Boletim Ecetistas em Luta de hoje
Direção da empresa quer jogar a decisão sobre os salários e
condições de trabalho da categoria na mão dos juízes do trabalho porque
sabem que o tribunal vai favorecer a empresa e o governo
Depois
de apresentar a sua “proposta” de miseráveis 3% de reajuste, a direção
da ECT cruzou os braços: não apresentou nenhuma resposta até agora
sobre as mais de 80 cláusulas da pauta de reivindicações apresentadas
pelos membros do Comando de Negociação da Fentect.A empresa alega que só vai discutir se continua a negociar ou não depois que a Federação, e os sindicatos em nível nacional, respondam se aceitam ou não os 3%. Um verdadeiro absurdo! Acham que os trabalhadores são idiotas a ponto de aceitar um reajuste que não reajusta nada, que está abaixo dos índices de inflação dos últimos 12 meses!
A empresa faz toda essa encenação para ocultar sua verdadeira posição: não querem negociar nada, nunca quiseram!
Chegaram ao cúmulo de afirmar na mesa de negociações em Brasília que queriam um “acordo fechado”, isto é, manter o acordo coletivo da categoria como está, apenas alterando o “reajuste” de 3%.
O que está por trás das manobras da ECT?
A direção da empresa não consegue esconder o seu objetivo ao enrolar as negociações e se negar a dar respostas a reivindicações como o fim do SAP, das horas extras, a contratação imediata de mais 30 mil trabalhadores... Querem empurrar a campanha salarial de maneira completamente arbitrária e ilegal para o Tribunal Superior do Trabalho (TST), para que os juízes escolhidos pelo governo decidam qual deve ser o reajuste.
Para fazer isso, a ECT precisaria ajuizar o dissídio no tribunal do trabalho. Mas, para que seja instaurado o dissídio é preciso que, antes, ambas as partes (trabalhadores e empresários) concordem sobre a inviabilidade de chegar a um acordo na mesa de negociações.
Uma verdadeira negociação implica em que a empresa ouça as reivindicações dos trabalhadores e dê uma resposta. Não é o que está acontecendo nos Correios nesse momento.
A direção da ECT tentou impor um calendário de negociações impossível de ser cumprido. Tendo terminado o prazo estipulado por ela para a negociação, a mesma apresentou uma proposta absurda de reajuste de 3% e da criação de “mesas temáticas” para debater as reivindicações da categoria que não seriam contempladas no acordo coletivo.
A empresa está tentando ajuizar o dissído coletivo unilateralmente porque quer evitar a greve da categoria. Sindicalistas e trabalhadores dos Correios de todo o país já se manifestaram favoravelmente ao calendário proposto pela nova direção da Fentect, que levaria a conclusão das negociações e à greve no mês de setembro.
Queremos o que é nosso! 43,7% de reajuste nessa campanha salarial, com objetivo de repor as perdas salariais dos últimos anos e promover um aumento real de salários.
A tentativa da empresa de ignorar as reivindicações dos trabalhadores não pode passar em branco. Precisamos dar uma resposta contundente à ECT, rejeitando os miseráveis 3% propostos por ela como reajuste e exigindo negociações sérias e com transparência.
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