Trabalhadores dos Correios de São Paulo enfrentam a desarticulação da campanha salarial promovida pela direção do Sintect-SP (PCdoB) e participam da segunda assembleia convocada pela Fentect.
Na quinta-feira, dia 16, por convocação da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), os trabalhadores dos Correios de São Paulo realizaram uma importante assembleia para discutir a campanha salarial.
Foi a segunda assembleia convocada pela Fentect para garantir a unidade da categoria nacionalmente, depois da tentativa de divisão da Federação Nacional promovido pelo PCdoB/CTB à frente dos sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru (SP) e Tocantins.
Diferentemente do que ocorreu na primeira assembleia, realizada no dia 25 de julho, quando capangas contratados pela direção do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) agrediram trabalhadores na Praça da Sé, a segunda assembleia convocada pela Fentect transcorreu pacificamente.
Participaram da assembleia trabalhadores de diversos setores da capital e da Grande São Paulo – incluídos os maiores setores dos Correios, como o Centro de Triagem Principal (CTP) Jaguaré, o Centro de Transporte Operacional Leopoldina, os Centros Tratamento de Cartas (CTCs) Mooca, Santo Amaro e Saúde e os Centros de Entrega de Encomendas (CEEs) Água Branca e Centro, além de carteiros de diversos CDDs (Centros de Distribuição Domiciliária) e atendentes comerciais de diversas agências.
Organizando a campanha salarial pela base
Na assembleia, os trabalhadores rejeitaram por unanimidade a proposta da direção da ECT de um índice ridículo de 3% de reajuste.
A companheira Anaí Caproni, da coordenação nacional da corrente Ecetistas em Luta (PCO) e diretora da Federação, leu e explicou uma ata de reunião entre os sindicalistas do PCdoB, dos sindicatos que romperam com a Fentect, e a direção da ECT ocorrida no dia 17 de julho. Na reunião, a empresa reafirmou que só a Fentect pode assinar o acordo coletivo de trabalho. A ata, assinada por todos os presidentes dos sindicatos divisionistas, incluindo o senhor Diviza, presidente do Sintect-SP, é a prova cabal de que estão agindo de má fé para enganar os trabalhadores dos Correios, já que afirmam que estão negociando com a empresa e são desmentidos pela própria bancada patronal na mesa de negociações.
PSTU: a última linha de defesa da máfia sindical
Na assembleia, um dos poucos militantes sindicais que restam no PSTU/Conlutas, Geraldo Rodrigues, o “Geraldinho”, pediu a palavra para defender a máfia sindical do PCdoB, afirmando que os trabalhadores deveriam participar da assembleia organizada pelo PCdoB/CTB, fazendo propaganda gratuita dos pelegos. “Geraldinho” chegou ao absurdo de afirma que a assembleia dos pelegos contou com a presença de mil trabalhadores, quando ficou muitos trabalhadores presentes à “assembleia” afirmaram que havia mais capangas que trabalhadores.
Vários ecetistas presentes à assembleia da Fentect contestaram a apologia. Ao contrario do que afirmou o sindicalista do PSTU, a assembleia do Sintect-SP/PCdoB contou com cerca de 170 pessoas, em sua maioria figurantes do PCdoB e capangas.
A assembleia da máfia sindical do PCdoB foi organizada às escondidas dos trabalhadores para legitimar a pressão da empresa para encerrar a campanha salarial o quanto antes e auxiliar o governo do PT a evitar a greve em setembro.
A direção do Sintect-SP é o principal defensor da divisão da categoria para favorecer a direção da ECT. Os pelegos estão tentando a todo custo impedir os trabalhadores de realizar sua campanha salarial para que continue a vigorar a decisão do TST. Por isso romperam com a Fentect, mesmo sabendo que perderiam o poder de negociação do acordo coletivo, agindo deliberadamente para prejudicar os trabalhadores.
A unidade com os trabalhadores para derrotar os ataques da ECT deve ser feita pela base
A tentativa de dividir a campanha salarial nos Correios, colocada em marcha pela burocracia sindical do PCdoB, trouxe à tona um problema fundamental para a organização da luta dos trabalhadores: a questão da unidade nacional da categoria ecetista.
A nova direção da Federação, encabeçada por um bloco de oposição das correntes sindicais (Ecetistas em Luta/PCO, MRL, Intersindical, Mute e sindicatos independentes) decidiu impulsionar a mobilização dos trabalhadores de São Paulo e do Rio de Janeiro de maneira independente, em defesa da unidade nacional da categoria na sua campanha salarial.
Ao contrário do que o PSTU defende, a unidade com a burocracia sindical, a corrente Ecetistas em Luta (PCO) defende a unidade dos trabalhadores, que está pautada na unificação pela base da categoria para sepultar o cadáver da burocracia sindical, deixando para trás os traidores que praticamente liquidaram a organização sindical dos trabalhadores.
É preciso unificar a categoria pela base: unir os próprios trabalhadores para que estes possam travar uma luta firme e decidida por seus interesses econômicos imediatos contra o regime de escravidão da ECT. Na sua luta, a categoria já decidiu colocar em primeiro plano a reivindicação de um reajuste salarial de 43,7%, o fim do SAP e da privatização dos Correios.
A vitória da categoria não depende dos mafiosos do PCdoB, mas da mobilização de todos os trabalhadores ecetistas que sabem que a união é a nossa maior arma na luta contra os patrões e seu governo.
Fentect impulsiona unidade pela base
Além de todos os esclarecimento do andamento da campanha salarial, os trabalhadores também puderam discutir livremente na assembleia, apresentando seu ponto de vista e denúncias. Ao contrário do que faz a máfia sindical em suas assembleias, a assembleia da Fentect teve o microfone aberto para que todos os trabalhadores pudessem se expressar.
A assembleia aprovou quase por unanimidade (com apenas uma abstenção) uma moção de repúdio ao ato fascista do PCdoB/CTB na primeira assembleia da Fentect, ocorrido no dia 25 de julho.
Também foi aprovado o repúdio ao coordenador da mesa de negociações da ECT, Luís Eduardo, do Ceará, membro do PCdoB, ex-sindicalista que se vendeu para a direção da empresa e é responsável por todas as mentiras contadas aos trabalhadores, com o objetivo de acabar com a campanha salarial.
Uma moção de repúdio também foi aprovada contra todos os sindicalistas que ganharam cargo na empresa, depois de trairem os trabalhadores.
A assembleia foi uma importante vitória da categoria. Os trabalhadores compareceram mesmo após a campanha do medo promovida pelo Sintect-SP, que procurou intimidar os trabalhadores com a agressão fascista à assembleia do dia 25, e puderam tirar suas dúvidas sobre o andamento da campanha salarial.
A partir da semana que vem, as negociações entre a Fentect e a ECT devem ser retomadas, já que unanimemente as assembleias dos sindicatos de todo o país rejeitaram o reajuste de 3% proposto pela empresa.
A próxima assembleia dos trabalhadores dos Correios de São Paulo ocorrerá no dia 30 de agosto, onde deve ser aprovado o indicativo de greve para o dia 11 de setembro, caso as negociações com a empresa não avancem.
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