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sexta-feira, 13 de abril de 2012

O desmoronamento final da burocracia sindical nos Correios




O Sintect-RJ, dirigido pelo PCdoB/CTB, anunciou sua desfiliação da Fentect, em uma tentativa desesperada de recuperar a completa desmoralização depois da greve

Em seu portal na internet, o Sintect-RJ (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro) anunciou sua desfiliação da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect). Conforme diz a notícia, uma reunião de diretoria teria decidido por “ampla maioria” a desfiliação. Este sindicato, o segundo maior da categoria, é formado pelo PCdoB/CTB, assim como o Sintect-SP, que segundo informações seguras, porém ainda extra-oficiais, deve tomar a mesma decisão de se retirar da Fentect.
Essa política, levada a cabo pelo PCdoB/CTB nessas diretorias, é mais uma tentativa de golpe contra os trabalhadores, assim como muitos outros e tantas traições que esses sindicalistas vêm cometendo há anos. Por toda essa história, qualquer trabalhador minimamente informado sabe que o maior dos argumentos dados pela diretoria do Sintect-RJ não passa de manipulação e oportunismo do mais chulo. O que está por trás da decisão do PCdoB/CTB é uma crise terminal de toda a burocracia sindical, que se expressa com mais força nas diretorias desses dois sindicatos, que justamente por serem os maiores da categoria, foram os primeiros a serem completamente atropelados pela mobilização dos trabalhadores dos Correios e perderam completamente a pouca base que ainda mantinham – não podemos esquecer que em São Paulo, depois da traição na greve, membros da diretoria foram expulsos e agredidos por trabalhadores nos setores e no Rio a situação é muito parecida.
A desfiliação é uma tentativa desesperada das diretorias pelegas desses sindicatos de tentar ganhar certo fôlego, melhor dizendo, uma sobrevida, não se sabe bem direito de onde, já que sequer uma nova federação existe para que pudessem se apoiar.
O tal “fôlego” do PCdoB/CTB nos Correios poderia ainda vir de uma possível confusão que fosse gerada entre os trabalhadores, tentando jogar no colo da Articulação do PT todo o ônus das traições à categoria. Essa tarefa, no entanto, é quase impossível de ser realizada, já que todo mundo sabe que o PCdoB e o PT sempre estiveram de mãos dadas nas principais traições que aconteceram no movimento sindical da categoria. Mas vejamos os argumentos apresentados na matéria do Sintect-RJ.

Sindicalistas patronais

Segundo o PCdoB/CTB um dos motivos para sair da Fentect seria que a federação estabelece como sua “relação preferencial” a direção da empresa. Ora, nada mais verdadeiro e mais correto. A pergunta que deve ser feita logo depois desse argumento, no entanto, é convenientemente escondida: quem é a Fentect senão sua direção majoritária composta pelo PT e o PCdoB?
As “relações preferenciais” com a empresa sempre teve como principal timoneiro o próprio PCdoB. Em primeiro lugar e mais importante, o PCdoB é parte do governo federal, ou seja, o patrão direto do trabalhador dos Correios, empresa estatal.
Mas lembremos apenas um fato recente: a PLR, que também é usada como justificativa pela matéria do Sintect-RJ para provar a “falta de firmeza” da Fentect.
Na comissão da ECT, ou seja, na comissão patronal que negocia a PLR com os trabalhadores está na liderança nada menos do que o senhor Luís Eduardo do Ceará. Esse elemento patronal pertence justamente ao PCdoB/CTB e é o mais árduo defensor da escravidão nos Correios. Foi ele quem defendeu o desconto dos dias de greve e que na PLR não quer nem discutir a reivindicação dos trabalhadores de PLR linear.
O que dizer ainda do Vale Drogaria, que segundo o Sintect-RJ teria sido mais um exemplo de adaptação da Fentect à direção da empresa? Bem, a resposta está no próprio site da Fentect onde aparecem José Rivaldo Talibã ao lado do presidente e do vice-presidente da empresa e, com os três a Ana Zélia, nacionalmente conhecida como Zélia Ginsp que é diretora do Sintect-RJ e membro do PCdoB/CTB. Zélia Ginsp também assinou o contrato do Vale Drogaria.
A diretora do Sintect-RJ está diretamente envolvida em mais um caso de acusação feita à Fentect. Se o sindicato fosse participar do próximo congresso da federação em Fortaleza, teria que gastar R$ 300 mil. Mas Zélia Ginsp, diretora do Sintect-RJ, foi a principal defensora dessa farra com o dinheiro do trabalhador.
E antes que nos esqueçamos, Zélia Ginsp é nada menos do que a secretária de finanças da Fentect.
A conclusão é simples: se a Fentect estabelece relações preferenciais com a ECT, então o PCdoB (leia-se as direções dos sindicatos do Rio e de São Paulo) é a terceira pessoa nessa relação.
Uma nova federação do PCdoB não será mais que uma federação ainda mais patronal que a atual, agora sob o controle da panelinha, sem participação dos trabalhadores.

A greve de 2011

Para terminar, a matéria do Sintect-RJ afirma que a “Gota d`água” teria sido a greve de 2011. Eles fazem a pergunta: por que os trabalhadores dos Correios tiveram que ter sete dias descontados e os bancários não tiveram nenhum? A resposta é simples e óbvia. O comando de negociação da Fentect, composto pelo Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) sendo dois elementos do PCdoB/CTB, um deles um diretor do próprio Sintect-RJ, Cláudio Roberto de Oliveira, aceitou, junto com Talibã (PT), todas as imposições da empresa e do TST, rebaixaram a pauta de reivindicações e cometeram todas as traições possíveis que culminaram no desconto dos dias, na compensação aos sábados, retaliações e na derrota da maior greve da categoria dos últimos anos.
Conforme está dito no site do Sintect-RJ, o secretário-geral da Fentect foi o “protagonista” da “sabotagem e traições” na greve. Está correto, mas esqueceram de dizer que ao seu lado estava o comando de negociação, com os dois elementos do PCdoB e do próprio sindicato do Rio de Janeiro.

Crise da burocracia, mobilização dos trabalhadores

O desespero do PCdoB revela a crise terminal de toda a burocracia sindical e coloca na ordem do dia a necessidade de organizar uma oposição nacional que substitua os velhos sindicalistas pelegos e traidores por trabalhadores de base. A categoria necessita romper e derrubar de vez toda a burocracia para poder enfrentar com todas as forças os ataques da direção da ECT e a privatização.
A divisão da burocracia, nesse momento, vai abrir a possibilidade de crescimento dessa oposição e posteriormente de uma enorme mobilização dos trabalhadores. Por isso, é necessário que os trabalhadores do rio de Janeiro organizem a oposição para a realização de assembleia para a eleição de delegados para o XI Contect (Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios), passando por cima da decisão da diretoria do sindicato. A mesma coisa deve ser feita em São Paulo, onde a diretoria do sindicato quer aprovar a desfiliação à Fentect em uma assembleia no dia 23 de abril; os trabalhadores devem ignorar a decisão do sindicato e organizar a eleição de delegados para o congresso.
É preciso constituir subsedes de um amplo movimento nacional de unidade no lugar desses sindicatos. O mesmo deve ser feito em qualquer outro sindicato que venha a seguir o mesmo caminho do PCdoB. É necessário chamar todos os trabalhadores a formar e organizar esse movimento nacional de unidade.

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