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segunda-feira, 23 de abril de 2012

PSTU-Conlutas e federação anã defendem a política criminosa do PCdoB





À medida em que a crise dos pelegos do PT e do PCdoB avança, fica claro que o PSTU-Conlutas, que dirige a federação anã, atua como uma ala deste peleguismo com um discurso de esquerda que só serve para encobrir as traições do bloco pelego 

José Pedro Martins
A Conlutas, em meio à crise no interior do movimento sindical dos correios, com a ruptura dos sindicatos de S. Paulo e do Rio de Janeiro publicou uma declaração, assinada pela sua seção no Estado do Rio de Janeiro, definindo uma posição clara sobre a questão de apoio ao PCdoB.
Conforme dizem textualmente no seu manifesto, “plebiscito sobre a desfiliação da Fentect favorece a construção da FNTC”. Ora, se houvesse este plebiscito e saísse vitoriosa a proposta de desfiliação, está claro que o único vitorioso seria o próprio PCdoB, que teria um apoio pelo menos aparente para a sua política de direita. Fica claro por esta declaração que o PSTU-Conlutas faz propaganda de esquerda para defender a política de direita do PCdoB. 

“Saudamos todas as rupturas" 

Segundo a mesma declaração: “A oposição CSP-Conlutas dos correios do Rio de Janeiro saúda todas as iniciativas de ruptura com a falida Fentect”. Esta é uma declaração curiosa em vários sentidos.
Em primeiro lugar, por que a Conlutas saúda “todas” as iniciativas de ruptura, mas não rompe? Se a ruptura é tão importante assim, porque já não romperam e ficam dentro da Fentect “saudando” as iniciativas de ruptura de outros grupos, inclusive dos próprios pelegos? Fica claro que se trata de uma camuflagem. Não se trata da necessidade de uma ruptura política com o peleguismo, mas de conseguir uma outra coisa. O que é essa coisa? Um novo aparelho sindical, ou seja, não um movimento, não uma organização de luta da massa dos trabalhadores ou mesmo de ativistas, mas um aparelho, dinheiro, cargos, privilégios. É por esse motivo que saúdam “todas” as rupturas, mas não fazem a sua e não farão enquanto não conseguirem um acordo com o Estado capitalista para montar esta máquina de sustentar parasitas que é o aparelho sindical, coisa muito diferente de movimento sindical e de sindicato de luta.
Outra coisa é que saúdam “todas” as rupturas, independentemente da sua orientação política, do seu conteúdo social. Quem romper, mesmo que seja a extrema direita, porque é inimiga dos sindicatos operários, será saudado. Por qual motivo? Pelo mesmo motivo apontado acima. Não se trata de criar um movimento de luta pela  base, mas de criar as condições para que o PSTU tenha a sua sinecura[1] sindical. Todo mundo sabe que não é possível criar uma organização de luta com o PCdoB, apenas contra ele. 

Uma política para encobrir mais uma traição da CTB 

O documento afirma “reivindicar o acerto político que foi a criação da FNTC”. E qual seria este “importante acerto político”? A traição do PCdoB: “os (...) dirigentes da CTB (...) agora inseriram o debate sobre o rompimento com aquela federação e para tanto aprovaram nas direções dos sindicatos de RJ e SP a desfiliação da Fentect e anunciaram a criação de uma ‘federação classista’”.
Mais claro impossível: o acerto da criação da FNTC está em que, agora, a ala direita do peleguismo, responsável direta por todas as traições do último ano colocou em prática a política que a FNTC ou federação anã não teve nem coragem, nem condições políticas e jurídicas para fazer.
Fica absolutamente claro que o PSTU apoia a política desses pelegos. E por qual motivo? Deixaram de ser pelegos? Somente uma pessoa muito ingênua poderia pensar isso, uma vez que o PCdoB é um instrumento direto da política burguesa dentro dos sindicatos desde muito antes da criação da CUT e um inimigo feroz da independência política dos sindicatos e da luta sindical. No entanto, é isso o que a Conlutas-PSTU diz exatamente. O PSTU procura apresentar mais esta traição como uma política combativa, chegando ao extremo de assinalar que vão formar uma “federação classista”.
Esta política – que é típica da Conlutas-PSTU  e um enorme crime contra os trabalhadores – significa simplesmente cobrir com um manto de esquerda mais uma traição do PCdoB como o PSTU-Conlutas já fez inúmeras vezes no passado.
O fato de que a ala mais direitista do bloco pelego PT-PCdoB tenha rompido com a federação não significa que o PCdoB tenha dado uma guinada para a esquerda. O nível de corrupção existente neste bloco descarta para qualquer pessoa esta variante. Todos as pessoas minimamente informadas do correio sabem que a ruptura é exatamente o contrário, ou seja, uma guinada à direita. Não é por acaso que já se anuncia a adesão do Sintect de Bauru, historicamente ligado à administração da empresa, que fundou uma federação alternativa ajudado pela direção da ECT, à pretensa federação do PCdoB.
O PSTU criou a fábula de que o problema não são os burocratas sindicais, mas a Fentect enquanto sigla – uma verdadeira história para idiotas – e, agora, querem convencer os incautos de que qualquer um que rompa com a sigla seria um verdadeiro lutador classista, mesmo a quadrilha de bandidos do PCdoB! Acredite quem for suficientemente ingênuo!
A primeira atitude da nova pretensa federação do PCdoB será a de procurar negociar com a direção da ECT para se transformar em um capacho ainda maior que outra ala da burocracia, que ficou na Fentect de modo a garantir seus cargos, seus salários, sua corrupção e proteção contra os próprios trabalhadores dos correios. 

Papai Noel e o coelhinho da Pascoa existem: o PSTU acredita que o PCdoB vai romper com o governo! 

Dizem que gente grande não acredita em Papai Noel, no coelhinho da Páscoa ou na cegonha. Quando lemos o panfleto do PSTU-Conlutas ficamos em dúvida para saber se o que dizem é verdade ou se o PSTU-Conlutas não é uma organização de criancinhas ou outra coisa.
Segundo o panfleto da Conlutas: “para que sejam consequentes com o que anunciam, desafiamos que a CTB rompa também com o governo e a direção da ECT e venha construir de fato e pela base uma organização nacional de luta, combativa, democrática, autônoma e sem rabo preso com o governo e a empresa”. É difícil de acreditar, mas a transcrição é literal (ver o fac-símile do panfleto da Conlutas que acompanha esta matéria).
O PSTU-Conlutas chama os piores pelegos da categoria que neste exato momento estão levando adiante toda a política da ECT contra os trabalhadores em todos os lugares.... a romper com a direção da ECT! E propõem isso, quando nada, absolutamente nada na política do PCdoB permitiria sequer vislumbrar uma mudança. Se os trabalhadores dos correios conseguissem acreditar nisso (nesse caso acreditariam também na cegonha ou no Papai Noel) estariam perdidos.
Ocorre que o PSTU-Conlutas não é formado por crianças, mas por gente muito vivida e, portanto, somente podemos classificar esta declaração como uma das maiores demonstrações de cinismo que já vimos no movimento sindical. É óbvio que os dirigentes do PSTU consideram que os trabalhadores são verdadeiros idiotas, em particular os de S. Paulo e do Rio, e vão passar a acreditar que os principais traidores da categoria vão romper com o governo. Dizem isso depois da greve de 28 dias onde a categoria praticamente sitiou os pelegos nas assembleias de S. Paulo e Rio de Janeiro.
O PSTU sabe muito bem o nível de compromisso do PCdoB - partido que controla a CTB e ao qual pertence a maior parte dos que romperam - não apenas com o governo Lula, mas com a direita mais reacionária do País. Aldo Rebello, líder deste partido, é o homem contratado pelos latifundiários assassinos para aprovar o código florestal. Foi este partido o indicado para gerir o petróleo brasileiro no momento da sua maior entrega ao capital estrangeiro. Finalmente, é o PCdoB o partido que está administrando o ministério dos Esportes, maior centro de corrupção do governo do PT. Sabendo disso e de muitas mais coisas, fica claro que o PSTU-Conlutas está tratando a categoria dos correios como idiotas. 

Uma federação classista com quem aprovou o código florestal e traiu todas as campanhas salariais 

A farsa que é a política da Conlutas e da FNTC, federação anã, e do PSTU fica clara quando propõem uma “federação classista” com o PCdoB, este último rompendo (no conto de fadas do PSTU) com o governo, a direção da ECT e a burguesia!
Na realidade, mais que demonstrar que o PCdoB não é absolutamente capaz de criar nenhuma federação desta natureza, a proposta deixa claro que a própria Conlutas não quer criar nenhuma federação classista, mas simplesmente dividir a categoria dos correios em proveito próprio. Esta proposta do PCdoB virar classista sem qualquer base na realidade, mostra que a federação classista proposta pelo PSTU-Conlutas não passa de conversa para enganar os trabalhadores. É um rótulo que é usado para camuflar os verdadeiros interesses do PSTU, que nada têm de classistas.
Se a a proposta de formar uma federação classista fosse séria, não seria apresentada ao PCdoB, corrupto e direitista, traidor dos trabalhadores, mas ao PCO que é um partido de luta e dirige sindicatos de luta que não traíram a campanha salarial. No entanto, a própria FNTC foi formada através de uma manobra que excluiu o PCO do bloco dos 17 Sindicatos, liquidou aquele bloco com a ajuda de outros setores direitistas que se venderam para a empresa em troca de cargos. Mais ainda, enquanto o PSTU-Conlutas apresenta o PCdoB como partido altamente regenerável para a luta dos trabalhadores, o que é uma mentira grotesca, faz uma campanha sorrateira mas sistemática contra o PCO, Ecetsitas em Luta, o Sintect-MG para tentar desacreditá-los diante dos trabalhadores. Esse contraste deixa claro o método pelego e direitista do próprio PSTU-Conlutas cuja grande arte é fazer uma política de direita, mas dar a esta política de direita uma aparência de esquerda

A federação anã diante da hora da verdade 

A FNTC, criada pelo PSTU com uma parte do bloco dos 17 para isolar o PCO e formar uma federação dissidente, dividindo o movimento dos correios, foi sempre uma farsa política.
Em primeiro lugar, porque se manteve sempre na confusão e na ambiguidade sobre se seria ou não fundada a nova federação. Uma parte dos sindicatos que ingressaram na chamada FNTC simplesmente não concordavam, como não  concordam até agora, em romper com a Fentect. O PSTU deu garantias a estes sindicatos de que esta seria uma frente de luta e nada mais, o que é uma mentira, uma vez que o único propósito da “frente” é o de legalizar a federação anã.
Em segundo lugar, a FNTC é uma farsa porque a federação que seria criada por ela seria não seria uma federação, mas um toco de federação, cujos sindicatos não reuniriam nem mesmo 10% do total da categoria dos correios, uma coisa inútil e ridícula. Daí esta proposta merecer o nome de “federação anã” ou “federação sete anões”, como foi popularizada, embora fossem apenas seis sindicatos e a Conlutas fazendo o papel de Branca de Neve.
Em terceiro lugar, porque os motivos para os sindicatos se integrarem na federação anã nada têm a ver com a luta com a burocracia. Circulam rumores de que um dos sindicatos, o de São José do Rio Preto, que seria ligado ao diretor regional anterior de S. Paulo, estaria disposto a romper imediatamente com a Fentect para formar uma outra federação com o PCdoB, a federação “classista” dos traidores.
Em quarto lugar, porque, ao contrário do bloco dos 17, formado para tentar impedir a assinatura do acordo bi-anual, a federação anã não tem programa algum, não tem propósito e durante todo esse tempo tem apoiado sem qualquer disfarce a política do bloco pelego PCdoB-PT. O PSTU faz o que quer nesta pretensa frente, assim como faz na Conlutas e os seus associados não têm a menor voz ativa e são comprometidos na sua política. Na campanha salarial a combativa federação anã tentou dividir a greve para derrota-la mais cedo, boicotou todas as propostas feitas por Ecetistas em Luta de realização de um ato em Brasília para pressionar o governo, acompanhou o bloco pelego na sua capituladora negociação com a ECT que terminou no julgamento do TSE. Isso quando a propensão de parte dos sindicatos da federação anã era a de adotar a política combativa. Antes da campanha, o PSTU apoiou a proposta do PCdoB de eliminar do Conrep toda a delegação de Ecetistas em Luta, o que permitiu que a nossa corrente fosse excluída do comando de negociação para facilitar a traição do bloco PT-PCdoB. Em S. Paulo, em todos os momentos, a os integrantes da Conlutas-PSTU-federação anã apoiaram a diretoria pelega do PCdoB, sendo os únicos a falar nas assembleias ditatoriais dirigidas pelo sindicato, enquanto que a oposição Ecetistas em Luta não pôde fazer uso da palavra uma única vez. Quando PT e PCdoB começaram, inclusive por fora das assembleias, a chamar os trabalhadores a voltar ao trabalho, o PSTU-Conlutas os acompanhou.
A ruptura do PCdoB e a política do PSTU de apoiar claramente esta ruptura coloca para os integrantes da federação anã uma nova realidade. Não é possível esconder que o PSTU-Conlutas não queria e não quer constituir um movimento de oposição dentro do movimento dos correios, mas simplesmente criar um cabide de emprego para os seus sindicalistas.
Todo sindicalista sério sabe que a direção do sindicato não é o sindicato e que se queremos um sindicato de luta, é preciso lutar, em primeiro lugar por uma direção combativa e classista, não criar um sindicato de mentirinha.
Agora, está colocado novamente, apesar das traições do PST-Conlutas, a possibilidade de um bloco oposicionista com força suficiente para fazer frente aos pelegos, rachados e em crise. A questão é, como foi para Hamlet, “to be or not be”, ser ou não ser. Formar o bloco de oposição para fazer frente ao peleguismo ou ficar a reboque do PSTU-Conlutas e do PCdoB para dividir os trabalhadores e perpetuar tanto o peleguismo como as derrotas da categoria? 


[1] Sinecura, do latim sine cura (sem cuidado, sem preocupacão) é o nome que se dá ao emprego publico onde a pessoa ganha sem trabalhar. Quando inventaram esse nome, logicamente, não conheciam a burocracia sindical.

2 comentários:

  1. Se uma dada organização operária estiver tão comprometida com uma política reacionária a ponto de não mais ser possível distinguir a Diretoria e o Sindicato, penso que o próprio Trotsky defendeu a criação de uma nova organização. O pessoal da FNTC/CSP-Conlutas poderia confirmar essa tese?

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  2. PSTU OU PSTD PARTIDO SOCIALISTA DO TRABALHADORES DIVISIONISTA ESTE PESSOAL TEM SEDE DE PODER, COM ESSA POLITICA DE DIVIDIR A CATEGORIA E PENSAMENTO ATRASADO QUE JA ACONTECEU NO PASSADO COM A NOSSA CATEGORIA E SO EMPRESA LEVOU VANTAGEM, ESSA POLITICA FAZ A CATEGORIA PERDER A CRENÇA NAS INSTITUICÕES SINDICAIS NOS CORREIO E ENFRAQUECIMENTO DO MOVIMENTO E FORTALECE A POLITICA DA EMPRESA DE OPRIMIR E SUGAR A CATEGORIA. SINVALDO AP. SANTOS EX. DIRIGENTE E EX DELEGADO SINDICAL NOS CORREIOS DE SP

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