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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Primeiro balanço da Campanha Salarial nos Correios

Texto do Boletim Ecetistas em Luta 
Leia aqui um resumo do balanço publicado após o término da campanha salarial dos trabalhadores dos Correios na semana passada
Enfraquecido, mas não completamente derrotado, o bloco pelego fez de tudo para impedir o desenvolvimento da luta dos trabalhadores dos Correios e impor uma derrota à categoria, a qual somente não foi pior devido a que a oposição conseguiu realizar a greve e impediu a tentativa de entregar importantes conquistas dos trabalhadores


A campanha contra a pauta


Desde o primeiro momento, a direção da ECT começou uma campanha dizendo que a pauta era exagerada e fora da realidade. O que eles queriam dizer é que não estavam dispostos a dar nada aos trabalhadores. Os sindicalistas do PT, sob o comando da direção da ECT começaram uma campanha dizendo que a pauta era um exagero com o intuito de desmoralizar a campanha salarial e preparar o espírito dos trabalhadores para aceitar o que a direção da ECT tinha a oferecer, ou seja, nada.

A ideia de que os trabalhadores estão pedindo “demais” é uma típica ideia patronal. Para os patrões, os trabalhadores devem regular suas reivindicações pelas necessidades da empresa e não pelas suas próprias necessidades e a pauta deve ser elaborada de tal forma para que seja aceitável para os patrões.

Todo movimento sindical combativo e classista sabe que os interesses dos trabalhadores e dos patrões são opostos e impossíveis de conciliar e que somente por meio da luta os trabalhadores podem conseguir o que precisam. Os patrões não entendem outra linguagem a não ser a força.


As negociações


No dia 26 foram iniciadas as negociações. Durante todo o tempo, a empresa mostrou que não estava disposta a negociar seriamente. No início, o Comando de Negociação dos trabalhadores teve que exigir que a empresa discutisse ponto por ponto as cláusulas da Pauta.

No dia 2 de agosto, ignorando as reivindicações da categoria, a empresa apresentou um reajuste que foi considerado uma provocação: 3%.

Diante da indignação do trabalhador, no dia 5 de setembro a empresa apresentou mais um proposta que foi igualmente considerada como uma provocação: 5,2% de reajuste e mais nada.


PCdoB fica fora das negociações


Conforme foram se desenvolvendo os acontecimentos, ficou claro que a saída do PCdoB da Fentect foi uma política incentivada diretamente pela direção da ECT, mais especificamente pelo líder da Comissão de Negociação da empresa, o ex-sindicalista que virou chefe, Luiz Eduardo do Ceará.

O objetivo da empresa e da burocracia era retirar da campanha salarial os dois maiores sindicatos da categoria, o Sintect-SP e o Sintect-RJ. Em parte, essa manobra patronal foi bem sucedida na medida em que gerou uma enorme confusão na categoria.

A empresa utilizou os quatro sindicatos divisionistas (São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru e Tocantins) para tentar chantagear a Fentect nas negociações. Enquanto a federação era caluniada, os divisionistas eram elogiados. A empresa convidava os quatro sindicatos para reuniões com o único objetivo de confundir o trabalhador, ao mesmo tempo em que reconhecia em diversos documentos oficiais que a única que seria capaz de negociar e assinar o acordo coletivo era a Fentect.


O comando de mobilização


O comando foi transformado em um Comando amplo de mobilização e negociação com seis membros da diretoria da Fentect mais um representante de cada sindicato, ou seja, 41 membros.

Esse novo comando garantiu o maior controle dos trabalhadores nas decisões da campanha salarial.

O mais importante de tudo: foi o fim do balcão de negócios na campanha salarial, em que a empresa comprava sindicalistas para aprovar acordos prejudiciais aos trabalhadores.

O Comando, como era de se esperar, atuou de maneira contraditória, refletindo a pressão da ala revolucionária da categoria e da ala oportunista, mas mostrou que é o melhor caminho para a evolução da categoria apesar dos dois grandes erros cometidos, sob influência do peleguismo, que foram o de não cumprir o calendário de mobilização, decisão tomada pelos sindicatos sem discussão no comando e o rebaixamento da pauta.


O PCdoB adia a data da greve


Depois da fracassada tentativa da Articulação/PT de adiar a greve, foi a vez dos do PCdoB/CTB tentar a mesma manobra patronal. Os sindicatos divisionistas adiaram a greve para o dia 18.

A jogada teve efeito no restante da burocracia, acompanhada por uma ala vacilante do bloco de oposição: a FNTC, representada pelo Sintect-PE, e o MRL representado pelo Sintect-GO e PR. O recuo dos demais sindicatos deixou os trabalhadores de Minas Gerais e do Pará isolados na greve.

O adiamento da greve foi o primeiro golpe sofrido pela mobilização, já que deixou o movimento nacional a reboque dos traidores do PCdoB.


PCdoB rebaixa a sua proposta


Antes do adiamento da greve, o PCdoB já havia preparado mais um golpe na mobilização. Um dia antes de a empresa apresentar a proposta de reajuste de 5,2%, os divisionistas apresentaram uma proposta ainda mais rebaixada e muito parecida com a proposta da empresa.

A inciativa do PCdoB de rebaixar a pauta foi elogiada pela empresa, que mesmo assim não aceitou a proposta.

Mais uma vez o PCdoB mostrava tomava a frente na política patronal.


A importância da greve em Minas Gerais e Pará


Apesar de todo o boicote, os trabalhadores de Minas Gerais e do Pará iniciaram a greve no dia 11 de setembro, de acordo com o calendário da federação.

A diretoria do Sintect-MG, da corrente Ecetistas em Luta (PCO), defendeu e mobilizou os trabalhadores para a greve. Já no Pará, os trabalhadores da base passaram por cima da diretoria do Sindicato, da Articulação Sindical/PT, e aprovaram a greve.

A mobilização dos companheiros do Pará e de Minas Gerais teve importância fundamental como arma contra a desmobilização que a empresa, junto com os traidores, queriam gerar com o adiamento da greve. Se esses dois estados não tivessem entrado em greve, o adiamento da greve teria sido fatal para a desmobilização geral dos trabalhadores. Provavelmente sequer teria havido greve e os trabalhadores teriam sido obrigados a engolir, sem nenhuma luta, os miseráveis 5,2% da empresa.


A greve do dia 18

 
Finalmente, no dia 18, a burocracia sindical, pressionada pela greve no Pará e em Minas Gerais, foi obrigada a aprovar a greve nos principais estados. Os companheiros do bloco de oposição que haviam vacilado com a data da greve, aprovaram a paralisação e o movimento nacional começou aos trancos e barrancos.

Em São Paulo, onde a diretoria da máfia sindical do PCdoB havia ido à assembleia com a ideia de não aprovar a greve, os trabalhadores, mesmo com todo o controle da assembleia, obrigaram os pelegos a aprovarem a greve.


O PT pressiona pelo rebaixamento da pauta

 
Ficou claro nesta campanha salarial que o rebaixamento da pauta é uma jogada casada com a empresa para desmoralizar a perspectiva de luta real dos trabalhadores.

O rebaixamento não levou a campanha adiante, mas enfraqueceu a greve e concentrou toda a atenção dos sindicatos na possibilidade totalmente ilusória de uma negociação com a empresa que nunca aconteceu.

O rebaixamento da pauta serve também para confundir os trabalhadores a longo prazo que começam a acreditar que as campanhas salariais só podem conseguir migalhas, desmoralizando cada vez mais a perspectiva de luta.

No final, a política de rebaixamento, defendida pela ala direita do MRL, Federação Anã e os pelegos do PT levou a luta a um beco sem saída e ao enfraquecimento da mobilização.

Rebaixar a pauta não surtiu nenhum efeito. A empresa continuou recusando as propostas rebaixadas feitas pelo próprio TST e a campanha foi para julgamento.


A conclusão dessa campanha: luta x rebaixamento da pauta


A greve desse ano mostra mais claramente do que o ano passado que a única arma dos trabalhadores é sua luta e mobilização. A luta é para arrancar da empresa o máximo possível enquanto a empresa tenta diminuir ao máximo os ganhos do trabalhador.

Não adianta abaixar a guarda para os patrões. O que poderá garantir a vitória da categoria é sua medida de força com os patrões. A greve é a maior arma dos trabalhadores contra as inciativas dos patrões e dos tribunais de atacar os direitos da categoria.

O movimento dos correios enfrenta a seguinte situação: ou se organiza e prepara os trabalhadores para enfrentar a ditadura do TST e da empresa ou ficará anos sem qualquer conquista efetiva na campanha salarial.

Um comentário:

  1. Olá pessoal da Fentect!
    Eu gostaria de saber se foi acordado que o Vale-peru será pago no dia 01/12/12 ou no dia 15/12?
    Obrigado.
    Bruno Motta

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