Os ataques da direção dos Correios aos
direitos dos trabalhadores vêm de todos os lados
A
direção dos Correios, desde o início da campanha salarial, mostrou interesse em
fazer mudanças no plano de saúde do trabalhador. A empresa procurou de todas as
formas tornar obscuras as mudanças que pretende realizar no convênio e em nenhum
momento deixou transparente para os trabalhadores quais mudanças seriam essas.
Em seus documentos, a única desculpa que a empresa utilizou foi uma suposta
adequação do convênio médico, previsto na Cláusula 11 do Acórdão, a novas normas
da ANS (Agência Nacional de Saúde) que ninguém sabe exatamente o que
seriam.
Na
reta final da campanha, no entanto, a direção dos Correios admitiu na mesa da
reunião de conciliação com o TST que precisa reduzir custos. De acordo com a
própria Ata da reunião do dia 25 de setembro está dito: “No tocante ao Plano de
Saúde, [a ECT] salientou que a
empresa preocupa-se com o alto custo de tal benefício, bem assim com o
crescimento desse custo [grifo nosso]. Ressaltou, ademais, a
necessidade de realizar adaptações no Plano de Saúde para atender às exigências
do órgão regulador.”
Apesar
das tentativas da empresa de esconder o que realmente pretende fazer, os ataques
devem vir de todos os lados. Investigando a fundo as mudanças, dá para imaginar
que as intenções da ECT são as piores possíveis para a categoria. Por exemplo,
mudar o teto de reembolso no uso do plano para o trabalhador e seus dependentes.
Outra mudança que deve estar na mira da ECT são as regras para os
dependentes.
A
declaração da empresa na reunião com o TST mostra que a direção dos Correios
quer colocar em marcha uma destruição do convênio médico.
A
julgar pelos recentes ataques ao plano de saúde, dá para perceber bem quais as
intenções da empresa. Terceirização dos ambulatórios, demora para a aquisição de
guias médicas, fechamento de hospitais conveniados, fechamentos de ambulatórios,
contratos cortados em cidades do interior.
O
convênio médico da categoria é uma das principais conquistas da luta dos
trabalhadores. Para que a empresa aumente seus lucros, que vão parar nos bolsos
dos capitalistas que querem privatizar os Correios, é preciso cortar cada vez
mais os direitos dos trabalhadores.
Apenas para se ter
uma ideia, vamos levar em conta um plano de saúde da Unimed (mais simples do que
o dos Correios). O corte do convênio médico pode representar uma perda salarial,
no mínimo, de R$ 513,94 por mês, ou R$ 6.167,28 por ano, para um trabalhador
cujo convênio cubra ele e sua esposa (os dois com uma idade entre 34 e 38 anos)
e duas crianças. Esse valor pode aumentar bastante, dependendo da idade e da
quantidade de pessoas. É um aumento substancial no salario do
trabalhador.
A
empresa não conseguiu mudar o plano de saúde nessa campanha salarial, com medo
da revolta da categoria. Porém, os trabalhadores devem se atentar ao fato de que
a ECT vai tentar de todas as formas atacar esse e outros direitos. Somente a
mobilização será capaz de frear esses ataques.
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