Carteiros do CDD São Miguel Paulista trabalham por quatro
Todo mundo sabe que a falta de funcionários é um problema grave e que afeta todos os setores dos Correios. No CDD São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, a situação passou dos limites.
As dobras são tão constantes no setor que já estão fazendo parte do trabalho de rotina. A dobra já é um abuso da empresa, quando algum trabalhador falta e não há funcionários para cobrir seu trabalho, os funcionários têm que fazer o serviço de duas pessoas. Mas no CDD São Miguel a coisa é pior. A falta de funcionários é tão grave que os trabalhadores fazem dobra substituindo os funcionários afastados por doença e até os que estão de férias.
O trabalhador não é obrigado a trabalhar dobrado, ou até mais, porque a empresa não contrata funcionários o suficiente. Desse jeito, a ECT vai querer acabar com as férias dos trabalhadores e a escravidão vai voltar definitivamente na empresa.
Essa situação gravíssima leva os trabalhadores a adoecerem, o que agrava ainda mais o quadro. Mais companheiros doentes, mais faltas, mais afastamentos e mais dobras.
CDD Capão Redondo: serviço sem fim
A situação do CDD Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo, não é diferente. Na maioria dos setores dos Correios o excesso de trabalho é cada vez mais insuportável.
Os funcionários estão adoecendo de tanto serviço. Enquanto a ECT se recusa a contratar novos funcionários os trabalhadores estão fazendo dobras para cobrir os companheiros que estão de férias.
O trabalho é tanto que há muito tempo a carga horária aumentou no setor. Muitos companheiros chegam às 8 horas da noite da rua. São 11 horas de serviço e mesmo assim, está difícil “limpar” todo o distrito.
Para piorar, os carteiros vivem com medo dos assaltos e os que sofrem algum tipo de violência aprendem bem rápido que a empresa não se importa com o trabalhador. Os chefes mandam o trabalhador para entregar no mesmo local onde foi assaltado.
E para piorar tudo tem o SAP.
O que está acontecendo no CDD Capão Redondo e no CDD São Miguel é o quadro geral dos setores dos Correios. Esse quadro é mais grave nos setores da periferia. A direção da ECT não se preocupa com os trabalhadores e não se preocupa com a população pobre que é quem mais depende dos serviços dos Correios.
Para derrotar a escravidão nos setores, vamos exigir, nessa campanha salarial:
- 43,7% de aumento
- 30 mil novas contratações
- Fim do SAP
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