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sábado, 21 de abril de 2012

Um congresso de luta para organizar os trabalhadores e derrotar os ataques da empresa, a burocracia sindical e em defesa do socialismo!


O XII Cortect-MG foi uma demonstração clara da disposição de luta dos trabalhadores dos Correios e de que está em marcha um novo movimento para derrubar a burocracia e retomar as organizações operárias para o controle dos trabalhadores 

Entre os dias 14, 15 e 16 de abril foi realizado no Sesc/Venda Nova, em Belo Horizonte-MG o XIII Congresso do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect-MG), principal núcleo da oposição sindical ao Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-PSOL), a corrente Ecetistas em Luta.
O congresso foi um passo decisivo para a formação de um verdadeiro eixo de agrupamento e organização de uma oposição nacional nos Correios, capaz de derrotar os ataques da empresa, a burocracia sindical e colocar os sindicatos novamente sob o controle dos trabalhadores. Nem mesmo o boicote organizado diretamente pela empresa, através do diretor regional, José Pedro de Amengol Filho, ex-sindicalista do Partido dos Trabalhadores (PT), indeferindo ilegalmente a liberação dos delegados sindicais para o congresso, passando por cima do acordo coletivo, da legislação trabalhista e da própria constituição que garante o direito de organização e a liberdade sindical contra a ingerência patronal, não foi suficiente para intimidar os trabalhadores que lotaram o congresso, ignorando as ameaças dos chefes e desmoralizando a manobra criminosa da direção da ECT e do PT. 
Muito diferente do esquema tradicional da burocracia que não agrupa nenhum setor de trabalhadores, apenas os oportunistas “flagelados” que ficam em volta do sindicato recebendo pequenos favores e à espera de um cargo na diretoria, o congresso organizado pelo Sintect-MG e Ecetistas em Luta contou com a ampla participação dos trabalhadores de base, com cerca de 200 delegados eleitos em várias unidades de trabalho na capital e interior, além de outros setores combativos que nesse momento fazem oposição a burocracia sindical, como a diretoria do Sintect-Cas.
Participaram também os companheiros de diversas oposições sindicais dos correios como S. Paulo, Uberlândia, Juiz de Fora, Ceará e outros, militantes do movimento estudantil, a Aliança da Juventude Revolucionária (juventude do PCO) e os companheiros da Liga Operária, colocando em pauta as reivindicações e o apoio desses setores ao movimento.

Um conjunto de teses para esclarecer e orientar a luta dos trabalhadores

O congresso debateu um conjunto de teses que servirá como base teórica e prática para a luta política dos trabalhadores.
O tema central girou em torno da crise da burocracia e luta contra a privatização.
Os delegados debateram exaustivamente sobre a política geral do governo de avançar com as privatizações (Correios, Aeroportos, previdência etc), que tem como único objetivo salvar os capitalistas em crise. As últimas medidas aplicadas nos Correios, por exemplo, a transformação da empresa em S.A, a implantação do SAP, os estímulo à demissão dos concursados, os ataques ao convenio médico, a terceirização etc fazem parte do roteiro tradicional executado no período que antecede as privatizações para torná-la mais lucrativa do ponto de vista capitalista.
A luta contra as horas extras, o banco de horas, o problema dos aposentados, a denúncia dos sindicalistas que assumiram cargos, a questão do sindicato único dos correios, uma vez que o patrão é um só, o governo etc. foram igualmente debatidos.
Por outro lado, o congresso se deu numa etapa fundamental da luta da categoria, expressa, nesse momento pela crise terminal do bloco dominante da burocracia sindical dos Correios, PT-PCdoB, rachada no meio após o anúncio do rompimento dos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro (dirigido pelo PCdoB) com a Fentect.
A discussão deixou claro que o racha é uma tentativa desesperada de sobrevivência do PCdoB, totalmente repudiado pelos trabalhadores diante da sequência infindável de traições, golpes e outros expedientes em favor dos patrões. Por outro lado, a crise marca o fim da aliança entre o principal bloco da burocracia que permitiu controlar através de todos os meios possíveis as mobilizações da categoria durante décadas.
Foi denunciada também a manobra divisionista para enfraquecer o movimento sindical e em favor dos patrões, defendida pelos grupos centristas e oportunistas com o PSTU/Conlutas de criar uma nova federação, assim como o PCdoB, porém com argumentos pseudo-esquerdistas, atuando como cúmplice da política criminosa de dividir a categoria e facilitar a privatização, colocando na ordem do dia, diante da crise e das manobras da burocracia o reagrupamento dos setores combativos, classistas que estão despertando para luta.
As teses e resoluções debatidas procuraram, portanto, atingir desde as questões mais imediatas da luta dos Correios como também problemas políticas gerais, como a defesa das liberdades democráticas diante dos ataques ao direito de greve, manifestação pública e liberdade de expressão; a defesa dos estudantes, sobretudo na USP contra a repressão, os processos criminais e administrativos e a privatização da universidade; o problema da terra e a aliança com os trabalhadores camponeses contra os latifundiários; a questão do negro e das mulheres etc. Assim como as questões políticas mais estratégicas para os trabalhadores, como a criação de um novo partido diante da falência do PT, um partido operário revolucionário e socialista, sem patrões e sem exploradores, efetivamente capaz de levar a luta dos trabalhadores pelo poder e pelo socialismo.
Nesse sentido, o congresso foi marcado por um profundo conteúdo político, classista e revolucionário; um verdadeiro eixo para reorganizar, sob novas bases, com um programa político definido, claro, não só o movimento de luta dos trabalhadores que está em marcha nos Correios como em todas as outras categorias operárias do País e do sindicalismo brasileiro. 

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