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terça-feira, 30 de outubro de 2012
Sintect-RJ ataca assembleia dos trabalhadores
Depois do Sintect-SP atacar trabalhadores em assembleia na Praça da Sé em julho, agora foi o Sintect-RJ.
Esse é o peso do PCdoB na base da categoria....
sábado, 27 de outubro de 2012
MG: ECT pune com falta injustificada trabalhadores grevistas
Perseguição aos grevistas
A direção dos Correios de Minas Gerais
mandou cortar os dias 28 e 29 de setembro, dois dias de greve, dos grevistas
mineiros, aplicando-lhes falta injustificada. Esta é a democracia do PT na
direção da empresa
O diretor regional dos Correios de Minas Gerais,
José Pedro Amengol (PT), orientou que fosse aplicada falta injustificada (um a
dois dias) a todos os ecetistas que estando em greve até o dia 29 de setembro
deixaram de comparecer ao trabalho.
A ECT sabe muito bem que a greve em Minas Gerais foi mantida até às 23h59m do dia 29 de setembro. Esta foi a deliberação majoritária da assembléia geral do Sindicato, respaldada na Lei de Greve e no direito constitucional que garante a “...liberdade e autonomia sindical”. E a ECT foi prontamente informada dessa decisão, através da correspondência do Sindicato (CT/SINTECT-MG 396/2012, datada de 28/09/12) e protocolada no gabinete do Diretor Regional da ECT/MG sob o n. “CORREIOS GAB/DR/MG 001662 28/SET/2012 17:31”(clique aqui para ler o documento).
Desesperados com a desmoralização que a greve trouxe à administração da ECT mineira, a cúpula petista da ECT pretende, com esta atitude punitiva e de perseguição ideológica, amedrontar os companheiros que fizeram a greve e roubar um ou dois dias do já minguado salário dos trabalhadores ecetistas. Esta é a democracia dos integrantes do PT, que dirigem os Correios. Sequer uma SID foi repassada para os trabalhadores se defenderem, uma afronta total à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e ao próprio Acórdão do TST, o desconto foi dado sumariamente.
O Sindicato orienta a todos os trabalhadores que fizeram greve a entrarem na intranet e tirarem uma cópia do seu contra-cheque enviando-o para a sede do Sindicato, caso constatem alguma falta referente aos dias em que estavam em greve. O sindicato vai cobrar judicialmente à ECT para que ela devolva o dinheiro retirado incorretamente dos companheiros, referente à greve dos dias 28 e 29 de setembro de 2012. Não à repressão!
A ECT sabe muito bem que a greve em Minas Gerais foi mantida até às 23h59m do dia 29 de setembro. Esta foi a deliberação majoritária da assembléia geral do Sindicato, respaldada na Lei de Greve e no direito constitucional que garante a “...liberdade e autonomia sindical”. E a ECT foi prontamente informada dessa decisão, através da correspondência do Sindicato (CT/SINTECT-MG 396/2012, datada de 28/09/12) e protocolada no gabinete do Diretor Regional da ECT/MG sob o n. “CORREIOS GAB/DR/MG 001662 28/SET/2012 17:31”(clique aqui para ler o documento).
Desesperados com a desmoralização que a greve trouxe à administração da ECT mineira, a cúpula petista da ECT pretende, com esta atitude punitiva e de perseguição ideológica, amedrontar os companheiros que fizeram a greve e roubar um ou dois dias do já minguado salário dos trabalhadores ecetistas. Esta é a democracia dos integrantes do PT, que dirigem os Correios. Sequer uma SID foi repassada para os trabalhadores se defenderem, uma afronta total à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e ao próprio Acórdão do TST, o desconto foi dado sumariamente.
O Sindicato orienta a todos os trabalhadores que fizeram greve a entrarem na intranet e tirarem uma cópia do seu contra-cheque enviando-o para a sede do Sindicato, caso constatem alguma falta referente aos dias em que estavam em greve. O sindicato vai cobrar judicialmente à ECT para que ela devolva o dinheiro retirado incorretamente dos companheiros, referente à greve dos dias 28 e 29 de setembro de 2012. Não à repressão!
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Nova diretoria da Fentect entra com recurso questionando pontos do Acórdão
Composta pela maioria do Movimento de
Oposição que derrotou os traidores do PT-PCdoB, a Fentect está questionando
vários pontos do Acórdão para impedir que a categoria perca direitos, diferente
do que ocorreu no ano passado quando os traidores não fizeram nada a respeito
A
nova diretoria da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)
entrou, na última segunda-feira, dia 15, com recurso para questionar diversos pontos do Acórdão 2012,
recém publicado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho).
O
recurso são os chamados “Embargos Declaratórios”, que se tratam de um pedido
para que o Tribunal altere, esclareça ou se pronuncie sobre pontos do Acórdão
que possam estar e dissonância com o que ficou decidido pelo colegiado de juízes
durante o julgamento da greve dos Correios. É muito comum ocorrer esse tipo de
diferença. Em todos os julgamentos dos Correios os trabalhadores perderam
direito importantes apenas porque determinado ponto está mal
formulado.
Visto
isso, a Fentect entrou com o recurso questionando vários pontos do Acórdão que
estão formulados de maneira contrária ao interesse do trabalhador e que,
todavia, foram garantidos no julgamento.
Entre
os pontos questionados pelos Embargos Declaratórios estão a cláusula que trata
do Convênio Médico, sobre o Vale Alimentação Extra, a aplicação do reajuste de
6,5% em alguns benefícios para o trabalhador que não são citados, como é o caso
da diária para quem trabalha fora de sua base territorial.
Um
dos ponto questionados é o projeto piloto da entrega pela manhã. Segundo foi
aprovado no julgamento da greve, a ECT deverá criar um projeto piloto para
iniciar a introdução da entrega pela manhã. Esse projeto ser colocado em prática
em três regiões ou estados. No entanto, a maneiro como esse ponto foi formulado
no Acórdão dá margem para a ECT implantar o projeto em apenas três unidades. A
Fentect questionou isso.
A
iniciativa da Fentect é muito importante como uma forma de lutar pelos poucos direitos dos
trabalhadores.
Somente
a luta e a mobilização da categoria contra a direção da empresa e contra o
próprio tribunal se for preciso vai garantir a vitória dos trabalhadores. No
entanto, uma categoria deve usar todas as armas para impedir que os patrões
levem embora cada vez mais direitos.
Nesse
sentido, o bloco majoritário da nova diretoria da Fentect, formado pelo
Movimento Nacional de Oposição, que é composto por militantes e ativistas
independentes dos patrões, convoca os trabalhadores a lutar, se mobilizar e a
fazer a greve contra os ataques da empresa, mas também utiliza todas as formas
de luta contra a ECT.
É
isso o que faz a diferença entre os trabalhadores ativistas da base e os
traidores ligados à direção da empresa que antes dominava a federação. Esse
bloco pelego (PT-PCdoB), quando era maioria na federação, sequer entrou com um
recurso semelhante questionando o Acórdão do ano passado, o que resultou em
perdas para os trabalhadores. Nesse ano, também não moveram uma palha para
contribuir com o recurso no TST. O sangue desses traidores está tão contaminado
pela direção da ECT que não conseguem defender o trabalhador nem na luta nem na
Justiça.
Leia
aqui a íntegra do recurso (embargos declaratórios) protocolado pela Fentect
no TST.
Leia aqui
o Acórdão desse ano.CTE Saúde, São Paulo: Auditoria no setor, ou... escondam a sujeira pra debaixo do tapete
As auditorias realizadas pela ECT nos
setores servem para dar o prêmio para a chefia que melhor explorar os
funcionários
Essa semana, no CTE Saúde (Centro de Tratamento
de Encomendas), é a semana da mentira. Os auditores da ECT estão no setor para
avaliar a produção e o trabalho.
Todo mundo já sabe que quando
os auditores da empresa estão no setor, quem sofre mais do que o normal é o
trabalhador. Para mostrar serviço, a chefia se desdobra para fazer tudo aquilo
que não é feito normalmente.
Durante 360 dias do ano, o CTE
é uma bagunça. Mesmo porque não poderia ser muito diferente. O excesso de carga
no setor não permite que o trabalho possa ser verdadeiramente organizado. Nem a
estrutura do local, muito menos os trabalhadores, conseguem dar conta de tanto
serviço que escoa nos três turnos do CTE todos os dias. As doenças advindas do
excesso de serviço são comuns, não só no CTE Saúde, mas na empresa de modo
geral.
No entanto, quando os auditores
da ECT estão fazendo a sua “avaliação”, os chefes exigem que os trabalhadores
façam o impossível. Tudo o que está legalizado durante o ano, passa a ser
proibido. Não pode nada.
A gerência cria esse mundo da
fantasia par tentar receber o troféu da ECT. Quem sabe o CTE Saúde não ganha o
título de “CTE ouro” ou “diamante” ou coisa que o valha. Para o trabalhador, não
vai mudar nada, mas para os chefes, pode ser que eles ganhem alguma medalhinha e
quem sabe, até apareçam na Revista da
Família[1].
Que importante, não?!
O trabalhador continua na
mesma. O salário não aumenta e o serviço não diminui (longe disso!), a única
coisa que muda é que ele vai ter que ficar uma semana sendo aporrinhado mais do
que já é pelos chefes loucos para ganhar um troféu da ECT. O funcionário fica
mais submetido a um maior assédio moral da chefia.
Na hora de criar o mundo da
fantasia, as chefias são até eficientes. Mas se é para pedir mais funcionários,
mais e melhores materiais de trabalho e melhores condições de serviço para
facilitar um pouco que seja a vida do funcionário, a chefia não move uma
palha.
A realidade é que ganha o
prêmio, o chefe que garanta que os trabalhadores estão sendo devidamente
explorados.
[1]
Publicação mensal da DR-SPM (Diretoria Regional de São Paulo Metropolitana)
distribuída na casa de todos os funcionários.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Ministério Público entra com Ação Civil contra contrato de experiência na ECT
Resquício da ditadura: Segundo a ação, os 90 dias de experiência
exigido do trabalhador, fere o princípio constitucional do concurso público
O
Ministério Púbico do Trabalho do Distrito Federal (MPT) entrou com uma Ação
Civil Pública contra a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) pela
exigência da empresa do período de experiência dos trabalhadores recém
ingressantes do Concurso Público.
Segundo
o procurador do MPT, os Correios inovam ao adotar essa exigência desse período
de experiência de 90 dias. O pedido feito pelo procurador à Justiça do Trabalho
é que a empresa se abstenha de submeter os empregados concursados a contratos de
experiência. Segundo a alegação, essa modalidade de contrato não é compatível
com a regra do concurso público.
Uma
das justificativas é que o contrato de experiência para empregados públicos dos
Correios contraria o princípio da impessoalidade. A ECT seria obrigada a
respeitar os princípios que norteiam a administração pública legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Segundo o procurador, Carlos Eduardo Brisolla esse tipo de contrato
adotado pela ECT “fere o princípio
constitucional do concurso público, uma vez que permite à empresa uma posterior
escolha subjetiva acerca da permanência dos empregados aprovados na empresa, sem
que lhes seja possibilitado um procedimento compatível de desligamento com a
complexidade dos procedimentos de ingresso e demissão” (portal do MPT-DF,
http://www.prt10.mpt.gov.br).
Sobre
o assunto, a ECT afirma que a aplicação dos contratos está condizente com as
normas internas da empresa e da CLT e declara cinicamente que “os desligamentos
em razão do término dos contratos de experiência são embasados em avaliações
minuciosas sobre a conduta do empregado em determinado período” (idem). Acredite quem puder. Quais
seriam as avaliações “minuciosas” da ECT? Já é tradição nos Correios que o
empregado que está em fase de experiência evita até mesmo ficar doente com medo
de a chefia “interpretar” mal a falta. Imagine então se o empregado novo ousar
em falar em greve, não é à toa que os trabalhadores mais velhos não exigem que
os novatos adiram à greve.
As
avaliações da empresa são subjetivas como ocorre nas empresas privadas. A única
avaliação realmente feita é se a chefia “foi com a cara” do funcionário ou
não.
O
contrato de experiência na ECT sem dúvida é um atraso para os trabalhadores. Se
a categoria derrubar esse resquício da ditadura dentro da empresa será um avanço
para a organização dos trabalhadores.
Oposição e categoria derrotam diretoria divisionista em assembléia eleitoral
![]() |
Divisionistas foram derrotados pela oposição e trabalhadores de base! Ronaldão "bianual", do Sintect-RJ é o de camisa com manga comprida, do lado direito. |
Mesmo com capangas e agressões a trabalhadores, máfia de “Ronaldão-bianual” saiu derrotada da assembléia que contou com o apoio dos remanescentes da Conlutas/PSTU, expressando a revolta dos trabalhadores contra os traidores que dividiram a categoria na campanha salarial
A assembléia tinha como objetivo aprovar calendário e a comissão eleitoral, para a eleição da nova diretoria e conselho fiscal do Sintect-RJ, que deve acontecer nos dias 29, 30 e 31 de janeiro de 2013.
Os burocratas comandados por “Ronaldão-bianual”, Marcos Santáguida e Ronaldo Leite (todos do PCdoB) armaram um golpe para impedir a participação dos trabalhadores e fraudar a assembléia. Não divulgaram a realização da mesma na categoria (o que só foi feito por meio de Boletim do Movimento de Oposição ao Peleguismo), contrataram dezenas de bate-paus para dificultar o acesso de trabalhadores ao local da Assembléia, distribuíram crachás para pessoas de fora da categoria contratadas segundo depoimentos dos próprios por R$ 70,00 (com um credenciamento fajuto controlado apenas por eles), contaram com o apoio dos chefes e ainda colocaram dezenas de “bocas-de-urna” na porta do sindicato (todos pagos) para criar um clima de intimidação, para que os trabalhadores não votassem com a Oposição.
Ainda assim, vendo que a situação lhes era desfavorável, partiram para ameaças e chegaram a agredir o diretor da Federação Nacional (Fentect), Emerson, e até mesmo uma mulher (Estela), que foi arrastada pelos cabelos, mostrando que a covardia desses canalhas não tem limites.
Esses golpes serviram para afugentar uma pequena parte de trabalhadores honestos que votariam com a Oposição, provocando uma derrota avassaladora da diretoria, mas não serviram para garantir a vitória da máfia do PCdoB.
No final foram contabilizados 197 votos para a chapa de Oposição, que unificou os setores da base da categoria que defendem a sua unidade na Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) : o Movimento de Oposição ao Peleguismo, a Articulação, o racha do PCdoB/RJ e independentes, sendo a chapa vitoriosa que deveria ter a maioria dos membros da Comissão Eleitoral.
A chapa da diretoria (PCdoB e outros partidos patronais) recebeu 194 votos, dos quais mais da metade sequer eram de trabalhadores dos Correios, evidenciando a total perda de apoio deste bando de traidores dos ecetistas.
Uma terceira chapa foi montada por dirigentes do PSTU/Conlutas na categoria – Heitor e Cia. – que tentaram desta forma dividir a oposição e ajudar a diretoria a sair vitoriosa em uma assembléia em que a derrota do golpe dos pelegos era fundamental. Os dirigentes do PSTU que apoiaram a divisão da categoria na campanha salarial promovida pelos sindicalistas do PCdoB, depois de verem fracassar os seus planos de criar uma “federação anã”, para ajudar os patrões a dividir os trabalhadores, agora, atuam como mero “meninos de recados” de “Ronaldão-bianual” e já estão anunciando que vão montar uma chapa minoritária nas eleições para tentar ajudar a dividir a oposição e tentar garantir um novo mandato para os seus amigos “governistas” do PCdoB.
Em um novo golpe, a diretoria derrotada lançou mão de uma manobra estatutária que aprovou no congresso fraudulento da categoria realizado no começo deste ano e indicou um membro da direção para integrar a Comissão de cinco membros, a fim de obter a maioria da mesma. Contrariando a vontade da categoria – expressa apenas parcialmente na assembléia - a Comissão ficaria formada por três membros da diretoria e dois membros da Oposição. Um golpe que precisa ser denunciado e contra o qual é preciso lutar por todos os meios necessários.
A vitória da Oposição na assembléia reforça a necessidade de organizar um amplo movimento de denúncia da política da máfia sindical do PCdoB e pela reconquista do sindicato para os trabalhadores, uma vez que o Sintect-RJ é um dos maiores e mais importantes sindicatos para a mobilização nacional da categoria.
Contra os traidores e contra a política, levada pelo PSTU/Conlutas, de dividir a oposição para colaborar com os pelegos. Unificar na luta todas as forças que se disponham a atuar para denunciar o golpe de “Ronaldão - bianual” e seus comparsas do PCdoB-/CTB, conquistar eleições livres e democráticas para que os trabalhadores dos Correios do Rio tomem em suas mãos os destinos do Sintect–RJ e pela derrota dos traidores.
Repetimos o chamado de Ecetistas em Luta aos sindicalistas de todo o País e aos trabalhadores ecetistas de um modo geral a se mobilizar nesse sentido.
Desmascarar a farsa dos sindicalistas traidores e retomar o Sintect-RJ para os trabalhadores.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
A farsa do “aumento real” nessa Campanha Salarial
O 1,3% além da inflação oficial obtido pelos
trabalhadores dos Correios já fica defasado no primeiro mês após a data-base,
com um aumento dos alimentos de 3,63% de setembro para outubro
A diretoria do
Sintect-RN (Sindicato dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte) do PCdoB/CTB
publicou em portal na internet que os trabalhadores dos Correios conquistaram
“ganho real de salários” nessa campanha salarial, dando a entender que a greve
desse ano teria sido uma vitória da categoria.
É preciso
esclarecer, em números, porque o 1,3% de um suposto aumento real não tem nada a
ver com de fato um aumento real para os trabalhadores.
Sobre o problema
político vamos apenas dizer que os 6,5% de reajuste só podem ser considerados
bons em comparação com os 5,2%dos quais a ECT não arredou pé durante a campanha.
Se um homem estiver no deserto, com muita sede e encontrar alguém que possa lhe
dar água e essa pessoa diz que dará apenas um gole d`água. Se o sedendo
conseguir meio copo isso parecerá bom, mas não quer dizer que saciará sua
necessidade de água.
A mesma coisa
aconteceu nessa campanha salarial. A impressão de que os 6,5% seriam bons é
apenas e tão somente uma ilusão de óptica criada pela empresa, pelo TST e pelos
sindicalistas patronais do PT-PCdoB, que inclusive montaram todo o circo para
rebaixar a pauta de reivindicações e ajudar a criar esse ilusionismo.
Sobre o problema
econômico, vejamos de o 1,3% de aumento real seria realmente um “aumento real”.
A inflação acumulada desde agosto de 2011 até julho dessa ano, segundo o IPCA
(índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 5,2%, esse é o índice
oficialmente levado em consideração nas negociações dos acordos coletivos. No
entanto, existem outros índices, alguns deles com resultado mais alto do que os
6,5%. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) aponta inflação de 5,36%
e o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), por exemplo, aponta um aumento de
6,67%, segundo esse índice, o trabalhadores do Correio não só ficou sem aumento
real como ficou no prejuízo.
Os diferentes
índices existem pois levam em consideração setores diferentes da economia e dá
pesos diferentes para cada setor (alimentação, moradia, saúde, transporte
etc).
Seguindo o critério
daquilo que mais pesa no bolso de um trabalhador do nível da categoria dos
Correios, ou seja com um salario base de aproximadamente R$ 1.000, vejamos
alguns números.
Em São Paulo, maior
cidade do País, a Cesta Básica teve aumento 3,5% em setembro em relação a
agosto. Nos últimos 12 meses, no País, a cesta básica teve um aumento de 12,94%,
segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos). Não precisaria dizer mais nada. Os 1,3% já foram completamente
diluídos aí. Mas façamos uma análise mais detalhada dos alimentos, que é o que
mais atinge os trabalhadores. A bata teve aumento de 25% no último mês e foi o
produto que mais subiu. Isso sem contar o feijão e o tomate, que vêm sendo os
campões de aumento nos últimos meses.
A alimentação
aumentou 3,63%, os produtos de limpeza aumentaram 3,7% e os de higiene pessoal,
2,1%.
Qualquer
trabalhador percebe no bolso que o aumento recebido nessa campanha salarial já
está completamente defasado. O trabalhador já entra no primeiro mês após a
data-base no prejuízo. Só quem não quer ver isso são os sindicalistas pelegos do
PT-PCdoB que procuram iludir o trabalhador para proteger a empresa.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Todos à II Conferência Nacional da Corrente Ecetitas em Luta
No dia 11 de novembro, em
São Paulo, ecetistas de todo o Brasil devem participar
da conferência que vai discutir a organização de uma oposição nacional
independente da direção da empresa
No próximo dia 11 de novembro, em São Paulo, será
realizada a 2a Conferência nacional da Corrente Ecetistas em Luta. Depois da
greve desse ano, na qual a corrente teve papel fundamental na luta contra a
empresa e os traidores, é necessário reunir os ativistas das diversas bases
sindicais para um balanço da campanha salarial e a organização de uma oposição
nacional para derrotar os pelegos que ainda estão em boa parte dos
sindicatos.
A conferência será um passo importante para organizar os ativistas de base em torno de um programa que seja independente da empresa. O desenvolvimento da mobilização nos Correios está condicionado a essa luta contra os traidores que ainda dominam os sindicatos que fazem parte da direção da ECT. Os trabalhadores dos Correios já perceberam que somente a derrota do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) será capaz de conduzir à vitória.
Os traidores do PT e do PCdoB estão muito enfraquecidos, o que fica muito claro pela derrota no último Congresso da federação. Mesmo assim, não estão completamente derrotados e nessa greve, seu papel foi o de confundir e neutralizar parte da luta dos trabalhadores. Fizeram isso com o golpe do adiamento da greve e do rebaixamento da pauta, que eram tentativas de evitar a greve.
A corrente Ecetistas em Luta, que defendeu a greve para o dia 11, seguindo o calendário da Fentect, foi central para pressionar os demais sindicatos a aderirem a greve nacional. A entrada na greve de Minas Gerais e Pará foi o que garantiu a mobilização nacional.
Convocamos todos os trabalhadores a participar da 2a Conferência da Corrente Ecetistas em Luta, a discutir e organizar uma intervenção de base dos trabalhadores dos Correios.
Para participar entre em contato com os militantes da corrente Ecetistas em Luta, envie um e-mail para correios@pco.org.br ou ligue para (0xx11) 3637-3273 ou (0xx31)-3224-0752.
A conferência será um passo importante para organizar os ativistas de base em torno de um programa que seja independente da empresa. O desenvolvimento da mobilização nos Correios está condicionado a essa luta contra os traidores que ainda dominam os sindicatos que fazem parte da direção da ECT. Os trabalhadores dos Correios já perceberam que somente a derrota do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) será capaz de conduzir à vitória.
Os traidores do PT e do PCdoB estão muito enfraquecidos, o que fica muito claro pela derrota no último Congresso da federação. Mesmo assim, não estão completamente derrotados e nessa greve, seu papel foi o de confundir e neutralizar parte da luta dos trabalhadores. Fizeram isso com o golpe do adiamento da greve e do rebaixamento da pauta, que eram tentativas de evitar a greve.
A corrente Ecetistas em Luta, que defendeu a greve para o dia 11, seguindo o calendário da Fentect, foi central para pressionar os demais sindicatos a aderirem a greve nacional. A entrada na greve de Minas Gerais e Pará foi o que garantiu a mobilização nacional.
Convocamos todos os trabalhadores a participar da 2a Conferência da Corrente Ecetistas em Luta, a discutir e organizar uma intervenção de base dos trabalhadores dos Correios.
Para participar entre em contato com os militantes da corrente Ecetistas em Luta, envie um e-mail para correios@pco.org.br ou ligue para (0xx11) 3637-3273 ou (0xx31)-3224-0752.
“Ronaldão-bianual” e seus comparsas preparam fraude no Sintect-RJ
Não ao golpe da
assembléia-fantasma! Mobilizar por eleições democráticas
Mobilizar os trabalhadores e todo o ativismo
classista para derrotar os “divisionistas” aliados dos patrões na campanha
salarial
Em
um Edital escondido em uma publicação patronal e sem qualquer divulgação entre
os mais de13 mil ecetistas do Rio de Janeiro, a diretoria do Sindicato dos
Trabalhadores dos Correios (Sintect-RJ), dominada pelo PCdoB/CTB está convocando
para a próxima terça, dia 23/10, uma assembléia-farsa, para eleger a Comissão
Eleitoral, com poderes ditatoriais sobre o pleito para a escolha da nova
diretoria daquele sindicato.
A
assembléia está sendo anunciada para um local fechado e pequeno, na Sede do
Sindicato, com o claro objetivo de reunir um punhado de apadrinhados do
Sindicato, de forma que a categoria não possa interferir no processo.
Os
trabalhadores construíram o Sindicato com sua luta (há mais de duas décadas) e o
sustentam, mas a burocracia sindical o trata como se fosse sua propriedade e
tenta, a todo custo, impedir a participação dos trabalhadores em suas
decisões.
Com
o golpe do Edital e da assembléia feita às escondidas a ditadura do PCdoB, que
fraudou escancaradamente as últimas eleições, quer obter um novo mandato para
continuar à frente do segundo maior sindicato da categoria ecetista do País, de
onde apóia em 100% a política de ataques aos trabalhadores por parte da empresa.
O porque do medo da burocracia
Como
é comum em toda ditadura, a burocracia do Sintect-RJ quer controlar o processo
eleitoral por razões óbvias. Essa direção sabe da revolta dos trabalhadores
contra sua política criminosa.
Nos
últimos anos, essa burocracia – há quase uma década à frente do Sindicato –
mostrou que sua capacidade de trair os trabalhadores não tem limites. Em 2009, o
secretário-geral do Sindicato, esteve à frente, do golpe da assinatura do acordo
bianual, como qual a antiga direção da Fentect (o bloco traidor
PCdoB-PT/Articulação), abriu mão de fazer campanha salarial em 2010, passando
por cima da vontade da maioria da categoria em todo o País. “Ronaldão” chegou a
ser perseguido por centenas de trabalhadores em Brasília, que aos gritos de
“traidor” queriam dar ao “Judas” o que ele merecia.
Ao
perceberem que iriam (como foram) ser derrotados no comando da Federação, pelos
bloco de oposição ao peleguismo que expressava o descontentamento da categoria
com os traidores, a máfia sindical do PCdoB/CTB – como sempre, sem consultar a
base da categoria – tramou a divisão da federação nacional dos trabalhadores
(Fentect).
O
objetivo desse golpe ficou claro na recente campanha salarial da categoria.
Cindo diretorias de sindicatos dirigidos por estes agentes patronais (além do
RJ, SP, RN, TO e Bauru) trabalharam abertamente pela divisão da categoria.
Apresentaram outra “Pauta de Reivindicações” para a direção da ECT, diferente da
que foi aprovada no Congresso Nacional da categoria e nas assembléias realizadas
em todas as bases sindicais, por convocação dos Sindicatos e da Federação. Uma
“Pauta” que “jogava na lata do lixo” reivindicações fundamentais dos
trabalhadores para apoiar a política da direção da ECT de não atender nenhuma
reivindicação da categoria e ainda retirar direitos conquistados pelos
trabalhadores.
Esses
“divisionistas” fizeram campanha aberta contra a Pauta votada pelos
trabalhadores. Diziam por exemplo que a reivindicação de 43,7% de reposição das
perdas salariais era um exagero. Da mesma forma como faziam os patrões (direção
da ECT e ministros) que roubaram os ecetistas cerca de um terço do poder de
compra dos seus salários.
Vendo
a disposição de luta dos ecetistas e a possibilidade de uma greve nacional da
categoria, esses traidores que haviam proposto assembléia para decretar a greve
a partir do dia 12 de setembro, sabotaram a greve nacional, que acabou ficando
isolada nos estados de Minas Gerais e do Pará, sob o pretexto de adiá-la para as
semanas seguintes.
Não
conseguindo evitar a greve no dia 18, agiram abertamente para sabotá-la e
passaram a apoiar a proposta patronal apresentada por uma ministra do TST – que
foi retirada por ter sido rejeitada pela empresa. Conseguiram assim evitar uma
derrota da direção da ECT e uma vitória dos trabalhadores contra os
patrões.
Por
tudo isso, a máfia do PCdoB sabe que só poderá continuar à frente do Sindicato
se realizar eleições fraudulentas nas quais a vontade da categoria não se
expresse.
Unidade da oposição e da categoria para derrotar o golpe
A
presença dessa direção traidora à frente do Sintect - RJ, bem como do Sintect -
SP, são um obstáculo ao avanço da luta da combativa categoria ecetista em todo o
País.
Por
isso mesmo, sua derrota representaria um passo importante no sentido do avanço
do processo de construção de um novo sindicalismo no movimento nacional dos
correios, fazendo avançar as tendências expressas no último congresso nacional
da categoria (XI Contect) onde o bloco de oposição ao peleguismo (Ecetistas em
Luta/PCO – MRL - Intersindical-Independentes) derrotou o bloco traidor (PCdoB -
Articulação/PT), aprovando um conjunto de medidas no sentido de recolocar a
Fentect à serviço das lutas dos trabalhadores.
O
Sintect - RJ é ainda uma das mais importantes trincheiras do peleguismo, do
sindicalismo patronal que, nas duas últimas décadas impôs um conjunto de
retrocessos à categoria e bloqueio suas lutas, por meio de traições e
sabotagens. O Rio e um dos estados com maior número de ex-sindicalistas que
assumiram cargos de confiança na empresa, passando-se para o lado dos patrões
contra os trabalhadores.
Nesse
momento é um ponto de apoio da política dos patrões e do governo de ataque às
conquistas dos trabalhadores e dilapidação da empresa pública no sentido da sua
privatização, como ficou evidente na última campanha salarial.
A
luta para por derrotar o sindicalismo patronal e superar a divisão por ele
imposta, pondo fim à esta ditadura, devolvendo o Sindicato para as mãos dos
trabalhadores e avançando no sentido da unificação da categoria em nível
nacional – uma de suas armas mais poderosas – é a principal tarefa do ativismo
classista dos correios do Rio de Janeiro e de todo o País.
É
preciso dar a batalha. Unificar todas as forças que se disponham a atuar neste
sentido em uma luta concreta: denunciar
o golpe de “Ronaldão - bianual” e seus comparsas do PCdoB-/CTB e
conquistar eleições livres e democráticas para que os trabalhadores dos
Correios do Rio tomem em suas mãos os
destinos do Sintect - RJ.
Chamamos
aos sindicalistas de todo o País e aos trabalhadores ecetistas de um modo geral
a se mobilizar nesse sentido.
Desmascarar
a farsa dos sindicalistas traidores e retomar o Sintect - RJ para os
trabalhadores.
sábado, 20 de outubro de 2012
Fentect protocola recurso contra decisão do TST que retira direitos importantes da categoria
Após o julgamento da greve, as atas e documentos oficiais que transmitem as posições aprovadas são transcritas na forma de acordão, o documento legal utilizado posteriormente para os trabalhadores para garantir seus poucos direitos.
Em várias oportunidades o acordão, em vários pontos, não corresponde ao que foi decidido no julgamento, seja pela omissão de determinadas questões, pela contradição entre decisões ou pela obscuridade que possa impedir uma clara interpretação dos direitos em questão.
Em todos os julgamentos das greves do Correio vários direitos importantes foram formulados de tal forma no acórdão que deram ensejo a perda de direitos pelos trabalhadores, apesar destes direitos terem sido concedidos no julgamento.
Em resumo, os trabalhadores estão sempre perdendo. Os julgamentos do TST concedem uma parcela bastante pequena dos direitos reivindicados, mesmo estes direitos são ainda diminuídos quando a transcrição destes direitos para o papel é feita...
Para se ter uma idéia de como os trabalhadores são prejudicados, este ano o acordão trouxe a seguinte formulação sobre a questão do convênio médico dos trabalhadores: A ECT, na qualidade de gestora ou por meio de contrato precedido de licitação, com vistas a manter a qualidade da cobertura de atendimento, oferecerá serviço de assistência médica, hospitalar e odontológica aos empregados ativos, aos aposentados na ECT que permanecem na ativa, aos aposentados desligados sem justa causa ou a pedido e aos aposentados na ECT por invalidez, bem como a seus dependentes que atendam aos critérios estabelecidos nas normas que regulamentam o Plano de Saúde, os quais, na vigência deste Instrumento Normativo, não poderão ser modificados para efeito de exclusão de dependentes. Eventual alteração no plano de ASSISTÊNCIA MÉDICA / HOSPITALAR E ODONTOLÓGICA vigente na empresa, será precedida de estudos atuariais por comissão paritária.”
O acórdão simplesmente excluiu o fato de que a decisão do julgamento foi clara pela manutenção do convênio sem nenhuma modificação e que qualquer mudança no mesmo somente poderia ser feita através de acordo coletivo, tendo eventual comissão paritária a função de estabelecer os estudos autuariais.
Da forma como o acórdão transcreveu o julgamento, qualquer juiz que não esteve presente no TST tira a conclusão de que mudanças no plano de assistência médica e odontológica são permitidas, desde que precedidas de cálculos autuariais (técnicas específicas de análise de riscos e expectativas, principalmente na administração de seguros e fundos de pensão) realizados por uma comissão paritária.
No embargos declaratórios são levantados perto de 20 itens não analisados pelo TST ou analisados de forma prejudicial ao trabalhador, seja através da contradição com lei vigente, seja através de erros como os relatados acima.
Estas questões mostram como o Estado é um instrumento da burguesia, pois todas as decisões, nos menores detalhes desfavorecem os trabalhadores e favorecem a burguesia e seus representantes.
Os trabalhadores são prejudicados nas decisões tomadas publicamente, negando direitos aos trabalhadores e, quando isso não é possível, também estão ameaçados pela máquina burocrática que discretamente, longe dos olhos dos trabalhadores vai aos poucos, em um emaranhado de formas e procedimentos, com prazos rígidos e curtos, desconhecidos dos trabalhadores, alterando ou poucos direitos conseguidos no calor da pressão durante as greves e mobilizações.
Leia aqui a íntegra do recurso (embargos declaratórios) protocolado pela Fentect no TST:
Em PDF Recurso (embargos declaratórios) do Acórdão
Leia aqui a íntegra do acórdão publicado pelo TST:
Acórdão do TST (Campanha Salarial 202-2013)
Atendentes sofrem com o excesso de ligações
No setor de atendimento ao cliente, os
ecetistas enfrentam o mesmo problema de excesso de serviço e falta de
funcionários
Na Revista da Família, publicação que a
Diretoria Regional de São Paulo Metropolitana (DR-SPM) distribui para todos os
funcionários, a ECT lembra que o mês de outubro é o dia do atendente. Mas o
presente que os Correios dão aos atendentes da empresa que, segundo a própria
revista, são 2.422 apenas na DR-SPM, não é o que os funcionários
desejariam.Não há lugar nos Correios que não passe pelo problema da falta de funcionários e do excesso de trabalho. Nas ACs (Agências de Correios), esses problemas já são antigos. A situação precária também na CAC (Central de Atendimento dos Correios) revela bem a dimensão desses problemas. Nenhum ecetista está a salvo dessa praga.
Os atendentes da CAC estão denunciando a sobrecarga de trabalho. Todos os dias, o número de ligações recebidas é muito maior do que dá conta a quantidade de funcionários do setor.
Existem apenas duas unidades da CAC, uma em São Paulo e outra em Barbacena (MG). Elas são responsáveis por toda a demanda de ligações do País. O atendente da CAC recebe ligações de reclamações de clientes, envio de telegramas, informações gerais etc. Em São Paulo, os cerca de 500 funcionários, trabalhando em vários turnos, não aguentam mais o excesso de serviço.
Para agravar a problema, a ECT está desviando vários atendentes para outros setores, muitas vezes para realizar serviços que nem são de atendente. Além de deixar o setor com ainda menos funcionários, ainda desvia a função dos trabalhadores.
Mas não é só isso, a empresa ainda aumentou o número de regiões para o atendimento.
Como nos demais setores dos Correios, os atendentes da CAC também estão adoecendo. Além do desgaste físico típico de quem trabalha em Telemarketing, existem muitos casos de problemas psicológicos oriundos da pressão intensa das chefias. Os trabalhadores da CAC ainda sofrem com uma jornada de trabalho diferente da maioria dos ecetistas, com apenas 20 minutos de almoço, já que a carga horária diária é de seis horas.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Vice-presidente da ECT é acusado por improbidade administrativa
Favorecimento de
empresários: José Furian Filho e mais dois diretores dos
Correios são acusados de ter favorecido franqueada quando era diretor na
Diretoria Regional do Interior de São Paulo
Uma editoria interna realizada pela própria ECT descobriu que, em 2003, o contrato de prestação de serviços para uma empresa de cartões de crédito foi transferido de uma Agência própria dos Correios para uma ACF (Agência de Correios Franqueada). A transferência, no entanto, foi autorizada pelo então subgerente de vendas da ECT, José Furian Filho, desconsiderando a média histórica do contrato. Essa transferência serviu para favorecer a ACF.
Uma editoria interna realizada pela própria ECT descobriu que, em 2003, o contrato de prestação de serviços para uma empresa de cartões de crédito foi transferido de uma Agência própria dos Correios para uma ACF (Agência de Correios Franqueada). A transferência, no entanto, foi autorizada pelo então subgerente de vendas da ECT, José Furian Filho, desconsiderando a média histórica do contrato. Essa transferência serviu para favorecer a ACF.
A média histórica é um valor referente ao pagamento de comissões às agências franqueadas, no cálculo, leva-se em conta o gasto do cliente no último semestre. A comissão paga para a ECT deve ser 5% do valor que exceder essa média histórica.
A autorização dada por José Furian e avalizada pelo então gerente de vendas, Sérgio Paulo Roberto, de desconsiderar essa comissão gerou um prejuízo de R$ 491.630,91 para a ECT, segundo o Ministério Público Federal de Bauru.
Além dos dois, foi movido ação civil também contra o então substituto eventual do gerente de vendas, Wilson Ajax Agostini, e três empregados da ACF Sorocaba, beneficiada pela irregularidade.
ACFs: para os amigos, tudo
A denúncia do Ministério Público é apenas mais uma de muitas irregularidades nos Correios envolvendo contratos com as franqueadas. O que está por trás de tudo são duas políticas que se complementam.
Primeiro, o uso de uma empresa estatal, como é a ECT, para beneficiar empresários. As franquias são essencialmente um esquema de favorecimento dos capitalistas. Elas já nasceram, no início dos anos 90, sem licitação, como um grande esquema de distribuição de favores aos apadrinhados políticos dos diretores de cúpula dos Correios.
Para as ACFs, ficam os lucros oriundos dos altos contratos feitos, para a ECT sobre os gastos com toda a estrutura logística da estatal, os gastos com mão-de-obra etc. Por sinal, são os trabalhadores sempre os mais prejudicados. São funcionários da ECT mas são obrigados a trabalhar para os empresários das franquias, quer dizer, o empresário mantêm meia-dúzia de atendentes terceirizados nas ACFs, muito mal pagos por sinal, e os trabalhadores dos Correios – carteiros, motoristas e operadores de triagem – levam nas costas todo o serviço pelo qual não receberão nada a mais.
Segundo, a política das ACFs é uma espécie de embrião da privatização da ECT. Do que mais poderia ser chamado um esquema de distribuição de dinheiro público para os capitalistas se não de privatização?
Para os trabalhadores, nada
José Furian Filho, então subgerente de vendas na DR-SPI (Diretoria Regional de São Paulo Interior) foi diretor regional na SPM (São Paulo Metropolitana) e agora é o atual vice-presidente de Negócios da ECT.
Essa é a diretoria dos Correios formada por Dilma Rousseff (PT) quando entrou no governo federal. Na mesma direção da mudança no Estatuto da ECT, abrindo o caminho para a privatização, a diretoria é formada por elementos cujo histórico está intimamente ligado aos interesses dos capitalistas.
Essa mesma diretoria, liderada pelo presidente da empresa, Wagner Pinheiro (PT), ao mesmo tempo que distribui dinheiro aos capitalistas está atacando os trabalhadores. A última campanha salarial não deixa mentir. A direção da ECT declarou a intenção de mexer no Plano de Saúde da categoria com a alegação de “excesso de gastos”.
Os trabalhadores devem exigir a transparência total das contas da empresa. A vitória dos trabalhadores dos Correios passa pela luta contra a privatização dentro da empresa e a luta pelo controle da ECT pelos próprios trabalhadores.
PSDB propõe lei para controlar eleição de sindicatos
Intervenção
do Estado
A burguesia esta tentando liquidar a
liberdade de organização sindical, propondo projeto de lei que regulamenta a
intervenção judicial através do controle do mandato sindical No último dia 15, a Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa (CDH) realizou uma em audiência pública para discutir
alterações no prazo de duração dos mandatos sindicais e nos critérios para
eleições nas organizações sindicais.
Participam da audiência o representante do Ministério do Trabalho e emprego, Mauro Rodrigues de Souza, o secretário nacional de organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jacy Afonso; o secretário executivo da União Geral dos Trabalhadores (UGT), João Luiz Torres; e os presidentes da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Jairo Santos Silva Carneiro, representantes da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST. Entre outras organizações sindicais.
O projeto é de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), “(...) projeto de lei do Senado (PLS 252/2012) de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Pela proposta, a duração dos mandatos sindicais é ampliada de três para quatro anos, com possibilidade de reeleição por um período subsequente” (http://www.psdb.org.br).
A direita quer intervir no período do mandato das direções sindicais em nome da democracia. É uma farsa completa. O próprio auto do projeto é um destacado membro da oligarquia paraibana que esta no poder a dezenas de anos, mantendo o feudo da família Cunha Lima.
Este é mais um projeto da burguesia para atacar as liberdades democráticas dos trabalhadores. No ultimo período, vem se intensificando a intervenção da burguesia nas organizações sindicais. As greves são julgadas ilegais, os sindicatos são multados, os dirigentes sindicais são presos, demitidos. Não existem limites para as arbitrariedades cometidas pela burguesia.
Os trabalhadores estão aumentando suas lutas por melhores condições de vida e os patrões estão respondendo com mão de ferros, atacando as organizações do movimento operário. Sem a liberdade sindical, ou seja, a liberdade de organização política, os trabalhadores são escravos.
O projeto de lei do PSDB é um golpe contra os sindicatos. Qualquer tentativa do governo legislar sobre os sindicatos deve ser amplamente denunciada pelos trabalhadores como uma medida para atacar sua organização sindical.
É a volta da ditadura nos sindicatos dos trabalhadores. Somente os trabalhadores devem decidir sobre os rumos do sindicato. Nem o governo capitalista, nem a Justiça devem colocar as mãos nas organizações de luta dos trabalhadores.
É necessária uma ampla campanha de denúncia contra qualquer tipo de intervenção nos sindicatos, pela independência das organizações sindicais em relação aos patrões, à justiça e ao Estado.
A intervenção dos tribunais é um ataque ao direito constitucional de greve
Para a reflexão dos
trabalhadores dos Correios
A entrada do poder judiciário nos acordos
coletivos é uma ferramenta dos patrões para frear a mobilização dos
trabalhadores, é isso o que está fazendo a ECT nas últimas campanha salariais
Na edição passada de Causa Operária,
publicamos uma importante e esclarecedora entrevista com o Procurador do
Ministério Público do Trabalho (MPT), Edson Braz da Silva, que foi relator do
dissídio coletivo dos Correios no TST. O procurador explica vários problemas
envolvendo o direito de greve e a interferência do judiciário nas
greves.
Ataque ao direito de
greve
O próprio representante do MPT entende que o
direito de greve no País está sendo cassado e que um dos principais motivos é a
utilização do tribunal nas greves. Segundo a Constituição, uma greve só poderia
ser judicializada em caso de serviços essenciais. Porém, mesmo nesses casos,
somente o Ministério Público poderia ser o autor do processo, caso a greve
esteja colocando em risco a vida e a segurança da sociedade, mais importante
ainda, Edson Braz ressalta que ainda assim a Justiça não teria o poder de
encerrar a greve, mas apenas de garantir a vida e a segurança.
Fica muito claro que a entrada dos tribunais em
casos de conflito entre patrão e empregados poderia ocorrer somente em casos
muito específicos. O procurador do MPT assinala que a atuação do TST não condiz
com o que prevê a própria Constituição Federal. Ele afirma que “o TST nunca quis
perder o seu poder normativo, o poder de criar normas e condições de trabalho, o
pensamento foi juridicamente ajeitado para dizer que a exigência de comum acordo
não se aplica quando se trata de greve. Aí quando a empresa entra, o TST julga o
dissídio e determina o retorno ao trabalho sob pena de multa. Eu penso, data
vênia, respeitando todos os ministros e pensamentos, que isso é um
equívoco.”
O dissídio conforme está ocorrendo nos Correios
nos últimos anos é exatamente isso. A ECT leva o acordo à julgamento, sem o
consentimento dos trabalhadores, contando que o TST dará um parecer favorável a
ela e vai impor o fim da greve. O TST, conforme já denunciamos em várias
ocasiões, ataca o direito de greve dos trabalhadores. Conforme as palavras do
procurador Edson Braz, “o TST, mesmo não querendo, acaba sendo um escudo, uma
ferramenta mal usada pelos empregadores para desequilibrar e até neutralizar a
força da greve.” “A intervenção do judiciário frustra a negociação e anula a
força que a greve tem para os trabalhadores. E ignora que greve hoje é direito
constitucional. Não é mais crime. Não é nem ‘tolerada’, é direito constitucional
que deve ser plenamente exercido”.
Fica claro que o que está em jogo quando a
direção da ECT entra com dissídio é o próprio direito de greve dos
trabalhadores. A conclusão deve ser clara nesse sentido. Ou os trabalhadores
decidem enfrentar o próprio judiciário ou terão esse direito essencial cassado
pelos patrões.
Serviço
essencial
Outro importante esclarecimento feito pelo
Procurador do MPT é que o serviço postal não é considerado como essencial pela
OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Portanto, de acordo com a Constituição Federal, o
judiciário sequer poderia intervir nas relações trabalhistas entre os empregados
da ECT e a empresa. Quer dizer, a direção dos Correios não só não poderia ter
enviado para dissídio sem o comum acordo dos empregados, o problema é mais
grave. Por não ser serviço essencial, a empresa deveria ter negociado com os
trabalhadores e ter resolvido aí a questão, sem a interferência do
judiciário.
O tribunal pode favorecer
os trabalhadores?
O que está em jogo ainda com a chamada
judicialização das relações trabalhistas é o mito criado pelos patrões e
reproduzido pela burocracia sindical de que os juízes poderiam tomar decisões
favoráveis aos trabalhadores.
É preciso esclarecer de uma vez por todas. O
judiciário é uma estrutura que faz parte do Estado Capitalista e como todo o
Estado e o governo capitalista existe para defender os interesses daqueles que
têm o poder econômico e logicamente o poder político. Essa característica se
agrava ainda mais no caso do TST que é um tribunal cujos Ministros são
indicações diretas do governo federal e por ser a última instância trabalhista é
rigidamente formado como uma ferramenta em favor dos patrões. Nem precisa dizer
que no caso dos Correios isso é ainda mais escandaloso por se tratar de uma
empresa estatal.
O próprio procurador Edson Braz, em sua
entrevista, afirma que “os trabalhadores nunca evoluíram e cresceram nos seus
benefícios e direitos com as intervenções do judiciário”.
A ideia de que o TST poderia garantir uma vitória
dos trabalhadores sobre a direção da ECT por qualquer bondade é falsa e serve
apenas para levar uma categoria à derrota. Esse foi um dos erros graves
cometidos por parte do comando de negociação da Fentect nessa campanha salarial.
A defesa do rebaixamento da pauta de reivindicações na esperança de que os
ministros ficariam “comovidos” com a subserviência dos trabalhadores serviu
apenas para que o TST utilizasse a proposta rebaixada como parâmetro para dar o
miserável reajuste de 6,5%.
O resultado final da campanha salarial poderia
ter sido muito pior se não houvesse tido greve, não se os trabalhadores tivessem
sido “bonzinhos” e “compreensíveis”.
É preciso enfrentar a
ditadura do TST
A única linguagem entendida pelos patrões é a
mobilização. O TST, por ser parte do Estado capitalista, também compreende
apenas essa linguagem. Portanto, está na hora de dizer claramente aos
trabalhadores ecetistas que se quiserem conquistar alguma coisa será por meio de
uma luta encarniçada contra a direção da ECT e todas as instituições do governo,
incluindo aí o judiciário.
“Quem tiver mais força vai vencer. Quem não
tiver, vai negociar”, afirma Edson Braz em sua entrevista para mostrar como
funciona a relação patrão-empregado, mas podemos estender essa lógica também
para os tribunais.
Está em jogo o direito de greve dos
trabalhadores. “Os trabalhadores que tinham a greve como um fator de equilíbrio
na disputa capital-trabalho, dado pela Constituição, têm esse direito cassado e
os efeitos simplesmente são anulados. Eles simplesmente não têm mais o que
fazer. Por isso penso que numa situação de dificuldade grande os trabalhadores
vão desobedecer ao judiciário e aí nós vamos ter conflitos
grandes.”
A conclusão que deve ser extraída dessa
constatação feita pelo Procurador do MPT é que a alternativa para os
trabalhadores é a luta. A sobrevivência do trabalhador depende de sua força e
condições para lutar. Se o tribunal se coloca contra essa condição, a única
saída é enfrentar o tribunal e garantir na prática seus direitos.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
PCO promove atividade sobre os 95 anos da Revolução Russa de 1917
Em novembro
A atividade acontecerá no dia 3 de novembro,
em São Paulo, ao longo de todo o dia, com uma programação diversificada de
palestras Em
1917, no dia 25 de outubro (ou 7 de novembro segundo o calendário ocidental,
gregoriano), os bolcheviques lideravam a revolução contra o governo provisório
de Alexandre Kerenski, colocando abaixo definitivamente o governo da burguesia
na Rússia. O episódio, ocorrido há 95
anos, inaugurou uma nova etapa na história da luta de classes moderna, quando a
classe operária surge diante do mundo como uma força social apta a organizar um
governo à sua imagem, socialista.
Marcando
o aniversário da Revolução de Outubro, o Partido da Causa Operária organizou um
ciclo de atividades sobre o tema, que acontecerão no dia 3 de novembro, em São
Paulo.
A
atividade principal será uma palestra ministrada pelo companheiro Rui Costa
Pimenta, presidente nacional do PCO e editor do jornal Causa Operária. Na palestra ele
debaterá a importância histórica da Revolução Russa para a luta revolucionária
moderna e a atualidade do tema.
Antes
da Revolução de 1917, a classe operária só havia tomado o poder do Estado em
suas mãos uma vez, em Paris, em 1871, durante a Comuna, quando o governo de
Napoleão III entra em colapso após a derrota para os alemães na Guerra
Franco-Prussiana.
Naquele
momento, o proletariado armado assume o controle do Estado e forma um governo
democrático, que acaba por sucumbir à paralisia, o que termina em desastre. Após
pouco mais de dois meses de governo revolucionário, a Comuna é esmagada pela
contrarrevolução burguesa e dezenas de milhares de communards são executados pelos
soldados de Thiers.
Depois
dessa experiência inicial que termina derrotada, será apenas na Rússia, em 1917,
que o proletariado novamente consegue tomar o governo e reorganizá-lo segundo
seus interesses de classe. Ao contrário do que acontecera em Paris, no entanto,
os revolucionários bolcheviques, mais bem preparados, formam um exército capaz
de fazer frente e derrotar a contrarrevolução após um duro período de guerra
civil, e podendo, dessa maneira, consolidar a nova classe revolucionária no
poder.
A
revolução terminaria esmagada somente devido às suas próprias contradições
internas, em função do aumento da pressão reacionária sobre o governo, o que
leva a que uma ala secundária e burocrática organize um golpe dentro do governo.
A
palestra sobre os 95 anos da Revolução Russa analisará em detalhes esses e
outros problemas envolvendo essa que foi a revolução mais importante do século
XX. Participe! Ela será realizada no salão da Associação Japonesa Kumamoto, na
Rua Guimarães Passos, nº 142, próximo à estação Vila Mariana do Metrô.
Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 5584-9322 ou pelo e-mail
pco@pco.org.br
Nova reforma da Previdência é prioridade para governo do PT após o 2º turno das eleições
Um novo ataque às
aposentadorias
Seguindo a cartilha do PSDB, o governo do PT
aprofunda os ataques à Previdência, aumentando o tempo de contribuição e
liquidando o direito à aposentadoria
O
presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), declarou que pretende
colocar a proposta que acaba com o fator previdenciário em votação logo após o
segundo turno das eleições municipais, marcado para o dia 28 deste mês. O líder
do PT afirmou “(...)nossa intenção é pautar esse assunto logo após a eleição do
segundo turno, mas quero já iniciar o processo de debate, de discussão na
próxima semana”.
Em
abril, a Câmara aprovou a urgência para o Projeto de Lei que acaba com o fator
previdenciário. A proposta não precisa tramitar nas comissões temáticas da Casa,
já podendo ser discutida e votada pelo plenário. Entre as propostas aprovadas
por um grupo de trabalho criado para discutir o tema está a substituição do
fator previdenciário pela “regra 85/95”.
A
regra 85/95 é um mecanismo condiciona a aposentadoria à soma do tempo de
contribuição à Previdência e à idade do beneficiado. A soma da idade e do tempo
de contribuição tem de resultar em 85, para mulheres, ou 95, para homens,
criando a idade mínima de 60 anos, para mulheres, e 65 anos para homens se
aposentarem pelo INSS.
Por
exemplo, o trabalhador com 35 anos de contribuição, se aposentaria com o
benefício integral apenas com 60 anos de idade (35 + 60 = 95). Esta medida faz
com que muitos trabalhadores, que possuem idade ou tempo de contribuição
suficiente para se aposentar de acordo com a legislação em vigor, continuem
trabalhando, liquidando o direito à aposentadoria.
Sem
dúvidas é a continuação dos ataques do governo FHC que tiveram como objetivo
final liquidar as aposentadorias para aumentar o superávit fiscal e permitir uma
remessa maior de dinheiro público para os banqueiros e grandes
capitalistas.
A
nova reforma da Previdência, a onda de privatizações, o arrocho salarial, os
cortes dos gastos públicos, o ataque ao direito de greve, entre outros ataques
promovidos pelo governo do PT fazem parte do “plano de austeridade” do governo
do PT que visa confiscar as massas para beneficiar os capitalistas em
crise.
Diante destes ataques, é preciso organizar a luta dos trabalhadores
para barrar esta tentativa de confiscar ainda mais a renda dos trabalhadores
para salvar o lucro dos banqueiros e dos grandes capitalistas, colocando na
ordem o dia a reorganização sindical e política da classe trabalhadora em torno
a um programa de luta para fazer com que os próprios capitalistas paguem pela
crise que criaram.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
No dia 11 de novembro, em São Paulo
Corrente Ecetistas em Luta vai realizar a II Conferência Nacional
A conferência vai reunir os trabalhadores
dos Correios de todo o País para fazer um balanço da campanha salarial e
organizar uma oposição nacional
No próximo dia 11 de novembro, a corrente Ecetistas
em Luta (PCO) vai realizar sua II Conferência Nacional. Após a greve desse ano,
ficou muito claro que é necessário fortalecer uma organização de base dos
trabalhadores para, sem “rabo preso” com a direção da empresa, para enfrentar os
ataques dos patrões.
A vitória do bloco de oposição no último congresso da Fentect foi o primeiro passo para derrotar os traidores que controlavam a maioria dos sindicatos e a direção majoritária da federação. Agora, é preciso constituir uma oposição nacional classista para derrotar de vez os pelegos que ainda estão dentro de boa parte dos sindicatos dos Correios.
Por isso, a corrente Ecetistas em Luta convoca todos os militantes e simpatizantes a participarem da II Conferência Nacional, onde será feito um balanço da Campanha Salarial e será discutida a organização da corrente na maior parte das bases sindicais do País.
Chegou a hora de reunir todos os elementos combativos da categoria em um grupo que atue de maneira organizada, que tenha um boletim regular na base e que possa mobilizar os trabalhadores para as próximas lutas.
A categoria tem mostrado, nos últimos anos, uma enorme tendência de luta. No entanto, a presença de elementos patronais dentro do movimento sindical abortou as mobilizações e levou os trabalhadores à derrota.
A Conferência será realizada em São Paulo, no dia 11 de novembro. Para participar entre em contato com os militantes da corrente Ecetistas em Luta, envie um e-mail para correios@pco.org.br ou ligue para (0xx11) 3637-3273 ou (0xx31)-3224-0752.
A vitória do bloco de oposição no último congresso da Fentect foi o primeiro passo para derrotar os traidores que controlavam a maioria dos sindicatos e a direção majoritária da federação. Agora, é preciso constituir uma oposição nacional classista para derrotar de vez os pelegos que ainda estão dentro de boa parte dos sindicatos dos Correios.
Por isso, a corrente Ecetistas em Luta convoca todos os militantes e simpatizantes a participarem da II Conferência Nacional, onde será feito um balanço da Campanha Salarial e será discutida a organização da corrente na maior parte das bases sindicais do País.
Chegou a hora de reunir todos os elementos combativos da categoria em um grupo que atue de maneira organizada, que tenha um boletim regular na base e que possa mobilizar os trabalhadores para as próximas lutas.
A categoria tem mostrado, nos últimos anos, uma enorme tendência de luta. No entanto, a presença de elementos patronais dentro do movimento sindical abortou as mobilizações e levou os trabalhadores à derrota.
A Conferência será realizada em São Paulo, no dia 11 de novembro. Para participar entre em contato com os militantes da corrente Ecetistas em Luta, envie um e-mail para correios@pco.org.br ou ligue para (0xx11) 3637-3273 ou (0xx31)-3224-0752.
“A intervenção do judiciário frustra a negociação e anula a força que a greve tem para os trabalhadores. Ignora que greve hoje é direito constitucional. Não é mais crime”
Edson Braz da Silva, em entrevista ao Jornal Causa Operária
Procurador do Ministério Público do
Trabalho, relator do dissídio coletivo dos Correios no TST, fala sobre a
judicialização das relações trabalhistas e o direito de greve no Brasil que vem
sendo cassado
Causa
Operária: Durante a audiência do dissídio coletivo dos Correios você disse estar
estudando a questão do direito de greve no Brasil. Por que muitas vezes o
judiciário toma uma decisão, mandando a categoria voltar ao trabalho sem
resolver o problema de fundo, que originou a greve. Poderia explicar
isso?
Procurador
Edson Braz da Silva: A
situação é jurídica, mas também muito cultural. Durante um grande tempo no mundo
inteiro greve foi considerada crime. Um fator de sabotagem. Falta de
“solidariedade social dos trabalhadores”. Vendia-se a ideia de que trabalhadores
em greve adotavam um posicionamento egoísta no aspecto social e também
“antieconômico”, porque atentaria contra os interesses econômicos da nação. Isso
veio sendo disseminado no mundo inteiro. Por um tempo, a partir desse
posicionamento, em alguns lugares e aqui no Brasil greve foi considerado crime
contra a segurança nacional. Mas as greves sempre existiram e sempre existirão.
Porque são um fenômeno social. Elas decorrem de uma situação de desespero dos
trabalhadores. Quando eles não têm nada a perder, não tem mais nenhuma
alternativa viável para garantir o atendimento de suas necessidades, eles vão
partir para a greve. Vão partir para o enfrentamento.
Mas
no Brasil foi criada uma válvula de escape que seria a intervenção do Judiciário
nesse conflito patrão-empregado. Durante certo tempo nós tivemos o poder
normativo da Justiça do trabalho que era de criar normas e condições de
trabalho. A ideia veio na época de Getúlio Vargas. Trouxe todo conflito
patrão-empregado para dentro do Estado e deu uma “solução”, para que isso não
gerasse uma situação de conflito tão grande que se espalhasse e ameaçasse o
próprio Estado e seu direito hegemônico de dizer o direito, ditar as regras.
Qual era a ideia? Eu trago todo o conflito capital-trabalho para dentro do
próprio Estado e apresento aqui uma solução que se não tira o trabalhador do
fundo do poço também não deixa que ele morra afogado. Joga-se um tronco ele se
agarra ali e a coisa se mantém. Então as decisões da Justiça do trabalho durante
muito tempo tem se caracterizado da seguinte maneira: o empregador acha que é
exagerada e o empregado acha que é pouca.
Por
isso na última emenda Constitucional cassou-se esse poder normativo da Justiça
do trabalho. A ideia era simplesmente afastar a Justiça do trabalho da solução
desse conflito, deixando que patrões e empregados livremente chegassem a uma
solução. No final da discussão das reformas durante o governo Lula foi
apresentada a ideia de que não acabasse com o poder normativo completamente. Mas
havia o consenso entre patrões e empregados de que era para acabar com o poder
normativo da Justiça do trabalho. Com base no entendimento de que ela não
poderia mais interferir nos conflitos para criar normas e condições de trabalho.
Aí
veio a ideia de que a Justiça do trabalho passasse a funcionar como uma
arbitragem oficial a depender de comum acordo. A ideia do atual ministro Luiz
Felipe [Salomão atual membro do STJ, indicado por Lula] era que se patrões e
empregados aceitassem a manifestação da Justiça do trabalho haveria a
intervenção. Não haveria mais a intervenção compulsória. Por isso a Constituição
fala que só haverá dissídio coletivo, uma arbitragem, ou julgamento pela Justiça
do trabalho se for de comum acordo. Se patrões e empregados acordarem
inicialmente que vão submeter a negociação à Justiça do trabalho.
Causa
Operária: Qual era a situação anterior?
Procurador
Edson Braz da Silva: Era
compulsória. Havendo greve, o presidente do Tribunal, o MPT ou a empresa
poderiam entrar com o dissídio. Havia um dispositivo, antes da Constituição de
88, que autorizava intervenção oficial.
A
ideia constitucional foi acabar com o poder normativo da Justiça do trabalho. O
Tribunal não poderia mais julgar greves. Julgaria os abusos decorrentes da
greve. Se alguém invadisse uma fábrica, uma empresa, se ateassem fogo num
ônibus, ou seja, as responsabilidades individuais seriam levadas a Justiça como
qualquer coisa que viole ou ameace direitos. Mas houve essa proposta do comum
acordo. Na época, [Luiz Felipe Salomão] era juiz convocado atuando no TST. Ele
foi o representante do TST no Conselho de Desenvolvimento Econômico, nas
discussões de reforma trabalhista e do próprio judiciário. Não haveria mais o
poder normativo da Justiça do trabalho, salvo de comum acordo.
Então,
no mundo a greve era crime, depois passou a ser tolerada e hoje, no Brasil, a
greve é um direito constitucionalmente garantido. E a Constituição diz que
compete aos trabalhadores decidirem quando e como será feita a greve e que
interesses defenderão. Nem a lei pode limitar a greve. Ou dizer que ela vai ser
em defesa disso ou daquilo. Com isso, aceitamos a greve de solidariedade e a
greve política, sempre com um liame mínimo com as questões trabalhistas
institucionais. As questões trabalhistas não precisam ser o carro chefe, mas
pode ser uma decorrência. Tipo uma greve geral contra um ato do governo. A greve
não seria contra o patrão, seria contra o governo que mexeu na Previdência. Ou
coisa assim. Como está acontecendo internacionalmente. A greve pode ter a defesa
do interesse econômico, ou interesse trabalhista direto, ou o que daí decorrer.
A greve de solidariedade também. Uma categoria está em greve, e ela não tem
força suficiente, então outra categoria adere para dar força. E até a greve
política, face ao governo em razão de algumas coisas que sejam do interesse do
trabalhador é direito. O que não pode é ter uma greve política pura. Mas se
tiver um viés trabalhista e previdenciário ela estaria plenamente
justificada.
Voltando
a essa ideia de “anticultura” da greve. A greve sempre vai gerar um desconforto
social. Ou ela vai ameaçar a segurança e a vida das pessoas, e a Constituição
diz que nesses casos o poder público e as pessoas envolvidas adotarão medidas
para que não haja esse dano irreversível, a vida, segurança e até patrimônio de
pessoas, mas a greves sempre causarão desconforto social. Mesmo que se trate de
serviços públicos, serviços essenciais.
Eu
penso que todo brasileiro tem um pensamento contra greve. Há uma falta de
solidariedade. Por exemplo, os Correios estavam em greve e os bancários também.
A pessoa que estava em greve nos Correios se fosse ao banco pagar uma conta,
sacar um dinheiro ou qualquer outra coisa, ia ser contra a greve. Ele não
gostaria, porque a greve está mexendo com a vida dele. Se isso é cultural aqui
no Brasil é claro que vai contaminar os membros do Judiciário, os membros do MP,
que adotarão providências antigreve para que não haja esse desconforto social. O
judiciário vai espelhar o pensamento médio da sociedade brasileira. O membro do
MP também. E no Brasil ninguém gosta de greve. Até os próprios trabalhadores não
são solidários a categorias em greve se isso lhe atinge de alguma
forma.
Com
a Emenda 45 que alterou o perfil e a competência da Justiça do trabalho e disse
que o dissídio coletivo dependeria de comum acordo, o judiciário achou uma via
obliqua, amparando as empresas. Passou a dizer que só dependeria de comum acordo
quando é dissídio de natureza econômica, quando há dissídio de greve não precisa
do comum acordo. Mas é claro que dependeria também. Porque a greve no Brasil
normalmente tem esse caráter de conflito econômico e se o sindicato não pode
entrar com um dissídio de natureza econômica para obrigar o patrão a atender as
suas reivindicações, e o patrão pode entrar com o dissídio de greve para não dar
esses direitos, há um desequilíbrio, há uma desigualdade.
Causa
Operária: Em favor do patrão...
Procurador
Edson Braz da Silva: O
patrão vai ter todos os benefícios. Não atende aos interesses da categoria, a
categoria vai à greve, e ele entra com o dissidio de greve. Esse dissidio é
julgado de forma super rápida. Todos os dissídios são julgados de forma bastante
sumária, com os prazos exíguos. Como resultado a Justiça não atende às
reivindicações dos trabalhadores e determina o retorno ao trabalho sob pena de
multa.
Com
isso, o que aconteceu? Os trabalhadores que tinham a greve como um fator de
equilíbrio na disputa capital-trabalho, dado pela Constituição, têm esse direito
cassado e os efeitos simplesmente são anulados. Eles simplesmente não têm mais o
que fazer. Por isso penso que numa situação de dificuldade grande os
trabalhadores vão desobedecer ao judiciário e aí nós vamos ter conflitos
grandes. Como já ocorreu em alguns casos. Como foi o da Petrobras [a histórica
greve de 1995, duramente atacada pelo governo FHC que a partir daí iniciou o
processo de privatização da empresa] e muitos outros. No caso da Petrobras o
Brasil foi condenado na OIT por ato anti-sindical [violação do direito de greve
e livre negociação] quando determinou o retorno ao trabalho e multou os
sindicatos. Mesmo sendo decisão judicial eu penso que esses atos são
anti-sindicais, porque não respeitam a liberdade sindical e não respeitam o
direito de greve que é a maior força que o trabalhador tem dentro do conflito
capital-trabalho.
Penso
que a greve só poderia ser judicializada nos termos que a própria Constituição
prevê, ou seja, em serviço essencial tendo como autor o MP. Só o MPT poderia
entrar com dissídio. Não o patrão. Tem de deixar rolar. O que a Constituição diz
é para garantir a vida, a saúde das pessoas, as situações de dano irreparável,
ademais a greve vai rolar. Quem
tiver mais força vai vencer. Quem não tiver vai negociar.
A
ideia do direito coletivo, diferente do direito individual, é dar instrumentos.
O direito coletivo do trabalho se caracteriza por normas instrumentais. São
aquelas normas que vão equiparar as forças. Nem o sindicato do empregado vai
estar tão forte que subjugue as empresas, nem as empresas estarão tão fortes que
subjuguem os trabalhadores. A ideia é dar esse equilíbrio. Para que achem um
consenso.
Qual
é o grande poder do empregador? A parte econômica. Qual o grande poder do
sindicato? A greve. Se ele parar o capital não lucra, não há desenvolvimento da
atividade lucrativa do empregador. Isso vai forçar a negociação. Se eu tiro a
greve e mantenho o empregador com seu poderio econômico eu estou acabando com o
grande espírito do direito coletivo, que é exatamente permitir que haja uma
igualdade de forças para levar a uma solução negociada.
A
Constituição não proíbe greve em serviço essencial. Ela diz o seguinte: em se
tratando de serviço essencial serão garantidos atendimentos mínimos, aquele que
gere risco à vida e segurança das pessoas. Nesse caso, só quem pode entrar com o
dissídio coletivo é o MPT, o defensor dos direitos coletivos. Se o MPT chama e
há um acordo, as empresas vão disponibilizar os recursos e os trabalhadores a
mão de obra. Feito isso a greve continua de forma tranquila. Sem acabar com o
direito de greve. Em contrapartida não há salário. Porque ele também tem de
sofrer as consequências da greve. Lembra que eu falei que o direito coletivo é
instrumental? O patrão não produz, não tem lucro, e o trabalhador também não vai
receber. Depois se faz um acordo. Porque se não desequilibraria. “Não tenho
prejuízo com a greve então vou fazer a greve enquanto eu puder, enquanto eu
quiser”. Então a greve gera inconveniente tanto para o patrão quanto para o
empregado.
Fechando
o pensamento, na minha interpretação da Constituição: não há proibição da greve
em serviços essenciais, desde que garantido os atendimentos para evitar risco à
vida e segurança das pessoas. Greve em atividade não essencial, não há
possibilidade de dissídio coletivo pela empresa, e por ninguém. Salvo em comum
acordo. Em atividade particular, privada, nem o MP poderia. Em se tratando de
serviço essencial só o MP poderia. Mas como o TST nunca quis perder o seu poder
normativo, o poder de criar normas e condições de trabalho, o pensamento foi
juridicamente ajeitado para dizer que a exigência de comum acordo não se aplica
quando se trata de greve. Aí quando a empresa entra, o TST julga o dissídio e
determina o retorno ao trabalho sob pena de multa. Eu penso, data vênia, respeitando todos os
ministros e pensamentos, que isso é um equívoco.
A
Justiça do trabalho sempre foi insuficiente para resolver os interesses dos
trabalhadores. Os trabalhadores
nunca evoluíram e cresceram nos seus benefícios e direitos com as intervenções
do judiciário trabalhista. Os empregadores sempre se sentiram
injustiçados com essas decisões. É igual a aluguel. É caro para quem paga e
insuficiente para quem recebe. E as decisões da justiça do trabalho são
insuficientes para os trabalhadores e são excessivas para os empregadores. A
ideia é que o Judiciário saia do conflito. Como ficaria a situação da empresa
diante de uma greve? Ela teria o interdito proibitório, a reintegração de posse,
ou seja, as mesmas medidas e mecanismos que qualquer um tem nas varas do
trabalho ou nas instâncias inferiores, para proteger seus interesses e
patrimônio.
Causa
Operária: No caso dos Correios você colocou em discussão essa questão. O
dissídio era ainda mais grave, uma vez que não se trata de serviço
essencial...
Procurador
Edson Braz da Silva: Pelo
conceito da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o Comitê de Liberdade
Sindical, diz que serviço de Correios não é uma atividade essencial. É uma
atividade que tem uma importância, mas não chega a ser serviço essencial no
sentido estrito da palavra. Só que no Brasil algumas outras atividades foram
delegadas aos Correios, como pagamentos, remessa de remédios, que passa a ter
uma essencialidade. A postagem, entrega de correspondência, não é serviço
essencial. Em alguns países não há monopólio, é uma atividade privada, é
possível que um particular faça. Mas no Brasil é monopólio então o que pensamos
naquele caso? Que a determinação para a manutenção da atividade seria com
relação aos serviços de entrega de remédio, por exemplo, mas isso o próprio
correio tem um sistema que funciona bem e poderia ser garantido. Então, pela OIT
a atividade de postagem, dos correios, não se integra ao conceito de serviço
essencial estrito senso.
Causa
Operária: Pode-se dizer que empresas estão se recusando a negociar com os
trabalhadores e se escondendo atrás do TST?
Procurador
Edson Braz da Silva: Acontece
isso. O TST, mesmo não querendo, acaba sendo um escudo, uma ferramenta mal usada
pelos empregadores para desequilibrar e até neutralizar a força da greve.
Através do pensamento de que havendo greve a empresa pode entrar com o dissídio
de greve.
Causa
Operária: Isso não está na lei, foi um entendimento...
Procurador
Edson Braz da Silva:
Foi um entendimento. Eles criaram. A Constituição diz que dependerá de comum
acordo. Eles falaram que não. Em caso de greve, não depende de comum acordo
porque a empresa não pode ficar desamparada. Mas a empresa não vai ficar
desamparada. Ela tem todas as medidas judiciais normais como eu já disse.
Interdito proibitório etc. ela tem tudo para se defender. E a Constituição diz
que o MP pode entrar quando houver greve, mas apenas em serviço
essencial.
Mas
a ideia do TST foi sempre de não perder o poder normativo e nem a interferência
nesse conflito capital-trabalho. Eles fizeram um pensamento jurídico que
permitiria a manutenção do status
quo, só que com efeito pior do que era antigamente. Porque a empresa se
nega a negociar, força a greve e a greve lhe autoriza o dissídio. Exemplo, a empresa não poderia
entrar com o dissídio, porque depende de comum acordo, aí ela exaspera na
negociação, leva os trabalhadores à greve e assim pode entrar no judiciário para
buscar o que lhe interessa.
Causa
Operária: Isso ficou claro no caso dos Correios. A empresa não quis negociar e você chegou a
dizer que proporia uma ação civil pública...
Procurador
Edson Braz da Silva: Foi.
Mas não só os Correios. Essa é uma pratica disseminada na administração pública,
tanto estadual, municipal e federal. Eles não negociam. Forçam uma situação de
greve e vão buscar dentro da justiça do trabalho essa “solução”. Que na verdade
é solução só para a empresa. Não é solução para os trabalhadores. Porque eles
não têm seus direitos e interesses atendidos.
Causa
Operária: Quais conclusões foram tiradas desse dissídio dos Correios já que você
comentou ter interesse especial no caso?
Procurador
Edson Braz da Silva: Eu
procurava um caso bom para tentar discutir e levar ao Supremo a intepretação do
TST. Essa ideia de que a empresa pode entrar com o dissídio de greve, sem comum
acordo; se Correios seriam ou não atividade essencial; se o MPT seria o único
titular para o dissídio de greve; e também se seria constitucional determinar-se
que os trabalhadores voltem a trabalhar, sob pena de multa, sem atendimento de
suas reivindicações. Essas são as causas que, eu acho, precisariam ir ao Supremo
Tribunal Federal.
Só
que eu vi que houve acatamento e uma resignação dos sindicatos e da Federação.
Então se os próprios sindicatos e federações não levam esse assunto ao Supremo,
não querem defender seus interesses, o Ministério Público não teria que assumir
a função de advogado dos sindicatos, ou cumprir o papel próprio dos sindicatos.
Porque nós temos outras prioridades. Temos crianças trabalhando, sendo
prostituídas. Temos pessoas morrendo no trabalho. Tem coisas mais prioritárias
para o MP do que defender a liberdade sindical, coisa que as próprias entidades
sindicais poderiam fazer. Nesse caso eu pensei, não vou recorrer, não vou
discutir, já que a parte mais interessada e mais afetada se quedou. O sindicato
poderia recorrer. A federação poderia recorrer da decisão do TST e levar o
assunto ao Supremo.
O
MP atua onde ninguém quer ou não tem condições de atuar. Se o direito violado é
de uma entidade ou pessoa que tem a plena capacidade de defesa desses interesses
a gente não tem como prioridade. Tenho outras coisas para fazer que eu reputo
tão importante quanto isso. E os sindicatos e a federação poderiam com a
estrutura que têm ir ao Supremo discutir por conta própria. Mas como eles se
acomodaram eu deixei. Decidi cuidar de outras coisas.
Causa
Operária: Você acha que vai chegar o momento em que a coisa vai extrapolar mesmo
as decisões judiciais...
Procurador
Edson Braz da Silva:
Como já houve o caso da Petrobras que foi parar na OIT e diversas outras
situações. Eu costumo dizer que a necessidade é que faz o sapo pular e que mexe
com a química social.
São
coisas que eu defendo e discuto no processo, mas ainda não me senti motivado
suficientemente no sentido do interesse social a fazer um papel que os
sindicatos poderiam fazer e fariam até melhor que eu em razão da estrutura que
têm de corpo jurídico, de disponibilidade. Aqui nós somos sempre poucos
procuradores para os problemas que o Brasil tão grande possui. Como trabalho
escravo, trabalho infantil, medicina e segurança do trabalho. Então nos
reservamos a fazer essa outra parte.
Causa
Operária: Esse tema medicina e segurança do trabalho foi inclusive uma coisa que
você insistiu no dissídio dos Correios...
Procurador
Edson Braz da Silva: Sim.
Esse assunto para nós é urgente. Mesmo no caso dos Correios. Não sendo resolvido
resultaria em ação civil pública para que houvesse uma adequação da distribuição
das correspondências, para a preservação da saúde dos empregados dos
Correios.
Causa
Operária: Poderia explicar porque a campanha salarial dos Correios pelo segundo
ano consecutivo vai parar no TST enquanto outras categorias, mesmo com greves
longas, não tem o mesmo destino?
Procurador
Edson Braz da Silva: Os
estatutários não são submetidos à Justiça trabalhista. Como no caso dos
policiais civis ou federais. Em certo momento se entendia que toda situação de
greve, mesmo em serviço público, seria competência do Trabalho. Ela que atuaria
nesses casos. Mas o Supremo entendeu que não. O estatutário (submetidos a
estatuto interno), não sendo celetista (submetidos à Consolidação das Leis
Trabalhistas) está fora dessa atribuição.
Se
as empresas tem regime celetista é Justiça do trabalho. Se é estatutária como a
policia civil, federal ou qualquer outro órgão estatutário aí é competência será
da justiça estadual ou federal, dependendo do órgão. E aí não teria dissídio.
Tem aquelas ações e medidas normais, que já comentamos. Isso prova que não há
necessidade de dissídio coletivo para tudo. Essas são categorias tão importantes
e não tem dissídio coletivo. A coisa vai se resolver naturalmente. Na própria
negociação ou nas varas competentes.
Causa
Operária: A intervenção do poder judiciário acaba impedindo a negociação
coletiva acaba limitando o direito constitucional de
greve?
Procurador
Edson Braz da Silva: Eu
penso com sinceridade que a atuação do judiciário da forma como é hoje praticada
impede a negociação, desequilibra as forças e anula completamente a força, o
poder que é a greve para os trabalhadores.
A
maior força que tem um trabalhador é a greve. Porque o capital lucra em cima da
atividade do trabalhador. Se o trabalhador se nega a vender sua força o capital
não lucra. Então simplesmente se o trabalhador para a empresa tem de negociar.
Mas a intervenção do judiciário frustra a negociação e anula a força que a greve
tem para os trabalhadores. E ignora que greve hoje é direito constitucional. Não
é mais crime. Não é nem “tolerada”, é direito constitucional que deve ser
plenamente exercido, desde que não ameace a vida e segurança das pessoas.
Desconforto social vai acontecer e nós temos de tolerar. Prejuízos aos
empregadores vai acontecer e a ideia é essa mesmo. Temos que aceitar.
É
o que está acontecendo em todo o mundo. As greves são inevitáveis. E os excessos
são cuidados, mas não pode haver impedimento, proibição da greve. O que há são
as forças e interesses em conflitos. Na medida em que os conflitos se
intensificam a greve vai acontecer, se a outra parte não tiver com intenção
sincera de negociar e atender o que se pretende.
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