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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Especial XI Congresso da Fentect: duas táticas contra o peleguismo na Fentect: Dividir a organização dos trabalhadores ou lutar e derrubar a burocracia?


Está na ordem do dia a discussão sobre o método revolucionário contra os pelegos e a ação sectária e oportunista da esquerda pequeno-burguesa 

No centro da crise, odiado pela categoria, dirigindo os sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro, o PCdoB, num sinal claro de desespero político rachou a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) dividindo os trabalhadores para tentar jogar a responsabilidade das traições na conta do PT, e tentar abafar a crise se apoiando na divisão da categoria, procurando dar uma maior margem de manobra a profunda crise que estão submersos.   
O PSTU/Conlutas, por outro lado, dando uma cobertura esquerdista à política patronal de ataque a unidade dos trabalhadores, saudou o racha e se aliou ao PCdoB para defender a divisão da categoria e a destruição da Fentect, ou seja, a organização ampla e unificada da categoria em nível nacional. Tudo isso sob o pretexto de que a Fentect é corrupta, burocrática, “governista” etc., o que segundo eles justificaria a formação de um gueto sindical, isolado das massas e da luta geral da categoria, agrupando meia dúzia de sindicatos igual ou mais burocrático que a Fentect. O que o PSTU/Conlutas não consegue mais ocultar é que detrás do discurso pretensamente radical, querem evitar a luta para derrubar a burocracia sindical em crise.    
No marco dessa enorme crise, a intervenção consciente dos setores de luta é fundamental, e, portanto, a análise e distinção do método combativo, de luta, revolucionário, marxista, em oposição o método sectário, infantil, mas também, principalmente oportunista e burocrático da esquerda pequeno-burguesa, é essencial para o esclarecimento dos grupos de oposição à burocracia e a luta dos trabalhadores.      

O que diz Trotski

No Programa de Transição, escrito por Trotski em 1938, ele explica de maneira bastante clara a concepção dos marxistas sobre os sindicatos de massas, sobretudo na época de transição quando a luta de classes adquiri um caráter “febril” e “explosivo”; a  luta contra burocracia, os pelegos e assinala a importância da classe operária está organizada em sindicatos de massas e que os revolucionários devem atuar neles de maneira ativa, “preocupando-se em reforçá-los” tomando parte de todos os problemas dos mais estratégicos aos mais simples e imediatos da classe trabalhadora, “aumentando seu espírito de luta” e combatendo as tentativas de do estado capitalista de controlar as organizações sindicais: “Na luta pelas reivindicações parciais e transitórias, os operários têm atualmente mais necessidades do que nunca de organizações de massas, antes de tudo de sindicatos (...) Os bolchevique-leninistas encontram-se nas primeiras fileiras de todas as formas de luta, mesmo naquelas onde se trata somente de interesses materiais ou dos direitos democráticos mais modestos da classe operária. Tomam parte ativa na vida dos sindicatos de massa, preocupando-se em reforçá-los, em aumentar seu espírito de luta. Lutam implacavelmente contra todas as tentativas de submeter os sindicatos ao Estado burguês e de subjugar o proletariado pela ‘arbitragem obrigatória’ e todas as outras formas de intervenção policial não somente fascistas, mas também ‘democráticas’. Somente tendo como base este trabalho é possível lutar com sucesso no interior dos sindicatos contra a burocracia reformista e, em particular, contra a burocracia stalinista”. 
E conclui mais a frente no texto criticando a atitude capituladora e sectária, “equivalente à traição da revolução” dos sindicalistas pequeno-burgueses, como fazem atualmente o PSTU, de abandonar a luta no interior dos sindicatos de massas para formarem pequenas agremiações puras: “As tentativas sectárias de criar ou manter pequenos sindicatos "revolucionários", como uma segunda edição do partido, significam, de fato, a renúncia à luta pela direção da classe operária. É necessário colocar aqui como um princípio inquebrantável: o auto-isolamento capitulador fora dos sindicatos de massa, equivalente à traição da revolução, é incompatível com a militância na IV Internacional”. 
A tentativa do PSTU/Conlutas, portanto, de formar uma nova federação, rachando a Fentect, que é efetivamente a única organização que unifica e centraliza os trabalhadores dos Correios em nível nacional, e que foi criada como parte de um movimento real da categoria, durante o auge do movimento grevista no final dos anos 80, agrupando todos os 36 sindicatos para criar uma Federação Anã, através de uma reunião de cúpula, sem apoio da base, com menos de 7% da categoria abandonando a luta contra a burocracia é a política oposta defendida por Trotski e pelos marxistas.    

O método deles e o nosso!

A ação prática do PSTU/Conlutas, o método de atuação nos interior dos sindicatos, na federação dos Correios, e no movimento operário em geral é também integralmente o oposto do método revolucionário, combativo, defendida pelos trotskistas, como, por exemplo, pela corrente Ecetistas em Luta (PCO).
O PSTU chegou a tentar ensaiar uma grosseira manipulação desse mesmo texto (Programa de Transição) para justificar sua política capituladora e oportunista, afirmando que os revolucionários não devem deixar o movimento operário de massas se subordinar as direções burocráticas.  
“Se é criminoso voltar às costas às organizações de massa para se contentar com ficções sectárias, não é menos criminoso tolerar passivamente a subordinação do movimento revolucionário das massas ao controle de camarilhas burocráticas declaradamente reacionárias ou conservadoras disfarçadas ("progressistas"). O sindicato não é um fim em si, mas somente um dos meios da marcha para a revolução proletária.”
Os dirigentes do PSTU/Conlutas têm procurado interpretar esta passagem do Programa de Transição como uma autorização para dividir os sindicatos, o que está explicitamente condenado neste mesmo programa. Se este fosse o sentido do texto de Trótski, ele seria completamente inconsequente condenando ao mesmo tempo os que rompem com os sindicatos por que são dirigidos por agentes da burguesia e porque não rompem pelo mesmo motivo. Ocorre que o sentido do que Trótski está dizendo é simplesmente que, embora não rompendo com a organização sindical em si para criar outra organização, os revolucionários devem estar sempre prontos a romper com a disciplina sindical imposta pelos pelegos e criar, por exemplo, comitês de greve para dirigir a luta, o que é, obviamente, muito diferente de criar um outro sindicato. O mais escandaloso,  no entanto, é que nos correios, o PSTU não perdeu uma única oportunidade de condenar os militantes da corrente Ecetistas em Luta/PCO quando desafiaram abertamente a disciplina imposta pelos pelegos do bloco PT-PCdoB como ocorreu no último Conselho de Representantes quando tentaram arbitrariamente modificar a composição do Conrep para alterar a composição do comando de negociação. O PSTU/Conlutas colocou-se claramente ao lado da burocracia, inclusive na cassação de todos os delegados de Ecetistas em Luta quando estes não aceitaram a arbitrariedade. Também na cmapanha salarial, quando o bloco PT-PCdoB recusou-se a realizar atos em Brasília para pressionar o governo e Ecetistas em Luta tomou a iniciativa de realizar estes atos, o antigovernista PSTU/Conlutas colocou-se sem vacilação ao lado do bocoite aos atos contra o governo do PT.
Esse trecho não só não legitima a política do PSTU como também não mostra que ação deles é exatamente o contrário: subordinam-se, aliam-se a burocracia quando estão nos sindicatos, e saem dos sindicatos de massas para deixar os trabalhadores sob a direção dos burocratas, sem fazer nenhuma oposição, sem travar nenhuma luta. 
Um breve relato histórico da luta nos Correios comprova esse fato:
Enquanto Ecetistas em Luta vive num combate permanente contra a burocracia sindical sendo inclusive proibida de falar no carro de som pelos bate-paus da burocracia, o PSTU é a “oposição amiga”, “respeitada”, que faz discurso no carro de som, sendo cúmplice da proibição da oposição falar, sustentada por capangas da burocracia. Em São Paulo, os dirigentes do PCdoB se referem aos militantes do PSTU como “companheiros”, a oposição oficial, consentida pelos burocratas.
No Conrep, como já dissemos, a bancada de Minas Gerais do Sintect-MG dirigida pelo Ecetistas em Luta (PCO), foi expulsa pelos burocratas do PT-PCdoB com o consentimento e o apoio do PSTU.
Na ocasião da traição do acordo bianual, o Ecetistas em Luta foi quem tomou todas as iniciativas de organizar uma oposição nacional contra a política a fraude do PT-PCdoB na Fentect, organizando o Bloco dos 17 sindicatos foi quebrado graças ao PSTU/Conlutas que no meio da campanha, numa tentativa clara de desmoralizar a oposição, fez uma chapa nas eleições de São Paulo com  Talibã, o homem do acordo bianual! Foi exatamente Ecetistas em Luta que também enviou uma caravana de ônibus para Brasília para pressionar a direção da empresa e os traidores contra o acordo bianual, dando literalmente um surra no pelego Ronaldo, do PCdoB, um dois principais articuladores da traição. 
A corrente Ecetistas em Luta (PCO) é única organização que tem um trabalho efetivamente de base, atuando com uma imprensa regular, um jornal semanal, debatendo todos os assuntos de política e economia que dizem respeito aos interesses da classe trabalhadora brasileira e internacional, atuando com boletins diários na categoria, denunciando todas as traições dos pelegos, denunciando constantemente todos os ataques da empresa contra os trabalhadores e etc. enquanto os sindicalistas do PSTU reduzem a sua atividade a discursos ocasionais em assembleias.  
A ação do PSTU/Conlutas, portanto, é exatamente o de observar passivamente as traições da burocracia sindical, não opor nenhuma resistência, nenhuma luta, apenas fazer demagogia, para não dizer, de fato, apoiar ativamente as traições da burocracia sindical e defender o contrário do que diz Trotski a subordinação do movimento de massas ao “controle de controle de camarilhas burocráticas”, ao atrelamento e a intervenção do estado capitalista nas organizações operárias, como fizeram quando defenderam a junta interventora da Justiça nas eleições do Sintect-SP, que deu a vitória das eleições para o PCdoB, que até hoje impõem um ditadura sob o maior e mais importante sindicato da categoria, São Paulo.
“É por essas razões que as seções da IV Internacional devem esforçar-se constantemente não só em renovar o aparelho dos sindicatos, propondo audaciosa e resolutamente nos momentos críticos novos líderes prontos à luta no lugar dos funcionários rotineiros e carreiristas, mas inclusive criar, em todos os casos em que for possível, organizações de combate autônomas que respondam melhor às tarefas da luta de massascontra a sociedade burguesa, sem vacilar mesmo, caso seja necessário, em romper abertamente com o aparelho conservador dos sindicatos”.
Nesse trecho quando Trotski afirma a necessidade dos revolucionários participarem dos sindicatos de massa, independente das direções burocráticas, propondo constantemente novos métodos, mecanismos que possam renovar o “aparelho dos sindicatos”, propondo novos militantes (“novos líderes”) para substituir os “funcionários rotineiros e carreiristas”, e se for o caso romper abertamente com o aparelho conservador dos sindicatosele está defendendo não ruptura com o sindicato, a entidade, a organização, mas sim contra o aparelho, o método, as armadilhas, a camisa de força que a burocracia impõe para impedir a luta da classe trabalhadora; é uma defesa da independência do movimento operário, dos revolucionários para que não fiquem atrelados aos métodos de ação burocráticos, mas agem de acordo com o desenvolvimento da luta dos trabalhadores. A politica de ruptura da própria organização sindical, que significa romper com o setor mais atrasado dos trabalhadores (no caso dos correios, com a imensa maioria da categoria) não apenas nada tem a ver com o que Trótski diz como é o seu exato oposto, uma vez que a ruptura não significa a luta contra o aparelho conservador da burocracia no que diz respeito a libertar os trabalhadores dele, como efetivamente significa entregar os trabalhadores de mãos amarradas à burocracia.
Por esse motivo, a corrente Ecetistas em Luta propôs em todos os momentos que foram oportunos, um comando de greve independente, um comando de negociação aberto que agrupasse mais os setores de oposição para que pudessem pressionar os pelegos, a empresa e levar as reivindicações da categoria e impor os interesses dos trabalhadores e todo o tipo de ação que “rompesse com o aparelho conservador” da Fentect, sem nunca propor efetivamente a divisão da organização sindical nacional.
Esse é o método dos revolucionários, a ação, a agitação política, a propaganda, a organização de base, a luta, o espírito combativo, enérgico contra a burocracia sindical e os traidores, procurando colocar as organizações operárias sob o controle dos próprios trabalhadores, derrotando os pelegos e jamais dividindo a categoria para supostamente criar novos sindicatos atrás de cargos, privilégios e verba estatal.

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