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sábado, 9 de março de 2013

Sombras do passado ou ameaça presente?

Nessa quinta-feira, 7 de março, uma bomba explodiu na sede da OAB do Rio de Janeiro, nas escadas entre o oitavo e o nono andar do prédio.

Segundo o serviço de denúncia, o artefato era feito de festim e não feriu ninguém. Mesmo assim o prédio foi evacuado. Uma hora antes, o serviço havia recebido uma ligação de uma pessoa que alegava ser um ex-militar e que alertou sobre a existência de mais dois explosivos C4, com alto poder destrutivo. O objetivo seria matar o ex-presidente da OAB, Wadih Domus.

Domus é atualmente presidente da Comissão da Verdade do estado, que seria instalada na sexta-feira. Para ele, o atentado é “uma provocação”, uma vez que o primeiro caso a ser investigado pela Comissão será justamente a morte da secretária Lyda Monteiro, em 1980, na mesma sede da OAB, por uma carta-bomba.

Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, em entrevista sobre o caso declarou” OAB lamenta profundamente que sombras do passado contra a qual a Ordem sempre lutou, reapareçam em tempos de democracia".

Os militares brasileiros, que chamavam os estudantes e todos que lutavam contra a ditadura de “terroristas”, eram eles mesmos os grandes terroristas. Além das torturas e assassinatos, eram comuns os atentados a bombas, tanto a bancas de jornal, na época da “abertura”, quanto instituições da própria burguesia que começaram a se posicionar mais claramente contra a ditadura. O caso lembra de imediato, no entanto, o caso do Riocentro, quando uma bomba que os militares planejavam explodir num show de Primeiro de Maio e que levaria à morte de milhares de pessoas acabou explodindo dentro do carro e matando os autores do atentado.

Esse modo de agir é típico dos militares da ditadura, o que não faz estranhar a hipótese e o motivo apresentados. Na Argentina, onde houve um processo de investigação, julgamento e punição muito mais sério do que no Brasil, até recentemente testemunhas de casos importantes envolvendo militares desapareceram, da mesma maneira que desapareram mais de trinta mil pessoas durante a ditadura naquele país.

É preciso se manifestar de maneira firme contra essa tentativa de intimidar a Comissão e que tem o objetivo de tentar impedir não só a punição, mas mesmo a investigação sobre os crimes da ditadura.

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