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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O que está por trás do divisionismo na categoria dos Correios

As lições da campanha salarial
A manobra divisionista do PCdoB/CTB nos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro tem que ser entendida pelos trabalhadores como um golpe puramente patronal
No início do ano, o PCdoB, segundo principal grupo de sustentação da burocracia da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e responsável por todas as derrotas e traições sofridas pela categoria, anunciou que iria desfiliar da federação os principais sindicatos que dirigem: São Paulo e Rio de Janeiro. Com o final da campanha salarial, fica muito fácil notar os motivos dessa manobra contra o movimento dos trabalhadores.

Em primeiro lugar, a divisão das duas maiores bases sindicais é uma política diretamente promovida pela direção da ECT para confundir a categoria na campanha salarial. Essa cartada foi dada como resposta à enorme tendência de luta dos trabalhadores que já havia sido demonstrada na greve passada.

A burocracia sindical mostrou-se incapaz de controlar o movimento ascendeste da categoria. Os 28 dias de greve em 2011 foram resultados da revolta da categoria contra a burocracia sindical. Os trabalhadores passaram por cima de todas as assembleias, todas as vezes que as diretorias dos sindicatos quiseram derrotar a greve. O final da greve só foi possível por meio da utilização da ditadura do TST.

Em segundo lugar, como consequência da mobilização de 2011, tanto a burocracia sindical como a direção da ECT previam o fortalecimento de uma política combativa dentro da Fentect, representada pelos setores oposicionistas. Essa tendência foi comprovada pela vitória do bloco de oposição no congresso.

A saída de São Paulo e Rio de Janeiro da Fentect, com total apoio da máquina da empresa, foi a tentativa de garantir que o movimento nacional não ficasse completa e definitivamente nas mãos dos setores combativos da categoria. Foi para isso que serviu a confusão gerada pelos divisionistas.

É importante esclarecer que, mesmo se o bloco de oposição não tivesse ganho a maioria da federação, o aumento da força dos setores oposicionistas era líquido e certo. Se o PCdoB/CTB continuasse na Fentect, a margem de manobra da empresa e da burocracia sindical ligada a ela seria muito reduzida e o movimento seria colocado sob a direção política da oposição inevitavelmente.

A saída do PCdoB, usando o fato de terem os dois maiores sindicatos do País, deu uma sobrevida à política patronal dentro do movimento sindical. Isso ficou comprovado pela forma como a ECT utilizou os quatro sindicatos divisionistas para confundir e pressionar a Fentect. No final, o reagrupamento do PCdoB com o PT também mostrou que desde o começo, a intenção era enfraquecer a diretoria majoritária da Fentect, ou seja, a política combativa levada adiante pelo movimento de oposição.

Até certo ponto, a manobra divisionista deu resultado. Conseguiu confundir parte da categoria e os setores vacilantes do próprio bloco de oposição. A ação do bloco burocrático PT-PCdoB-PSTU novamente levou a categoria à derrota. No entanto, essa pode ter sido a última vez, a crise da burocracia sindical chegou ao ponto máximo.

Em terceiro lugar, a saída dos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro é a expressão mais acabada da crise terminal da burocracia. A ala mais em crise é justamente o PCdoB/CTB na diretoria desses dois sindicatos.

A revolta da categoria contra essas diretorias pode ser medida pelo tamanho da ditadura patronal imposta pelo PCdoB dentro desses sindicatos. Como foi possível verificar, a revolta apenas aumentou, o que obrigou o PCdoB a fazer assembleias fechadas, com capangas e todo o tipo de aparato policialesco para impedir a participação dos trabalhadores. As diretorias dos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro se transformaram em meros agentes patronais, totalmente desligados da categoria e alheios aos interesses dos trabalhadores. Em São Paulo, na Praça da Sé, o PCdoB também precisou contratar capangas para agredirem os trabalhadores pesentes, o que só aumentou sua crise.

A posição da Fentect também foi decisiva para aumentar ainda mais a crise dessa burocracia. Foram feitas quatro assembleias em São Paulo e no Rio de Janeiro. O trabalhador, apesar de toda a confusão, sabe que existe uma organização que se opõe à ditadura do PCdoB. As assembleias e o trabalho de imprensa e agitação realizados pela Fentect nos dois estados serviram para esclarecer os trabalhadores e pressionar o PCdoB, que foi inclusive obrigado a decretar a greve.

A próxima tarefa da Fentect e da oposição nacional é organizar o movimento nacional para unificar os trabalhadores ecetistas. A Fentect representa mais de 60% da categoria, é a maior parte dos trabalhadores em nível nacional. Esse movimento nacional é o que vai abrir caminho para libertar os trabalhadores de São Paulo e Rio de Janeiro da ditadura do PCdoB.

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