa diferente disso é um ataque à categoria.

4)O velho golpe da contraproposta
O que significa.

Na última campanha salarial os trabalhadores puderam entender bem esse problema. Em uma negociação normal a categoria faz a sua proposta e o patrão decide se aceita ou se fará uma oferta diferente. Como os trabalhadores querem ganhar o máximo possível, eles devem pedir tudo o que querem e precisam, como forma de pressionar a o patrão a pagar o máximo. O patrão, por sua vez, vai tentar pagar o mínimo, esses são os papeis de cada uma das partes. Em última instância, a contradição será decidida numa medida de força. A força da categoria não é nada mais do que a sua força de trabalho, da qual o patrão depende.

Para os Correios não é assim que funciona. Os trabalhadores apresentam sua proposta, mas a empresa se nega a negociar. O que eles fazem é tentar impor os critérios e dizer que não dá para discutir a proposta dos trabalhadores.

Aí, numa demonstração de cinismo, começam a divulgar a calúnia de que a Fentect não negocia e que esta deveria fazer uma contraproposta. Não precisa ser muito esperto para saber que a tal “contraproposta” é um rebaixamento de pauta até que a reivindicação dos trabalhadores se transforme na própria proposta da empresa.

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