O
resultado das eleições em Campinas-SP e agora em Uberaba, onde a oposição
enfrentou e venceu os pelegos neutralizando a manobra destes com a empresa, tem
demonstrado a crise da burocracia e o caminho a ser seguido a nível nacional em
todos os sindicatos: é hora de derrubar a burocracia!
No dia 29 de março foi realizada na sede do Sintect-Ura (Sindicato dos
Trabalhadores dos Correios de Uberaba), interior de Minas Gerais, a assembleia
para eleição de delegados do XI Contect - Congresso da
Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios.
O plano da burocracia de eleger
todos os diretores sindicais e impedir a participação da oposição e dos
trabalhadores foi completamente arruinado. Dos cinco delegados eleitos, três
deles, incluindo uma trabalhadora, foram eleitos pela oposição Ecetistas em
Luta..
O procedimento e a forma da eleição
seguiu a tradicional “escolinha” golpista da burocracia sindical pelega. A
assembleia foi convocada quase às escondidas dentro de um escritório pela
diretoria do sindicato; o horário, as 18h, era para inviabilizar a participação
ampla dos trabalhadores; vários ecetistas foram barrados com a desculpa de já
ter ocorrido o pleito e a eleição acabou em menos de uma hora para evitar uma
derrota ainda maior da burocracia, ou seja, embora contando com o apoio da
empresa, usando de várias manobras e expedientes políticos, o resultado da
eleição foi extremamente desfavóravel à burocracia sindical (PT-MRL), abrindo
caminho para a oposição.
A derrota só não
foi ainda pior pois, os diretores do sindicato, Antônio Tiveron e Mendes,
depois de conspirarem com o advogado do sindicato, passando por cima do estatuto,
fizeram um acordo de
bastidores para eleger um observador que não estava na assembleia!
Manobra do PT com os
chefes é derrotada novamente
Assim como na eleição de
delegados em Campinas, interior de São Paulo, onde a burocracia também foi
derrotada, os sindicalistas vendidos do PT tentaram, sem sucesso, aplicar a
mesma manobra criminosa contra os ecetistas, articulando um grupo de chefes
para votar nos diretores do sindicato. Uma manobra que revela a total
decomposição política desse grupo, completamente esvaziado e odiado pela
categoria depois de tantas traições, sem qualquer apoio de base, são obrigados
a recorrer diretamente aos patrões e ao aparelho da empresa para tentar
conseguir vencer uma eleição.
Em Uberaba, o plano foi embasado diretamente
pelo velho pelego do MRL(PT), Mendes, que mantêm uma ditadura de decádas no sindicato
(garantida por aumento de mandatos inconcebíveis, transferência da sede do
sindicato para cidade onde uma minoria da categoria trabalha etc), apoiado pela
empresa e elogiado pelos patrões, . Nunca é demais lembrar que vários
membros do MRL, companheiros de Mendes, receberam cargos na empresa em troca da
traição à categoria e hoje são chefes, como é o caso de Nilson, expresidente do
Sintcom-PR e ex diretor da Fentect, Sandra, ex-diretora do Sindicato de Goiás,
uma das principais lideranças do MRL, há anos.
Na última greve, o peleguismo
patronal da diretoria do Sintect-URA chegou
ao extremo de ser o último sindicato a ingressar na mobilização, sabotando o
movimento e postergando ao máximo a deflagração da greve que só ocorreu depois
de muita pressão da base.
<i1>Querem que os chefes
controlem o sindicato
<t1>A manobra dos
sindicalistas de permitir que os patrões tomem de assalto os sindicatos é uma
das maiores agressões que a burguesia, o Estado capitalista e seus agentes
podem infligir à organização dos trabalhadores, pois implica diretamente na sua
própria liquidação, portanto, essa política é um ataque sem precedentes à
categoria dos Correios e deve ser energicamente combatida até as últimas consquências,
com todos os meios possíveis para defender a organização independente dos
trabalhadores.
Qual o caminho para
derrubar a burocracia?
As eleições em Campinas e
Uberaba onde a burocracia sindical foi derrotada pela oposição Ecetistas em Luta-PCO
e os setores combativos dos trabalhadores, devem servir como um exemplo a ser reproduzido
em todos os outros estados e sindicatos da federação.
A burocracia não tem apoio, está
isolada, extremamente debilitada, rachada, como se pode verificar na enorme
crise em torno da realização da congresso da Fentect, em que o PCdoB não irá
participar, retirando os sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro.
É a crise terminal da burocracia dos
Correios como tal, ou seja, um aglomerado de grupos e burocratas sindicais que
se apoiam de um lado na direção da empresa, nos chefes, e de outro exploram a
ilusão de um setor dos trabalhadores.
A tarefefa agora é organizar
amplamente a oposição nacional, agrupar todos os setores combativos, derrotar o
divisionismo do PSTU/Conlutas e a federação de anã, e derrubar definitivamente o
que restou da burocracia sindical para levar a frente a luta contra os ataques
da empresa, do governo e contra a privatização.
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