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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A farsa do “aumento real” nessa Campanha Salarial

 
O 1,3% além da inflação oficial obtido pelos trabalhadores dos Correios já fica defasado no primeiro mês após a data-base, com um aumento dos alimentos de 3,63% de setembro para outubro
A diretoria do Sintect-RN (Sindicato dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte) do PCdoB/CTB publicou em portal na internet que os trabalhadores dos Correios conquistaram “ganho real de salários” nessa campanha salarial, dando a entender que a greve desse ano teria sido uma vitória da categoria.
É preciso esclarecer, em números, porque o 1,3% de um suposto aumento real não tem nada a ver com de fato um aumento real para os trabalhadores.

Sobre o problema político vamos apenas dizer que os 6,5% de reajuste só podem ser considerados bons em comparação com os 5,2%dos quais a ECT não arredou pé durante a campanha. Se um homem estiver no deserto, com muita sede e encontrar alguém que possa lhe dar água e essa pessoa diz que dará apenas um gole d`água. Se o sedendo conseguir meio copo isso parecerá bom, mas não quer dizer que saciará sua necessidade de água.

A mesma coisa aconteceu nessa campanha salarial. A impressão de que os 6,5% seriam bons é apenas e tão somente uma ilusão de óptica criada pela empresa, pelo TST e pelos sindicalistas patronais do PT-PCdoB, que inclusive montaram todo o circo para rebaixar a pauta de reivindicações e ajudar a criar esse ilusionismo.

Sobre o problema econômico, vejamos de o 1,3% de aumento real seria realmente um “aumento real”. A inflação acumulada desde agosto de 2011 até julho dessa ano, segundo o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 5,2%, esse é o índice oficialmente levado em consideração nas negociações dos acordos coletivos. No entanto, existem outros índices, alguns deles com resultado mais alto do que os 6,5%. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) aponta inflação de 5,36% e o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), por exemplo, aponta um aumento de 6,67%, segundo esse índice, o trabalhadores do Correio não só ficou sem aumento real como ficou no prejuízo.

Os diferentes índices existem pois levam em consideração setores diferentes da economia e dá pesos diferentes para cada setor (alimentação, moradia, saúde, transporte etc).

Seguindo o critério daquilo que mais pesa no bolso de um trabalhador do nível da categoria dos Correios, ou seja com um salario base de aproximadamente R$ 1.000, vejamos alguns números.

Em São Paulo, maior cidade do País, a Cesta Básica teve aumento 3,5% em setembro em relação a agosto. Nos últimos 12 meses, no País, a cesta básica teve um aumento de 12,94%, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Não precisaria dizer mais nada. Os 1,3% já foram completamente diluídos aí. Mas façamos uma análise mais detalhada dos alimentos, que é o que mais atinge os trabalhadores. A bata teve aumento de 25% no último mês e foi o produto que mais subiu. Isso sem contar o feijão e o tomate, que vêm sendo os campões de aumento nos últimos meses.

A alimentação aumentou 3,63%, os produtos de limpeza aumentaram 3,7% e os de higiene pessoal, 2,1%.

Qualquer trabalhador percebe no bolso que o aumento recebido nessa campanha salarial já está completamente defasado. O trabalhador já entra no primeiro mês após a data-base no prejuízo. Só quem não quer ver isso são os sindicalistas pelegos do PT-PCdoB que procuram iludir o trabalhador para proteger a empresa.

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