O 1,3% além da inflação oficial obtido pelos
trabalhadores dos Correios já fica defasado no primeiro mês após a data-base,
com um aumento dos alimentos de 3,63% de setembro para outubro
A diretoria do
Sintect-RN (Sindicato dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte) do PCdoB/CTB
publicou em portal na internet que os trabalhadores dos Correios conquistaram
“ganho real de salários” nessa campanha salarial, dando a entender que a greve
desse ano teria sido uma vitória da categoria.
É preciso
esclarecer, em números, porque o 1,3% de um suposto aumento real não tem nada a
ver com de fato um aumento real para os trabalhadores.
Sobre o problema
político vamos apenas dizer que os 6,5% de reajuste só podem ser considerados
bons em comparação com os 5,2%dos quais a ECT não arredou pé durante a campanha.
Se um homem estiver no deserto, com muita sede e encontrar alguém que possa lhe
dar água e essa pessoa diz que dará apenas um gole d`água. Se o sedendo
conseguir meio copo isso parecerá bom, mas não quer dizer que saciará sua
necessidade de água.
A mesma coisa
aconteceu nessa campanha salarial. A impressão de que os 6,5% seriam bons é
apenas e tão somente uma ilusão de óptica criada pela empresa, pelo TST e pelos
sindicalistas patronais do PT-PCdoB, que inclusive montaram todo o circo para
rebaixar a pauta de reivindicações e ajudar a criar esse ilusionismo.
Sobre o problema
econômico, vejamos de o 1,3% de aumento real seria realmente um “aumento real”.
A inflação acumulada desde agosto de 2011 até julho dessa ano, segundo o IPCA
(índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 5,2%, esse é o índice
oficialmente levado em consideração nas negociações dos acordos coletivos. No
entanto, existem outros índices, alguns deles com resultado mais alto do que os
6,5%. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) aponta inflação de 5,36%
e o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), por exemplo, aponta um aumento de
6,67%, segundo esse índice, o trabalhadores do Correio não só ficou sem aumento
real como ficou no prejuízo.
Os diferentes
índices existem pois levam em consideração setores diferentes da economia e dá
pesos diferentes para cada setor (alimentação, moradia, saúde, transporte
etc).
Seguindo o critério
daquilo que mais pesa no bolso de um trabalhador do nível da categoria dos
Correios, ou seja com um salario base de aproximadamente R$ 1.000, vejamos
alguns números.
Em São Paulo, maior
cidade do País, a Cesta Básica teve aumento 3,5% em setembro em relação a
agosto. Nos últimos 12 meses, no País, a cesta básica teve um aumento de 12,94%,
segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos). Não precisaria dizer mais nada. Os 1,3% já foram completamente
diluídos aí. Mas façamos uma análise mais detalhada dos alimentos, que é o que
mais atinge os trabalhadores. A bata teve aumento de 25% no último mês e foi o
produto que mais subiu. Isso sem contar o feijão e o tomate, que vêm sendo os
campões de aumento nos últimos meses.
A alimentação
aumentou 3,63%, os produtos de limpeza aumentaram 3,7% e os de higiene pessoal,
2,1%.
Qualquer
trabalhador percebe no bolso que o aumento recebido nessa campanha salarial já
está completamente defasado. O trabalhador já entra no primeiro mês após a
data-base no prejuízo. Só quem não quer ver isso são os sindicalistas pelegos do
PT-PCdoB que procuram iludir o trabalhador para proteger a empresa.
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