ESSE BLOG MUDOU

PARA CONTINUAR ACOMPANHANDO AS NOTÍCIAS DOS CORREIOS ACESSO AO LINK olhovivoecetista.wordpress.com
Este blog será desativado em 30 dias

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Polícia Militar invade sete sedes regionais do Sindicato dos Bancários

Policiais Militares revistaram gavetas e arquivos na procura de supostos materiais de campanha contra o candidato do PSDB José Serra e apreenderam mais de 100 mil jornais do sindicato. Uma intervenção policial deste tipo em uma entidade sindical nunca foi vista desde a ditadura militar.

No último dia 5, oficiais de Justiça, acompanhados de policiais militares, com ordem para arrombamento em caso de  “necessidade” apreenderam mais de 100 mil exemplares do jornal “Folha Bancária” em sete sedes regionais do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Eles revistaram gavetas e armários das sedes regionais a procura do jornal que trazia uma matéria na qual a diretoria do sindicato expressa sua opção política nas eleições. Na reportagem, o jornal mostrava o histórico dos candidatos a prefeito e a escolha da diretoria em votar no candidato do PT, Fernando Haddad.

A juíza Carla Themis Lagrotta Germano autorizou a invasão no sindicato alegando que a publicação viola o artigo 24 da legislação eleitoral, que proíbe os candidatos de receberem doações, inclusive na forma de “publicidade”, o que teria sido feito pelo sindicato, na opinião da mesma.

A expressão da opinião da diretoria do sindicato seria uma doação em forma de publicidade ao candidato do PT. Um completo absurdo.

O sindicato ainda foi obrigado a retirar a matéria da sua página na internet. A alegação de Serra na ação judicial contra o sindicato é que a matéria na página do mesmo “denegria sua imagem”.

O diretor do sindicato Paulo Salvador afirmou que “embora não tenham encontrado o material, eles fizeram questão de arrombar o armário. Não havia essa necessidade”, mostrando que se tratou de uma invasão policial.

A mesma lei que permite que multinacionais doem milhões para financiar centenas de candidatos, impede que um sindicato de trabalhadores tenha uma posição política.

Na prática, o que a juíza fez foi mandar o sindicato retirar o apoio a Fernando Haddad, uma vez que não se comprova que se trata de doação financeira, nem mesmo de caráter “publicitária”. O sindicato possui um jornal e sua diretoria tem direito de publicar sua opinião política.

A juíza faz isso contra um sindicato por apoiar o PT, enquanto é público e notório a campanha “publicitária” de diversos setores da Igreja a Celso Russomano e ao próprio Serra. No entanto, não houve invasão policial em nenhuma Igreja, nem apreensão de nenhum material.

A invasão policial a um sindicato de trabalhadores é uma ação que só foi vista durante a ditadura militar. Não se trata de uma ação normal da direita, esse processo pode levar a uma onda reacionária, à perseguição de sindicatos, de líderes de esquerda etc.

A direita tenta levantar a cabeça

Essa ação ocorre após uma ofensiva da direita por tentar evitar sua completa falência, que está sendo retratada nas eleições em São Paulo.

Os partidos de direita tentaram fazer do julgamento do “mensalão” um julgamento político para tentar alcançar algum dividendo eleitoral, mas fracassaram visivelmente. Ao mesmo tempo, a direita tem estimulado a censura, sob o pretexto de defender as mulheres, os negros e os homossexuais.

Nesse sentido, utilizando-se da mesma alegação que Serra usou nesse caso, a direita aplaude as campanhas para que filmes, músicas e livros sejam censurados por “denegrir” a imagem de mulheres, negros e homossexuais ou passar a imagem de que usar drogas e não trabalhar é uma coisa boa, como declarou o deputado do PCdoB, Protógenes Queiroz, que entrou com uma ação para evitar a exibição do filme “Ted”.

O problema dessa política encabeçada sobretudo pelo PT e acompanhada pela esquerda pequeno-burguesa é que ela concede maior poder ao estado para agir contra os cidadãos.

Como podemos ver nesse caso, uma legislação como essa que proíbe doações aos candidatos é utilizada pela direita contra as entidades de trabalhadores sob a alegação de que estas estariam financiando o candidato do PT. Enquanto é público e notório as doações suntuosas às campanhas dos partidos, tanto do PSDB como do PT, por multinacionais e grandes capitalistas. Essas doações são permitidas, a manifestação da opinião política da diretoria do sindicato, não.

Esse acontecimento é mais um exemplo de que as organizações em defesa dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e dos homossexuais não devem lutar pela aprovação de leis que tornem crime uma opinião, uma manifestação ou qualquer coisa do gênero, porque se for aberto esse caminho, com certeza ele será utilizado pela direita contra as organizações populares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário