Falta de funcionários, dobras, horas-extras e excesso de carga é o retrato dos setores dos Correios
A situação no Centro de Distribuição Domiciliária de Ferrazópolis, em
São Bernardo do Campo é extremamente precária. A falta de funcionários,
excesso de serviço, dobras, horas-extras são constantes nos setores dos
Correios em todo o País, mas no CDD Ferrazópolis as coisas chegaram ao
limite.
Os trabalhadores denunciam o regime de escravidão completo pelo qual
passa o setor. Tudo de ruim tem acontecido por lá. Em primeiro lugar, a
falta de funcionários é um problema gravíssimo. Se um carteiro fica
doente, simplesmente não existe quem cubra o distribuição. Desse jeito, a
carga se acumula até que o companheiro afastado retorne, mas aí é onde
mora o problema. A carga, que normalmente já é muito grande, se acumula e
se torna impossível “limpar” todo o distrito. Isso acarreta um esforço
muito maior do trabalhador, que logo vai ficar doente de novo e com mais
gravidade. Os chefes, claro, não querem nem saber e fazem cara feia e
pressão, insinuando que o trabalhador que faltou é vagabundo.
A defasagem de funcionários obriga os carteiros a fazerem dobras, ou
seja, entregar em dois ou mais distritos. Com isso, as horas-extras se
tornam quase parte da carga horária. A chefia do CDD está obrigando que o
trabalhador faça horas-extras, o que é um abuso. Alguns companheiros
chegam da rua às 9 horas da noite, o que resulta em 12 horas de
trabalho, o que é completamente ilegal.
É a volta da escravidão no CDD Ferrazópolis!
Mas não é só isso. O limite de 20 quilos na bolsa do carteiro já virou
lenda no setor. É difícil algum companheiro sair para a entrega com
menos de 30 quilos nos ombros e as doenças do trabalho se agravam ainda
mais. Com todo esse peso e essa carga interminável os carteiros têm
ainda que enfrentar as ladeiras comuns no distrito. A região de
Ferrazópolis é cheia de morros e vielas.
E onde está a diretoria do Sintect-SP (PCdoB/CTB)? Os trabalhadores não
veem a cara há muito tempo. A corrente Ecetistas em Luta vai denunciar
sempre que necessário e levará os problemas para que a nova diretoria da
Fentect procure resolver.
Esse é o retrato dos setores dos Correios em todo o País. Um ataque
contra os trabalhadores e contra toda a população que necessita do
serviço da ECT. Tudo isso faz parte dos planos colocados em prática pela
direção da empresa e o governo do PT para privatizar os Correios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário