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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A importância do sindicato nacional para a mobilização dos trabalhadores

A unidade é o caminho para a vitória


A categoria dos Correios é uma só e sua organização deve ser única, centralizada e nacional para derrotar a empresa e a burocracia
 
A unidade dos trabalhadores é fruto de um processo natural de organização da classe operária. O trabalhador individual percebeu que era mais fraco lutando sozinho. Criaram-se as comissões, os sindicatos regionais e as federações. Ou seja, à medida que a luta contra os patrões tornou-se mais acirrada, os trabalhadores foram constituindo organizações mais fortes, centralizadas e unificadas. Está no “bê-á-bá” do movimento sindical que quanto maior a unidade, maior é a força, ou como diz a tradicional palavra-de-ordem: “trabalhador unido, jamais será vencido”.

Partindo desse princípio, fica mais claro entender o que está em marcha no movimento dos Correios. A categoria é dividida em 35 sindicatos regionais que formam a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios). A federação é o que dá o corpo nacional necessário para a categoria, mas a existência de 35 sindicatos, alguns deles com menos de mil trabalhadores, favorece o fortalecimento de uma burocracia sindical muito menos sujeita à pressão da categoria e por isso mesmo muito mais direitista e parasitária.

É favorecida também a ação da empresa, que em determinadas situações pode contar com esse ou aquele sindicato para desmobilizar a categoria. É o que o trabalhador dos Correios está vendo com a política divisionista dos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses dois sindicatos, tomados de assalto por elementos abertamente patronais (PCdoB/CTB) ajudaram a empresa a rebaixar a pauta dos trabalhadores, a desmobilizar a greve, dentre outras coisas. Em 2009, por exemplo, a empresa perdeu o controle sobre o comando de negociação e sobre a maioria dos sindicatos para aprovar o acordo bianual. Foi necessário usar dois sindicatos menores – Mato Grosso e Tocantins – para fraudar assembleias com a participação de chefes e aprovar o acordo na marra, contra a vontade da esmagadora maioria dos trabalhadores.

Está claro que, quanto mais centralizada está a categoria, mais condições tem de enfrentar a empresa. Da mesma maneira, a categoria unificada e centralizada tem mais poder de pressão sobre os sindicalistas, tanto regionalmente como nacionalmente. Não adianta um burocrata vendido querer impor um acordo aos trabalhadores, se a maioria da categoria em luta rejeita tal acordo. Não é bem o que acontece hoje. Se o senhor Diviza acha que pode fazer uma assembleia de capangas e aprovar qualquer coisa contra o trabalhador, é porque ele usa a ditadura patronal na estrutura do seu sindicato para impor isso e confundir a categoria nacionalmente.

Agora, se esse mesmo Diviza fosse presidente do sindicato nacional dos Correios, ele teria muito mais dificuldade para dar o golpe, pois teria que controlar 110 mil trabalhadores. Isso sem contar que, em uma situação de luta, não teria lugar para a burocracia.

Ficou provado também, principalmente na greve de 28 dias, que o que deu força aos trabalhadores foram os atos em Brasília, pois unificaram a categoria em nível nacional.

O caso da Fentect

A Fentect, diferente da maioria das federações, não é uma simples junção de sindicatos. Já é, mais do que qualquer outra coisa, uma representação dos mais de 110 mil trabalhadores dos Correios, que é uma empresa estatal nacional. É esse, inclusive, o motivo pelo qual é a Fentect que tem o poder de assinar o acordo coletivo. Esse poder faz da Fentect uma espécie de sindicato nacional. Diferente de outras federações que, embora também sejam um embrião da tendência de unificação dos trabalhadores, não representam uma única empresa nacional.

O próprio estatuto da Fentect é bem avançado em relação ao problema do movimento nacional. A maneira como é constituída a diretoria da federação, a partir de um congresso constituído por delegados eleitos em assembleias de base, dilui o poder burocrático dos sindicatos em relação à federação.

A farsa da “autonomia” dos sindicatos

Nesse sentido, falar em “autonomia” dos sindicatos dos Correios em relação à Fentect é não levar em consideração o fato de que a federação dos Correios é uma representação dos trabalhadores em nível nacional e não uma mera representação de sindicatos. A federação tem todo o direito e mais, tem a obrigação de visitar e atuar nas bases. No caso dos sindicatos em geral, não se trata de atropelar a atuação e militância dos companheiros desses sindicatos, mas de atuar em conjunto sempre que possível no sentido de unificar cada vez mais o movimento da categoria ecetista.

Já no caso específico dos sindicatos divisionistas, a obrigação da Fentect é intervir nessas bases e lutar para que os trabalhadores se livrem da divisão e da burocracia que que quer levar os trabalhadores ao isolamento. A luta contra a empresa passa por derrotar o divisionismo e o sindicalismo patronal.

Falar em “autonomia” para defender o contrário dessa luta é defender a máfia sindical do PCdoB no caso de São Paulo e Rio de Janeiro que claramente estão atuando de acordo com as coordenadas da empresa para destruir o movimento nacional, como ficou muito claro nessa campanha salarial.

O caminho para a vitória dos trabalhadores é a construção do sindicato nacional. Está colocada, diante dos ataques patronais dos divisionistas e diante do crescimento da mobilização nacional, a necessidade de um sindicato que unifique as lutas da categoria e enfrente a empresa e a burocracia.

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