Um dos maiores golpes da
burguesia para aumentar a jornada de trabalho e reduzir os salários é chamadas
horas extras
Nos
Correios há um verdadeiro esquema de propaganda da empresa e dos chefes em
favor das horas extras. Nesse momento, essa campanha se intensificou para
estimular os trabalhadores de Minas Gerais para que trabalhem durante o final
de semana onde ocorrerá o congresso sindical da categoria para eleição de
delegados do Contect.
No
entanto, é necessário deixar claro que se trata de um golpe, em particular,
nesse momento intensificado pela realização do congresso do Sintect-MG, mas
também de modo geral por se tratar de um recurso para enganar o trabalhador
muito comum aos capitalistas que frequentemente convocam os empregados a
trabalhar duas, três horas além das oito horas diárias, vendendo a ilusão de se
tratar de um benefício concedido pelos patrões que aumentaria a renda do trabalhador.
O que é absolutamente falso.
Na
realidade se passa exatamente o contrário, o operário que perde o final de
semana ou fica mais algumas horas na fábrica para fazer hora extra, está sendo
ainda mais expropriado pelo capitalista, pois, quanto mais ele trabalha mais
produz, maior é o lucro da empresa e menor é a sua possibilidade de conseguir
aumentar o salário, única forma real de subir a renda, que nesse caso, acaba
sendo tragada pela alta inflacionária e outros mecanismos econômicos. O salario não é determinado pela quantidade
de trabalho realizada, mas pelo mercado. E sobre o mercado somente a atuação
coletiva dos trabalhadores pode influir, ou seja, a greve.
Diferente
do capitalista, o trabalhador recebe isoladamente uma pequena parte daquilo que
produziu, enquanto o patrão, se apropriando do conjunto da força de trabalho de
centenas ou milhares de trabalhadores recebe em troca um retorno muito maior
dessa produção coletiva, assim como o fato de um trabalhador, isto é, uma força
de trabalho produzir durante mais horas no dia não faz crescer o valor, pelo
contrário, deteriora.
Por
outro lado, as horas extras permitem também aos capitalistas manter um controle
ainda maior sob a mão de obra, facilitando a manipulação e exploração do
trabalho e do valor pago dos salários.
Em
resumo, as horas extras são uma forma camuflada de aumentar a jornada de
trabalho da classe operária enquanto se mantém o salário de fome, cada vez mais
consumido pelas flutuações econômicas do País.
A
experiência da classe operária brasileira e mundial já demonstrou que as
horas extras não aumentam os salários, e verdadeira forma de conquistar a
melhoria de vida dos trabalhadores e fazer o exatamente o oposto de trabalhar
no final de semana ou ficar até mais tarde na produção, é se mobilizar através
de luta, um exemplo são os trabalhadores metalúrgicos alemães que, desde 95
conquistaram a redução para 35 horas semanais, depois de realizaram uma ampla mobilização
garantindo a manutenção de mais de 60 mil postos de trabalho, diminuindo para 38
horas semanais e mantendo um dos maiores salários da indústria mundial.
Os trabalhadores dos Correios não devem cair
nesse golpe, devem seguir o mesmo exemplo de outras categorias que saíram
vitoriosas e se unificaram para reduzir a jornada de trabalho; o crescimento do
salário dos operários só poderá vir como produto da luta, retirando do enorme
lucro que os capitalistas e o governo acumulam para acrescer sob a renda dos
trabalhadores.
Esse
debate desse ser feito imediatamente na base da categoria, no congresso dos
trabalhadores de Minas Gerais, do Sintect-MG e se espalhar a nível nacional
para os outros estados.
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