As auditorias realizadas pela ECT nos
setores servem para dar o prêmio para a chefia que melhor explorar os
funcionários
Essa semana, no CTE Saúde (Centro de Tratamento
de Encomendas), é a semana da mentira. Os auditores da ECT estão no setor para
avaliar a produção e o trabalho.
Todo mundo já sabe que quando
os auditores da empresa estão no setor, quem sofre mais do que o normal é o
trabalhador. Para mostrar serviço, a chefia se desdobra para fazer tudo aquilo
que não é feito normalmente.
Durante 360 dias do ano, o CTE
é uma bagunça. Mesmo porque não poderia ser muito diferente. O excesso de carga
no setor não permite que o trabalho possa ser verdadeiramente organizado. Nem a
estrutura do local, muito menos os trabalhadores, conseguem dar conta de tanto
serviço que escoa nos três turnos do CTE todos os dias. As doenças advindas do
excesso de serviço são comuns, não só no CTE Saúde, mas na empresa de modo
geral.
No entanto, quando os auditores
da ECT estão fazendo a sua “avaliação”, os chefes exigem que os trabalhadores
façam o impossível. Tudo o que está legalizado durante o ano, passa a ser
proibido. Não pode nada.
A gerência cria esse mundo da
fantasia par tentar receber o troféu da ECT. Quem sabe o CTE Saúde não ganha o
título de “CTE ouro” ou “diamante” ou coisa que o valha. Para o trabalhador, não
vai mudar nada, mas para os chefes, pode ser que eles ganhem alguma medalhinha e
quem sabe, até apareçam na Revista da
Família[1].
Que importante, não?!
O trabalhador continua na
mesma. O salário não aumenta e o serviço não diminui (longe disso!), a única
coisa que muda é que ele vai ter que ficar uma semana sendo aporrinhado mais do
que já é pelos chefes loucos para ganhar um troféu da ECT. O funcionário fica
mais submetido a um maior assédio moral da chefia.
Na hora de criar o mundo da
fantasia, as chefias são até eficientes. Mas se é para pedir mais funcionários,
mais e melhores materiais de trabalho e melhores condições de serviço para
facilitar um pouco que seja a vida do funcionário, a chefia não move uma
palha.
A realidade é que ganha o
prêmio, o chefe que garanta que os trabalhadores estão sendo devidamente
explorados.
[1]
Publicação mensal da DR-SPM (Diretoria Regional de São Paulo Metropolitana)
distribuída na casa de todos os funcionários.
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